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247 - Alvos da delação da JBS, Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) querem usar o indiciamento pela Polícia Federal do ex-procurador Marcelo Miller para contestar o acordo firmado pelo executivo da empresa, Joesley Batista, e o ex-executivo Francisco de Assis. Os dois querem trabalhar com a ideia de que Miller fez jogo duplo durante a negociação da delação da JBS, o que seria argumento para anular as provas do acordo. Cabe ao ministro Fachin a decisão final sobre a rescisão do acordo. A informação foi publicada nesta sexta-feira (22) pelo blog de Andréia Sadi.
De acordo com a investigação, Marcelo Miller ajudou os executivos da J&F (da qual a JBS faz parte), mas, ainda segundo o blog, não interferiu na produção de provas, nem orientou o empresário durante as gravações espontâneas realizadas antes da autorização judicial para execução de ações controladas.
O emedebista e o tucano tiveram um encontro na noite desta quinta-feira (21) na casa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Também passou por lá o ministro Moreira Franco (Minas e Energia).
Aécio foi gravado no ano passado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, para supostamente pagar advogados. O dinheiro foi entregue a um primo do tucano. De acordo com a PF, que filmou a cena, o dinheiro foi depositado numa empresa do senador Zeze Perrella (PMDB-MG).
O tucano tratou a propina como venda de apartamento. "Foi proposta, em primeiro lugar, a venda ao executivo de um apartamento de propriedade da família. O delator propôs, entretanto, já atendendo aos interesses de sua delação, emprestar recursos lícitos provenientes de sua empresa, o que ocorreu sem qualquer contrapartida, sem qualquer ato que mesmo remotamente possa ser considerado ilegal ou mesmo que tenha qualquer relação com o setor público. Registre-se ainda que a intenção do senador sempre foi, quando da venda do apartamento, ressarcir o empresário", disse ele, em nota.
Em delação, o diretor da JBS Ricardo Saud afirmou que Temer, durante a campanha de 2014, embolsou R$ 1 milhão de R$ 15 milhões em propina que o PT havia mandado a empresa dar para o então vice-presidente, conforme o o BuzzFeed Brasil.
Outra bomba cai sobre o emedebista. relatório final da Polícia Federal referente a Operação Cui Bono, que investiga irregularidades e desvios na Caixa Econômica Federal na época em que o ex-ministro Geddel Vieira Lima era vice-presidente de Pessoa Jurídica da instituição, fala em suposta tentativa da compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Câmara e do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador de propinas do MDB, por parte de Temer.
"Segundo o relatório, 'no edifício probatório dos autos do inquérito 4483/STF', da Operação Patmos, 'foram verificados indícios suficientes de materialidade e autoria atribuível a Michel Miguel Elias Temer Lulia, Presidente da República, no delito previsto no Artigo 2.º, inciso 1, da 12.850/13, por embaraçar investigação de infração penal praticada por organização criminosa'", diz o documento.
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