27/07/2017
PF prende Josino Guimarães e delegado Márcio Pieroni
24HorasNews, 13.06.2017, sugerido por Maria Fernanda Arruda
O empresário Josino Guimarães, seu irmão Clóves Guimarães e o delegado ex-titular da Delegacia de Homicídio de Proteção à Pessoa (DHPP), Márcio Pieroni foram presos na manhã desta terça-feira pela Polícia Federal.
Eles são acusados de terem armado uma farsa para livrar Josino da acusação de ter manado matar o juiz Leopoldino Marques do Amaral, em 1999.
A prisão do trio foi decretada pelo juiz Paulo Sodré, da 7ª Vara Federal de Cuiabá. Outros dois réus, o agente prisional Gardel Lima e o detento Abadia Proença, estão com mandados de prisão expedidos.
O empresário Josino Guimarães, casado com uma irmã do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, foi preso em Rondonópolis.
Os outros foram encontrados em Cuiabá. Segundo a Polícia Federal todos estão sendo ouvidos em depoimentos e em seguida irão realizar exame no Instituto Médico Legal e depois serão transferidos para o Centro de Custódia de Cuiabá.
O trio foi condenado por tentar levar a cabo uma farsa consistente na informação de que o juiz Leopoldino Amaral estaria vivo e morando na Bolívia, no intuito de favorecer o empresário Josino Guimarães.
Porém o corpo do juiz foi encontrado no Paraguai, em sete de setembro de 1999, parcialmente carbonizado, em uma vala ao lado de uma estrada de terra batida que liga as cidades de Loreto e Concepción, atingido na cabeça por dois disparos de arma de fogo.
A suspeita é de que a morte tenha sido encomendada em razão das denúncias feitas por ele sobre um esquema de venda de sentenças que vinha sendo realizada em Mato Grosso.
A decisão do juiz foi motivada pelo fato de a condenação dos três ter sido confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF 1).
O Ministério Público Federal, autor dos pedidos de prisão, acusa os envolvidos de protagonizar uma farsa na tentativa de levantar suspeitas sobre a morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, cujo corpo foi encontrado carbonizado em 1999, no Paraguai.
O MPF também denunciou os envolvidos na suposta farsa pelos crimes de formação de quadrilha armada, denunciação caluniosa, falsidade ideológica, fraude processual, interceptação telefônica para fins não-autorizados em lei, quebra de sigilo funcional e violação de sepultura. Segundo as investigações, o grupo montou uma farsa para “provar” que Leopoldino ainda estaria vivo, livrando Josino, que deve ir a júri popular pelo crime.
Relembre o caso
O assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral é um dos crimes de maior repercussão na história de Mato Grosso. Seu corpo foi localizado no dia 7 de setembro de 1999 em Concepción, no Paraguai. Estava carbonizado e com várias perfurações de bala.
De acordo com a ação, o crime teria sido motivado pelas denúncias do magistrado sobre um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, do qual Josino Guimarães faria parte.
Leopoldino afirmava que estava sofrendo ameaças de morte e, menos de um mês após as denúncias, foi encontrado morto em Concépcion, no Paraguai, próximo à fronteira com o Brasil. O caso nunca foi totalmente esclarecido.
O magistrado denunciou à CPI do Judiciário, em 1999, a distribuição de verbas para desembargadores, a contratação ilegal de parentes e a suposta existência de um esquema de vendas de sentenças na Justiça Estadual.
As investigações da Polícia Federal levaram à prisão, na época, da ex-escrevente Beatriz Árias Paniágua, como coautora do crime; do tio dela, Marcos Peralta, como autor do assassinato; e de Josino Guimarães, como mandante.
Beatriz Árias foi condenada a 12 anos de prisão em 2001. Depois de cumprir dois terços da pena, ela conseguiu o livramento condicional e deixou o Presídio Feminino Ana Maria do Couto.
Marcos Peralta, tio da ex-escrevente, foi preso em Assunção, capital do Paraguai, no fim de setembro de 2001. Ele foi apontado como o autor do assassinato.
Peralta morreu no dia 1º de março de 2005, enquanto estava preso, por complicações causadas por diabetes.
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