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quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Brasil247: Folha ataca todas as instituições em seu editorial e diz que “poderosos se protegem”

 

Jornal afirma que pacto de autoproteção alimenta a impunidade e faz a corrupção se espalhar por Executivo, Legislativo e Judiciário

Folha ataca todas as instituições em seu editorial e diz que “poderosos se protegem” (Foto: divulgação)

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247 – Em um editorial publicado nesta quarta-feira, a Folha de S.Paulo adotou um tom agressivo contra praticamente todas as instituições da República e afirmou que “poderosos se protegem, e corrupção se alastra”. O texto apresenta uma sequência de episódios recentes envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional e o governo federal, defendendo que o país vive um ambiente de impunidade que, segundo o jornal, favorece o avanço da corrupção.

O editorial reúne casos que, na avaliação do jornal, formariam uma “redoma indevassável de impunidade”. O texto cita, por exemplo, a informação de que a mulher do ministro Alexandre de Moraes teria mantido um contrato de R$ 129 milhões com um banco descrito pelo editorial como “delinquente”. A Folha menciona ainda que O Globo noticiou que Moraes teria conversado com o Banco Central sobre temas de interesse da instituição financeira — e, portanto, de sua esposa. O ministro, segundo o próprio editorial, nega qualquer irregularidade.

O jornal também menciona o ministro Dias Toffoli, afirmando que ele teria viajado em jato com o advogado de um diretor do mesmo banco para assistir a um jogo de futebol no Peru. Na sequência, diz o texto, Toffoli “assumiu e pôs sob sigilo o caso” envolvendo uma suposta fraude de R$ 50 bilhões, descrita pela Folha como “provavelmente a mais custosa da história do sistema financeiro nacional”.

Ainda no Judiciário, a Folha afirma que, com a anistia decretada por Toffoli sobre confissões de suborno de empresas investigadas pela Lava Jato, foram derrubadas ações em que o Ministério Público cobrava mais de R$ 17 bilhões em multas. Para o jornal, o objetivo de combater abusos da Lava Jato teria produzido um efeito perverso: “um estímulo à corrupção com uma redoma indevassável de impunidade”.

A artilharia do editorial não se limita ao STF. No Congresso, a Folha cita o caso do líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, dizendo que ele teve “uma pilha de dinheiro vivo apreendida pela polícia”. O jornal também ataca o uso das emendas parlamentares, afirmando que a “catarata de recursos do contribuinte que jorra pelas emendas parlamentares dá ensejo a desmandos aos borbotões”, sugerindo que o mecanismo tem alimentado irregularidades e práticas patrimonialistas.

No Executivo, o editorial afirma que “quadrilhas se aboletaram no INSS para saquear aposentados sob as barbas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”. O texto destaca ainda que os nomes de “um irmão e de um filho do mandatário” teriam circulado nas investigações do escândalo, sugerindo que o episódio alcançou o entorno familiar do presidente.

O jornal menciona também o Rio de Janeiro, apontando “indícios crescentes da infiltração do crime organizado na política e nas instituições”. A avaliação do editorial é de que esses fatos, somados, demonstram que “em todos esses fatos recentes, no Executivo, no Legislativo e no Judiciário, está à espreita a corrupção”.

Ao final, a Folha sustenta que a ruptura desse “pacto da impunidade” seria necessária e que prejudicaria apenas “os corruptos”, prestando “um serviço urgente ao cidadão”. O editorial cobra que o procurador-geral da República — elogiado pela Folha por denúncias contra quem conspirou contra a democracia — não seja “menos enérgico quando atos e relações de ministros do Supremo Tribunal merecerem inquéritos”.

Suposto vale-tudo

O texto também defende que o Congresso poderá exercer seu papel constitucional no julgamento de altas autoridades “desde que se livre do corporativismo” que, segundo o jornal, busca “a imunidade e a opacidade no manejo rapace do Orçamento”. E completa com um alerta político dirigido ao governo: “Que não haja complacência com petistas e cupinchas de Lula pelo fato de amigos do presidente comandarem a Polícia Federal e vestirem togas no Supremo”.

Com isso, o editorial da Folha tenta construir a tese de que o combate aos excessos da Lava Jato — uma bandeira que ganhou força nos últimos anos — teria sido instrumentalizado para produzir um ambiente ainda mais permissivo à corrupção, unindo adversários em um “vale-tudo” que envolveria “petistas, bolsonaristas, centrão e elites das autoridades”. Na prática, o jornal apresenta um diagnóstico de crise institucional generalizada e cobra ações duras e simétricas, sem distinção de campos políticos ou esferas de poder.

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Fonte: https://www.brasil247.com/midia/folha-ataca-todas-as-instituicoes-em-seu-editorial-e-diz-que-poderosos-se-protegem

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