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terça-feira, 22 de julho de 2025

Agência Brasil: Lula e outros líderes convocam instituições em defesa da democracia

 Presidente participa de reunião sobre o tema no Chile

Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/07/2025 - 15:29
Brasília
21.07.2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Fotografia oficial.
Palácio de La Moneda - Santiago - Chile.

Foto: Ricardo Stuckert / PR
© Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (21), que a defesa da democracia não é função apenas dos governos eleitos em cada país, mas também depende da participação dos cidadãos e da confiança nas instituições. Lula participou, em Santiago, no Chile, de reunião de alto nível sobre a defesa da democracia, organizada pelo presidente chileno Gabriel Boric.

“Nesse momento em que o extremismo tenta reeditar práticas intervencionistas, precisamos atuar juntos. A defesa da democracia não cabe somente aos governos. Requer participação ativa da academia, dos parlamentos, da sociedade civil, da mídia e do setor privado”, disse o brasileiro em declaração à imprensa após o encontro.

Também participaram do evento Democracia Sempre os líderes da Colômbia, Gustavo Petro; Espanha, Pedro Sánchez; e do Uruguai, Yamandú Orsi. Na sequência da reunião reservada entre os líderes, eles se encontrarão com representantes da sociedade civil, do meio acadêmico e de grupos de reflexão sobre políticas públicas.

As discussões envolvem três temas: defesa da democracia e do multilateralismo; combate às desigualdades; e tecnologias digitais e o enfrentamento à desinformação. Para Lula, é preciso ações concretas e urgentes diante do agravamento da ofensiva antidemocrática no mundo.

“A democracia liberal não foi capaz de responder aos anseios e necessidades contemporâneas. Cumprir o ritual eleitoral a cada quatro ou cinco anos não é mais suficiente. O sistema político e os partidos caíram no descrédito. Por essa razão, conversamos sobre o fortalecimento das instituições democráticas e do multilateralismo em face dos sucessivos ataques que vem sofrendo”, afirmou Lula.

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Os cinco líderes também concordaram sobre a necessidade de regulamentação das plataformas digitais e do combate à desinformação para “devolver aos Estados a capacidade de proteger os seus cidadãos”.

“A chave para um debate público livre plural é a transparência de dados e uma governança digital global. Que a liberdade de expressão não se confunda com a autorização para incitar a violência, difundir o ódio, cometer crimes e atacar o Estado democrático de direito”, disse Lula.

O grupo de presidentes ainda convocou a sociedade organizada para a construção coletiva de propostas de reformas estruturais para enfrentar as desigualdades.

“Não há justiça em um sistema que amplia benefícios para o grande capital e corta os direitos sociais”, disse Lula ao defender justiça tributária e taxação dos super-ricos.

“Só o combate a desigualdades sociais, de raça e de gênero pode resgatar a coesão e a legitimidade das democracias. A crise ambiental introduz novas formas de exclusão com os impactos desproporcionais para os setores mais vulneráveis. Sem um novo modelo de desenvolvimento, a democracia seguirá ameaçada por aqueles que colocam seus interesses econômicos acima dos da sociedade e da pátria”, afirmou o brasileiro.

O encontro no Chile já estava marcado há algum tempo, mas acontece no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endurece os ataques tarifários contra diversos países, entre eles o Brasil.

O evento ocorre em seguimento à primeira reunião de alto nível Em Defesa da Democracia: Lutando contra o Extremismo, realizada em setembro de 2024, à margem da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. O evento foi convocado pelo presidente Lula e pelo espanhol Pedro Sánchez.

Como próximo marco da iniciativa, está prevista a realização de reunião no contexto da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro próximo, em Nova York. Na ocasião, também devem participar os líderes de México, Inglaterra, Canadá, Honduras, Austrália, África do Sul e Dinamarca.

Agência Brasil: Alckmin se reúne com big techs para discutir tarifaço de Trump

 

Participaram representantes de Meta, Google, Apple e Visa
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/07/2025 - 18:37
Brasília
Brasília (DF) 17/03/2025 - Vice-presidente da República Geraldo Alckmin durante entrevista coletiva  no Palácio do Planalto onde fala sobre o desempenho do setor de eletroeletrônicos com Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos - ELETROS. Foto: Cadu Gomes/VPR
© Cadu Gomes/VPR

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reuniu-se nesta segunda-feira (21) com representantes de big techs para discutir o tarifaço que o governo de Donald Trump pretende impor às importações brasileiras para os Estados Unidos. Incluído de última hora na agenda, o encontro ocorreu nesta tarde no Palácio do Planalto.

A reunião foi convocada pela comissão interministerial, coordenada por Alckmin, que conversa com os setores da economia afetados pela imposição da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros nos Estados Unidos a partir de 1º de agosto.

Ao sair do Palácio do Planalto, o presidente em exercício afirmou que a reunião foi bem sucedida e abriu caminho para um diálogo. Alckmin, no entanto, negou que a taxação das big techs, apontada como uma possível retaliação do Brasil em caso de elevação de tarifa, tenha sido mencionada.

“Elas são investidores no Brasil. Demonstraram que o Brasil é relevante no trabalho delas para crescerem no país e ficaram de nos encaminhar na sequência algumas questões que para eles são mais relevantes. Abrimos um bom diálogo”, declarou.

Embora o Pix seja um ponto de atrito entre as big techs e o Brasil, Alckmin afirmou que as grandes empresas de tecnologia defenderam o Pix para todos.

“O Pix é um sucesso absoluto, facilitou a vida das pessoas. Nada impede que outras empresas participem da forma de pagamento. Elas falaram que defendem o Pix para todos. O que é importante? É que tem que ser de graça. É um sucesso, um exemplo para o mundo. Muita gente vem para o Brasil para ver como fazer”, afirmou.

Sobre o tarifaço de Trump, Alckmin disse que o Brasil está em conversas com o governo estadunidense “pelos canais institucionais e de forma reservada”. Ele não forneceu detalhes sobre quem seriam os interlocutores dos Estados Unidos.

Segundo a Vice-Presidência da República, estiveram presentes os representantes das seguintes empresas e entidades:

  • Nuno Lopes Alves, diretor-geral da Visa;
  • Gustavo Lage Noman, vice-presidente de Assuntos Governamentais da Visa;
  • Márcia Miya, government affairs manager na Apple;
  • Gustavo Dias, head jurídico e de Relações Institucionais da Expedia na América Latina;
  • Yana Dumaresq, diretora de Políticas Públicas da Meta;
  • Daniel Arbix, diretor jurídico do Google;
  • Igor Luna, consultor jurídico da Câmara Brasileira da Economia Digital.

Também participaram do encontro representantes dos Ministérios das Relações Exteriores; da Fazenda; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; e da Vice-Presidência. Esses órgãos também compõem o comitê interministerial.

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Na semana passada, o governo Trump anunciou a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil por supostas práticas desleais. O documento cita a corrupção, o desmatamento, decisões que limitam a atuação das big techs no Brasil e o Pix, que prejudicaria empresas financeiras estadunidenses.

* Texto atualizado às 20h38

Sputnik Brasil: Nove ex-ministros da Justiça assinam documento contra tentativa de interferência de Trump

 19:58 21.07.2025

Sede do Ministério da Justiça do Brasil, em Brasília - Sputnik Brasil, 1920, 21.07.2025

Ex-ministros da Justiça e da Segurança Pública assinaram, nesta segunda-feira (21), um manifesto repudiando a "pretensão de interferência" do presidente dos EUA, Donald Trump, no julgamento do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
O manifesto foi assinado pelos ex-ministros Eugênio Aragão, José Carlos Dias, José Eduardo Cardozo, Miguel Reale Júnior, Milton Seligmann, Nelson Jobim, Raul Jungmann, Tarso Genro e Torquato Jardim.
Os representantes do grupo atuaram nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.
Em carta aberta, os ex-ministros repudiam a alçada autoritária do governo dos EUA e de seu presidente contra a Justiça brasileira e o Estado Democrático de Direito. Segundo o manifesto, seria risível a pretensão de Trump em interferir no julgamento, "se não se revelasse uma afronta inadmissível à nossa soberania, bem fruto do transtorno delirante do atual governo norte-americano".
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração à imprensa durante a Cúpula do BRICS. Rio de Janeiro, Brasil, 7 de julho de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 10.07.2025
Notícias do Brasil
Análise: Trump colocou a família Bolsonaro na linha de fogo e facilitou a vida de Lula e do PT
"Manifestamos, então, na condição de ex-ministros da Justiça e da Segurança Pública, nosso repúdio a esta intervenção abusiva e nossa solidariedade ao STF e aos seus ministros, vítimas de indevida coação, que visa a constrangê-los na sua liberdade de decisão e a retaliar a coragem e a independência de contrariar interesses de grandes empresas norte-americanas", ressaltaram ao final do documento.

 Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250721/nove-ex-ministros-da-justica-assinam-documento-contra-tentativa-de-interferencia-de-trump-41549277.html

Brasil247: Estadão detona Tarcísio por ecoar a 'delinquência bolsonarista'

 

Editorial critica governador de São Paulo por sugerir que eleições sem Bolsonaro seriam ilegítimas e denuncia afronta às instituições democráticas

Tarcísio de Freitas (Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP)
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247 – O jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial contundente contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, acusando-o de ecoar o discurso da “delinquência bolsonarista” ao questionar a legitimidade do processo eleitoral brasileiro. A publicação condena a postura de Tarcísio, que tem defendido Jair Bolsonaro mesmo diante das acusações criminais que podem torná-lo inelegível em 2026.

O Estadão relembra que, em 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi impedido de disputar as eleições quando liderava as pesquisas, situação que gerou críticas da presidente do PT à época, Gleisi Hoffmann, que declarou: “O que estamos denunciando é que o impedimento de Lula (de concorrer à Presidência em 2018) seria uma fraude nas eleições”.

Hoje, observa o jornal, o mesmo discurso é repetido por bolsonaristas, mesmo em situações distintas. Em recente manifestação, Tarcísio afirmou: “Não haverá paz social sem paz política, sem visão de longo prazo, sem eleições livres, justas e competitivas”. A insinuação, segundo o Estadão, é inequívoca: eleições sem Bolsonaro não seriam legítimas.

Hipocrisia escancarada

A publicação evidencia a contradição do governador paulista, lembrando que ele próprio foi eleito em 2022 em eleições que seguiram exatamente as mesmas regras. “Não há notícia de que o sr. Tarcísio tenha considerado injusta a eleição que ele mesmo venceu em 2022. Ou que tenha considerado injusta a eleição de seu padrinho, Jair Bolsonaro, em 2018, a despeito da exclusão de Lula da Silva do páreo”, pontua o editorial.

O texto reforça que o sistema eleitoral brasileiro é regido por normas claras e fiscalizado pela Justiça Eleitoral, e destaca que a inelegibilidade é consequência direta da Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de políticos condenados por órgãos colegiados.

Tarcísio se alinha aos ataques contra a democracia

Para o Estadão, a postura de Tarcísio alimenta a narrativa de deslegitimação das instituições, o que é prejudicial ao país. “Se está realmente interessado na paz, o sr. Tarcísio, justamente pela responsabilidade institucional que tem, deve colaborar para dissipar as desconfianças lançadas por gente que não tem o menor compromisso com a democracia”, afirma o editorial.

O jornal também questiona o vínculo do governador com Bolsonaro, destacando que sua carreira política foi impulsionada pelo ex-presidente, mas isso não poderia justificar a conivência com atos e discursos golpistas. “Seja movido por fidelidade genuína ou cálculo eleitoral, é deplorável que o governador de São Paulo prefira ignorar a gravidade dos fatos, relativizando, na prática, os crimes de que Bolsonaro é acusado e a independência do Supremo Tribunal Federal (STF) para julgá-lo”, sentencia o texto.

O fim da ambiguidade

O editorial conclui afirmando que Tarcísio vinha mantendo uma posição ambígua, tentando parecer distante dos excessos bolsonaristas sem romper com a base radical, mas essa estratégia chegou ao limite após os ataques do clã Bolsonaro ao Brasil com pedidos de intervenção dos Estados Unidos, presidido em segundo mandato por Donald Trump.

“Havia diversas formas politicamente hábeis para Tarcísio demonstrar seu apoio a Bolsonaro sem afronta ao Judiciário. Mas desde que Bolsonaro e seus aliados passaram a atacar o País incitando governos estrangeiros, a escolha se tornou clara: ou se está ao lado do Brasil ou de Bolsonaro. Tarcísio, como se viu, não titubeou”, conclui o Estadão.

Segundo o jornal, o que está em jogo é muito mais do que o destino político de Jair Bolsonaro: é a defesa da sanidade da democracia brasileira.

Fonte:  https://www.brasil247.com/midia/estadao-detona-tarcisio-por-ecoar-a-delinquencia-bolsonarista

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Brasil247: Quaest: 82% dos brasileiros acreditam que emendas parlamentares são alvo de corrupção

Apenas 9% dos brasileiros acreditam que as emendas chegam de fato às cidades para as quais são direcionadas

Congresso Nacional - 16/09/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
Otávio Rosso avatar
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247 - Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (21) pela Genial/Quaest revela um elevado nível de desconfiança da população brasileira em relação ao uso das emendas parlamentares. Segundo o levantamento, 82% dos entrevistados acreditam que esses recursos são alvo de corrupção e não chegam aos seus destinos finais. As informações são da CNN Brasil.

A pesquisa, realizada entre os dias 10 e 14 de julho com 2.004 pessoas, tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%. A informação foi publicada originalmente pela Genial/Quaest em boletim de opinião pública.

Apenas 9% dos brasileiros acreditam que as emendas chegam de fato às cidades para as quais são direcionadas. Outros 9% disseram não saber ou preferiram não responder à pergunta.

Além da percepção negativa sobre o uso das emendas, o levantamento também aponta um desconhecimento generalizado sobre o volume de recursos sob controle dos parlamentares. Ao serem questionados se sabiam que deputados e senadores têm, juntos, R$ 50 bilhões em emendas para destinar a municípios, 72% responderam que não sabiam, enquanto 27% afirmaram ter conhecimento do valor. Apenas 1% não respondeu ou não soube opinar.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/quaest-82-dos-brasileiros-acreditam-que-emendas-parlamentares-sao-alvo-de-corrupcao

Brasil247: Cúpula China-UE em Pequim marca novo capítulo no diálogo estratégico

 

Xi Jinping receberá António Costa e Ursula von der Leyen em encontro que busca reforçar laços econômicos e políticos entre China e União Europeia

Bandeiras União Europeia e China (Foto: Global Times )
José Reinaldo avatar
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247 - A 25ª Cúpula China-União Europeia será realizada no próximo dia 24 de julho em Pequim, com a presença dos principais líderes dos dois lados. A informação foi divulgada pela agência Xinhua nesta segunda-feira (21). O encontro reunirá o presidente chinês, Xi Jinping, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da China, Xi Jinping se reunirá pessoalmente com os líderes europeus durante a visita. Além disso, o premiê chinês, Li Qiang, presidirá conjuntamente a cúpula ao lado de Costa e von der Leyen, destacando a importância política e diplomática do evento para as relações bilaterais.

A cúpula ocorre em um momento crucial da geopolítica internacional, marcado por crescentes tensões comerciais e estratégicas entre potências globais, além de desafios como as mudanças climáticas, a recuperação econômica pós-pandemia e os impactos da guerra na Ucrânia. A expectativa é que os líderes discutam temas como comércio, transição energética, segurança regional e mecanismos de cooperação multilateral.

O encontro também representa uma oportunidade para que Pequim e Bruxelas reafirmem o compromisso com o multilateralismo e o respeito ao direito internacional, em contraste com as políticas unilaterais promovidas por outros atores internacionais, como o governo do presidente dos EUA, Donald Trump.

Nos últimos anos, China e União Europeia têm procurado manter canais de diálogo abertos, apesar das divergências em áreas sensíveis como direitos humanos, políticas industriais e segurança digital. O diálogo de alto nível blocos é essencial para preservar a estabilidade global e promover soluções negociadas para os desafios comuns.

Ainda não foram divulgados detalhes da agenda oficial, mas há expectativa de que os líderes anunciem novos acordos em setores como tecnologia verde, comércio digital e intercâmbio científico, além de reafirmarem compromissos com a reforma da governança global e a revitalização de organismos multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a ONU.

A realização da 25ª Cúpula China-UE é vista como um gesto de boa vontade diplomática e uma tentativa de fortalecer pontes entre o Oriente e o Ocidente, em um momento em que o mundo clama por cooperação, paz e desenvolvimento sustentável.

Fonte:  https://www.brasil247.com/mundo/cupula-china-ue-em-pequim-marca-novo-capitulo-no-dialogo-estrategico

Brasil247: Lula participa hoje de cúpula no Chile em defesa da democracia

 

Diante da ofensiva de Trump contra o Brasil, o encontro no Chile adquire um caráter ainda mais estratégico para o governo Lula

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
José Reinaldo avatar
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247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta segunda-feira (21), em Santiago, no Chile, de uma cúpula internacional que reúne líderes progressistas da América Latina e da Europa para debater a defesa da democracia, o combate à desinformação e a redução das desigualdades sociais. O encontro conta com a presença de Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha), Gustavo Petro (Colômbia) e Yamandú Orsi (Uruguai), e representa um esforço conjunto de países comprometidos com o multilateralismo e a justiça social.

A reunião dá continuidade à iniciativa "Em DEfesa da Democracia", lançada recentemente, e tem como eixos principais o fortalecimento das instituições democráticas, o enfrentamento das fake news e a regulação das tecnologias emergentes. Além dos compromissos diplomáticos, a agenda também inclui um almoço oficial na chancelaria chilena e um encontro com representantes da sociedade civil organizada.

O evento acontece em meio à crescente tensão diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos. No dia 9 de julho, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano. Trata-se da taxa mais alta entre mais de 20 países atingidos pelas novas barreiras comerciais, que passam a vigorar a partir de 1º de agosto.

A decisão de Trump repercutiu de forma contundente em Brasília. Em pronunciamento em rede nacional na última quinta-feira (17), Lula condenou as medidas adotadas por Washington e classificou a decisão como "chantagem inaceitável". O presidente brasileiro também aproveitou a ocasião para criticar duramente setores políticos internos que, segundo ele, apoiam as imposições unilaterais da Casa Branca: “Traidores da pátria não vacilam em aplaudir quem agride o Brasil”, declarou.

A expectativa é que o tema das tarifas comerciais impostas por Trump ganhe espaço nos bastidores e nas falas oficiais da cúpula em Santiago. A reação coordenada dos países participantes poderá influenciar futuras negociações multilaterais, sobretudo no campo da diplomacia econômica e da governança global.

Além disso, os líderes pretendem elaborar propostas que serão levadas para o próximo grande encontro do grupo, previsto para acontecer durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, em Nova York. O objetivo é apresentar uma frente ampla de resistência às ameaças autoritárias e às políticas unilaterais que comprometem a ordem internacional baseada na cooperação entre os povos.

Com o acirramento da retórica antibrasileira por parte do governo norte-americano e os ataques ao Supremo Tribunal Federal por figuras próximas a Trump, o encontro no Chile adquire um caráter ainda mais estratégico para o governo Lula. O Brasil busca reafirmar sua posição em favor do diálogo, da paz e da soberania dos países do Sul Global.

A presença de lideranças como Boric, Petro e Sánchez reforça o alinhamento entre os governos progressistas da região, que enxergam a defesa da democracia não apenas como um princípio institucional, mas como uma agenda concreta de enfrentamento às desigualdades e de promoção dos direitos sociais. Nesse contexto, o evento em Santiago se projeta como um importante fórum de articulação política em meio a um cenário internacional marcado por tensões comerciais, polarização ideológica e desafios globais compartilhados.

 Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/lula-participa-hoje-de-cupula-no-chile-em-defesa-da-democracia

domingo, 20 de julho de 2025

Brasil247: "Trump trata como inimigo qualquer país que queira regular as big techs", diz Sérgio Amadeu

 Sociólogo aponta que ofensiva do presidente dos Estados Unidos contra o Brasil visa proteger interesses das grandes empresas de tecnologia

Sergio Amadeu (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – Em entrevista concedida ao jornalista Mário Vitor Santos no programa Forças do Brasil, da TV 247, o sociólogo e pesquisador da Universidade Federal do ABC (UFABC), Sérgio Amadeu, fez duras críticas à ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. O programa foi ao ar neste sábado, 19 de julho de 2025, com o tema “Trump e Big Techs contra o Brasil” e está disponível no canal da TV 247 no YouTube (assista aqui).

Segundo Sérgio Amadeu, Donald Trump tem atuado abertamente em defesa dos interesses das Big Techs e se coloca contra qualquer tentativa de regulação. Para ele, o objetivo do presidente dos Estados Unidos é proteger os lucros de gigantes como Google, Meta, X (antigo Twitter) e outras, ao mesmo tempo em que cria dificuldades para a soberania brasileira.

 “As Big Techs não são empresas comuns dentro do esquema de poder norte-americano. Elas são estratégicas. Trump deixou isso claro desde a sua posse: qualquer país que tente regular ou taxar essas empresas será tratado como inimigo”, afirmou Amadeu.

O sociólogo destacou que Trump ameaçou o Brasil com tarifas de 50% sobre todos os produtos nacionais e chegou a abrir uma investigação comercial, alegando perseguição do Supremo Tribunal Federal às plataformas digitais e a Jair Bolsonaro.

O Pix como símbolo da resistência brasileira

Sérgio Amadeu apontou ainda que o sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, o Pix, virou alvo do presidente norte-americano por contrariar interesses financeiros de bancos e das próprias plataformas digitais.

 “O Pix prejudicou diretamente os lucros de bandeiras de cartão de crédito, do WhatsApp Pay e dos sistemas financeiros dominados por conglomerados dos Estados Unidos. Isso é visto como um ataque às big techs. Trump quer nos forçar a aceitar uma situação de submissão, onde empresas norte-americanas atuam livremente no Brasil sem pagar impostos nem seguir regras locais.”

Para Amadeu, o Pix representa um avanço da soberania nacional, ao democratizar o acesso a pagamentos sem intermediação de bancos tradicionais.

A falsa liberdade defendida pelos Estados Unidos

Durante a entrevista, o sociólogo expôs a hipocrisia do discurso trumpista sobre liberdade de expressão:

 “Trump fala em liberdade para defender impunidade. Quando as plataformas são obrigadas a retirar conteúdos criminosos, como fake news ou incitação ao golpe, eles dizem que é censura. Mas nos Estados Unidos, eles fazem o mesmo ou até pior, tomando dados sem ordem judicial e invadindo a privacidade dos usuários.”

Ele frisou que a ideia de liberdade propagada por Trump e pela extrema-direita não tem relação com direitos democráticos, mas sim com a dominação pelo poder econômico.

Um chamado pela soberania nacional

Amadeu aproveitou a entrevista para alertar sobre a necessidade do Brasil desenvolver infraestrutura própria e romper a dependência tecnológica do país:

 “O Brasil é o único dos BRICS que não construiu nenhuma infraestrutura de tecnologia da informação independente. Usamos nuvem da Amazon, da Microsoft, da Oracle. Os nossos dados estão expostos. Não podemos confiar em empresas estrangeiras para proteger interesses nacionais.”

O professor fez um apelo direto ao governo brasileiro:

 “O governo precisa parar de priorizar o WhatsApp para comunicação pública. Precisamos de aplicativos próprios, controle de dados, data centers nacionais, soberania tecnológica de verdade.”

Ele também defendeu medidas concretas, como retirar privilégios de agentes norte-americanos em solo brasileiro, como o porte de armas, e acabar com a subserviência histórica das Forças Armadas brasileiras aos interesses dos EUA.

A importância do Brasil reafirmar sua independência

Sérgio Amadeu concluiu que a atual ofensiva de Donald Trump pode servir para o Brasil fortalecer sua soberania em diversas áreas, incluindo economia, tecnologia, cultura e defesa.

 “Nós temos que transformar essa provocação em oportunidade. Trump mostrou ao Brasil que o imperialismo é real, e que temos capacidade de resistir, como mostramos com o Pix. A soberania não é discurso, é prática.”

A íntegra da entrevista está disponível no canal da TV 247 no YouTube: Trump e Big Techs contra o Brasil - Forças do Brasil - TV 247. Assista: https://youtu.be/xlDQ_rPCAqM

Fonte:  https://www.brasil247.com/entrevistas/trump-trata-como-inimigo-qualquer-pais-que-queira-regular-as-big-techs-diz-sergio-amadeu

 

Sputnik Brasil: AGU quer investigação sobre possível lucro de investidores com informação privilegiada sobre tarifaço

Ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias informa sobre Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 1º de julho de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 19.07.2025
A Advocacia-Geral da União (AGU) pretende acionar tanto a Polícia Federal quanto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para apurar se houve obtenção de ganhos por parte de investidores com o uso de informações confidenciais relacionadas ao anúncio do aumento de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
A iniciativa surgiu após uma reportagem exibida pelo Jornal Nacional, da TV Globo, que levantou a hipótese de movimentações atípicas no mercado cambial no dia da divulgação do tarifaço — indícios que poderiam configurar crime de uso indevido de informação privilegiada em operações financeiras.
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou em 9 de julho que produtos brasileiros seriam submetidos a uma sobretaxa de 50%, com vigência a partir de 1º de agosto.
De acordo com a reportagem, um gestor de um fundo de investimentos com sede em Nova York relatou a movimentação de valores entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões na compra de dólares poucas horas antes do pronunciamento de Trump — um comportamento visto como abrupto.
Posteriormente, logo após a confirmação do tarifaço, o movimento foi revertido, com a venda em massa da moeda americana, que já havia se valorizado. O gestor ouvido pela TV Globo sugeriu que esse tipo de movimentação pode indicar que alguém teria lucrado com a oscilação de preços ao ter acesso prévio à decisão sobre a sobretaxa. Desde o anúncio, a moeda norte-americana acumulou alta de 2,6%.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fala durante uma apresentação das realizações do governo federal em Brasília, 3 de abril de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 17.07.2025
Notícias do Brasil
Pesquisa Quaest aponta que Lula lidera todos os cenários eleitorais de 2026 após tarifaço de Trump
"Eu acho que isso é uma caça às bruxas, e acho que é muito lamentável, e ninguém está feliz com o que o Brasil está fazendo, porque Bolsonaro foi um presidente respeitado", disse Trump a jornalistas.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em pronunciamento feito na quinta-feira (17) em cadeia nacional de rádio e TV, classificou a tarifa extra como uma "chantagem inaceitável".
Ele também condenou políticos que apoiaram a sobretaxa, qualificando-os como "traidores da pátria", e declarou que todas as companhias — sejam elas nacionais ou estrangeiras — devem obedecer às leis brasileiras.
Cerca de uma semana após o tarifaço de Trump e após diversas manifestações da família Bolsonaro e do próprio presidente dos EUA utilizando a medida para pressionar contra o processo judicial da tentativa de golpe, Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal nessa sexta-feira (18). Como resultado, ele será obrigado a usar tornozeleira eletrônica.
As ações foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito de um processo que corre em sigilo e que foi protocolado no gabinete do magistrado em 11 de julho — dois dias após o anúncio da tarifa de 50%.
O ex-presidente Jair Bolsonaro durante declaração à imprensa após se tornar réu no STF. Brasília (DF), 26 de março de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 15.07.2025
Notícias do Brasil
Tarifaço escancara racha na direita brasileira e levanta dúvidas sobre bolsonarismo, apontam analistas
Apesar do contexto tenso, o vice-presidente e titular da pasta de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, declarou que a situação não deve afetar as negociações comerciais entre os dois países.
Ele reforçou que a ação da Justiça contra Bolsonaro está sob responsabilidade do Poder Judiciário e destacou que a soberania brasileira não está em negociação.
 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250719/midia-agu-quer-investigacao-sobre-possivel-lucro-de-investidores-com-informacao-privilegiada-sobre-41497696.html

5.580 armas nucleares em prontidão: Rússia declara ameaça estratégica ap...

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Agência Brasil: Em pronunciamento, Lula diz que tarifaço é "chantagem inaceitável"

 

Presidente ressalta que responderá a ameaças dos EUA com diplomacia
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 17/07/2025 - 21:32
Brasília
Pronunciamento do presidente Lula sobre tarifaço dos Estados Unidos
© Divulgação/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a separação dos Poderes e disse que ninguém está acima da lei, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão. Em discurso de cinco minutos, o presidente afirmou que responderá com diplomacia e multilateralismo às ameaças do governo de Donald Trump de impor uma tarifa de 50% a produtos brasileiros nos Estados Unidos, que classificou de "chantagem inaceitável"

Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo julgamento foi citado nas cartas recentes de Trump para justificar o tarifaço, Lula disse que as instituições agem para proteger a sociedade da ameaça de discursos de ódio e anticiência difundidos pelas redes digitais.

“No Brasil, ninguém — ninguém — está acima da lei. É preciso proteger as famílias brasileiras de indivíduos e organizações que se utilizam das redes digitais para promover golpes e fraudes, cometer crime de racismo, incentivar a violência contra as mulheres e atacar a democracia, além de alimentar o ódio, violência e bullying entre crianças e adolescentes, em alguns casos levando à morte, e desacreditar as vacinas, trazendo de volta doenças há muito tempo erradicadas”, declarou o presidente.

Destacando a independência do Judiciário, o presidente disse que não pode interferir em decisões de outros Poderes.

“Contamos com um Poder Judiciário independente. No Brasil, respeitamos o devido processo legal, os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa. Tentar interferir na justiça brasileira é um grave atentado à soberania nacional”, acrescentou.

"Chantagem inaceitável"

Lula ressaltou que o Brasil sempre esteve aberto ao diálogo e tenta negociar com os Estados Unidos desde maio, quando o governo Donald Trump impôs uma tarifa de 10% aos produtos brasileiros. O presidente classificou de “chantagem” o uso de informações econômicas falsas para justificar as ameaças do governo estadunidense.

“Fizemos mais de 10 reuniões com o governo dos Estados Unidos, e encaminhamos, em 16 de maio, uma proposta de negociação. Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos”, declarou.

Afirmou que o governo está se reunindo com representantes dos setores produtivos, da sociedade civil e dos sindicatos para tentar negociar com os Estados Unidos. Segundo Lula, essa é uma grande ação que diversos segmentos da economia, como a indústria, o comércio, o setor de serviços, o setor agrícola e os trabalhadores.

Lula destacou que o Brasil responderá aos ataques do governo Trump por meio da diplomacia, do comércio e do multilateralismo. “Estamos juntos na defesa do Brasil. E faremos isso de cabeça erguida, seguindo o exemplo de cada brasileiro e cada brasileira que acorda cedo, e vai à luta para trabalhar, cuidar da família e ajudar o Brasil a crescer. Seguiremos apostando nas boas relações diplomáticas e comerciais, não apenas com os Estados Unidos, mas com todos os países do mundo”, acrescentou.

Lula lembrou que, em dois anos e meio de governo, o Brasil abriu 379 novos mercados para os produtos brasileiros no exterior. Reafirmou que o governo pode usar todos os instrumentos legais para defender a economia, como recursos à Organização Mundial do Comércio até a Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional.

"Traidores da pátria"

O presidente manifestou indignação pelo apoio de alguns grupos políticos ao ataque tarifário do governo Trump.

“Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no quanto pior, melhor. Não se importam com a economia do país e os danos causados ao nosso povo”, declarou.

Big techs

O presidente acrescentou que a fiscalização das plataformas digitais estrangeiras, um dos itens citados por Trump para justificar a imposição da tarifa, tem como objetivo defender a soberania nacional. Ele ressaltou que todas as empresas que operam no Brasil são obrigadas a cumprir a legislação brasileira.

“A defesa da nossa soberania também se aplica à atuação das plataformas digitais estrangeiras no Brasil. Para operar no nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras são obrigadas a cumprir as regras”, destacou.

Pix

Sobre as reclamações do governo de Trump ao Pix, Lula disse que o governo não aceitará ataques ao sistema de transferências instantâneas, que classificou como um patrimônio do país.

“O Pix é do Brasil. Não aceitaremos ataques ao Pix, que é um patrimônio do nosso povo. Temos um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo, e vamos protegê-lo”, comentou.

Números

O presidente apresentou números para desmentir as alegações do governo norte-americano sobre supostas práticas comerciais desleais por parte do Brasil.

“A primeira vítima de um mundo sem regras é a verdade. São falsas as alegações sobre práticas comerciais desleais brasileiras. Os Estados Unidos acumulam, há mais de 15 anos, robusto superávit comercial de US$ 410 bilhões [com o Brasil]”, declarou.

Em relação ao desmatamento, usado nas alegações de Trump para ameaçar o país, Lula lembrou que o Brasil atualmente é referência mundial na defesa do meio ambiente. “Em dois anos, já reduzimos pela metade o desmatamento da Amazônia. E estamos trabalhando para zerar o desmatamento até 2030”, afirmou.

“Não há vencedores em guerras tarifárias. Somos um país de paz, sem inimigos. Acreditamos no multilateralismo e na cooperação entre as nações. Mas que ninguém se esqueça: o Brasil tem um único dono: o povo brasileiro”, concluiu Lula, ao terminar o pronunciamento.

Maioria da 1ª Turma do STF vota por manter cautelares contra Bolsonaro

 

Entre as medidas impostas está o uso de tornozeleira eletrônica
Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 18/07/2025 - 14:06
Brasília
Brasília (DF), 18/07 /2025  - Bolsonaro fala a imprensa após colocar  tornozeleira na Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal. Foto Antônio Cruz / Agência Brasil
© Foto Antônio Cruz / Agência Brasil

A maioria dos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta sexta-feira (18) por manter a decisão do ministro Alexandre de Moraes que impôs medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica.

Até o momento, além do próprio Moraes, votaram por manter as medidas cautelares os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino. Os ministros Cármen Lúcia e Luiz Fux têm até as 23h59 da próxima segunda-feira (21) para votar.

A Primeira Turma do Supremo é também responsável por julgar uma tentativa de golpe de Estado que teria sido liderada por Bolsonaro, de acordo com acusação formal feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

As medidas cautelares contra o ex-presidente têm relação com a possível obstrução de Justiça e coação no curso do processo dessa ação penal sobre a trama golpista, na qual Bolsonaro é réu, tendo sido apontado como líder do complô.

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A sessão de julgamento sobre as cautelares teve início ao meio-dia, poucas horas depois de a tornozeleira ter sido colocada em Bolsonaro. O ex-presidente foi levado, por volta das 10h desta sexta, até a Secretaria de Administração Penal do Distrito Federal para instalar o equipamento.

Moraes repetiu em seu voto a íntegra da liminar (decisão provisória) em que determinou as medidas cautelares. Além do uso da tornozeleira eletrônica, o ministro impôs a Bolsonaro o recolhimento noturno, entre 19h e 6h, bem como aos fins de semana.

Pela decisão, agora mantida pela maioria da Primeira Turma, Bolsonaro está ainda proibido de se ausentar da comarca do Distrito Federal, não pode se comunicar com seu filho Eduardo Bolsonaro, também investigado, ou com embaixadores e diplomatas de outros países. O ex-presidente não pode se aproximar de embaixadas.

As medidas têm como justificativa o risco de fuga apontado pela Polícia Federal (PF) e pela PGR, bem como para impedir que Bolsonaro continue a atuar em prol de sanções de outros países a autoridades brasileiras.

Decisão

Em sua decisão, Moraes escreveu que Bolsonaro e Eduardo praticam uma “confissão flagrante” dos crimes de coação no curso do processo e obstrução de Justiça ao trabalharem para que o governo dos Estados Unidos aplique sanções contra autoridades brasileiras e o próprio país. Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato de deputado federal e foi morar nos EUA, sob a alegação de perseguição política. A licença termina no próximo domingo (20).

O ministro Alexandre de Moraes citou ainda os possíveis crimes de tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e de ataque à soberania nacional, diante da conduta de Bolsonaro e do filho de condicionarem o arquivamento do processo sobre o golpe à retirada de taxas impostas pelos EUA sobre todos os produtos importados do Brasil.

Neste mês, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a taxação de 50% sobre produtos brasileiros. Entre as justificativas, ele citou o que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro e aliados, devido ao processo em que o ex-presidente é julgado por golpe de Estado.

Coação esdrúxula

Ao votar por manter na íntegra a decisão de Moraes, o ministro Flávio Dino escreveu que a coação contra a Justiça praticada por Bolsonaro e filho “assume uma forma inédita: o ‘sequestro’ da economia de uma Nação, ameaçando empresas e empregos, visando exigir que o Supremo Tribunal Federal pague o ‘resgate’, arquivando um processo judicial instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República, sob a regência exclusiva das leis brasileiras”.

Dino acrescentou que “esse ‘sequestro’ certamente merecerá muitos estudos acadêmicos, inclusive nas Universidades dos Estados Unidos, por seu caráter absolutamente esdrúxulo”.

Defesa

Logo após ter a tornozeleira eletrônica instalada, na Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Bolsonaro parou para falar com jornalistas e disse que o objetivo da medida imposta por Moraes seria promover sua “suprema humilhação”. Ele negou qualquer plano de sair do país para fugir de eventual condenação.

Em nota, a defesa de Bolsonaro disse que “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”.

*Colaborou André Richter.

Sputnik Brasil: Potências europeias fortalecem aliança fora da OTAN diante da incerteza dos EUA, afirma jornal

 

O primeiro ministro britânico, Keir Starmer, à direita, e o presidente de França, Emmanuel Macron, no encontro de líderes europeus para debater sobre a Ucrânia, em Lancaster House, Londres, em 2 de março de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 18.07.2025

Os aliados de Washington na Europa estão se preparando para o fato de que os Estados Unidos não serão mais os principais garantidores da segurança econômica e militar, escreve o jornal The Wall Street Journal.
O jornal destaca que a França, o Reino Unido e a Alemanha estão criando instituições diplomáticas e de defesa paralelas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), tendo preocupações sobre a política atual dos EUA.
 
"Os países [...] da Europa estão construindo instituições diplomáticas e de defesa paralelas para um futuro sem os Estados Unidos como os principais garantidores da segurança econômica e militar", ressalta a publicação.

Segundo o artigo, os líderes europeus olham com cautela para os EUA, um aliado de longa data, porque o presidente norte-americano, Donald Trump, abalou a aliança transatlântica de décadas nos últimos seis meses.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, fala com a mídia ao chegar para uma cúpula da União Europeia (UE) em Bruxelas, 27 de junho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 18.07.2025
Panorama internacional
Novo orçamento proposto por Bruxelas que implica ajuda a Kiev, destruirá UE, alerta premiê húngaro
 
"A OTAN é uma burocracia de defesa em expansão que representa 32 países, alguns dos quais discordam entre si. Autoridades de Berlim, Londres e Paris estão ansiosas por um grupo menor e mais ágil para responder à [...] mudança na relação entre a Europa e os Estados Unidos", aponta o artigo.

Portanto, sublinha a publicação, o fato de que os países-chave europeus querem cooperar entre si na esfera de defesa pode implicar consequências prejudiciais para Washington.

Assim, finaliza o jornal, EUA perderiam os principais aliados na Europa que buscariam novas parcerias estratégicas.
 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250718/potencias-europeias-fortalecem-alianca-fora-da-otan-diante-da-incerteza-dos-eua-afirma-jornal-41467346.html

Brasil247: Depois de ação da PF contra Bolsonaro, Flávio recua e pede que Trump suspenda o tarifaço

 

Medida articulada por Eduardo Bolsonaro fortaleceu o governo, enfraqueceu o bolsonarismo e culminou em tornozeleira eletrônica para Jair Bolsonaro

Eduardo e Flávio Bolsonaro (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
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247 - Horas depois de seu pai, Jair Bolsonaro, ser alvo de operação da Polícia Federal, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se manifestou publicamente nesta sexta-feira (18) em tom de crítica à política comercial dos Estados Unidos. Na postagem, o parlamentar fez um apelo direto ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump, pedindo a suspensão das tarifas impostas ao Brasil. De acordo com Flávio, seria mais apropriado que Trump revogasse a tarifa de 50% imposta às importações brasileiras e, em vez disso, direcionasse sanções contra pessoas específicas.

“O justo seria Donald Trump suspender a taxa de 50% sobre importações brasileiras e meter sanção individual em quem persegue cidadãos e empresas americanas, viola liberdades, usa o cargo público para violar direitos humanos e implodir a democracia de um país para satisfazer seu próprio ego”, escreveu Flávio em seu perfil no X, antigo Twitter, segundo o UOL.

A postagem foi feita poucas horas após Jair Bolsonaro ser alvo de mandados de busca e apreensão, além de ter medidas restritivas impostas, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de utilizar redes sociais. As determinações foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) , no contexto das investigações que envolvem o ex-presidente.

Durante a operação desta sexta-feira, a PF apreendeu US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na residência do ex-mandatário. A suspeita é de que a quantia em dólares pudesse ser utilizada em uma eventual tentativa de fuga. A PF também localizou um pen drive escondido no banheiro da casa de Bolsonaro e uma cópia da petição inicial da rede social Rumble contra Moraes.

Além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro está proibido de acessar redes sociais, deve cumprir recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 7h e está impedido de manter contato com outros investigados ou réus no STF, dentre eles seu próprio filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A Polícia Federal sustenta que Jair Bolsonaro teria financiado uma operação internacional contra a soberania nacional e a independência dos Poderes, segundo apurou o jornalista Valdo Cruz, do g1. Conforme a investigação, tal ofensiva teria surtido efeitos concretos com o tarifaço recentemente anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A articulação teria sido conduzida por Eduardo Bolsonaro, com repasses de recursos feitos diretamente por seu pai.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/depois-de-acao-da-pf-contra-bolsonaro-flavio-recua-e-pede-que-trump-suspenda-o-tarifaco

Brasil247: Bolsonaro será preso se descumprir medidas cautelares, diz decisão de Moraes

 

Decisão impõe tornozeleira eletrônica, proíbe uso de redes sociais e contato com diplomatas e investigados, incluindo Eduardo Bolsonaro

Jair Bolsonaro faz declaração à imprensa em Brasília - 26/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
Otávio Rosso avatar
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247 -  O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), advertiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro poderá ser preso caso desrespeite qualquer das medidas cautelares impostas contra ele. As informações são do jornal O Globo.

"O descumprimento de qualquer uma das medidas cautelares implicará na revogação e decretação da prisão, nos termos do art. 312, § 1º, do CPP", escreveu Moraes, deixando claro que não haverá tolerância em caso de violação das ordens judiciais. A prisão preventiva, prevista em lei, é comum em situações de descumprimento.

A decisão foi tomada no âmbito da operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira, que teve Bolsonaro como um dos alvos. Segundo investigadores, há indícios de que o ex-presidente poderia tentar fugir do país, o que reforçou a necessidade de adoção das medidas restritivas.

Entre as determinações, Bolsonaro deve usar tornozeleira eletrônica, cumprir recolhimento domiciliar noturno e está proibido de acessar redes sociais. Também não pode se comunicar com embaixadores, diplomatas estrangeiros, investigados ou réus no mesmo inquérito — entre eles, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/bolsonaro-sera-preso-se-descumprir-medidas-cautelares-diz-decisao-de-moraes

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Brasil247: Hugo Motta emprega parentes de aliados do Republicanos e mantém servidora fantasma

 

Estudante de medicina morava no RN e estava lotada na Paraíba. Outros contratados têm laços familiares com vereadores e deputados

Hugo Motta (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Guilherme Levorato avatar
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247 - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem utilizado seu gabinete parlamentar para empregar parentes de políticos aliados na Paraíba. De acordo com apuração da Folha de S. Paulo, quatro familiares de lideranças locais do Republicanos trabalharam com Motta em Brasília. Entre eles está Louise Lacerda, apontada como funcionária fantasma, por residir e estudar medicina em tempo integral no Rio Grande do Norte enquanto estava lotada em cargo na Paraíba.

Motta comanda o diretório estadual do Republicanos desde abril de 2018, ano em que se filiou à legenda junto com o pai, Nabor Wanderley, prefeito da cidade de Patos (PB), berço político da família. O partido é hoje a maior bancada na Assembleia Legislativa da Paraíba, com oito deputados estaduais.

Funcionária fantasma segue no cargo - Louise Lacerda é filha de Marcílio Lacerda, ex-vereador de Conceição (PB), e sobrinha do ex-prefeito do município Nilson de Lacerda, ambos filiados ao Republicanos. Mesmo após a denúncia, Louise continua lotada no gabinete de Motta. Procurados pela Folha, os familiares e o próprio presidente da Câmara não responderam aos questionamentos sobre a situação.

Em resposta anterior enviada à Folha, Motta alegou que “preza pelo cumprimento rigoroso das obrigações dos funcionários de seu gabinete, incluindo os que atuam de forma remota e são dispensados do ponto dentro das regras estabelecidas pela Câmara”. Desde então, não voltou a se manifestar sobre o caso.

O deputado ordenou a exoneração de duas das três servidoras envolvidas na reportagem publicada no dia 15 — Gabriela Pagidis e Monique Magno —, mas os desligamentos ainda não constam no boletim oficial da Câmara.

Além de Louise, outros três parentes de políticos do Republicanos foram contratados por Motta, todos com vínculos diretos com vereadores ou deputados estaduais do partido na Paraíba.

Emilia Monteiro, filha da vereadora Lucinha de Milson (Republicanos), atua no gabinete desde agosto de 2019 e recebe salário mensal de R$ 3,2 mil. A mãe cumpre o terceiro mandato na Câmara Municipal de São João do Tigre, cidade do interior paraibano a quase 300 km da capital.

Outro caso é o de Maria Lucena, mãe da vereadora Ybérica Nunes (Republicanos), de Mãe D’Água (PB), município próximo a Patos. Lucena esteve empregada no gabinete de março de 2013 até maio deste ano, com salário de R$ 3,1 mil. Ambas não responderam aos contatos da Folha.

Francisco Claudino Rodrigues Neto, irmão da deputada estadual Danielle do Vale (Republicanos), também teve cargo no gabinete de Motta, entre junho de 2018 e janeiro deste ano, com remuneração mensal de R$ 7,2 mil. Ele ingressou na equipe no ano seguinte à nomeação de sua irmã como secretária de Finanças de Mamanguape (PB), onde a mãe dos dois, Maria Eunice Pessoa, era prefeita. Hoje, Francisco ocupa o cargo de secretário de Esporte do município. Nenhum dos envolvidos comentou o assunto.

Outras funcionárias com dupla jornada - A investigação ainda apontou que três mulheres contratadas como secretárias parlamentares — com jornada de 40 horas semanais e proibição legal de exercer outra função pública — acumulavam os cargos com outras atividades. Uma residia em Brasília e as outras duas, em João Pessoa.

Gabriela Pagidis trabalhava em uma clínica de fisioterapia em Brasília quatro vezes por semana. Já Monique Magno tinha outro vínculo empregatício com a prefeitura da capital paraibana. Ambas foram exoneradas após o início das apurações jornalísticas.

Além de manter essas três funcionárias em situação irregular, Motta já havia contratado cinco parentes delas em seu gabinete ao longo dos últimos anos, evidenciando uma rede de vínculos pessoais e políticos dentro do serviço público.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/nordeste/hugo-motta-emprega-parentes-de-aliados-do-republicanos-e-mantem-servidora-fantasma