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quarta-feira, 4 de junho de 2025

Agência Brasil: Parlamentares do Brics criticam guerra tarifária promovida pelos EUA

 Internacional

Reunião em Brasília defendeu aumento do comércio entre os membros
Lucas Pordeus León - repórter da Agência Brasil
Publicado em 03/06/2025 - 14:04
Brasília
Brasília (DF), 03/06/2025  - 11º Fórum Parlamentar do BRICS  no Congresso Nacional. Reunião de presidentes de comissões de Relações Exteriores. Foto: Lula Marques/Agência Brasil
© Lula Marques/Agência Brasil

Sem citar explicitamente o governo do presidente Donald Trump, parlamentares de países do Brics criticaram, nesta terça-feira (3), em Brasília, a guerra comercial promovida por meio de tarifas adotadas de forma unilateral pelos Estados Unidos (EUA), que impactam os mercados mundiais desde abril deste ano

Na condição de presidente do Brics em 2025, o Brasil sedia, nesta semana, o 11º Fórum Parlamentar do bloco, no qual se deu a reunião dos presidentes das comissões de relações exteriores de 15 países. O grupo inclui membros permanentes e parceiros do principal bloco de economias emergentes do planeta. 

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidiu a reunião, destacando a necessidade de aumentar o comércio entre os países do Brics e criticando medidas tarifárias unilaterais como as tomadas por Trump.

“É grande nossa preocupação com o aumento de medidas protecionistas unilaterais injustificadas, inconsistentes com as regras da OMC [Organização Mundial do Comércio], incluindo o incremento indiscriminado de medidas tarifárias e não tarifárias e o uso abusivo de políticas verdes para fins protecionistas”, destacou o parlamentar.

O representante brasileiro acrescentou que, apesar de um mundo cada vez menos cooperativo, o Brics continua firme “no seu compromisso de lutar pelo multilateralismo”. Ao contrário do bilateralismo ou unilateralismo, o multilateralismo busca construir soluções em conjunto com os países para os problemas comuns do planeta.

A presidência do Brasil no Brics ocorre em meio à expansão do bloco e ao início do novo mandato de Donald Trump, que tem rejeitado o multilateralismo em favor de construir soluções unilaterais ou bilaterais, sendo as bilaterais aquelas acordadas apenas entre dois países. 

Guerra Fria

O vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento da China, deputado Wang Ke, destacou que a mentalidade da Guerra Fria está voltando ao mundo e que “alguns países” estão usando a intimidação unilateral para impor seus interesses.

“Alguns países estão aplicando tarifas em todos os lugares. Eles colocam abertamente seus próprios interesses acima do interesse da comunidade internacional e ignoram o sistema multilateral de comércio e as regras estabelecidas. Infringem gravemente os direitos e interesses legítimos de todos os países”, comentou o parlamentar chinês.

Wang Ke defendeu a unidade do Brics para enfrentar essa situação. “O Brics está se tornando cada vez mais a espinha dorsal da cooperação no Sul Global e o motor do crescimento. Devemos fortalecer a unidade e a cooperação e trabalhar juntos para salvaguardar nossos direitos e interesses legítimos”, concluiu.

O representante do parlamento do Emirados Árabes Unidos, Ali AlNuaimi, destacou que a ordem mundial que surgiu após a 2ª Guerra Mundial não existe mais e defendeu o uso da organização para construção de pontes entre os povos.

“Infelizmente, muitas vezes, existe a ideia de, se eu ganho, você perde. E o princípio do Brics é o princípio de que todos possamos ganhar”, explicou.

 

Brasília (DF), 03/06/2025  - 11º Fórum Parlamentar do BRICS  no Congresso Nacional. Reunião de presidentes de comissões de Relações Exteriores. Foto: Lula Marques/Agência Brasil
11º Fórum Parlamentar do BRICS no Congresso Nacional. Reunião de presidentes de comissões de Relações Exteriores.Lula Marques/Agência Brasil

Moedas locais

A Indonésia, que ingressou no Brics como membro permanente neste ano, foi representada pelo deputado Mardani Ali Sera, que defendeu a expansão do comércio entre os países do Brics usando meios de pagamento com moedas locais. “Essas opções de pagamento reforçam nossa resiliência econômica para lidar com os desafios econômicos recentes”, destacou Ali Sera.

O uso de moedas locais para o comércio entre países do Brics, em substituição ao dólar, é uma das principais propostas do bloco. A ideia é alvo de duras críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, que promete taxar países que substituam o dólar, como forma de preservar a hegemonia da moeda estadunidense no mercado global. 

África

O representante da África do Sul, o deputado Supra Mahumapelo, destacou que seu país tem tidos grandes benefícios como membro do Brics. Ele elogiou o trabalho do banco da instituição, hoje presidido pela ex-presidenta Dilma Rousseff, e defendeu a reforma das instituições multilaterais da ONU. 

“A arquitetura do sistema internacional promove um desequilíbrio pela influência desproporcional dos países desenvolvidos e das grandes corporações. Embora esse desequilíbrio continue no sistema de comércio global, essa arquitetura financeira está enraizada em arranjos unilaterais”, disse o representante sul-africano.

A reforma dos organismos internacionais, como Organização Mundial do Comércio (OMC), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Conselho de Segurança da ONU, está entre as principais demandas do Brics. 

Representando a Nigéria, que ingressou no Brics como membro parceiro neste ano, o deputado Busayo Oluwole Oke também criticou medidas protecionistas e sanções econômicas unilaterais.

“Vemos o início de uma nova ordem mundial com novos desafios. O comércio do Brics não é apenas uma meta, é uma necessidade. E isso se torna ainda mais crucial com as rupturas atuais ainda avançando na arena global do comércio ocidental. Que nós possamos diversificar nossos canais de comércio, menos dependentes de mercados internacionais”, afirmou o nigeriano.

América Latina

Além do Brasil, que é membro permanente do Brics, a América Latina conta com outros dois integrantes: Cuba e Bolívia, que são membros parceiros. A Argentina chegou a ser membro permanente do bloco, mas o presidente de ultradireita Javier Milei decidiu tirar o país da organização após assumir a Casa Rosada

O representante boliviano, o parlamentar Felix Ajpi Ajpi, lembrou que seu país oferece muitas oportunidades para investimentos por possuir as maiores reservas de lítio do planeta, um dos principais minerais usados pela indústria na transição energética.

“Defendemos adicionar mais países para esse sistema moderno [do Brics]. Por isso, a gente agradece ao Brasil por apoiar a gente, para que possamos virar parceiros nesse mundo multipolar, que é uma solução pacífica para o desenvolvimento, já que sofremos muito tempo com o unilateralismo”, disse.

Cuba é outro país que ingressou neste ano como membro parceiro. O vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores de Cuba, Alberto Nuñez Betancourt, destacou que o Brics é um desafio para hegemonia ocidental.

“O desafio dos Brics é promover o Novo Banco de Desenvolvimento [NBD] com uso de moedas locais e criando projetos com apoio financeiro que permitam a países da África e da América Latina explorar planos de tecnologia com melhores condições se comparados àqueles que são impostos pelo FMI”, destacou o parlamentar cubano.

O NDB – banco do Brics - tem atualmente cerca de 100 projetos financiados que somam aproximadamente US$ 33 bilhões. O banco tem um papel central na estratégia do bloco de ampliar os investimentos nos países do bloco e do Sul Global.

Brics

Inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a coalização de países incluiu, no ano passado, como membros permanentes: o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e o Emirados Árabes Unidos.

Neste ano, foi a vez da Indonésia ser incluída como membro permanente. Além disso, em 2025, foi inaugurada a modalidade de membros parceiros, com a inclusão de nove países: Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

Brasil247: Anistia Internacional condena Israel por massacre em Rafah

 Internacional

Organização de direitos humanos exige investigação independente de mais uma grave violação do direito internacional e humanitário

Ataque de Israel em Rafah provoca mais destruição e morte (Foto: EL-Ramadan Abed/REUTERS)
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247 - A Anistia Internacional condenou o recente ataque de forças israelenses contra civis palestinos próximos a um ponto de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, informa o portal Al Mayadeen, com base em informações divulgadas pelo Ministério da Saúde de Gaza e por declarações oficiais da própria Anistia.

De acordo com a entidade internacional de direitos humanos, o episódio exige “uma investigação imediata e independente” para esclarecer as circunstâncias do ataque e garantir que os mandantes e executores sejam responsabilizados. O episódio aconteceu em Rafah, no sul de Gaza, onde dezenas de palestinos aguardavam ajuda humanitária perto de um local previamente designado pelos Estados Unidos e por Israel para distribuição de suprimentos.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ao menos 24 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas quando soldados israelenses abriram fogo contra a multidão. Em comunicado, o movimento Hamas informou que o número total de mortos em ataques a centros de ajuda nos últimos oito dias chegou a 102, classificando a ação como “um dos massacres mais horríveis da memória recente”.

A Anistia Internacional ressaltou que o fornecimento de ajuda deve ocorrer por meios seguros e eficazes, que respeitem a dignidade da população civil e garantam a entrega de suprimentos essenciais sem colocar vidas em risco. “Obstruir a ajuda ou colocar civis em perigo é uma violação grave do direito internacional humanitário”, afirmou a organização.

No mesmo comunicado, a entidade reforçou que, como potência ocupante, Israel tem responsabilidade legal direta de assegurar que as necessidades básicas da população de Gaza sejam atendidas, conforme determina o direito internacional. “A recusa sistemática em permitir a entrada e a distribuição segura de ajuda constitui não apenas negligência, mas uma afronta às normas internacionais mais elementares”, alertou.

Fonte: https://www.brasil247.com/mundo/anistia-internacional-condena-israel-por-massacre-em-rafah  

Brasil247: Rússia e Coreia do Norte aprofundam laços estratégicos com visita de Shoigu a Pyongyang

 Ásia

Enviado de Vladimir Putin discute tratado de parceria com Kim Jong Un em meio a crescentes tensões globais

Kim Jong Un e Sergey Shoigu (Foto: Reuters)
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247 - O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergey Shoigu, desembarcou em Pyongyang nesta quarta-feira (4) para uma visita oficial em nome do presidente Vladimir Putin. De acordo com informações da agência TASS, Shoigu deverá se reunir com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, dando continuidade ao estreitamento das relações entre Moscou e Pyongyang em meio ao crescente isolamento internacional enfrentado por ambos os países.

Esta é a segunda visita de Shoigu à Coreia do Norte em menos de três meses — a anterior ocorreu em 21 de março. Na ocasião, ele foi recebido pessoalmente por Kim e permaneceu por cerca de duas horas em conversa com o líder norte-coreano. O encontro foi descrito como estratégico, e Shoigu afirmou que havia levado uma mensagem direta de Putin a Kim. “Discutimos a situação na Ucrânia e os caminhos para o início de um diálogo entre Rússia e Estados Unidos”, declarou.

Segundo nota divulgada pelo serviço de imprensa do Conselho de Segurança Russo à TASS, o objetivo central desta nova visita é discutir a implementação de pontos específicos do tratado de parceria estratégica abrangente firmado recentemente entre Rússia e República Popular Democrática da Coreia (RPDC). As conversas também devem incluir temas de memória histórica, como os esforços para preservar a lembrança dos combatentes coreanos que participaram da libertação da região de Kursk durante a Segunda Guerra Mundial.

Ainda conforme a agência russa, a agenda da visita contempla temas candentes da geopolítica atual, com destaque para a guerra na Ucrânia. A Rússia vem buscando o apoio político e simbólico de aliados estratégicos como a Coreia do Norte, à medida que as sanções ocidentais se intensificam e as negociações diplomáticas permanecem estagnadas.

A reaproximação entre os dois países tem sido notória nos últimos meses. No mês passado, à margem da 13ª reunião internacional de representantes de alto nível responsáveis por questões de segurança, realizada na Rússia, Shoigu se encontrou com o ministro da Segurança Estatal da Coreia do Norte, Ri Chang Dae, em um gesto que sinaliza a continuidade do diálogo entre os aparelhos de segurança de ambos os países.

A presença constante de altos funcionários russos em Pyongyang e a disposição mútua de ampliar acordos de cooperação sinalizam uma nova etapa nas relações bilaterais, marcada por interesses geoestratégicos comuns. 

À medida que as tensões se agravam no Leste Europeu e no Leste Asiático, a parceria entre Moscou e Pyongyang caminha para uma aliança cada vez mais sólida, amparada em objetivos políticos convergentes e na rejeição às sanções impostas por Washington e seus aliados.

Fonte:  https://www.brasil247.com/mundo/russia-e-coreia-do-norte-aprofundam-lacos-estrategicos-com-visita-de-shoigu-a-pyongyang

Brasil247: STF transmitirá ao vivo depoimento de Bolsonaro a Alexandre de Moraes

 Justiça

Ex-presidente será ouvido na investigação sobre tentativa de golpe; sessões da Primeira Turma começam em 9 de junho com presença obrigatória dos réus

Alexandre de Moraes, invasores em Brasília em 8 de janeiro e Bolsonaro (Foto: Carlos Moura/SCO/STF | ABr | REUTERS/Marco Bello)

247 – O Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou que os depoimentos dos réus investigados por tentativa de golpe de Estado, no âmbito da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, serão transmitidos ao vivo. 

As oitivas ocorrerão entre os dias 9 e 13 de junho e terão início com os acusados do chamado “Núcleo 1” da denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. O primeiro a prestar depoimento será Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e delator no processo. Bolsonaro será o sexto a depor, segundo o cronograma estabelecido pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.

Todos os réus deverão comparecer presencialmente ao plenário da Primeira Turma do STF. Moraes esclareceu que as medidas cautelares impostas aos acusados continuam em vigor. “Não há problemas que réus se cumprimentem, mas continuarão impedidos de conversar. Cada um terá seu espaço reservado”, afirmou o ministro, deixando claro que a proibição de contato entre os envolvidos será respeitada durante as audiências.

A decisão do STF de transmitir os depoimentos ao vivo representa um gesto de transparência diante da gravidade das acusações, que envolvem articulações para desestabilizar o regime democrático. A expectativa é que os interrogatórios esclareçam o grau de envolvimento de cada um dos réus na suposta trama golpista e os vínculos entre militares, ex-assessores e o próprio ex-presidente.

As transmissões devem atrair ampla atenção pública e midiática, especialmente em relação ao depoimento de Bolsonaro. O ex-presidente é investigado por seu possível papel na tentativa de anular o resultado das eleições de 2022 e convocar uma ruptura institucional. A presença de Bolsonaro diante de Moraes, seu principal opositor no Judiciário, será um momento simbólico do processo.

O calendário das oitivas e a ordem dos depoimentos ainda não foram detalhados publicamente, mas a exigência de comparecimento presencial e a decisão de tornar as sessões públicas colocam o STF no centro do debate político e jurídico do país nesta nova etapa das investigações.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/stf-transmitira-ao-vivo-depoimento-de-bolsonaro-a-alexandre-de-moraes

terça-feira, 3 de junho de 2025

Brasil247: O pacto de sangue entre Brasil e China

 Economia

'A relação entre os dois países é um verdadeiro pacto de sangue geopolítico, baseado em necessidades vitais e visão de futuro comum', escreve Miguel do Rosário

Lula e Xi Jinping (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

As relações entre Brasil e China continuam se aprofundando de maneira extraordinária. As exportações brasileiras para a China nos primeiros quatro meses de 2025 (janeiro-abril) totalizaram US$ 28,5 bilhões, o que representou 26,5% do total exportado pelo país no período. Se fossemos contar Taiwan, o total seria de US$ 29,0 bilhões, representando 27,0% das exportações brasileiras. Os principais produtos brasileiros exportados para a China foram soja (US$ 10,8 bilhões), petróleo (US$ 5,3 bilhões), minério de ferro (US$ 5,2 bilhões) e carne bovina (US$ 1,9 bilhão).

Considerando todos os países, esses quatro produtos representaram 37,5% do total das exportações brasileiras em janeiro-abril de 2025. Desse grupo de produtos estratégicos – soja, petróleo, minério de ferro e carne bovina -, a China comprou 57,7% do total exportado pelo Brasil. Esses são os produtos, aliás, que vêm puxando de forma consistente o superávit comercial brasileiro.

Os dados das exportações brasileiras são do ComexStat, banco de dados interativo do Ministério do Desenvolvimento, enquanto os dados das importações chinesas provêm da Alfândega da China.

Não se trata apenas de comércio, porque não são produtos quaisquer, mas de commodities absolutamente críticas para a própria sobrevivência física do povo chinês. Dois desses produtos estão ligados diretamente ao fator mais determinante para a nutrição humana. Tanto a carne bovina quanto a soja são os produtos alimentícios mais ricos no mundo em proteína.

Os outros dois produtos – minério de ferro e petróleo – constituem, por sua vez, insumos também absolutamente estratégicos. O petróleo permanece como a principal fonte de energia no mundo. O minério de ferro é o principal componente para a construção civil, sendo o produto essencial para a produção de aço. Sem minério de ferro, não há aço; sem aço, não há ferrovias, portos ou construção civil na China.

Os produtores brasileiros têm responsabilidade crucial na segurança alimentar chinesa. Na soja, o domínio brasileiro é absoluto: 75% das 100 milhões de toneladas importadas anualmente pela China provêm do Brasil. Nos primeiros quatro meses de 2025, a China comprou 74,1% de toda a soja exportada pelo Brasil. Essa soja sustenta toda a cadeia produtiva animal do gigante asiático, já que 70% do volume importado transforma-se em ração para rebanhos que produzem carne, leite e ovos consumidos por 1,4 bilhão de pessoas.

Paralelamente, o Brasil fornece proteína animal diretamente através da carne bovina, atendendo 12,1% do consumo chinês e superando concorrentes tradicionais como Argentina, Uruguai e Austrália. Em janeiro-abril de 2025, a China adquiriu 54,0% de toda a carne bovina exportada pelo Brasil.

O minério de ferro nacional alimenta igualmente a expansão urbana e industrial chinesa. Representa 8,7% do consumo total e atende entre 20% e 25% das importações. No primeiro quadrimestre de 2025, a China absorveu 65,0% das exportações brasileiras de minério de ferro. Em 2024, as compras chinesas alcançaram US$ 19,9 bilhões, fornecendo matéria-prima para uma indústria siderúrgica que consome 54% de todo o minério importado mundialmente.

No setor energético, o petróleo brasileiro responde por 6% a 8% das importações chinesas. Em janeiro-abril de 2025, a China comprou 37,4% do petróleo exportado pelo Brasil, totalizando US$ 5,3 bilhões. Essa participação diversifica a matriz energética chinesa e reduz vulnerabilidades geopolíticas.

Os números de 2024 dimensionam essa parceria: US$ 31,5 bilhões em soja, US$ 19,9 bilhões em minério de ferro, US$ 19,9 bilhões em petróleo e US$ 8,2 bilhões em carne bovina. Em todos os setores, o Brasil consolidou ou ampliou sua participação na última década.

A China importa 85% da soja consumida, 68% do petróleo, 54% do minério de ferro e 26% da carne bovina.

Entre todas as commodities agrícolas, a soja distingue-se por características nutricionais únicas. Concentra 40% de proteína, superando amplamente milho (8-10%), trigo (12-14%) e outras leguminosas como feijão (20-25%). Além disso, a soja oferece a proteína completa, contendo todos os oito aminoácidos essenciais para nutrição animal e humana.

A produção brasileira de soja concentra-se em grãos. A China processa esse material para extrair óleo e produzir farelo proteico, que concentra entre 44% e 48% de proteína. Esse farelo representa dois terços da produção mundial de ingredientes proteicos destinados à alimentação animal.

A trajetória histórica da soja remonta a cinco milênios. Agricultores do vale do Rio Amarelo domesticaram originalmente essa planta, que permaneceu restrita ao Extremo Oriente durante milênios. Sua expansão para a Europa ocorreu no século XVIII, chegando às Américas apenas no século XX.

A revolução nutricional do século passado transformou definitivamente a pecuária global. Pesquisadores descobriram que a combinação de soja com cereais produz ração altamente eficaz, permitindo aumentos significativos na produção de carne e ovos. Essa descoberta revolucionou os sistemas produtivos animais em escala planetária.

Os dados quantificam a posição brasileira em setores vitais da economia chinesa. Na soja, o Brasil lidera com 75%, seguido pelos Estados Unidos (18%) e Argentina (5%). No minério de ferro, a Austrália domina (60%), mas o Brasil mantém posição sólida (25%). Na carne bovina, a liderança brasileira é clara (45%), seguida por Argentina (15%) e Uruguai (10%). O petróleo apresenta mercado mais diversificado: Arábia Saudita (17%), Rússia (15%), Iraque (12%) e Brasil (8%).

As relações comerciais chinesas com fornecedores externos variam conforme o produto. Na soja, a China importa 85% do consumo total — o maior percentual entre os quatro produtos analisados. No petróleo, a dependência externa atinge 68%. No minério de ferro, 54%. Na carne bovina, 26%.

Limitações ambientais intensificam a necessidade chinesa de parceiros confiáveis. O país utiliza intensivamente suas terras aráveis e enfrenta problemas crescentes de degradação do solo, escassez hídrica e poluição atmosférica.

Do lado brasileiro, as perspectivas mostram-se favoráveis para ampliar o fornecimento de proteína. A região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) adiciona milhões de hectares produtivos. A tecnologia agrícola tropical amplia vantagens competitivas para o agronegócio nacional. As reservas nacionais de minério de ferro de alta qualidade garantem fornecimento por décadas. O pré-sal oferece fonte energética estável para cidades e indústrias chinesas, gerando simultaneamente superávit para o país.

Esta convergência entre necessidades chinesas e capacidades brasileiras cria uma aliança que se aprofunda conforme aumentam as tensões geopolíticas globais. Enquanto potências ocidentais intensificam pressões sobre a China e tentam forçar alinhamentos, o Brasil oferece recursos naturais, tecnologia agrícola e estabilidade institucional. A China retribui com mercado, investimentos e tecnologia industrial.

O Brasil deve aproveitar essa posição para atrair investimentos chineses em infraestrutura. A relação estratégica cada vez mais profunda cria oportunidades para negociar projetos transformadores. A ferrovia bioceânica, que conectará o Atlântico ao Pacífico passando pelo Brasil e Peru, com acesso ao porto de Chancay, representa apenas o início. O país pode atrair investimentos em ferrovias de alta velocidade, sistemas de metrô e VLTs que revolucionem a mobilidade urbana nacional.

Há ainda outro produto cuja exportação para a China está escalando de maneira muito rápida e que não surpreenderia se tornasse também um dos maiores produtos exportados para o gigante asiático em pouco tempo: o café. Os chineses começaram a amadurecer mais seu hábito de consumir café, abrindo perspectivas promissoras para mais essa commodity brasileira.

Como observou Confúcio: “Ter amigos que vêm de longe, não é uma alegria?” No caso desta parceria, a amizade transformou-se num verdadeiro pacto de sangue geopolítico, baseado em necessidades vitais compartilhadas e visão de futuro comum.

dados

Estatísticas. Foto: Reprodução

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

Fonte:  https://www.brasil247.com/blog/o-pacto-de-sangue-entre-brasil-e-china

Portal Vermelho: Petrobras reduz preço da gasolina em 5,6% nas refinarias a partir da terça (3)

Economia

Valor cobrado às distribuidoras cai para R$ 2,85 por litro; impacto pode reduzir inflação de junho em até 0,10 ponto percentual, estimam economistas

Foto: Roberto Parizotti

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (2) que vai reduzir o preço da gasolina A vendida às distribuidoras em 5,6% a partir desta terça-feira (3). Com a medida, o preço médio do litro passará de R$ 3,02 para R$ 2,85, uma queda de R$ 0,17. A decisão segue a tendência observada no mercado internacional de petróleo e reforça a política da estatal de repassar variações externas com parcimônia.

Segundo a empresa, ao considerar a composição da gasolina C vendida nos postos — que contém 27% de etanol anidro— a parcela da Petrobras no preço ao consumidor final será reduzida para R$ 2,08 por litro, o que representa uma diminuição de R$ 0,12 por litro.

Inflação pode cair até 0,10 ponto percentual com impacto da medida

A decisão da estatal deve ter impacto direto na inflação de junho, com analistas estimando um efeito de até -0,10 ponto percentual no IPCA do mês, segundo cálculos de consultorias econômicas. A queda nos preços dos combustíveis, especialmente da gasolina, costuma exercer forte influência no índice oficial de inflação.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já havia sinalizado na semana passada que, caso o barril do petróleo continuasse em baixa, haveria espaço para nova redução. “A empresa acompanha constantemente os fundamentos do mercado global”, afirmou em entrevista.

Combustível da Petrobras está abaixo da média internacional

De acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), com a nova queda, o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras passa a estar 10% abaixo da média internacional. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), por sua vez, calcula que a defasagem atual do combustível no Brasil em relação ao mercado externo está em cerca de 2%.

Essa defasagem vinha sendo criticada por parte do setor privado, que apontava perda de competitividade e estímulo às importações por empresas que não conseguem competir com o preço interno.

Acúmulo de reduções: R$ 0,60 por litro abaixo do valor de 2022, descontada a inflação

Com o corte anunciado, a Petrobras acumula desde dezembro de 2022 uma queda total de R$ 0,22 por litro no preço da gasolina vendida às distribuidoras — o equivalente a 7,3% de redução nominal. Considerando a inflação do período, a queda real no valor acumulado chega a R$ 0,60 por litro, ou 17,5%.

A empresa mantém uma página pública para consulta dos preços praticados e sua formação, como forma de garantir transparência sobre os reajustes e os fatores que influenciam os valores cobrados nas bombas.

Expectativa para o diesel e movimentos futuros

No mês passado, a estatal já havia anunciado uma redução de 4,66% no preço do diesel, o terceiro corte no ano para esse combustível. A queda na gasolina era aguardada por especialistas, diante do comportamento do mercado internacional e da sinalização da Opep+, que anunciou um aumento menor que o esperado na produção de petróleo a partir de julho.

O barril do tipo Brent — referência global — chegou a registrar alta de 2,91% nesta segunda-feira, cotado a US$ 64,61, diante da cautela da Opep+ em elevar a oferta de petróleo.

Com o alívio no bolso dos motoristas, o governo observa com atenção os desdobramentos da redução sobre a inflação e a política de preços da Petrobras, ainda sob debate interno quanto ao modelo ideal para o equilíbrio entre mercado e soberania energética.

Fonte:  https://vermelho.org.br/2025/06/02/petrobras-reduz-preco-da-gasolina-em-56-nas-refinarias-a-partir-da-terca-3/

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Portal Vermelho: Governo lança programa para zerar fila de especialistas no SUS

Com investimento de R$ 2 bilhões por ano, “Agora tem especialistas” mira diagnósticos rápidos, turnos estendidos e 3 mil vagas de residência médica

Ricardo Stuckert / PR Com aposta na telessaúde e equipamentos para radioterapia, Ministério da Saúde vai consolidar a maior rede pública de prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer | Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta sexta-feira (30) a Medida Provisória que cria o programa Agora tem especialistas, com foco em reduzir drasticamente o tempo de espera por atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). A ação prevê apoio federal direto para contratar serviços especializados em parceria com clínicas e hospitais privados.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, será criado um credenciamento contínuo para essas unidades, com investimento de R$ 2 bilhões anuais. “A União autorizará gestores municipais e estaduais a aderir a esse credenciamento, permitindo que contratem esses serviços de forma mais ágil. Caso não consigam, o governo federal também poderá efetuar essa contratação”, afirmou.

A medida também amplia a atuação da AGSUS, antes limitada a territórios indígenas, para qualquer região com necessidade comprovada. “Estamos dando mais um passo para fazer aquilo que é uma obsessão do senhor, presidente. […] Alguns estudos apontam que no Brasil, cerca de 370 mil óbitos aconteceram em 2023 por conta do atraso no diagnóstico”, destacou Padilha.

Super centro de diagnóstico e mais telemedicina

Um dos pilares do programa é a criação de um centro nacional de diagnóstico oncológico, em parceria com o INCA e o AC Camargo Cancer Center, capaz de emitir até 3 mil laudos por dia com base em exames enviados digitalmente de todo o país. “Uma das grandes dificuldades no atendimento oncológico é a biópsia, devido à baixa quantidade de patologistas clínicos no país (cerca de 500 em 2024, contra 2 mil em 2013)”, explicou Padilha.

A expansão da telessaúde também faz parte do plano. A tecnologia já demonstrou reduzir em até 30% a necessidade de consultas presenciais, e será usada para aproximar os grandes centros de cidades do interior. Policlínicas também terão atendimento aos sábados e domingos, com ampliação de horários para cirurgias eletivas e tratamentos oncológicos.

Além disso, a MP prevê que ressarcimentos de planos de saúde ao SUS possam ser trocados por procedimentos realizados em hospitais privados, beneficiando diretamente usuários do sistema público.

Residência médica, unidades móveis e comunicação com pacientes

Para enfrentar a desigualdade na distribuição de especialistas — concentrados em SP, RJ e DF — o programa prevê a abertura de 3 mil novas vagas de residência médica. “Serão abertas 3 mil novas vagas de residência médica”, anunciou o ministro.

O plano inclui ainda 150 carretas equipadas com médicos e aparelhos para exames, minicirurgias e biópsias, que circularão em regiões desassistidas. Também serão adquiridas ambulâncias, vans e micro ônibus com recursos do PAC da Saúde.

Haverá comunicação direta com pacientes da fila do SUS. “A partir de agora, 90 mil pessoas que entraram na fila de regulação do SUS começarão a receber mensagens diretas do Ministério da Saúde sobre o programa, o status de seu atendimento e se o procedimento já foi realizado”, disse Padilha. A meta é usar o aplicativo Meu SUS Digital para expandir essa comunicação a partir de agosto.

“Todos os prestadores de serviço que utilizam recursos do SUS terão de alimentar um banco de dados de saúde do Ministério, permitindo um monitoramento mais transparente dos tempos de espera, como por exemplo, a média de espera para cirurgias oftalmológicas, um dado atualmente indisponível”, completou o ministro.

Lula se emociona e agradece ex-ministra Nísia Trindade

Ao final do evento, Lula fez um agradecimento público à ex-ministra da Saúde, Nísia Trindade, a quem atribuiu parte significativa da estruturação do novo programa, apesar de ela ter sido retirada do cargo no início do ano.

“Queria começar agradecendo a nossa querida companheira Nísia, ex-ministra da Saúde. Ela fez um esforço quase desumano para colocar esse programa em pé. Eu sei o quanto ela trabalhou, o quanto eu cobrei (…) metade disso aqui, ou um pouco mais, é de responsabilidade da companheira Nísia”, disse o presidente, visivelmente emocionado.
“Queria dizer para Nísia que foi um erro meu não ter chamado ela para esse evento de hoje.”

Lula também falou da importância pessoal do projeto. “Esse programa é um sonho da minha vida. Muita gente ainda morre no Brasil. Todo mundo sabe que vai morrer um dia, mas se a gente puder garantir o retardamento da morte, temos obrigação de fazer isso.”

Por fim, a MP também criou 385 novos cargos efetivos na Anvisa, responsáveis pelo controle e fiscalização de novos equipamentos adquiridos com os recursos do programa.

Fonte:  https://vermelho.org.br/2025/06/01/governo-lanca-programa-para-zerar-fila-de-especialistas-no-sus/

Portal Vermelho: Lula vai à França estreitar parcerias entre países em áreas estratégicas

 

Visita acontece de 4 a 9 de junho. Entre agendas de Estado e homenagens, presidente brasileiro deverá assinar novos acordos e parcerias com país europeu

Os presidentes Macron e Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Na próxima quarta-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia sua visita à França, que se estenderá até o dia 9 de junho. Esta será a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro ao país em 13 anos e a segunda de Lula à frente do Brasil. 

“A visita acontece num momento muito positivo do relacionamento bilateral, com aproximação em diversas áreas. Durante sua passagem pela França, Lula terá vários encontros com Emmanuel Macron”, explica o embaixador Flávio Goldman, diretor do Departamento de Europa do Ministério das Relações Exteriores.

Segundo Goldman, durante a visita, serão discutidos o relacionamento bilateral e temas da agenda internacional, como a necessidade de reforma da governança global, a defesa do multilateralismo, o combate ao extremismo e a preparação para a COP 30. 

A programação inclui encontros com o presidente francês, Emmanuel Macron, além de atividades econômicas, culturais e acadêmicas, e cerimônias oficiais que simbolizam o estreitamento da parceria estratégica entre Brasil e França.

Agenda intensa

O primeiro compromisso de Lula em Paris será a cerimônia oficial de chegada ao Pátio de Honra (ou Cour d’Honneur) da Esplanada dos Inválidos, local frequentemente utilizado para cerimônias, desfiles e outros eventos. 

Em seguida, o presidente brasileiro se reúne com Macron no Palácio do Eliseu, sede do governo francês, em um encontro entre as delegações dos dois países, seguido por uma cerimônia de assinatura de atos, além de declarações à imprensa.

Além das agendas de Estado, em sua visita Lula também será agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade de Paris 8, fundada em 1969, como desdobramento dos protestos de Maio de 1968 na França. “Localizada na região periférica de Paris, a universidade foi criada com o propósito de democratizar o ensino superior, sempre tendo forte vínculo com a classe trabalhadora, com públicos marginalizados, estudantes, cientistas e imigrantes. Portanto, uma instituição comprometida com políticas sociais”, disse Goldman.

Lula também será homenageado pela Academia Francesa, equivalente à Academia Brasileira de Letras. Ele será o segundo brasileiro, depois de Dom Pedro II, desde 1635 — quando a instituição foi criada — a receber a rara homenagem, concedida a apenas 19 chefes de Estado até hoje.

Dentre as atividades que Lula cumprirá está prevista, ainda, a visita de Lula e Macron a um dos marcos da programação do Ano do Brasil na França para a Expo França 2025, no Grand Palais. 

Também consta da agenda a participação de Lula na sessão do Fórum Econômico Brasil-França. O encontro reunirá autoridades e líderes empresariais de ambos os países para discutir temas como transição energética, inovação, infraestrutura e oportunidades de negócios e investimentos.

No dia 7 de junho, Lula e Macron seguem para Toulon, no sul da França, onde visitam a base naval da Marinha Francesa — o que, segundo o governo, reforça  “a parceria estratégica e a cooperação em temas de defesa e segurança”. 

Outra importante atividade é a participação de Lula, no dia 8, de evento em Mônaco sobre a economia azul, com enfoque na questão da utilização econômica e mobilização de financiamento para a conservação dos oceanos. 

No dia seguinte, o presidente vai a Nice para a Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos. A conferência busca promover o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 14, da Agenda 2030, que é dedicada à conservação e uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos. Ao todo, são esperados 60 chefes de Estado para a atividade. 

De acordo com embaixador Carlos Cozendey, secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Itamaraty, “o presidente Lula foi convidado a participar da primeira sessão da conferência, e para co-presidir o primeiro painel junto com o primeiro-ministro da Grécia, Kyriákos Mitsotákis”. 

Ainda segundo o diplomata, “o Brasil está promovendo alguns desses eventos: um sobre oceanos e mudança do clima, Making Waves from Paris to Belém, fazendo conexão entre a conferência dos oceanos e a COP em Belém, e um painel sobre cultura oceânica, com a Unesco, que dá relevo ao compromisso brasileiro de incluir cultura oceânica nos currículos da educação básica”. 

Parceria Brasil-França 

Em 2024, durante visita ao Brasil do presidente Emmanuel Macron, foi assinado o Novo Plano de Ação da Parceria Estratégica, renovando as bases das relações bilaterais. O documento é dividido em 24 capítulos, que versam sobre temas como a cooperação em defesa; questões transfronteiriças; em ciência, tecnologia e inovação; e meio ambiente, entre outros.

Leia também: Em parceria Brasil-França, Lula e Macron lançam submarino Tonelero

Como desdobramento dessas relações, está o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), orçado inicialmente em € 6,7 bilhões e hoje em torno de € 8,6 bilhões. Trata-se do maior projeto de cooperação internacional na área de defesa desenvolvido pelo Brasil. O objetivo da iniciativa é dotar o Brasil da capacidade de projetar e de construir, de forma autônoma, submarinos de propulsão nuclear.

Na área econômica, diz o embaixador Goldman, a França é também um importante parceiro. “A nossa corrente comercial atingiu US$ 9,1 bilhões em 2024, alta de 8% em relação ao ano anterior. Também é um importante investidor no Brasil, terceira origem de investimentos diretos no país, com US$ 66,3 bilhões em estoque, volume que vem registrando crescimento nos últimos anos”, explica. 

Acordos previstos

Segundo o governo brasileiro, estão previstas, ainda, assinaturas de importantes atos e acordos internacionais, sobretudo nas áreas de energia, saúde, educação, ciência e tecnologia e segurança e ainda são esperados anúncios relevantes na área de investimentos. 

Na área de clima e energia, há expectativa de adoção de uma nova declaração dos dois líderes sobre a mudança do clima. Também devem ser anunciadas novas iniciativas de cooperação na área da educação, entre instituições universitárias francesas e brasileiras. No âmbito da saúde, é esperado o anúncio de novas ações de cooperação entre a Fiocruz e o Instituto Pasteur, envolvendo a produção de vacinas.

No que diz respeito à ciência, tecnologia e inovação, espera-se o lançamento de um diálogo digital que vai permitir o fortalecimento da cooperação em áreas essenciais como inteligência artificial, computação de alto desempenho e semicondutores.

Quanto à segurança, estão previstas parcerias de fortalecimento da cooperação entre as instituições brasileiras e francesas.

Com informações da Agência Gov

Fonte:  https://vermelho.org.br/2025/06/01/lula-vai-a-franca-estreitar-parcerias-entre-paises-em-areas-estrategicas/

Brasil247: Nova rodada de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia será realizada em Istambul

 Mundo

Reunião acontece no Palácio Ciragan, com trocas de memorandos e presença das delegações renovadas; clima é de tensão após ataques e críticas mútuas

Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, preside uma reunião entre negociadores ucranianos e russos em Istambul, Turquia, em 16 de maio de 2025. (Foto: Arda Kucukkaya/MRE da Turquia)

247 – Rússia e Ucrânia voltam a se encontrar neste domingo (2), em Istambul, para uma nova rodada de negociações diretas que pode abrir caminho para um eventual cessar-fogo. O encontro, marcado para as 13h (horário local e de Moscou), será realizado no histórico Palácio Ciragan. As informações foram divulgadas pela agência russa TASS, que acompanha de perto os desdobramentos diplomáticos do conflito.

O anúncio do novo encontro foi feito em 28 de maio pelo chanceler russo, Sergey Lavrov. “O lado russo, conforme o combinado, desenvolveu prontamente um memorando correspondente, que define nossa posição sobre todos os aspectos para superar de forma confiável as causas do conflito. Nossa delegação está pronta para apresentar este documento à delegação ucraniana e fornecer os esclarecimentos necessários”, declarou Lavrov.

A delegação russa, liderada pelo assessor presidencial Vladimir Medinsky, será a mesma da primeira rodada realizada em 16 de maio. Participam também o vice-chanceler Mikhail Galuzin, o chefe da Inteligência Militar Igor Kostyukov e o vice-ministro da Defesa Alexander Fomin. Já o lado ucraniano, chefiado pelo ministro da Defesa Rustem Umerov, chega com mudanças significativas: três novos nomes integram a comitiva, incluindo o deputado Yury Kovbasa e altos funcionários do Estado-Maior das Forças Armadas.

Durante o primeiro encontro, após mais de três anos sem conversas diretas, Rússia e Ucrânia acertaram um plano de troca de prisioneiros na proporção de “1.000 por 1.000”, o que se concretizou. As duas delegações também se comprometeram a apresentar suas visões sobre um possível cessar-fogo. A retomada do diálogo ocorreu por iniciativa do presidente russo Vladimir Putin, após uma conversa telefônica com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que está em seu segundo mandato desde janeiro de 2025.

No entanto, o clima entre os dois lados permanece tenso. O Ministério da Defesa russo relatou ataques com drones ucranianos contra bases aéreas em cinco regiões da Rússia. A porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, acusou Kiev de reagir com “alegria infernal” à destruição de pontes nas regiões de Kursk e Bryansk. “Zelensky montou um circo em torno das negociações”, disse Zakharova, referindo-se às pressões externas sobre o governo ucraniano e à relutância inicial de Kiev em aceitar os termos propostos por Moscou.

Ainda segundo Zakharova, há curadores ocidentais que não abandonaram o plano de impor à Rússia uma derrota estratégica. “Eles voltaram ao histrionismo, produziram o mesmo ruído não construtivo de antes. Mas, no fim, sentaram-se à mesa de negociação e firmaram o maior acordo de troca de prisioneiros da guerra”, afirmou.

O local do encontro também tem valor simbólico. O Palácio Ciragan, antigo palácio otomano transformado em hotel de luxo, está a poucos metros do gabinete presidencial de Dolmabahçe, onde também ocorreram negociações anteriores, incluindo as de 2022. Lavrov elogiou a escolha do local. “Istambul é muito boa”, disse ele, descartando outras opções como o Vaticano ou Genebra, que chegaram a ser cogitadas.

A presença de representantes dos Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido é esperada em Istambul, mas Moscou minimiza qualquer participação direta de intermediários. “Sabemos dos movimentos desses países, mas a iniciativa do presidente Putin é por negociações bilaterais diretas”, reforçou Zakharova. O enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg, também confirmou que os países ocidentais estarão presentes apenas como observadores.

A imprensa russa também noticiou ameaças de grupos extremistas ucranianos à família de Medinsky, chefe da delegação russa. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, qualificou a situação como “escandalosa e sem precedentes”. Medinsky, inclusive, foi incluído no banco de dados do site extremista ucraniano Mirotvorets, que cataloga supostos “inimigos da Ucrânia”.

Com a troca de memorandos e a expectativa de discussões mais concretas sobre um cessar-fogo, o encontro de hoje em Istambul poderá representar um passo importante para a redução das hostilidades, apesar do ambiente ainda marcado por ataques e retórica agressiva de ambos os lados.

Fonte:  https://www.brasil247.com/mundo/nova-rodada-de-negociacoes-diretas-entre-russia-e-ucrania-sera-realizada-em-istambul

Brasil247: Claudia Sheinbaum comemora “sucesso completo” da eleição judicial no México

 América Latina

México realiza primeira eleição judicial da história

Claudia Sheinbaum (Foto: Telesur)
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247 - Em um feito inédito na história do México, a população foi às urnas no domingo (1) para eleger, de forma direta, os integrantes do Poder Judiciário, incluindo ministros da Suprema Corte, magistrados e juízes. A presidente do país, Claudia Sheinbaum, saudou a eleição como um “sucesso completo” e classificou o momento como um divisor de águas na construção de um Estado verdadeiramente democrático. As declarações foram dadas por Sheinbaum em mensagem divulgada nas redes sociais.

"A histórica eleição do Judiciário em 1º de junho foi um sucesso completo", afirmou a chefe de Estado, destacando que quase 13 milhões de cidadãos participaram do processo eleitoral. "Hoje, milhões de pessoas votaram livremente nos novos guardiões da justiça", declarou, ressaltando a importância do protagonismo popular na definição das autoridades judiciais.

Segundo Sheinbaum, o pleito marca uma ruptura com as práticas do passado, quando parte significativa dos cargos no Judiciário era ocupada por indicações baseadas em laços de parentesco. "Metade do Poder Judiciário, segundo seu próprio presidente, chegou aos seus cargos por nepotismo — irmãos, primos, sobrinhos, cunhados de algum magistrado, ministro; não por ter participado de uma carreira judicial", criticou.

Ao comemorar o novo cenário, Sheinbaum afirmou: "O poder está no povo, não mais nas mãos de poucos", e citou o ideal do presidente Benito Juárez como inspiração para a nova era: “‘Fora da lei, nada; acima da lei, ninguém’. Ou seja, um verdadeiro Estado de Direito”.

Durante seu pronunciamento, a presidente também exaltou o momento político que vive o país: "Somos um país livre, soberano e independente, tornando-nos mais justos e democráticos a cada dia", concluiu.

Apesar do entusiasmo do governo, os dados oficiais divulgados pelo Instituto Nacional Eleitoral (INE) indicam uma participação popular ainda modesta. Em entrevista coletiva, a presidente do INE, Guadalupe Taddei, informou que a estimativa de comparecimento às urnas ficou entre 12,57% e 13,32% dos quase 99 milhões de eleitores registrados no país.

Taddei explicou que a projeção foi feita a partir de uma amostragem de 1.644 seções eleitorais distribuídas nacionalmente, utilizando modelos estatísticos de alta precisão. Segundo ela, os resultados consolidados serão divulgados nos próximos dias, seguindo uma ordem pré-estabelecida.

Primeiramente, serão conhecidos os nomes dos ministros eleitos para a Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN). Em seguida, serão divulgados os resultados referentes ao Tribunal Disciplinar Judicial, ao Tribunal Eleitoral do Poder Judiciário da Federação (TEPJF), às câmaras regionais eleitorais e, por fim, aos juízes de circuito e distritais.

O processo representa uma profunda transformação na estrutura democrática mexicana. Embora a taxa de participação não tenha sido alta, o significado político do evento é inegável: pela primeira vez, a cidadania teve voz direta sobre o comando do Judiciário, um os três pilares do Estado.

O México, que há décadas busca superar os resquícios de um passado autoritário, inaugura com esta eleição judicial um novo capítulo, em que o povo se torna protagonista também no campo da Justiça. 

Fonte:  https://www.brasil247.com/americalatina/claudia-sheinbaum-comemora-sucesso-completo-da-eleicao-judicial-no-mexico

Brasil247: Entenda como o pix automático vai revolucionar os pagamentos recorrentes e o sistema de crédito no País

 Economia

Nova funcionalidade do Banco Central estreia neste mês e deve substituir o débito automático, facilitar a vida do consumidor e reduzir a inadimplência

Pix (Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil)
247 – O Banco Central do Brasil lança oficialmente nesta quarta-feira, 4 de junho, em São Paulo, o pix automático, funcionalidade que promete transformar a forma como os brasileiros realizam pagamentos recorrentes. A operação começa efetivamente no dia 16 e permitirá autorizações prévias para cobranças periódicas, como contas de telefone, academias, escolas, condomínios e serviços por assinatura. 

Com o pix automático, o cliente poderá agendar pagamentos recorrentes diretamente pelo aplicativo bancário, sem precisar autorizar manualmente cada transação, segundo informa o Valor Investe. Os débitos serão feitos de forma automática, desde que haja saldo na conta e autorização prévia. “A solução de fato mudará a experiência de uso e criará uma relação mais equilibrada entre a empresa e seu pagador”, afirma Angelo Russomanno, diretor de pagamentos para pessoa jurídica do Itaú Unibanco.

A novidade funcionará para contas com vencimentos semanais, mensais, trimestrais, semestrais ou anuais, sem limite de agendamentos. O pagador poderá definir um teto de valor, enquanto a empresa que cobra também poderá estabelecer limites mínimos. Caso não haja saldo na data de vencimento, o sistema tentará realizar a cobrança duas vezes no mesmo dia e até três vezes posteriormente, conforme as regras definidas pelo BC.

Segundo o Banco Central, o objetivo é substituir o tradicional débito automático, o DDA (Débito Direto Autorizado) e até o uso de cartões de crédito para recorrência, o que pode reduzir a inadimplência por esquecimento. Denis Silva, CEO do Efí Bank, avalia: “Essa inovação chega em boa hora. Enxergamos o pix automático como o próximo grande diferencial competitivo para nossos clientes”.

O BC iniciou uma bateria de testes em 28 de fevereiro, que segue até 6 de junho, para garantir a estabilidade da nova funcionalidade. Estão sendo avaliados aspectos técnicos, como conectividade entre instituições financeiras, APIs e experiência do usuário. “Os testes estão evoluindo conforme as expectativas”, informou o órgão.

Além dos testes homologatórios, bancos como Itaú e plataformas como Efí Bank já preparam ambientes de simulação (sandbox) para que seus clientes possam integrar o pix automático com tranquilidade desde o primeiro dia. A expectativa é que empresas de setores como telefonia, energia, streaming, educação, saúde e provedores de internet sejam os principais beneficiados com a novidade.

“O pix automático supera as limitações do débito automático tradicional e traz uma solução moderna, econômica e integrada ao ecossistema Pix”, complementa Denis Silva.

As empresas poderão centralizar seus recebimentos por meio de um único provedor, com acesso a mais de 900 instituições financeiras integradas ao Pix. A adoção da nova funcionalidade deve ampliar o alcance dos pagamentos recorrentes, facilitar a conciliação financeira e fidelizar os clientes. De acordo com o Itaú, o uso de soluções de recorrência como o pix automático pode aumentar em até 30% os índices de pagamento em comparação com boletos e QR Codes.

Outro avanço importante é a integração com o sistema de Open Finance. Instituições Iniciadoras de Transação de Pagamento (ITPs) também estão em fase de testes para operar o pix automático. O usuário poderá autorizar pagamentos diretamente no site ou app da empresa, sendo redirecionado ao app do banco sem necessidade de QR Code. Os testes com ITPs seguem até 15 de junho e apenas as aprovadas poderão oferecer a solução.

Para o presidente da Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamentos (INIT), Jonatas Giovinazzo, e o diretor-executivo da entidade, Gustavo Lino, a funcionalidade é resultado do amadurecimento do Open Finance no Brasil: “As instituições estão engajadas e acreditamos num impacto significativo desde o primeiro dia de operação”.

Com a chegada do pix automático, o Brasil avança mais um passo rumo à modernização dos meios de pagamento, promovendo maior eficiência, controle e praticidade para consumidores e empresas, e abrindo caminho para transformações no sistema de crédito e nas relações financeiras cotidianas.

Fonte:  https://www.brasil247.com/economia/entenda-como-o-pix-automatico-vai-revolucionar-os-pagamentos-recorrentes-e-o-sistema-de-credito-no-pais

quinta-feira, 29 de maio de 2025

VERMELHO: Desemprego cai; ocupações com carteira assinada e salários crescem

 Economia

Taxa de 6,6% de desempregados é o menor para o trimestre terminado em abril desde 2012; formais têm recorde de 39,6 milhões e rendimento cresce 3,2% sobre igual período de 2024

Lula em cerimônia na cidade de Salgueiro (PE). Foto: Ricardo Stuckert

O desemprego no Brasil atingiu seu menor índice em 13 anos para o trimestre encerrado em abril, ficando em 6,6%. Com isso, o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu patamar recorde de 39,6 milhões. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O atual patamar de pessoas empregadas resulta de um crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 3,8% ante igual trimestre do ano passado.

Quanto ao desemprego, a taxa de 6,6% indica estabilidade sobre o trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025 — quando ficou em 6,5% — e queda de um ponto percentual frente ao mesmo trimestre do ano anterior.

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No que diz respeito à taxa composta de subutilização da força de trabalho, o índice ficou em 15,4%, resultado também considerado estável na comparação trimestral (15,5%). Na comparação anual, houve queda de dois pontos percentuais. Essa taxa é a forma como o IBGE nomeia o percentual de pessoas desempregadas e subempregadas por insuficiência de horas trabalhadas e a força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada.

De acordo com a pesquisa, de fevereiro a abril de 2025, cerca de 7,3 milhões de pessoas estavam desempregadas no país, indicador que também aponta para estabilidade quando comparado ao trimestre móvel anterior (novembro de 2024 a janeiro de 2025), no qual 7,2 milhões de pessoas não tinham ocupação.

Por outro lado, quando esse número é analisado frente a igual trimestre do ano anterior — com 8,2 milhões de pessoas desocupadas — houve recuo de 11,5%, uma redução de 941 mil pessoas desocupadas na força de trabalho.

O cenário positivo do mercado de trabalho pode também ser constatado pelo dado inverso da pesquisa. A quantidade de pessoas ocupadas no trimestre encerrado em abril deste ano era de aproximadamente 103,3 milhões, marcando estabilidade sobre os três meses anteriores. Já na comparação anual, ocorreu alta de 2,4%, com mais 2,5 milhões de pessoas trabalhando.

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O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), por sua vez, atingiu 58,2%, ficando estável ante o trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025 (58,2%). Confrontado ao mesmo trimestre do ano anterior (57,3%), esse indicador também teve variação positiva de 0,9 p.p. 

De acordo com William Kratochwill, analista da pesquisa, “a estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma o que o primeiro trimestre apontou, ou seja, uma boa capacidade de absorção dos empregos temporários constituídos no último trimestre de 2024”.

Caged

Os dados da Pnad convergem com os que foram apresentados nesta quarta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) relativos ao Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Segundo essas informações, o Brasil fechou o mês de abril com saldo positivo de 257,5 mil empregos com carteira assinada. No ano, o acumulado foi superior a 922 mil vagas geradas.

Ao todo, no mês de abril, houve de 2.282.187 admissões e 2.024.659 desligamentos. Nos últimos 12 meses (de maio de 2024 a abril de 2025), o saldo positivo é de 1.641.330 novas vagas formais.

Ainda segundo o MTE, em relação à quantidade total de vínculos celetistas ativos, o país registrou, em abril, um saldo superior a 48 mil vínculos, o que representa uma variação de 0,54% em relação ao estoque do mês anterior.

O setor que registrou maior avanço nos empregos formais em abril foi o de serviços, com a criação de mais de 136 mil postos. Em seguida veio o comércio, com 48 mil, enquanto a indústria respondeu por 35 mil. Em seguida figuram os segmentos da construção, com 34,3 mil vagas, e da agropecuária, com pouco mais de 4 mil.

Informalidade menor, rendimento maior

Outro dado positivo trazido pela Pnad do IBGE trata da taxa de informalidade na população ocupada, que foi de quase 38% 37,9%, equivalente a 39,2 milhões de trabalhadores. O índice representa redução quando comparado ao trimestre móvel anterior (38,3%), assim como ao mesmo trimestre de 2024 (38,7%). 

Segundo o IBGE, “a queda na informalidade é consequência da estabilidade do contingente de trabalhadores sem carteira assinada (13,7 milhões), acompanhada da estabilidade do número de trabalhadores por conta própria (26,0 milhões) na comparação trimestral e aumento de 2,1% no confronto anual”.

“O mercado de trabalho apresentando níveis mais baixos de subutilização da população em idade de trabalhar, como vem acontecendo, naturalmente impulsiona as contratações formalizadas, uma vez que a mão de obra mais qualificada exige melhores condições de trabalho”, argumenta Kratochwill.

Esse conjunto de dados positivos levou também a um incremento da massa salarial. O rendimento real habitual dos trabalhadores foi R$ 3.426 no trimestre de fevereiro a abril de 2025, ficando estável, mas com crescimento de 3,2% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior.

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Já a massa de rendimento real habitual (a soma das remunerações de todos os trabalhadores) atingiu R$ 349,4 bilhões, novo recorde, ficando estável no trimestre e aumentando 5,9% (mais R$ 19,5 bilhões) no ano. 

“A massa de rendimento alcançou esse pico devido à estabilidade do nível da ocupação, além de aumentos pontuais da população ocupada com carteira de trabalho assinada nos setores privado e público”, pontua o pesquisador do IBGE.

Também segundo o Caged, divulgado pelo MTE, os dados relativos aos salários foram favoráveis, com os salários crescendo em abril. O valor médio real de admissão foi de R$ 2.251,81, aumento de R$ 15,96 (+0,71%) em relação a março de 2025. Na comparação com abril do ano anterior, o ganho real foi de R$ 6,62, representando uma alta de 0,28%, já descontados os efeitos sazonais.

Fonte:  https://vermelho.org.br/2025/05/29/desemprego-cai-ocupacoes-com-carteira-assinada-e-salarios-crescem/

EUA ordenam que bancos cancelem comércio com China e ameaçam punir renda...

VERMELHO: Mais de 1.200 oficiais israelenses pedem fim da guerra e denunciam abuso


Carta aberta denuncia guerra “imoral” em Gaza e alerta para crimes de guerra; oficiais da ativa e da reserva rompem silêncio e desafiam governo e comando militar

Um grupo de mais de 1.200 oficiais das Forças de Defesa de Israel (IDF), incluindo membros da Força Aérea na ativa e na reserva, assinou uma carta aberta nesta terça-feira (28) exigindo o fim da guerra em Gaza.

No texto, os signatários acusam o governo de conduzir uma guerra de motivação política, afirmam que a continuidade do conflito contraria a segurança nacional e alertam para a possibilidade de crimes de guerra.

“Continuar a guerra vai contra a vontade da esmagadora maioria da população, resultará na morte de reféns, soldados das FDI e civis inocentes, e pode até levar à prática de crimes de guerra”, afirma o documento, segundo reportagem do jornal Haaretz.

A carta também denuncia que o objetivo real da operação militar seria “preparar a ocupação de Gaza e implementar a visão messiânica de uma pequena minoria da sociedade israelense”.

Dissidência militar ganha força

Os autores desta nova carta são os mesmos que já haviam redigido, no mês passado, uma declaração pública com conteúdo semelhante. Na ocasião, cerca de mil integrantes da Força Aérea assinaram o documento, alguns dos quais foram dispensados do serviço de reserva após decisão do chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir.

A repressão, no entanto, não freou o movimento: semanas depois, outros 1.500 veteranos de unidades de elite e da infantaria se somaram ao apelo pelo fim da guerra e pelo retorno imediato dos reféns.

Nesta semana, um novo episódio marcou a crise interna nas IDF. O capitão Ron Feiner, de 26 anos, se recusou a continuar servindo após mais de 270 dias de missões como comandante de pelotão da Brigada Nahal.

Preso por 20 dias, ele declarou estar horrorizado com a guerra antes de ser conduzido à prisão militar. “Estou horrorizado com a guerra interminável, com o descaso em relação aos reféns e com a morte implacável de inocentes. A prisão não vai me silenciar nem me intimidar”, disse.

Clamor social e críticas ao governo Netanyahu

A publicação da carta ocorre no marco simbólico dos 600 dias da ofensiva israelense contra Gaza, iniciada em outubro de 2023. Ao longo desse período, o apoio popular à guerra tem diminuído significativamente.

Pesquisa recente do Canal 12 apontou que 61% dos israelenses defendem o fim do conflito e o retorno dos reféns, enquanto 62% rejeitam a proposta de reassentamento forçado da população palestina — parte do plano apoiado por Netanyahu e pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

Além das cartas e declarações militares, a pressão também vem das ruas. Manifestações frequentes ocorrem em Tel Aviv e em frente à Knesset, com destaque para a mobilização de mães de soldados e familiares de reféns.

Protestos também se espalham entre a comunidade israelense no exterior, com atos convocados em cidades como Paris, Londres, Berlim e Bruxelas.

Governo é acusado por ex-premier e por presidente de Israel

A nova onda de críticas à guerra foi precedida por declarações contundentes de figuras centrais do establishment israelense. Em artigo publicado pelo Haaretz, o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert afirmou que Israel está cometendo “matança indiscriminada, ilimitada, cruel e criminosa de civis”, fruto de uma política “consciente, perversa e maliciosa”.

Para Olmert, trata-se de uma campanha com intenção deliberada de extermínio, negando alimentos, remédios e suprimentos básicos à população de Gaza.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, também rompeu o silêncio institucional e criticou abertamente o governo por abandonar a prioridade de salvar os reféns. “Estou chocado com o fato de a questão dos reféns ter saído do topo das prioridades. Devemos manter isso no centro do debate nacional”, disse durante palestra na Universidade de Tel Aviv.

Mesmo dentro da oposição parlamentar, a guerra em Gaza tem sido contestada. O ex-major-general Yair Golan, hoje líder do partido Os Democratas, declarou que “um país são não mata bebês por hobby” e comparou Israel ao regime de apartheid da África do Sul. Após a fala, Golan foi hostilizado em um evento no sul do país, mas respondeu: “Vocês não vão me fazer odiá-los. Sou um homem corajoso”.

Fonte:  https://vermelho.org.br/2025/05/29/mais-de-1-200-oficiais-israelenses-pedem-fim-da-guerra-e-denunciam-abuso/

VERMELHO: Lula reafirma compromisso com segurança hídrica e indústria do Nordeste

Fluxo hídrico do São Francisco é duplicado e Lula anuncia R$ 10 bi para indústria. Medidas combatem desigualdades e promovem desenvolvimento no semiárido

8.05.2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à estação de bombeamento da EBI-3, no Sitio Negreiros. Salgueiro - PE. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Salgueiro (PE), nesta quarta-feira (28), para assinar a ordem de serviço que duplicará a capacidade de bombeamento de água do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, com investimento de R$ 491,3 milhões via Novo PAC. A obra ampliará a vazão de 24,75 m³/s para 49 m³/s, beneficiando 8,1 milhões de pessoas em 237 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

“Essa água não é para fazer piscinas de ondas ou atrair turistas. É para garantir vida, dignidade e futuro ao povo nordestino”, afirmou Lula, relembrando que o projeto sonhado desde o Império (1846) enfrentou décadas de promessas não cumpridas. “Deixei o Nordeste com 7 anos por causa da seca. Hoje, vejo que é possível transformar essa região”, disse, emocionado.

R$ 10 bilhões para industrialização: “Vamos fazer o Nordeste produzir mais e melhor”
Durante o evento, o governo anunciou uma chamada pública com R$ 10 bilhões em crédito para impulsionar o desenvolvimento industrial no Nordeste, alinhado às diretrizes da Nova Indústria Brasil. O financiamento será destinado a projetos em energias renováveis, bioeconomia, hidrogênio verde, bancos de dados, indústria automotiva e agroindústria.

Lula destacou que a iniciativa busca superar desigualdades históricas: “O Nordeste precisa de oportunidades. Quando há indústria, gera emprego, renda e melhora a vida das pessoas”. A plataforma para recepção de propostas será lançada em junho pelo BNDES, com apoio de instituições como Banco do Nordeste, Caixa e Sudene.

Ramal do Apodi avança: 74,83% concluído e previsão de entrega em 2026
Após o ato em Salgueiro, Lula seguiu para Cachoeira dos Índios (PB) para inaugurar o primeiro trecho do Ramal do Apodi , ligando a Barragem Caiçara (PB) à Angicos (RN), com 115,5 km e vazão de 40 m³/s. A obra, iniciada em 2021 e 74,83% concluída, tem investimento de R$ 1,45 bilhão e deve beneficiar 750 mil pessoas em 54 municípios até outubro de 2026.

“Esse ramal vai mudar a realidade da Paraíba e do Rio Grande do Norte. É água para beber, irrigar e gerar emprego”, afirmou o presidente, lembrando que a transposição é parte de um complexo de 477 km de canais e túneis que já abastece 400 municípios.

Caminho das Águas: revitalização de açudes e irrigação em 70 ações no semiárido
As agendas de Lula fazem parte do Caminho das Águas, iniciativa do Ministério da Integração que percorre o trajeto da transposição desde 25 de maio. O programa inclui 70 ações de revitalização de açudes, reformas e irrigação, todas integradas ao Novo PAC.

“Não estamos só entregando obras, mas construindo um futuro onde o Nordeste não dependa mais de migração para sobreviver”, ressaltou o ministro Helder Barbalho, coordenador do projeto.

Lula reafirmou que a transposição do São Francisco, somada a investimentos em educação e inclusão social, é fundamental para reduzir desigualdades. “Quando cheguei à Presidência, tínhamos 3,5 milhões de universitários. Hoje, são 9 milhões. Vamos formar mais técnicos e profissionais qualificados aqui”, destacou, referindo-se aos institutos federais e universidades que serão fortalecidos.

“O Nordeste não será mais esquecido”
Encerrando o dia, Lula reafirmou o compromisso com o desenvolvimento regional: “Esse é um governo que cumpre promessas. O Nordeste não será mais terra de promessas não cumpridas. Vamos seguir investindo em água, indústria e educação para construir um Brasil mais justo”, concluiu, sob aplausos da multidão.

Com R$ 12 bilhões já investidos no Projeto do São Francisco desde 2007, o governo federal busca consolidar a segurança hídrica e econômica do semiárido, transformando o sonho de Dom Pedro II em realidade para milhões de brasileiros.

Fonte:  https://vermelho.org.br/2025/05/28/lula-reafirma-compromisso-com-seguranca-hidrica-e-industria-no-nordeste/

O Brasil é dos brasileiros que são verdadeiros patriotas

 

 

Jacinto Pereira

 Eu, que sou um verdadeiro Patriota defendo: Instituições Brasileiras fortes e desaparelhadas; riquezas naturais de nosso país servindo ao nosso Povo; plataformas de inteligência artificial com tecnologia nacional e regulamentação forte; legislação clara e fiscalização eficiente; o fim da impunidade; fim das imunidades; legislação fiscal justa onde quem ganha mais paga mais; estatais fortes com controle dividido entre o governo e entidades da sociedade civil; proteção aos dados do cidadão pelas instituições nacionais; sistema de defesa moderno e poderoso; vigilância efetiva de nossas fronteiras; boa remuneração para os que desenvolvem funções em áreas sensíveis e pesquisas científicas, principalmente as mais avançadas; políticas sociais fortes visando o nosso desenvolvimento e bem está social de nosso Povo; planejamento estratégico em todos os seguimentos de nossa economia e um projeto de país exequível para garantir o alcance das metas estabelecidas. 

Fonte:  https://cavalobravo.blogspot.com/2025/05/o-brasil-e-dos-brasileiros.html

Brasil247: Paulo Guedes e mais quatro ex-ministros depõem ao STF no âmbito do inquérito do golpe

Ex-ministros foram foram arrolados como testemunhas pela defesa de Anderson Torres, réu na ação penal junto a Bolsonaro e outros seis acusados

Ex-ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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247 - Cinco ex-ministros do governo Jair Bolsonaro prestarão depoimento nesta quinta-feira (29) como testemunhas no processo que apura a tentativa de golpe de Estado articulada por integrantes do antigo governo. Estão previstos os depoimentos de Paulo Guedes (ex-ministro da Economia), Bruno Bianco (ex-Advogado-Geral da União), Wagner Rosário (ex-ministro da CGU), Adolfo Sachsida (ex-titular de Minas e Energia) e Célio Faria (ex-chefe da Secretaria de Governo). Todos foram arrolados como testemunhas pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, réu na ação penal junto a Bolsonaro e outros seis acusados. As informações são do jornal O Globo.

A convocação dos ex-ministros tem como foco esclarecer os acontecimentos de uma reunião ministerial realizada em julho de 2022. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o encontro teve como pauta declarações do então presidente e de ministros “voltadas para mobilizar agentes públicos de alto escalão contra o funcionamento regular do sistema democrático”.

No decorrer da semana, outros ex-integrantes do governo já prestaram depoimento. Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde, e Victor Godoy, que comandou a pasta da Educação, negaram ter presenciado qualquer intenção golpista durante a reunião sob investigação.

Além dos cinco ministros esperados nesta quinta-feira, também deve ser ouvido Adler Anaximandro de Cruz e Alves, que ocupou interinamente o cargo de advogado-geral da União. Ele também foi indicado como testemunha pela defesa de Anderson Torres. As oitivas ocorrem por videoconferência e são conduzidas pelo relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A agenda de depoimentos segue na sexta-feira (30), com a expectativa de que prestem esclarecimentos o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) e o ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto. Já na próxima segunda-feira (2), está prevista a oitiva do senador Rogério Marinho (PL-RN) e do ex-ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes.

Ao todo, 13 ex-ministros do governo Bolsonaro devem ser ouvidos. O processo busca apurar responsabilidades e colher elementos para que o Supremo Tribunal Federal julgue os réus por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de destruição de patrimônio público tombado. A previsão é que o julgamento ocorra ainda este ano.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/paulo-guedes-e-mais-quatro-ex-ministros-depoem-ao-stf-no-ambito-do-inquerito-do-golpe