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quinta-feira, 24 de abril de 2025

Sputnik Brasil: 'Tradição diplomática' do Brasil pode contribuir com a institucionalização do BRICS, diz analista

 

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a sessão de abertura da Primeira Reunião Sherpa em preparação para a reunião de julho do BRICS no Brasil, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, Brasil, 26 de fevereiro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 24.04.2025

Em um momento de tensão geopolítica, o BRICS tem se apresentado como uma alternativa viável no desenvolvimento da nova ordem mundial. Falando à Sputnik, o professor Fabiano Melniczuk, abordou qual papel acredita que o Brasil deve desempenhar à frente da presidência do grupo em meio aos desafios da atualidade.
Por ocasião da presidência pró tempore do Brasil à frente do BRICS — grupo inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — a liderança sul-americana elencou junto aos membros seus eixos de atuação prioritária. Mas como potencializar esta participação em um ambiente de conflitos internacionais?
A Sputnik conversou com o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fabiano Melniczuk, para compreender em que medida a vantagem diplomática do país pode ajudar o grupo a atuar junto a seus parceiros, mesmo como mediador em relações de conflito.
 
"Então, uma coisa que o Brasil pode trazer, e o Brasil está, eu acho, se esforçando para se consolidar dentro do BRICS, é a ideia de mediar conflitos e tentar chegar a acordos baseados no respeito mútuo e no respeito pela diversidade dos países que pertencem ao grupo", afirmou Melniczuk na conferência científica internacional Nova ordem mundial: formação do mundo multipolar e o papel da Rússia.

Para o professor, o engajamento brasileiro na institucionalização do grupo também é outra forma como o país pode contribuir para a consolidação de sua atuação no mundo.

"Acredito que o Brasil não quer criar regras que tornem o grupo uma organização rígida, mas sim esclarecer os critérios para ser membro e como os países podem pensar nas mesmas estratégias e políticas para mudar a ordem mundial. Portanto, esta é uma contribuição que o Brasil está oferecendo, e acredito também que o Brasil avançará em algumas das iniciativas russas de 2024 no que diz respeito ao comércio em moedas locais", destacou ele.
O professor lembra que o debate da institucionalização tem sido discutido nos círculos diplomáticos, uma vez que o grupo tem despertado o interesse em diversos outros países fora do eixo de países centrais. Com cada vez mais vozes, o Sul Global tem conseguido espaço para se posicionar, e isso exige coragem.
 
"[...] acredito que o Brasil foi muito corajoso em avançar nos debates sobre inteligência, inteligência artificial [IA] e economia digital. Uma das principais coisas em que o Brasil está trabalhando agora é que precisamos começar a falar sobre a economia digital sob a perspectiva de dados como commodities", justificou.

Mauro Vieira (à esquerda) e Sergei Lavrov (à direita), ministros das Relações Exteriores do Brasil e da Rússia, respectivamente, se cumprimentam no âmbito de chanceleres dos Estados-membros do BRICS na Cidade do Cabo, África do Sul, 2 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 24.04.2025

Panorama internacional
Lavrov vai participar do Conselho de Ministros do BRICS no Rio de Janeiro, diz Moscou
 
"[...] acho que a economia digital, a inteligência artificial e tudo isso está relacionado a essas novas formas de desenvolvimento na economia e nas tecnologias. Acho que o Brasil está trazendo essa base para o BRICS. Essa também é uma contribuição muito boa da parte brasileira", concluiu.

Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250424/tradicao-diplomatica-do-brasil-pode-contribuir-com-a-institucionalizacao-do-brics-diz-analista-39285901.html

XINHUA: Cooperação tecnológica entre China e América Latina floresce com expansão da rede


2025-04-24 13:18:15丨portuguese.xinhuanet.com
Foto de 26 de setembro de 2020 mostra a estação de reforço no Parque Solar Cauchari, na Província de Jujuy, no noroeste da Argentina. O Parque Solar Cauchari, construído pela China Power Construction e pela Shanghai Electric Power Construction Company, está localizado a uma altitude de cerca de 4.200 metros acima do nível do mar. (Xinhua)

   Beijing, 24 abr (Xinhua) -- A cooperação tecnológica entre a China e a América Latina continua a melhorar em qualidade e formou uma rede multifacetada e de múltiplas camadas, disse o ministro chinês da Ciência e Tecnologia, Yin Hejun.

   Nos últimos anos, a cooperação tecnológica entre a China e a América Latina floresceu, com a expansão da cobertura em vários campos e uma gama cada vez mais diversificada de entidades colaborativas, disse Yin na quarta-feira durante o evento inaugural para marcar o Dia da Ciência China-América Latina e Caribe.

   Yin observou que, além dos campos tradicionais, como construção de infraestrutura, agricultura e recursos energéticos, a cooperação entre os dois lados se expandiu para campos de fronteira emergentes, incluindo 5G, tecnologia digital, novas energias, novos materiais e biomedicina.

   Foram estabelecidos centros de inovação alimentar sustentável e transferência de tecnologia entre a China e a América Latina, criando plataformas para enfrentar novos desafios no campo da ciência e tecnologia, disse o ministro.

   Olhando para o futuro, a China continuará a defender os princípios da cooperação aberta, justa e não discriminatória em ciência e tecnologia internacional para promover um ambiente mais aberto para a inovação científica, disse ele.

   No evento, especialistas de ambos os lados compartilharam suas últimas descobertas de pesquisa e experiência prática em áreas-chave como saúde, tecnologia agrícola, tecnologia digital e reprodução biológica, bem como a construção de plataformas de cooperação relevantes.

Fonte:  https://portuguese.news.cn/20250424/4649d0667e9f4ced87660450a35395aa/c.html

Agência Brasil: Lula e Guterres cobram metas ambiciosas contra mudanças climáticas

 

Apenas 10% dos países entregaram documentos; prazo final é setembro
Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 23/04/2025 - 14:02
Brasília
Brasília (DF), 23/04/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião da Cúpula Virtual sobre Ambição Climática, no Palácio do Planalto. Foto: Ricardo Stuckert/PR
© Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, cobraram, nesta quarta-feira (23), que os líderes mundiais entreguem metas ambiciosas de redução de emissões de carbono. Apenas 10% dos países apresentaram suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas, as NDCs, que são os esforços individuais no combate às mudanças do clima.

“A arquitetura de preparação das NDCs é suficientemente flexível para combinar metas ambiciosas e as necessidades de desenvolvimento de cada Estado. Os países ricos, que foram os maiores beneficiados pela economia baseada em carbono, precisam estar à altura de suas responsabilidades. Está em suas mãos antecipar metas de neutralidade climática e ampliar o financiamento até o objetivo de US$ 1,3 trilhão”, disse o presidente.

Lula e o secretário Guterres copresidiram uma reunião virtual de alto nível, com cerca de 20 chefes de Estado e governo, para promover uma mobilização política global diante da emergência climática e a construção de um novo modelo de desenvolvimento baseado em prosperidade econômica, sustentabilidade ambiental e inclusão social.

Brasília (DF), 23/04/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião da Cúpula Virtual sobre Ambição Climática, no Palácio do Planalto. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Presidente Lula e o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante reunião da Cúpula Virtual sobre Ambição Climática - Foto: Ricardo Stuckert/PR

“Não se pode falar em transição justa sem incorporar a perspectiva de setores historicamente marginalizados, como mulheres, negros e indígenas, e sem considerar as circunstâncias do Sul Global”, afirmou o presidente, lembrando o falecimento do Papa Francisco. “Tenho certeza de que seus ensinamentos sobre a necessidade de uma 'ecologia integral', que enxergue a natureza e o ser humano como uma totalidade, vão nos servir de inspiração”, acrescentou Lula.

Para o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a reunião foi bem-sucedida, com a presença de líderes importantes, como da China e União Europeia, e deve repercutir e mobilizar as 196 nações que fazem parte da convenção da ONU sobre mudanças climáticas. “Foram escolhidos países importantes, atores mundiais, não só grandes economias, como também alguns dos chamados SIDS [Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento]”, contou, em entrevista à imprensa após a reunião.

“Eles são os que mais sofrem, possivelmente, as questões do impacto ambiental. E, então, foi também importante ter [na reunião], como presidente de Palau e de outras estados insulares, para que dessem também seu testemunho e fizessem um apelo para que todos os países apresentem, até o prazo, as suas NDCs e muito ambiciosas”, acrescentou o chanceler.

O prazo de entrega das NDCs era fevereiro, mas foi estendido até setembro, em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro, em Belém. Nos documentos estão as metas determinadas por cada país para reduzir a emissão de combustíveis fósseis – carvão, petróleo, gás natural – e limitar o aquecimento da terra a 1,5ºC, conforme determinado no Acordo de Paris.

O Brasil apresentou sua NDC na COP de Baku, no Azerbaijão, em 2024, prevendo redução de 67% de emissões até 2035, abrangendo todos os gases de efeito estufa e todos os setores da economia. “Internamente, estamos formulando um Plano Clima que contemplará estratégias de mitigação, adaptação e justiça climática”, explicou Lula.

Ação política

Além de Lula e Guterres, participaram líderes dos seguintes países e instituições:

- China, Xi Jinping

- Conselho da União Europeia, António Costa

- Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

- Espanha, Pedro Sanchez

- França, Emmanuel Macron

- Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, presidente da União Africana

- Malásia, Anwar Ibrahim, presidente da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean)

- Nigéria, Bola Ahmed Tinubu

- Turquia, Recep Tayyip Erdoğan

- Chile, Gabriel Boric

- Vietnã, Pham Minh Chinh

- Ilhas Marshall, Hilda Heine

- Tanzânia, Samia Suluhu Hassan

- Barbados, Mia Amor Mottley, presidente da Comunidade do Caribe (Caricom)

- Kenya, William Samoei Ruto

- Palau, Surangel S. Whipps Jr., presidente da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (Aosis)

- Coreia do Sul, Han Duck-soo

Em declaração à imprensa após o encontro, o secretário-geral da ONU afirmou que os diversos líderes se comprometeram em finalizar NDCs no prazo, incluindo a China, que é o maior emissor mundial de carbono e gases de efeito estufa. Segundo Guterres, durante a reunião, Xi Jinping informou que as metas do país abordarão reduções em todos os setores da economia e todos os gases do efeito estufa.

"A China esteve presente na reunião e não apenas anunciou que produziria suas NDCs, mas o presidente Xi disse que essas NDCs vão abranger todos os setores econômicos e todos os gases de efeito estufa. Esta é a primeira vez que a China joga luz sobre essa questão e isso é extremamente importante para a ação climática”, disse Guterres.

Iniciativas

Durante o encontro, Lula pediu o apoio a quatro iniciativas que o Brasil está propondo, no âmbito da COP30. A primeira é o Balanço Ético Global, com a convocação de uma série de eventos voltados ao engajamento de lideranças jovens e religiosas, artistas, povos originários, cientistas e tomadores de decisão em torno de um novo pacto ambiental para o planeta.

A segunda iniciativa é a Aliança Global de Combate à Fome e a Pobreza, lançada pelo Brasil durante sua presidência no G20, no ano passado. Junto com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), foi elaborado um guia para a inclusão de políticas sociais e de transformação de sistemas alimentares nas NDCs.

A terceira é a Iniciativa Global pela Integridade das Informações sobre a Mudança do Clima, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que visa valorizar a ciência e combater a desinformação.

Por fim, Lula apresentou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, a ser lançado na COP30, que vai remunerar países em desenvolvimento que preservam suas florestas. O objetivo é que o fundo esteja operacional até a conferência em Belém.

“A menos de sete meses da COP30, o planeta parece estar entrando em território desconhecido pela ciência. O aquecimento global está ocorrendo em ritmo mais acelerado do que o previsto. Em 2024, a temperatura média da Terra ultrapassou pela primeira vez o limite crítico de 1,5 grau acima dos níveis pré-industriais”, alertou Lula em seu discurso aos líderes.

“Muitos ecossistemas, como as florestas, as geleiras e os mares, correm o risco de atingir um ponto de não retorno. A Amazônia registrou a pior seca da sua história, e o calor extremo tem provocado o branqueamento massivo de corais no oceano. Negar a crise climática não vai fazê-la desaparecer”, acrescentou o presidente brasileiro.

Para ele, a COP30 deverá ser um “grande mutirão” em prol da implementação dos compromissos climáticos. “Guerras, corridas armamentistas e cortes na ajuda ao desenvolvimento e no financiamento climático nos empurram para trás. O planeta já está farto de promessas não cumpridas”, afirmou.

*Colaborou Paula Laboissière

Agência Brasil: Lula entrega PEC da Segurança Pública para tramitação no Congresso


Agência Brasil
Publicado em 23/04/2025 - 20:00
Brasília
Brasília (DF), 23/04/2025 - Presidente do Senado, Senador Davi Alcolumbre, Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da Câmara, Hugo Motta durante entrega da PEC da Segurança Pública, no Palácio do Planalto. Foto: Ricardo Stuckert/PR
© Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou nesta quarta-feira (23) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP); e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). 

A ideia da PEC é desburocratizar e dar mais eficiência ao trabalho das autoridades no combate às organizações criminosas, inclusive por meio da aproximação de entes federativos com o governo federal.

Ao entregar a PEC aos chefes do Legislativo, Lula disse esperar que a proposta seja debatida e votada o mais rápido possível no Congresso Nacional. Segundo o presidente, a PEC não interfere na autonomia dos estados e municípios no tratamento da segurança pública.

“O que queremos é dizer à população brasileira que o governo federal assumiu definitivamente a responsabilidade de se colocar totalmente à disposição dos estados para que a gente possa cuidar da segurança do povo brasileiro e não permitir que o povo continue andando assustado nas ruas”, disse Lula.  

De acordo com o presidente, o que se pretende é que o governo federal disponibilize aos estados e municípios inteligência, recursos e vontade política. 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que, pela primeira vez, o governo federal vai assumir a sua parte de responsabilidade em um problema extremamente complexo que até hoje estava entregue a estados e municípios.

“É o momento de refletirmos sobre essa questão aguda que aflige a todos nós. Hoje o crime deixou de ser local, passou a ser nacional e até transnacional”, disse.

Segundo Lewandowski, a proposta prevê a criação de corregedorias e ouvidorias autônomas em todas as polícias. A PEC também atualiza as competências da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

O ministro garantiu que um dispositivo constitucional vai assegurar que estados e municípios tenham plena autonomia para administrar as policiais civis, militares, corpos de bombeiros e guardas municipais.  

Proposta

Um dos pilares da proposta é o de dar status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública, criado em 2018 por lei ordinária.

A PEC prevê também a constitucionalização dos fundos nacionais de Segurança Pública e Política Penitenciária. As guardas municipais terão suas atribuições redefinidas, e poderão atuar na segurança urbana, em ações de policiamento ostensivo e comunitário, além de fazer prisões em flagrante.

Outro ponto previsto pela PEC da Segurança Pública é a inclusão de representantes da sociedade civil na composição do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, que terá também representantes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Agência Brasil: Operação da PF investiga descontos irregulares em benefícios do INSS

 

Entidades decontaram cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024
Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/04/2025 - 09:15
Brasília
Brasília (DF), 31/08/2023 - Movimentação no prédio sede da Polícia Federal, que ouve Bolsonaro e mais sete envolvidos no caso da venda de joias. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta quarta-feira (23) a Operação Sem Desconto para combater um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. O cálculo é que entidades investigadas tenham descontado de aposentados e pensionistas cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Seis servidores públicos foram afastados de suas funções.

Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal.

Em nota, a PF informou que as investigações identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“Até o momento, as entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024”, destacou a corporação. Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais.

XINHUA: BRICS debate emprego com foco em inteligência artificial e justiça social


2025-04-23 10:57:30丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 22 abr (Xinhua) -- Os países-membros do BRICS iniciaram nesta terça-feira a fase presencial da reunião técnica do Grupo de Trabalho sobre Emprego em Brasília, sob a presidência brasileira, com foco no impacto da transformação digital e da inteligência artificial no mundo do trabalho.

O evento, que vai até quinta-feira, foi aberto pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que enfatizou a necessidade de enfrentar os desafios da digitalização com políticas que garantam justiça social, inclusão e proteção ao trabalhador.

"A transição não pode ser encarada apenas como uma estratégia econômica, mas como uma necessidade social. É fundamental garantir que essa mudança seja inclusiva, gerando empregos de qualidade e oferecendo proteção aos mais vulneráveis. Isso é essencial tanto para o presente quanto para o futuro do trabalho", afirmou.

A reunião conta com a presença de representantes dos 11 países-membros do BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã - além de organizações internacionais como a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Estiveram também presentes Moustapha Kamal Gueye, coordenador do Programa de Empregos Verdes da OIT em Genebra; Vinicius Pinheiro Carvalho, diretor da OIT no Brasil; e Anita Amorim, responsável por parcerias emergentes da entidade.

Kamal Gueye enfatizou que uma "transição justa não é apenas uma aspiração, mas uma necessidade concreta. Precisamos de políticas públicas que maximizem as oportunidades econômicas e sociais, minimizem os impactos adversos e estejam alicerçadas em direitos fundamentais no trabalho". Segundo Gueye, o BRICS tem potencial para liderar esse processo globalmente.

Marinho destacou o andamento das negociações sobre o capítulo de inteligência artificial dentro do grupo de trabalho, refletindo o compromisso coletivo com o desenvolvimento sustentável.

Ele também indicou que os resultados da reunião serão levados para a COP30, que será realizada em novembro na cidade brasileira de Belém. "Este é um momento histórico para reforçarmos nosso compromisso com a justiça social e ambiental. O trabalho deste grupo certamente contribuirá para os debates globais sobre esses temas", declarou.

Em sua análise do cenário internacional, o ministro defendeu uma abordagem equilibrada às atuais tensões geopolíticas e econômicas. "É preciso serenidade e pé no chão para conduzirmos esses debates e protegermos a globalização, valorizando a importância dos organismos internacionais", destacou,

Por fim, Luiz Marinho reafirmou o compromisso do Brasil com uma governança global mais inclusiva e agradeceu à OIT e à Associação Internacional de Seguridade Social pelo apoio. "Que os próximos dias de trabalho sejam produtivos e inspiradores para todos", concluiu. 

Fonte: https://portuguese.news.cn/20250423/66eafc3018314292878bb649a1235d61/c.html

XINHUA: China e Azerbaijão estabelecem parceria estratégica abrangente

 

2025-04-23 19:12:00丨portuguese.xinhuanet.com

(Xinhua/Rao Aimin)

Beijing, 23 abr (Xinhua) -- O presidente chinês, Xi Jinping, manteve conversas com o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, em Beijing, nesta quarta-feira.

Os dois líderes anunciaram o estabelecimento de uma parceria estratégica abrangente entre os dois países.

Ambos os lados devem aumentar continuamente a confiança mútua política, aprofundar a cooperação prática e fortalecer a colaboração internacional para abrir um novo capítulo de cooperação em todos os aspectos, disse Xi.

Ele acrescentou que a China apoia o Azerbaijão a salvaguardar sua soberania nacional, independência e integridade territorial, e a continuar a seguir um caminho de desenvolvimento adequado a suas condições nacionais.

A China está disposta a realizar a cooperação aprofundada em aplicação da lei e segurança com o Azerbaijão para combater resolutamente às "três forças malignas" do terrorismo, extremismo e separatismo, de acordo com Xi.

Ele pediu aos dois lados que fortaleçam o alinhamento das estratégias de desenvolvimento, promovam a cooperação de alta qualidade do Cinturão e Rota e incentivem a cooperação educacional, cultural, turística, juvenil e subnacional.

Xi observou que as guerras tarifárias e comerciais minam os direitos e interesses legítimos de todos os países, prejudicam o sistema de comércio multilateral e afetam a ordem econômica mundial.

A China está disposta a trabalhar com o Azerbaijão para salvaguardar o sistema internacional com as Nações Unidas em seu núcleo e a ordem internacional baseada no direito internacional, proteger firmemente seus respectivos direitos e interesses legítimos, e defender a equidade e a justiça internacionais, acrescentou.

Aliyev disse que o Azerbaijão e a China sempre se respeitaram e confiaram um no outro diante de mudanças nunca vistas em um século, com a cooperação bilateral continuamente aprofundada, as relações econômicas e comerciais se desenvolvendo rapidamente e os intercâmbios locais se tornando cada vez mais próximos.

Ele ressaltou que o Azerbaijão adere firmemente ao princípio de Uma Só China, insiste que Taiwan faz uma parte inalienável do território chinês e apoia todos os esforços feitos pelo governo chinês para alcançar a reunificação nacional.

O conceito de construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade e as três principais iniciativas globais propostas pelo presidente Xi são favoráveis à paz, à estabilidade e à prosperidade mundiais, afirmou Aliyev, acrescentando que o Azerbaijão as aprecia muito e as apoia ativamente.

Segundo ele, o Azerbaijão está pronto para trabalhar com a China para promover a construção de uma parceria estratégica abrangente, expandir a cooperação em termos de Iniciativa Cinturão e Rota, economia digital, energia verde e ciência e tecnologia, aprofundar os intercâmbios entre partidos políticos e povos dos dois países e reforçar a cooperação em assuntos internacionais e regionais.

Após as conversas, os dois chefes de Estado assinaram uma declaração conjunta sobre o estabelecimento de uma parceria estratégica abrangente entre os dois países e testemunharam a assinatura de 20 documentos sobre cooperação em áreas como a Iniciativa Cinturão e Rota, justiça, desenvolvimento verde, economia digital, direitos de propriedade intelectual e aeroespaço.

Antes das conversas, Xi e sua esposa, Peng Liyuan, realizaram uma cerimônia de boas-vindas para Aliyev e sua esposa, Mehriban Aliyeva, na praça ao lado de fora do portão leste do Grande Palácio do Povo.

Xi e Peng também ofereceram um banquete de boas-vindas a Aliyev e Aliyeva no Salão Dourado do Grande Palácio do Povo no meio-dia de quarta-feira.

(Xinhua/Zhai Jianlan)

(Xinhua/Huang Jingwen)

(Xinhua/Ding Lin)

(Xinhua/Li Tao)

(Xinhua/Zhai Jianlan)

Fonte:  https://portuguese.news.cn/20250423/b3bc4eacf69f41f2b590943c3e1597b9/c.html

terça-feira, 22 de abril de 2025

Sputinik Brasil: Políticas de Trump vão 'atingir os EUA com mais força' que qualquer outro país, diz mídia

 08:17 22.04.2025

O presidente Donald Trump zomba do ex-vice-presidente e candidato presidencial Joe Biden enquanto discursa em um comício na BancorpSouth Arena em Tupelo, Mississippi, 1º de novembro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 22.04.2025

Os efeitos das altas tarifas norte-americanas, a constante mudança de postura sobre sua implementação e a disseminação do medo entre os imigrantes "atingirão os EUA com mais força", pois o país "não é mais a nação poderosa que já foi", reflete a mídia britânica.
De acordo com o Financial Times (FT), os efeitos da política econômica do governo Trump vão afetar muito mais diretamente os EUA do que em qualquer momento na história. Segundo a publicação, a frase: "Quando a América espirra, o resto do mundo pega um resfriado", já não faz mais sentido, sendo preciso repensar tal afirmação.
Isso se deve à crescente perda de centralidade dos Estados Unidos no cenário global, situação que, segundo o FT, a guerra tarifária lançada pelo presidente republicano só vai agravar.
 
"Na política externa, a decisão do presidente [Donald Trump] de abandonar os EUA como um aliado confiável representa uma mudança radical. Mas é na frente econômica que essa arrogância provavelmente humilhará os EUA, já que é um país que há muito tempo perdeu seu status de grande produtor global de bens e serviços", afirma a publicação.

De acordo com a mídia, não só a posição dos EUA na negociação de tarifas é muito mais fraca do que Washington acredita, mas o resto do mundo controla 85% da economia global e não precisa mais seguir as decisões dos EUA.

Empresas petroquímicas europeias estão transferindo seus investimentos para fora da União Europeia (UE). A BASF, por exemplo, está desenvolvendo esta planta de amônia na costa do Golfo do México, nos Estados Unidos - Sputnik Brasil, 1920, 21.04.2025
Panorama internacional
Política tarifária de Trump vai fracassar sem 'uma estratégia que inclua política industrial'
Embora o jornal admita que as políticas econômicas do governo Trump causarão "danos colaterais" e alerte particularmente sobre a "vulnerabilidade" do México e do Canadá devido à sua forte dependência do setor exportador, os especialistas concluem que o principal perdedor financeiro serão os próprios Estados Unidos.
 
"A Consensus Economics, que compila previsões do setor privado, mostra que, em média, os especialistas projetam que a economia dos EUA crescerá quase um ponto percentual a menos em 2025 do que o previsto na época da posse de Trump, e a perspectiva para 2026 não parece muito melhor", diz o FT, que contrasta isso com as previsões favoráveis ​​para a economia chinesa.

"A única questão é quão generosos os outros países decidirão ser. Mas os problemas econômicos dos Estados Unidos são os próprios Estados Unidos. Quando um país dá um tiro no próprio pé, são seus cidadãos que perdem", concluem.

 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250422/politicas-de-trump-vao-atingir-os-eua-com-mais-forca-que-qualquer-outro-pais-diz-midia-39261554.html

Sputnik Brasil: General: Forças Armadas do Irã possuem tecnologias defensivas mais avançadas desenvolvidas no país


Míssil Sayyad 4B de propelente sólido emparelhado com o Bavar-373, sistema de defesa antiaérea do Irã, mostrado em 6 de novembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 22.04.2025

Um alto funcionário militar iraniano elogiou as Forças Armadas do país por possuírem uma das mais avançadas tecnologias defensivas desenvolvidas internamente.
O brigadeiro-general Mohammad Mehdinejad Nouri, chefe adjunto de ciência, pesquisa e tecnologia no Estado-Maior das Forças Armadas, fez as observações no domingo (20), escreve Press TV.

Ele destacou os avanços tecnológicos "mais sofisticados" que foram desenvolvidos dentro das forças, particularmente em sistemas aéreos não tripulados e inteligência artificial. De acordo com Nouri, as Forças Armadas têm feito avanços inovadores na tecnologia de defesa, com um foco particular em inteligência artificial e sistemas não tripulados.Míssil Sayyad 2 disparado pelo sistema de defesa aérea Talash durante exercícios no Irã, 5 de novembro de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 04.02.2025


Panorama internacional
Irã apresenta novo míssil balístico com um alcance de 1.700 km e ogiva de alta precisão (VÍDEO)
"Nossa principal prioridade nas Forças Armadas é a segurança nacional", afirmou Nouri. "Embora os fatores econômicos sejam importantes, o desenvolvimento de tecnologias avançadas de defesa é nossa principal preocupação."
 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250422/general-forcas-armadas-do-ira-possuem-tecnologias-defensivas-mais-avancadas-desenvolvidas-no-pais-39261720.html

 

Agência Brasil: Funeral do papa Francisco será realizado sábado, anuncia Vaticano

 

Sepultamento será na Basílica de Santa Maria Maior.
*Agência Brasil
Publicado em 22/04/2025 - 07:52
Cidade do Vaticano
Corpo do papa Francisco na residência de Santa Marta
 21/4/2025   Divulgação via REUTERS
© Francesco Sforza/Vaticano/divulgação via Reuters/proibida a reprodução
O Departamento de Celebrações Litúrgicas do Vaticano anunciou os detalhes das exéquias do papa Francisco. A cerimônia segue as indicações estabelecidas no Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, documento que rege os ritos funerários do Pontífice Romano.

Nesta quarta-feira (23), o corpo será trasladado à Basílica de São Pedro. A Missa das Exéquias será celebrada no sábado (26), seguida do sepultamento na Basílica de Santa Maria Maior.

Traslado

Amanhã, às 9h (horário local), o corpo do papa será trasladado da Capela da Casa Santa Marta até a Basílica de São Pedro. A condução da urna será precedida por um momento de oração, presidido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana.

A procissão seguirá pela Praça Santa Marta e pela Praça dos Protormártires Romanos, saindo pelo Arco dos Sinos até a Praça de São Pedro, entrando em seguida na Basílica Vaticana pela porta central. Diante do Altar da Confissão, o cardeal camerlengo conduzirá a Liturgia da Palavra, após a qual será aberto o período de visitação à urna mortuária.

Exéquias e sepultamento

No sábado, às 10h (horário local), será celebrada a Missa das Exéquias, que marca o primeiro dia do Novendiali (novenário), os nove dias de luto e orações em honra ao Pontífice. A celebração ocorrerá no átrio da Basílica de São Pedro e será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício.

Ao final da celebração eucarística, ocorrerão os ritos da Última Commendatio e da Valedictio — despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias. Em seguida, o caixão do Papa será levado novamente para o interior da Basílica de São Pedro e, de lá, transferido para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será realizada a cerimônia de sepultamento.

Diversos chefes de Estado e de governo já anunciaram oficialmente sua presença para prestar homenagem a Francisco.

*Com informações do Vaticano

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Conversa com Hildegard Angel - Magda Chambriard: Exploração da Margem Eq...

Grifo meu: Uma entrevista imperdível com a chefe da Petrobrás Magda Chambriard, feita pela jornalista Hildegard Angel, uma erevistadora maravilhosa. Fiquei impressionado com o seu conhecimento e como eu sabia pouco da nossa mais importante estatal do Brasil

Brasil247: Papa Francisco foi um grande amigo do Brasil e denunciou o lawfare contra o presidente Lula

 

 

Por Leonardo Attuch

Quando Lula era um preso político do imperialismo, o pontífice fez questão de presenteá-lo

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A morte do Papa Francisco nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, deixa uma lacuna imensa não apenas para a Igreja Católica, mas também para a América Latina e, em particular, para o Brasil. Mais do que um líder espiritual, Jorge Mario Bergoglio foi um farol de humanidade, justiça social e compromisso com os povos marginalizados do Sul Global. Ao longo de seu pontificado, demonstrou de forma corajosa e inequívoca ser um grande amigo do Brasil — e um aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos momentos mais sombrios da história recente do país.

Francisco jamais se calou diante da injustiça. Quando Lula foi vítima de um processo viciado de lawfare, conduzido por um sistema judicial politizado e manipulado por interesses estrangeiros, o Papa tomou partido – e foi o partido da justiça. Em 2018, quando o então ex-presidente se encontrava encarcerado de forma ilegal em Curitiba, Francisco fez questão de enviar um sinal claro de solidariedade. O gesto de presenteá-lo com um terço teve grande repercussão e mostrou ao mundo que o líder da Igreja Católica não se deixaria intimidar por pressões midiáticas ou geopolíticas. Naquela ocasião, o Brasil 247, assim como outros veículos de comunicação independentes, noticiou com destaque o gesto de Francisco. A reação veio rápida. Agências de "checagem" ligadas a big techs tentaram desqualificar a informação como se tratasse de “fake news” – mais uma tentativa de censurar vozes dissonantes do monopólio informativo que sustentava a narrativa da Lava Jato. Mas a verdade resistiu. Pouco tempo depois, o Papa Francisco escreveu uma carta de próprio punho ao presidente Lula, ao receber o livro “A verdade vencerá", das mãos do ex-chanceler Celso Amorim.

A história logo provou que o Papa estava certo: Lula foi libertado, teve seus direitos políticos restituídos e voltou à Presidência da República pela vontade soberana do povo.

Em 2020, já em liberdade, Lula foi recebido com honras no Vaticano. O encontro, que selou uma amizade de longo alcance, teve profundo simbolismo. Era mais do que uma visita de cortesia: era um ato de reparação moral e política, uma reafirmação da dignidade de um homem e do projeto de justiça social que ele representa. Francisco e Lula sempre estiveram do mesmo lado – o lado dos pobres, dos trabalhadores, dos excluídos.Mas a afinidade entre ambos transcende a política. Trata-se de uma comunhão de visões sobre o destino da América Latina. Bergoglio sempre defendeu a integração dos povos latino-americanos, a soberania diante do imperialismo e a luta contra a desigualdade. Em sua encíclica Fratelli Tutti, condenou com veemência o "modelo de descarte" promovido pelo capitalismo neoliberal, algo que dialoga diretamente com a crítica feita por Lula às injustiças globais. Francisco também apoiou com entusiasmo as iniciativas por uma economia de comunhão, de solidariedade e de sustentabilidade.

O Papa Francisco fez história e fará muita falta. Sua memória viverá em cada gesto de solidariedade, em cada palavra de denúncia e em cada ato de coragem diante da injustiça.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

Fonte:  https://www.brasil247.com/blog/papa-francisco-foi-um-grande-amigo-do-brasil-e-denunciou-o-lawfare-contra-o-presidente-lula

domingo, 20 de abril de 2025

Agência Brasil: Investimentos reforçam criação de complexo industrial de saúde no país


"Há uma revolução na recuperação da indústria deste país", diz Lula
Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 20/04/2025 - 09:14
Rio de Janeiro
Teste de sangue pode revolucionar diagnóstico da doença de Alzheimer. Foto: Louis Reed/ Unsplash
© Louis Reed/ Unsplash
Três decisões estratégicas do governo, anunciadas há cerca de dez dias, vão ao encontro de um dos principais braços da política de incentivo à indústria: o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis), que, ao mesmo tempo, busca fortalecer a produção industrial e prover o Sistema Único de Saúde (SUS).

Em cerimônia na cidade mineira de Montes Claros, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a multinacional dinamarquesa Novo Nordisk, anunciou o investimento de R$ 6,4 bilhões para produzir remédios no Brasil.

A farmacêutica é importante fornecedora para o SUS de insulina e medicamentos para o tratamento de hemofilia. Atualmente, é responsável por 2,65 mil empregos diretos e indiretos, que devem ser acrescidos de mais 600.

O objetivo do investimento anunciado é aumentar a capacidade de produção de tratamentos injetáveis para pessoas com obesidade, diabetes e outras doenças crônicas graves.

Rio de Janeiro (RJ), 13/04/2024 – População participa do dia D de vacinação contra a gripe, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
BNDES, Finep e Fundação Butantan, responsável prertendem investir em em micro, pequenas e médias empresas inovadoras na área de saúde. Foto:Tomaz Silva/Agência Brasil

Parceria tripartite

No mesmo dia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação Butantan, responsável pela gestão de recursos do Instituto Butantan, informaram que vão investir pelo menos R$ 200 milhões em micro, pequenas e médias empresas inovadoras na área de saúde. 

O esforço conjunto será para a criação de um fundo que vai mirar em startups, empresas com potencial de inovação e grande uso de tecnologia. As três instituições buscam fortalecer a cadeia de suprimentos do SUS.

O BNDES, banco público ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), é um dos braços do governo que fomentam o Complexo Econômico-Industrial da Saúde. O banco deve aportar de R$ 50 milhões a R$ 125 milhões ao fundo.

A Finep, empresa pública ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), destinará até R$ 60 milhões. Já o Butantan ─ maior produtor de vacinas e soros da América Latina ─ é ligado ao governo de São Paulo e aportará ao menos R$ 50 milhões.. 

A empresa, sediada em Aparecida de Goiânia (GO), venderá ao governo itens como stent farmacológico coronário, cateter e fio guia dirigível para angioplastia e balão periférico.

Stent é um pequeno dispositivo médico em forma de tubo, inserido em artérias para prevenir e evitar a obstrução do fluxo sanguíneo, ou seja, é diretamente ligado a intervenções cardiovasculares.

Rio de Janeiro (RJ), 13/04/2024 – População participa do dia D de vacinação contra a gripe, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Uma das ações estratégicas é o financiamento à principal fornecedora de stents farmacológicos para o SUS. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Complexo Industrial da Saúde

A política industrial do governo, batizada de Nova Indústria Brasil (NIB), foi lançada em janeiro de 2024. É dentro deste conjunto de incentivo que estão as ações voltadas ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde, que faz parte da chamada Missão 2 da NIB.

Além de gerar emprego e desenvolvimento econômico, a meta da política de incentivo é elevar a produção nacional de 45% para 70% da necessidade de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde, até 2033.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informou que os valores direcionados à Missão 2 superam R$ 57 bilhões, entre investimentos públicos e privados. É dinheiro que vai potencializar produção em laboratórios e indústrias.

Ao defender a política de incentivo na fábrica de Montes Claros, o presidente Lula afirmou que há “uma revolução na recuperação da indústria deste país”, particularmente nas indústrias vinculadas ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde”.

“Isso é possível porque o SUS é um grande comprador de tudo o que a gente fabrica aqui”, completou o presidente.

Resultados práticos

Uma das faces do efeito prático do investimento no Complexo Econômico-Industrial da Saúde é a redução da dependência externa, desafio que ficou visível durante a pandemia de covid-19, quando o Brasil dependeu da importação de vacina, equipamentos hospitalares, como ventiladores mecânicos, e insumos, como máscaras.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição referência em saúde pública, é uma das beneficiadas direta da Missão 2 da NIB.

A Fiocruz informou que, “por meio de Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), investe continuamente em inovação e desenvolvimento tecnológico para melhorar suas capacidades produtivas”.

Um dos projetos mais significativos é o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde, que está sendo construído em um terreno de 580 mil metros quadrados – equivalente a cerca de 80 campos de futebol - no Rio de Janeiro.

A unidade terá capacidade de produção anual estimada em 120 milhões de frascos de vacinas e biofármacos, para atender prioritariamente às demandas da população brasileira por meio do SUS.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal prevê investimento de cerca de R$ 2 bilhões em quatro anos para a construção. A Fiocruz informou à Agência Brasil que ainda estão sendo captados aproximadamente R$4 bilhões de investidores e parceiros diversos.

A Fiocruz acrescentou que, entre as medidas para buscar autossuficiência do país, tem investido em tecnologias avançadas, como a plataforma de RNA mensageiro (mRNA - transporta informações genéticas do vírus), incluindo uma vacina contra a covid-19, que está em fase pré-clínica.

Efeito multiplicador

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classifica o Complexo Econômico-Industrial da Saúde como “estratégico para o desenvolvimento econômico e social do país”.

Na definição da especialista de Política Industrial da CNI, Caroline Giusti de Araújo, o complexo articula uma ampla base produtiva e tecnológica, que abrange desde a indústria farmoquímica e farmacêutica até vacinas, testes diagnósticos, terapias avançadas, hemoderivados e dispositivos médicos.

O setor representa, descreve ela, cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB – conjunto de bens e serviços produzidos no país) e mais de 30% do esforço de ciência, tecnologia e inovação. A especialista aponta que investimentos no setor têm um efeito multiplicador.

“A cada R$ 1 milhão produzidos no setor farmoquímico e farmacêutico, geram-se, em média, R$ 2,46 milhões em valor bruto da produção”, calcula.

Relembrando que a pandemia de covid-19 expôs dependências do Brasil a fornecedores estrangeiros, a CNI afirma que políticas de incentivo industrial se tornaram essenciais para reduzir vulnerabilidades, assegurar a segurança sanitária e impulsionar a industrialização com base em inovação. 

“Acreditamos que políticas como essas que integram o Complexo Econômico-Industrial da Saúde estimulam os investimentos em pesquisa e desenvolvimento por parte do setor, que já se destaca como um dos maiores na indústria de transformação brasileira”, avalia Caroline Araújo.

Ambiente econômico estável

O presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, aprova a política de incentivo industrial, e enfatiza que o setor farmacêutico atua tanto na promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira, assim como no desenvolvimento econômico.

“A cadeia produtiva farmacêutica representa um polo industrial, tecnológico e científico de ponta, que emprega cerca de 900 mil pessoas de forma direta e indireta”, apontou ele à Agência Brasil.

O representante de farmacêuticas nacionais e internacionais que produzem no Brasil defende que o incentivo ao setor deve ser tratado como política de Estado, baseada em regras claras e constantes.

“Uma política de desenvolvimento do complexo industrial da saúde necessariamente tem que ser uma política de Estado e, por isso, precisa ter marcos legais bem estabelecidos”, diz.

XINHUA: Manifestantes protestam em Nova York contra políticas americanas do ensino superior


2025-04-20 15:29:44丨portuguese.xinhuanet.com

Grant Miner, que foi expulso da Universidade de Columbia por sua participação em protestos pró-palestinos, fala em uma manifestação na PFoley Square, em Manhattan, Nova York, Estados Unidos, em 17 de abril de 2025. Centenas de professores, estudantes, pesquisadores e funcionários de universidades de Nova York fizeram uma manifestação em Manhattan na quinta-feira contra as políticas e os cortes de financiamento do ensino superior promovidos pelo governo Trump. (Foto por Ada Zhang/Xinhua)

Por Ada Zhang

Nova York, 17 abr (Xinhua) -- Centenas de professores, estudantes, pesquisadores e funcionários de universidades de Nova York se reuniram em Manhattan na quinta-feira contra as políticas e e os cortes de financiamento do ensino superior promovidos pelo governo Trump.

A manifestação teve como tema "Tirem as mãos do ensino superior! Tirem as mãos de nossos alunos!"

Os cortes de verbas são uma tentativa de "minar o direito de aprender", disse à Xinhua James Davis, membro do corpo docente do Brooklyn College, parte da Universidade da Cidade de Nova York (CUNY, na sigla em inglês).

As políticas recentes "prejudicam e corroem o direito do corpo docente de ensinar em sua especialidade e de ensinar a verdade enquanto a buscam, e o direito que os estudantes têm de aprender", disse Davis, que também atua como presidente do sindicato que representa o corpo docente e funcionários em todo o sistema da CUNY, que inclui 30.000 trabalhadores acadêmicos do setor público.

A CUNY é um dos maiores sistemas de universidades públicas dos Estados Unidos. Na semana passada, 17 estudantes internacionais da CUNY tiveram "uma mudança no status do visto", disse um comunicado divulgado pela universidade.

"Muitos de meus colegas estão aqui com vistos internacionais. No passado, eles não precisavam se preocupar com sua situação legal. Mas agora, sob essas novas pressões, eles têm medo de perder seus vistos, seus empregos e sua capacidade de permanecer no país", disse Davis.

"Tem sido assustador", disse Edison Routh, um estudante da Hunter College, em entrevista à Xinhua. "Estamos interessados em defender os imigrantes, nossos colegas de trabalho, colegas de classe e estudantes", disse ele, segurando uma placa com os dizeres "Libertem Mahmoud Khalil Agora".

Mahmoud Khalil, estudante de pós-graduação da Universidade Columbia, foi preso em 8 de março no dormitório de seu campus e transferido para um centro de detenção de imigração no estado de Louisiana, no sul do país. Ele foi chamado de "Estudante Radical Estrangeiro Pró-Hamas" por Trump nas redes sociais após sua prisão.

A Universidade Columbia, que se tornou o centro dos protestos pró-palestinos do ano passado, é a primeira universidade a enfrentar consequências concretas com as recentes mudanças de política do governo Trump. Em março, ela perdeu US$ 400 milhões em financiamento federal.

Em resposta, as autoridades universitárias disseram que estão em negociações com as autoridades federais para restaurar o financiamento. Enquanto isso, a Universidade Columbia anunciou uma série de novas medidas, incluindo a expulsão ou suspensão de alguns alunos no mês passado por sua participação em protestos pró-palestinos.

Grant Miner, estudante do quinto ano de doutorado em inglês e literatura comparada na Universidade Columbia, estava entre os expulsos.

"De certa forma, quase sabíamos que isso estava por vir", disse Miner à Xinhua. "Eles estão cortando fundos para a educação. Estão colocando a educação dos americanos em perigo para garantir que ninguém critique suas políticas."

Um pesquisador do corpo docente da Universidade Columbia, que não quis ser identificado, disse que seu laboratório no Centro Médico já havia perdido o financiamento federal.

"Todos nós fomos afetados", disse o pesquisador, que pediu para não ser identificado, em entrevista à Xinhua. Ele disse que os membros do corpo docente estão cada vez mais preocupados não apenas com seu trabalho, mas também com o efeito inibidor das políticas recentes e da pressão política.

"Estamos todos frustrados, irritados e esperançosos de que a universidade possa nos defender, defender o corpo docente e os alunos. E que todas as universidades juntas possam enfrentar o governo Trump", disse ele.

O pesquisador disse à Xinhua que entrou na academia para fazer pesquisa científica e orientar jovens acadêmicos, mas, em vez disso, o foco agora está sendo desviado para a defesa dos direitos de alunos e colegas. "Todos nós gostaríamos de voltar a uma época em que podíamos fazer nosso trabalho e nossos alunos se sentiam seguros", disse ele.

A Universidade Harvard se tornou o mais recente alvo esta semana em outra escalada da luta do governo federal contra o ensino superior. Na segunda-feira, o governo Trump anunciou o congelamento de US$ 2,2 bilhões em subsídios plurianuais e um contrato de US$ 60 milhões com Harvard, poucas horas depois de a universidade ter se recusado a cumprir uma lista de exigências do governo.

Na quinta-feira, o governo ameaçou impedir que Harvard matricule alunos estrangeiros, a menos que a universidade forneça registros detalhados sobre sua população estudantil. 

Manifestantes seguram cartazes em uma manifestação na Praça Foley, em Manhattan, Nova York, Estados Unidos, em 17 de abril de 2025. Centenas de professores, estudantes, pesquisadores e funcionários de universidades de Nova York fizeram uma manifestação em Manhattan na quinta-feira contra as políticas e os cortes de financiamento do ensino superior promovidos pelo governo Trump. (Foto por Ada Zhang/Xinhua)

Fonte:  https://portuguese.news.cn/20250420/fc70ba66af3b4a7da985a2c4e537e3bd/c.html