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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

6G colocaria China em posição de liderança 'inatacável' sobre EUA, diz analista


Estação Espacial de Espaço Profundo construída pela China na Patagônia

© CC BY 2.5 / Casa Rosada Argentina / Antena de la CONAE-CLTC Neuquén

Ciência e tecnologia

07:51 27.11.2020URL curta

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Enquanto os padrões de tecnologia 5G para redes celulares de banda larga ainda estão sendo implementados em vários países, a China recentemente lançou um satélite 6G em órbita.

Descrito como o primeiro satélite 6G do mundo, o Tianyan-5 é um dos 13 satélites que foram colocados em órbita, como parte do lançamento do foguete Longa Marcha 6, em 6 de novembro, informa o jornal on-line The Eurasian Times.

Ma Jihua, analista veterano da indústria, contou ao portal Global Times que a tecnologia 6G ajudará a China a obter uma posição de liderança [tecnológica] inatacável sobre os EUA.

"A pesquisa 6G da China é mais avançada do que 5G, devido a uma grande e sofisticada base de talentos, sólida experiência técnica, e forte demanda de aplicação", afirmou Ma. "A lacuna está aumentando, seja na tecnologia de banda larga de fibra óptica, ou em redes móveis […]. Se a China usar uma 'metralhadora pesada' enquanto os EUA seguram um arco e flecha no campo de batalha 6G, daqui a dez anos não haverá uma competição entre os dois no setor das telecomunicações."

O que sabemos sobre o novo satélite 6G?

O Tianyan-5 é um satélite de sensoriamento remoto, desenvolvido em conjunto pela Universidade de Ciência e Tecnologia Eletrônica da China e as empresas Tecnologia Aeroespacial Chengdu Guoxing e Tecnologia Pequim Weina Xingkong.

Este satélite é um passo significativo para o desenvolvimento das comunicações internacionais, pois é provável que aumente a capacidade de monitorar e rastrear incêndios florestais e em plantações, que assolaram uma série de países nos últimos dois anos, conforme conta o The Eurasian Times.

Os dois satélites Gaojing-1 01/02 lançados do cosmódromo de Taiyuan, na província de Shanxi, pelo foguete espacial Longa Marcha-2D

© AP Photo / Xinhua, Li Gang

Os dois satélites Gaojing-1 01/02 lançados do cosmódromo de Taiyuan, na província de Shanxi, pelo foguete espacial Longa Marcha-2D

De acordo com o China Daily, jornal diário afiliado ao Partido Comunista Chinês (PCC), "no futuro imediato, os testes de satélites 6G da China terão problemas urgentes para resolver, que afetam a comunidade global. Os incêndios florestais estão aumentando ano após ano, devastando extensões ondulantes de beleza natural, e causando um enorme custo humano em todos os lugares [...]. O objetivo de alguns dos testes 6G é ver se a melhor intensidade do sinal e velocidade de latência que o satélite possui podem ajudar a monitorizar esses desenvolvimentos de mudanças climáticas em tempo real".

Embora não haja clareza sobre os recursos da tecnologia 6G, de acordo com especialistas, a velocidade da tecnologia provavelmente fica na faixa de 100 a 500 gigahertz, cerca de 100 vezes mais rápida do que a rede 5G mais moderna.

5G vs. 6G: o que esperar no futuro?

Tim Childers escreveu um artigo na revista Popular Mechanics afirmando que é difícil entender os recursos da tecnologia 6G, enquanto o seu antecessor 5G ainda se encontra em seus estágios de formação.

"[A tecnologia] 5G, que é considerada a quinta e a mais recente geração de redes de banda larga celular, ainda está em sua infância. As verdadeiras redes 5G operam em frequências de ondas milimétricas entre 30 e 300 gigahertz, tendo entre dez a 100 vezes mais frequências do que a rede de celular 4G anterior", escreveu Childers.

Embora as definições dessas gerações celulares sejam fornecidas por uma parceria global conhecida como Projeto de Parceria de Terceira Geração (3GPP, na sigla em inglês), uma definição clara de 6G ainda está para surgir.

Mulher usando máscara para se proteger do SARS-CoV-2 mexe no smartphone perto de loja da Huawei promovedora da rede 5G em Pequim, China, 11 de outubro de 2020

© AP Photo / Andy Wong

Mulher com máscara usando smartphone com propaganda da 5G da Huawei

O Tianyan-5 não fará apenas observações da Terra, mas também testará uma carga útil de comunicação em terahertz (THz), ondas submilimétricas que ficam entre as microondas e a luz infravermelha no espectro eletromagnético, podendo atingir taxas de dados superiores a 100 gigabytes por segundo, de alta frequência, com o objetivo de enviar dados a velocidades muito mais rápidas do que 5G.

No entanto, assim como as ondas milimétricas usadas no 5G, a radiação THz é fortemente absorvida pelos gases da atmosfera, levando a intervalos limitados nas aplicações.

"O mesmo problema continua a retardar o desenvolvimento generalizado do 5G, e provavelmente impedirá o lançamento do 6G se ele usar ondas THz", comentou Childers.

Embora ainda haja dúvidas sobre o que exatamente o 6G trará, a importância da comunicação remota confiável nunca foi tão importante como hoje, quando as pessoas estão presas dentro de suas casas devido à pandemia.

Se a tecnologia 6G for bem-sucedida em todo o seu potencial, esta permitirá que os seus usuários baixem um filme completo em alguns segundos, e aumentará a qualidade das chamadas de vídeo em ambientes desafiadores, ao mesmo tempo em que auxiliaria na área de transporte e saúde.

Fonte: https://br.sputniknews.com/ciencia_tecnologia/2020112716514355-6g-colocaria-china-em-posicao-de-lideranca-inatacavel-sobre-eua-diz-analista/

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