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quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Brasil247: MP Brasil Soberano trará medidas para mitigar impactos do tarifaço

Lula assina MP Brasil Soberano, que defende a economia nacional do tarifaço de Trump

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina nesta quarta-feira (13) a assinatura da Medida Provisória Brasil Soberano, uma iniciativa voltada a reduzir os impactos econômicos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A solenidade ocorrerá às 11h30, no Salão Leste do Palácio do Planalto, em Brasília. A informação foi divulgada pelo Palácio do Planalto.

De acordo com a agência noticiosa do Governo Federal, a MP inaugura um conjunto inicial de ações para mitigar a elevação — em até 50% — das tarifas de importação incidentes sobre bens do Brasil, medida anunciada pelo governo norte-americano. Após a assinatura, está prevista uma coletiva no Salão Oeste do Palácio. A Medida Provisória é a resposta imediata aos efeitos das novas tarifas de importação dos EUA sobre produtos nacionais.

O objetivo é amortecer impactos econômicos no curto prazo enquanto são adotadas providências adicionais de política pública e de articulação internacional.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/mp-brasil-soberano-trara-medidas-para-mitigar-impactos-do-tarifaco

Brasil247: China lança pacote de estímulo com subsídios a empréstimos para consumo e serviços

 Medida prevê até 3 mil yuans por pessoa em juros subsidiados para crédito ao consumo e apoio a oito setores de serviços, buscando impulsionar a demanda

Venda de carros elétricos na China (Foto: VCG)

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247 – Em mais uma ação para impulsionar o consumo doméstico, o governo da China anunciou um novo pacote de estímulo que inclui subsídios a empréstimos pessoais e para empresas de serviços. A informação foi divulgada pelo Global Times e detalha que a medida, que entra em vigor em 1º de setembro de 2025 e vai até 31 de agosto de 2026, prevê até 3 mil yuans (cerca de US$ 417) por pessoa em juros subsidiados para crédito ao consumo.

Segundo o Ministério das Finanças, o objetivo é reduzir o custo do crédito para famílias, estimular o potencial de consumo e acelerar o desenvolvimento econômico. O subsídio vale apenas para empréstimos efetivamente usados para consumo, excluindo operações com cartão de crédito, e que possam ser comprovados por meio da conta de desembolso do empréstimo.

Apoio ao setor de serviços

Paralelamente, o Ministério das Finanças e outros oito órgãos do governo lançaram um plano de subsídios a juros para empresas de oito setores de serviços: alimentação e hospedagem, saúde, cuidados para idosos, creches, serviços domésticos, cultura e entretenimento, turismo e esportes.

Para se qualificar, os empréstimos devem ser concedidos entre 16 de março e 31 de dezembro deste ano e aplicados em melhorias na infraestrutura de consumo ou na capacidade de oferta de serviços. O subsídio será de até 1 ponto percentual ao ano por, no máximo, 12 meses, sendo 90% do valor pagos pelo governo central e 10% pelos governos provinciais. O valor máximo do empréstimo elegível é de 1 milhão de yuans (cerca de US$ 140 mil).

Repercussão no setor financeiro

Grandes bancos, como China Construction Bank, Bank of China, Bank of Communications e Agricultural Bank of China, já anunciaram medidas para implementar a política de subsídio de juros a partir de 1º de setembro. O vice-ministro das Finanças, Liao Min, afirmou que as medidas representam “mais um experimento inovador de apoio fiscal e financeiro coordenado para impulsionar o consumo doméstico” e poderão ser combinadas com programas já existentes, como o de troca de eletrodomésticos e automóveis.

O economista Song Xiangqing, vice-presidente da Associação de Economia do Comércio da China, classificou o pacote como uma “ferramenta de precisão” para estimular a economia. “Ao reduzir os custos de financiamento para os prestadores de serviços, a política pode acelerar o consumo interno ao oferecer melhores experiências ao consumidor”, disse ao Global Times.

Dong Ximiao, pesquisador-chefe da Merchants Union Consumer Finance Co., destacou que os subsídios terão efeito duplo: “Para o consumo, reduzem o custo do crédito, estimulam o gasto e ajudam a expandir a demanda e estabilizar preços; para o setor de serviços, reduzem o custo de financiamento, estabilizam o fluxo de caixa, apoiam o emprego e impulsionam a recuperação industrial”.

Contexto e expectativas

O estímulo faz parte de uma estratégia mais ampla do governo chinês para fortalecer o consumo como motor central do crescimento econômico. Em 2024, a China já havia emitido 150 bilhões de yuans em títulos públicos especiais de longo prazo para apoiar programas de troca de bens de consumo, resultando em vendas de mais de 1,3 trilhão de yuans.

Dados do primeiro semestre de 2025 mostram que as vendas no varejo de bens de consumo cresceram 5% em relação ao ano anterior, enquanto o varejo de serviços avançou 5,3%. A expectativa, segundo Wang Bo, do Ministério do Comércio, é de que o pacote fiscal impulsione ainda mais o consumo no segundo semestre, consolidando a recuperação econômica.

Fonte:  https://www.brasil247.com/globaltimes/china-lanca-pacote-de-estimulo-com-subsidios-a-emprestimos-para-consumo-e-servicos

Brasil247: Lula convida Donald Trump para COP30 e defende diálogo civilizado entre chefes de Estado

 Presidente revela carta enviada ao líder norte-americano e anuncia crédito bilionário para exportadores afetados por tarifaço dos EUA

Donald Trump e Lula (Foto: Reuters | ABR)

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247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (13) que espera se encontrar pessoalmente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para manter uma “conversa civilizada” entre chefes de Estado. A declaração foi dada em entrevista à BandNews e repercutida pela Reuters, que informou também que Lula enviou uma carta convidando o líder norte-americano para participar da conferência climática da ONU, a COP30, marcada para novembro em Belém (PA).

Na semana passada, em entrevista à própria Reuters, Lula havia destacado que não pretendia telefonar a Trump para discutir a tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros, mas sim para formalizar o convite à cúpula climática. “Eu espero que algum dia eu possa encontrar com o presidente Donald Trump e conversar como dois seres humanos civilizados, como dois chefes de Estado, como deve ser a relação entre dois chefes de Estado”, declarou. Segundo Lula, “não é da parte do Brasil que você tem qualquer empecilho na relação com os Estados Unidos”.

Críticas à carta de Trump e reação do Brasil

Na entrevista, o presidente voltou a classificar como “ofensiva” a carta enviada por Trump, que criticou o sistema Judiciário brasileiro e relacionou o tarifaço ao processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula ponderou, no entanto, que não pretende fazer “bravata” e que cada eventual ação de reciprocidade será avaliada com cautela.

O presidente também confirmou que, nesta quarta-feira (14), assinará uma medida provisória para liberar uma linha de crédito de R$ 30 bilhões destinada a empresas exportadoras impactadas pelo aumento tarifário norte-americano.

Articulação internacional sobre o acordo Mercosul-UE

Lula adiantou que pretende telefonar ao presidente da França, Emmanuel Macron, ao chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para discutir avanços no acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

Defesa da regulamentação das Big Techs

Outro ponto abordado na entrevista foi a regulamentação das chamadas Big Techs, tema que, segundo Lula, também causa atritos com o governo norte-americano. Ele afirmou que a proposta final do governo para regular redes sociais e plataformas digitais deve ser concluída nesta quarta-feira e enviada ao Congresso Nacional.

Nós vamos regulamentar porque é preciso regulamentar. Porque é preciso criar o mínimo de comportamento, o mínimo de procedimento, um funcionamento de uma rede digital que fala com crianças, que fala com adultos, que fala com os velhos, e que muitas vezes ninguém assume a responsabilidade pelo conteúdo”, disse. Lula reforçou que a medida busca estabelecer responsabilidade e regras claras para o funcionamento das plataformas no Brasil.

Com a combinação de diplomacia, medidas econômicas e propostas de regulação digital, o governo sinaliza que pretende manter o diálogo aberto com os Estados Unidos, mas também proteger os interesses brasileiros diante das ações de Washington.

Fonte:  https://www.brasil247.com/poder/lula-convida-donald-trump-para-cop30-e-defende-dialogo-civilizado-entre-chefes-de-estado

terça-feira, 12 de agosto de 2025

PIX NA MIRA: Prejuizo Bilionário para Visa e Mastercard

Brasil247: Israel já matou mais jornalistas do que as mortes ocorridas nas duas guerras mundiais

 

Ação deliberada para eliminar profissionais de imprensa confirma a brutalidade do regime sionista

Anas al-Sharif (Foto: Reprodução X)

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247 – O assassinato de seis jornalistas — cinco deles da rede Al Jazeera — na Cidade de Gaza, no último domingo, tornou-se mais um trágico marco da violência contra a imprensa desde o início da ofensiva israelense no enclave. Segundo dados do Comitê de Proteção de Jornalistas (CPJ), ONG que atua na defesa da liberdade de imprensa, 192 profissionais foram mortos desde outubro de 2023, número recorde na História moderna e quase três vezes maior do que o registrado nas duas Guerras Mundiais somadas. As informações foram publicadas pelo jornal O Globo.

Diante da repercussão internacional e das pressões crescentes, Israel, ao mesmo tempo em que lança acusações contra os jornalistas mortos, já admite permitir a entrada de imprensa estrangeira em Gaza. Entre os mortos no ataque de domingo estava Anas al-Sharif, correspondente amplamente reconhecido por sua cobertura do conflito. Ele havia sido acusado por Israel, sem provas concretas, de integrar a ala militar do Hamas. Em julho, em entrevista ao CPJ, Al-Sharif denunciou que as acusações representavam uma ameaça real à sua vida: "Tudo isso acontece porque minha cobertura dos crimes da ocupação israelense na Faixa de Gaza os prejudica e mancha sua imagem no mundo. Eles me acusam de terrorista porque a ocupação quer me assassinar moralmente".

Desde os ataques de 7 de outubro de 2023, quando ações do Hamas contra Israel deixaram cerca de 1,1 mil mortos e desencadearam a ofensiva militar israelense, 192 jornalistas perderam a vida no território palestino — as autoridades de saúde de Gaza elevam esse número para 238 — e 90 foram presos. O CPJ apontou que Israel foi, em 2024, o segundo país que mais prendeu profissionais de imprensa, ficando atrás apenas da China.

Um estudo do Projeto Custos da Guerra, da Universidade Brown (EUA), revelou que nunca tantos jornalistas morreram em um conflito armado na História moderna como no atual massacre em Gaza. Para efeito de comparação, foram 69 mortes nas duas Guerras Mundiais, 71 durante as guerras dos EUA no Vietnã, Camboja e Laos, e 19 desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2024. O relatório denuncia que, desde os anos 2000, governos e grupos armados — de Israel ao Estado Islâmico — têm recorrido a políticas repressivas e ataques diretos para silenciar a imprensa, criando verdadeiros “cemitérios de notícias” em zonas de guerra.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) já protocolou quatro queixas contra Israel no Tribunal Penal Internacional, em Haia. Na última, em novembro, a entidade afirmou que as mortes de jornalistas permanecem impunes e que os ataques representam um “massacre sem precedentes”. A RSF denuncia ainda que o bloqueio à entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza desde outubro de 2023 visa sufocar os fatos e isolar a imprensa palestina: "O bloqueio midiático imposto sobre Gaza, com o massacre de quase 200 jornalistas pelo exército israelense, facilita a destruição total do enclave sitiado, bem como seu apagamento" — afirmou Thibaut Bruttin, diretor-geral da organização.

No domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou ter orientado o Exército a se preparar para levar jornalistas estrangeiros a Gaza “para que vejam com os próprios olhos” as ações israelenses, incluindo a distribuição de ajuda. Contudo, segundo a ONU e organizações humanitárias, o novo sistema de entrega, financiado por uma fundação dos Estados Unidos, é ineficiente e causa mais mortes entre civis. Experiências passadas indicam que, mesmo quando a entrada da imprensa estrangeira é permitida, o trabalho é restrito, monitorado e submetido à censura oficial antes da publicação, o que levanta dúvidas sobre a real independência dessa cobertura.

Fonte:  https://www.brasil247.com/midia/israel-ja-matou-mais-jornalistas-do-que-as-mortes-ocorridas-nas-duas-guerras-mundiais

Brasil247: Pesquisa Ipsos-Ipec: Tarifaço de Trump é visto como ataque político e derrete imagem dos EUA no Brasil

 

Enquanto brasileiros se dividem sobre possíveis retaliações, a maioria (68%) defende que o Brasil priorize acordos com outros parceiros, como a China

Bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos (Foto: Embaixada dos EUA/Divulgação)
Guilherme Levorato avatar
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247 - A mais recente pesquisa do Ipsos-Ipec, divulgada pelo g1, indica que os brasileiros estão divididos sobre a melhor resposta ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos contra produtos nacionais. O levantamento revela que 49% concordam que o Brasil deveria retaliar aplicando tarifas igualmente altas sobre importações americanas, enquanto 43% discordam dessa estratégia.

O estudo foi realizado entre 1º e 5 de agosto, um dia antes de o aumento entrar em vigor, e ouviu 2 mil pessoas em 132 cidades, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Entre os favoráveis à retaliação, 33% concordam totalmente e 16% parcialmente. Entre os contrários, 30% rejeitam totalmente a medida e 13% discordam em parte.

Apoio e rejeição divididos por perfil

A adesão à resposta “na mesma moeda” é mais alta entre eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (61%), moradores do Norte e Centro-Oeste (58%), jovens de 16 a 24 anos (55%) e pessoas com ensino superior (53%). Mulheres (51%), católicos (51%) e famílias com renda de 1 a 2 salários mínimos (50%) também estão entre os que mais apoiam a medida.

Já a rejeição é predominante entre eleitores de Jair Bolsonaro (56%), moradores da região Sul (52%), habitantes de periferias (52%) e evangélicos (50%).

Tarifaço visto como ação política

Para 75% dos entrevistados, o tarifaço decretado pelo presidente Donald Trump tem motivação política. Apenas 12% consideram que a medida seja uma questão comercial, enquanto 5% veem ambas as motivações e 8% não souberam opinar. Essa percepção de cunho político é ainda mais forte entre pessoas de 45 a 59 anos (80%) e moradores das regiões Nordeste e Sudeste (77%).

Impacto na imagem dos Estados Unidos

O estudo também aponta um desgaste na percepção dos brasileiros sobre os EUA. Antes do tarifaço, 48% avaliavam a imagem do país como “ótima” ou “boa”, contra 15% que tinham opinião negativa. Após o anúncio, 38% afirmaram que sua imagem piorou, 6% disseram que melhorou e 51% não notaram mudança.

Busca por novos parceiros comerciais

Diante do embate, 68% defendem que o Brasil priorize acordos com outros parceiros, como China e União Europeia, enquanto 25% discordam. Entre os que apoiam essa estratégia, 45% concordam totalmente e 23% em parte.

Temor de isolamento internacional

A tensão diplomática também levanta preocupações sobre o posicionamento global do Brasil. Segundo a pesquisa, 60% acreditam que o país pode ficar mais isolado no cenário internacional por causa do confronto tarifário com os EUA, enquanto 32% não veem esse risco.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/pesquisa-ipsos-ipec-tarifaco-de-trump-e-visto-como-ataque-politico-e-derrete-imagem-dos-eua-no-brasil

Brasil247: Prefeita de Washington critica ação de Trump e alerta para risco à autonomia local

 

Muriel Bowser diz que medidas do presidente afetam governo da capital e destaca queda histórica da criminalidade

Muriel Bowser, prefeita de Washington (Foto: Elizabeth Frantz - Reuters)
José Reinaldo avatar
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247 - A prefeita de Washington, D.C., Muriel Bowser, classificou como “inquietante” a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de assumir o controle do Departamento de Polícia da capital e ativar a Guarda Nacional sob o argumento de reforçar a segurança e melhorar a “aparência” da cidade. As declarações foram feitas nesta segunda-feira (11) durante entrevista coletiva, repercutida pela agência Prensa Latina.

Segundo Bowser, a ação se insere em um histórico de tensões entre o governo federal e a administração local. “Dada a retórica do passado, não posso dizer que ficamos totalmente surpresos”, afirmou. Ela lembrou que Washington não possui senadores nem autonomia plena, o que, na sua avaliação, permite interferências diretas de Washington por parte da Casa Branca. “Não temos senadores nem autonomia total. O autogoverno local limitado dá ao governo federal a capacidade de interferir em nossa autonomia de muitas maneiras”, destacou.

A prefeita atribui parte dessa postura de Trump a sua experiência durante a pandemia. “Acho que a visão do presidente sobre Washington, D.C., é influenciada por sua experiência na era da Covid-19 durante seu primeiro mandato”, afirmou.

Queda histórica na criminalidade

Bowser reconheceu que, entre 2021 e 2023, houve aumento da criminalidade no período pós-pandemia, mas disse que a estratégia adotada pela polícia deu resultados. “Nós rapidamente implementamos leis e táticas que removeram criminosos violentos de nossas ruas e deram mais ferramentas aos nossos policiais, e é por isso que vimos uma redução significativa na criminalidade”, explicou.

Dados oficiais indicam que os crimes violentos caíram 35% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando o menor índice em 30 anos. Também houve queda nos crimes contra a propriedade, embora persistam desafios em áreas como o roubo de veículos. “Continuamos buscando maneiras de tornar nossa cidade mais segura”, acrescentou a prefeita.

Intervenção federal 

Nos últimos dias, a Casa Branca intensificou a presença de agentes federais no Distrito de Columbia, mobilizando equipes da Drug Enforcement Administration (DEA), do FBI, do Serviço Secreto e de outras agências.

De acordo com a Lei de Autonomia Local, o presidente pode assumir temporariamente o comando do departamento de polícia do distrito se declarar “condições especiais de emergência” e decretar emergência de segurança pública. Foi essa prerrogativa que Trump utilizou para justificar a medida.

Pouco antes de falar com jornalistas, o presidente publicou nas redes sociais: “Washington, DC será LIBERADA hoje! Crime, barbárie, sujeira e escória DESAPARECERÃO (...) Resolvi a fronteira rapidamente (ZERO EMPREENDIMENTOS ILEGAIS nos últimos 3 meses!), DC é a próxima!!!”

Fonte:  https://www.brasil247.com/mundo/prefeita-de-washington-critica-acao-de-trump-e-alerta-para-risco-a-autonomia-local

Brasil247: Brasil e China decidem aprofundar cooperação em petróleo, satélites, economia digital e saúde, diz Lula

 

Em ligação de cerca de uma hora, líderes dos dois países também trataram da paz entre Rússia e Ucrânia e da participação chinesa na COP 30

14.04.2023 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e presidente da República Popular da China, Xi Jinping em Cerimônia Oficial de Recepção - Pequim - China. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, na madrugada desta terça-feira (12), que conversou por telefone, na noite de segunda-feira (11), com o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, sobre temas estratégicos da relação bilateral e questões da conjuntura internacional. As informações foram divulgadas pelo próprio presidente em suas redes sociais e confirmadas em nota oficial do Palácio do Planalto.

Segundo Lula, a ligação, que durou cerca de uma hora, foi marcada por uma troca de visões sobre a guerra na Ucrânia e o papel das potências emergentes na construção da paz. “Trocamos impressões sobre a atual conjuntura internacional e os recentes esforços pela paz entre Rússia e Ucrânia. Concordamos sobre o papel do G20 e do BRICS na defesa do multilateralismo”, afirmou o presidente.

Compromisso com o clima e a COP 30

Lula destacou que a pauta ambiental também esteve no centro da conversa. “Reiterei a importância que a China terá para o sucesso da COP 30 e no combate à mudança do clima”, disse. Segundo ele, Xi Jinping sinalizou forte engajamento: “O presidente Xi indicou que a China estará representada em Belém por delegação de alto nível e que vai trabalhar com o Brasil para o êxito da conferência”.

O encontro climático de 2025, que será sediado na capital paraense, é visto pelo governo brasileiro como uma oportunidade estratégica para fortalecer compromissos ambientais e impulsionar investimentos em tecnologias limpas.

Expansão da parceria estratégica

A relação econômica e tecnológica entre Brasil e China foi outro ponto central da ligação. “Saudamos os avanços já alcançados no âmbito das sinergias entre os programas nacionais de desenvolvimento dos dois países”, relatou Lula. “Nos comprometemos a ampliar o escopo da cooperação para setores como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites”, completou.

Além disso, o presidente sublinhou a importância de ampliar os fluxos de comércio e investimento. “Destacamos nossa disposição em continuar identificando novas oportunidades de negócios entre as duas economias”, afirmou.

Contexto geopolítico e integração econômica

A aproximação entre Brasília e Pequim se dá em um momento em que o cenário global exige maior articulação entre países em desenvolvimento. Ao fortalecer a parceria em áreas como energia, tecnologia e meio ambiente, Brasil e China ampliam sua influência no sistema internacional e reforçam a agenda de cooperação Sul-Sul.

Com a China já consolidada como principal parceiro comercial do Brasil, a ênfase em novos setores estratégicos na agenda bilateral amplia as possibilidades de crescimento e inovação. O diálogo entre Lula e Xi Jinping reforça a visão de que o multilateralismo e a integração econômica são caminhos essenciais para enfrentar crises globais e promover o desenvolvimento sustentável.

Fonte:  https://www.brasil247.com/poder/brasil-e-china-decidem-aprofundar-cooperacao-em-petroleo-satelites-economia-digital-e-saude-diz-lula

Brasil247: “China e Brasil podem ser exemplo de unidade e autossuficiência no Sul Global”, diz Xi Jinping

 

Em conversa com Lula, presidente chinês destaca alinhamento estratégico, defesa da soberania e papel conjunto na promoção de um mundo mais justo

Presidente Lula e Xi Jinping na cerimônia de assinatura de atos bilaterais, no Palácio da Alvorada. Brasília - DF. Foto: Ricardo Stuckert/PR (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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247 – O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta terça-feira (12) que está pronto para trabalhar em conjunto com o Brasil para estabelecer um exemplo de unidade e autossuficiência entre os grandes países do Sul Global, além de impulsionar a construção de um mundo mais justo e de um planeta mais sustentável. As declarações foram feitas durante conversa por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo noticiou o Global Times.

Xi Jinping destacou que as relações entre China e Brasil atravessam o melhor momento da história, com avanços significativos na construção de uma comunidade de futuro compartilhado e no alinhamento das estratégias de desenvolvimento de ambos os países. “O lado chinês está pronto para trabalhar com o Brasil para aproveitar as oportunidades, fortalecer a coordenação e entregar mais resultados de cooperação mutuamente benéficos”, afirmou.

O líder chinês também reiterou o apoio ao povo brasileiro na defesa de sua soberania nacional e na proteção de seus direitos e interesses legítimos. Xi convocou todos os países a se unirem contra o unilateralismo e o protecionismo.

Papel no BRICS e desafios globais

Segundo Xi, o mecanismo do BRICS é uma plataforma essencial para a construção de consensos no Sul Global. Ele parabenizou o Brasil pela bem-sucedida realização da última cúpula do bloco e defendeu que os países em desenvolvimento devem agir conjuntamente para salvaguardar a justiça internacional, defender as normas básicas que regem as relações internacionais e proteger os interesses legítimos das nações em desenvolvimento.

Xi também enfatizou a importância de enfrentar juntos os desafios globais, garantir o êxito da próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Belém, e promover o papel do grupo “Amigos da Paz” na busca de uma solução política para a crise na Ucrânia.

Lula reafirma importância da parceria

O presidente Lula ressaltou que o Brasil atribui grande importância às relações com a China e que está comprometido em ampliar a cooperação e aprofundar o alinhamento estratégico. O presidente brasileiro informou Xi sobre a situação recente dos laços com os Estados Unidos e reiterou a posição firme do Brasil na defesa de sua soberania.

Lula elogiou o empenho da China na defesa do multilateralismo, das regras do livre comércio e seu papel responsável nos assuntos internacionais. Ele ainda afirmou que o Brasil está pronto para fortalecer a comunicação e coordenação com a China em fóruns multilaterais como o BRICS, combater práticas unilaterais de intimidação e proteger os interesses comuns de todos os países.

Fonte:  https://www.brasil247.com/globaltimes/china-e-brasil-podem-ser-exemplo-de-unidade-e-autossuficiencia-no-sul-global-diz-xi-jinping

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Sputnik Brasil: Evolução tecnológica militar russa assusta o Ocidente pela rapidez e inovação, avalia analista

 

Militares das Forças Armadas da Rússia são treinados como operadores de drones na área da operação militar especial, em 22 de julho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 11.08.2025

Ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, analista aponta que a rápida evolução tecnológica russa, percebida no campo de batalha, reflete o que na defesa é chamado "cisne negro" — conceito que descreve eventos imprevisíveis e de grande impacto.
A Rússia ampliou, de forma significativa, sua capacidade industrial de produzir drones kamikaze com a consolidação da gigantesca fábrica em Alabuga, no Tartaristão, considerada a maior do mundo em sua categoria. A medida é vista como símbolo da pujança da indústria de defesa da Rússia.
Em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, Ricardo Cabral, historiador e analista de geopolítica, frisa que "produzir 18 mil drones por mês é um feito".

"É uma coisa que vai dar uma base industrial, porque veja bem, não é só essa fábrica. Existem outras fábricas que apenas vão dar suporte. E é engraçado se nós formos ver que a guerra está no final. Prevê-se aí, com essa reunião do [presidente norte-americano, Donald] Trump com o [presidente russo, Vladimir] Putin, [que] a coisa esteja encaminhando para o final", afirma.Drone kamikaze de alta precisão ZALA Lancet no estande do consórcio russo Kalashnikov, no fórum EXÉRCITO 2019  - Sputnik Brasil, 1920, 30.05.2025

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Rússia está construindo drones com que a Polônia e a OTAN só podem sonhar, diz portal
"E aí é uma coisa interessante. Os russos começam atrás e, depois, agora, estão fatalmente na frente, fazendo muitas inovações, transformando o campo de batalha."
Cabral destaca que "a essência da guerra é o fogo e o movimento", e que hoje em dia o drone é o maior limitador do movimento, que consegue desequilibrar o adversário, pegando de surpresa "onde ele não esperava".
Segundo Cabral, essa rápida evolução tecnológica russa, percebida em campo de batalha, assusta o Ocidente, porque não se esperava isso da Rússia.

"Isso é o que a gente chama, na defesa, de cisne negro. Você esperava uma evolução, mas não tão rápida. Lembro que a Rússia, ainda que ela não esteja lutando contra a OTAN, está lutando contra um país com forte apoio da OTAN. Essa é uma diferença danada."Drone kamikaze Kub lançado por militar das Forças Armadas da Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 04.10.2024

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'Projétil guiado': Rostec destaca alta eficácia do drone kamikaze Kub contra tropas do adversário
 
"Todos estão aprendendo com a guerra da Ucrânia, e a Rússia vai ter que pegar essas lições. Se ela quer manter uma dianteira, ela vai ter que, vamos dizer assim, fazer jogos de guerra cada vez mais precisos, com novas mudanças", afirma.

Questionado sobre a possibilidade de o Ocidente — percebendo Moscou na vanguarda de produção de armamentos — tomar medidas para frear esse processo, como sanções e acordos multilaterais, Cabral afirma que a Rússia sofreu várias tentativas de fragmentação quando deixou de ser União Soviética (URSS).

"Ela [a Rússia] sofreu com guerra psicológica interna para a divisão do país, e o que aconteceu? Você teve um movimento de restauração. A Rússia tem um passado, porque a Rússia já passou por isso algumas vezes em sua história. Então, para ela, voltar a ter uma liderança que a levou a um patamar próximo do que tinha foi mais fácil."
Entretanto, ele afirma que o país, para assegurar o temor do Ocidente, deve manter o alto nível de uma panóplia militar, além da população unida.
 
"Uma panóplia militar de respeito provoca medo, e o medo é necessário. E como é que você consegue isso? Tem que manter uma sociedade coesa, unida, patriota, nacionalista, e tem que, a cada momento, explorar seus pontos fortes e trabalhar nos frágeis", afirma o especialista.

Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250811/evolucao-tecnologica-militar-russa-assusta-o-ocidente-pela-rapidez-e-inovacao-avalia-analista-42228064.html

Sputnik Brasil: BRICS se fortalece antes de reunião entre Putin e Trump

 

BRICS se fortalece antes de reunião entre Putin e Trump - Sputnik Brasil, 1920, 11.08.2025

A decisão de Vladimir Putin de informar os líderes do Sul Global sobre os resultados de sua reunião com o enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, destaca o papel do BRICS, afirma a doutora Anuradha Chenoy, professora aposentada do Centro de Estudos Russos e Ásia Central da Universidade Jawaharlal Nehru.
O BRICS se tornou "o principal fórum para garantir a voz da Maioria Global em assuntos internacionais", o que ajuda a salvaguardar o desenvolvimento econômico do Sul Global, explicou a doutora Chenoy.
Em resposta à pressão dos EUA, o BRICS, que é "o principal fórum para manter a multipolaridade", não tem escolha a não ser se fortalecer.
Os membros do BRICS entendem a "posição" da Rússia no conflito ucraniano. Eles "concordam que a Ucrânia deve ser um país neutro" e defendem a paz duradoura, em vez de "apenas uma pausa em que o Ocidente coletivo tenta novamente destruir a Rússia em uma guerra por procuração".
 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250811/42227765.html

Portal Vermelho: Gigante Chilli Beans abandona o dólar nos negócios com a China

 

Segundo o CEO Caito Maia, pagamento aos chineses agora é na moeda local, o renminbi. Além do lucro com a medida, empresário ressalta que deve à China o sucesso da empresa que fundou

Caito em Wenzhou, Zhejiang, China, com fornecedores de sua marca. Foto: Redes Sociais/ Caito Maia

O futuro do comércio mundial tem apontado para uma mudança no modo como os negócios são fechados. A cada ano que passa, o dólar é mais contestado enquanto moeda hegemônica para transações, ainda por cima quando fica vantajoso utilizar a moeda local. Um empresário brasileiro, Caito Maia, fundador e CEO da Chilli Beans, deu um importante passo nesse sentido e substituiu o pagamento em dólar para seus fornecedores chineses pela moeda local, o renminbi.

Ao podcast “De frente com CEO”, da Exame, ele reforçou que a mudança veio para ficar. Segundo Maia, a troca pela negociação em moeda chinesa trouxe ganhos para a Chilli Beans, uma gigante do ramo de óculos e acessórios que logo completará três décadas. A iniciativa foi adotada após os Estados Unidos entrarem em guerra comercial com China e com o restante do mundo.

Os benefícios, como informa, passam por uma maior inserção no mercado asiático e pelo ganho cambial, o que permite à empresa se tornar ainda mais competitiva no cenário internacional. O CEO, que projeta expansão de lojas pela Ásia, já levou a marca para a Indonésia, onde há dez locais de venda dos óculos.

Leia mais: Lula defende nova moeda para fortalecer transações entre países do Brics

Além de destacar a compra de fornecedores chineses em renminbi, Maia reforça que fazer negócios com a China é extremamente positivo. Em seu relato, afirma que o mercado chinês “apadrinhou” seu projeto e que tem os mesmos parceiros comerciais há 25 anos. Como diz, a relação mantida é de “ganha-ganha, saudável, ética e bacana” e que a Chilli Beans só chegou ao atual patamar porque a China “ajudou” e “acreditou” no projeto.

A empresa brasileira, popular no ramo de óculos escuros e acessórios, e que agora também atua no ramo de óticas, fatura cerca de R$ 1,4 bilhão por ano.

O relato de Caito é fundamental para combater a esparrela bolsonarista contra a China. Enquanto a extrema direita é enganada e se alinha ideologicamente a Donald Trump, ‘no mundo real’ os empresários faturam em acordos com os chineses – que são os maiores parceiros comerciais do Brasil há 15 anos.

E se depender do gigante asiático, parte dos produtos brasileiros que são alvo do “tarifaço” dos EUA poderão aportar no país, aprofundando ainda mais essa relação benéfica. Uma das provas concretas desse auxílio mútuo foi a habilitação de 183 novas empresas brasileiras de café para exportarem à China. Também houve a declaração do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, que salientou que Pequim está disposto a trabalhar com o Brasil e demais países da América Latina.

Fonte:  https://vermelho.org.br/2025/08/11/ceo-da-chilli-beans-abandona-o-dolar-nos-negocios-com-a-china/

Portal Vermelho: Comitiva da ONU aprova planos de segurança, saúde e mobilidade para a COP30

 

Organização da conferência do Clima, marcada para novembro, avança para os preparativos finais; inspetores verificaram pessoalmente a estrutura preparada para o evento

Parque da Cidade, em Belém. Foto: Rafael Medelima / COP30

A cidade de Belém (PA) deu um importante passo para a organização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Entre 6 e 8 de agosto, uma comitiva do Departamento de Salvaguarda e Segurança das Nações Unidas (Undss) inspecionou os locais que sediarão o evento e aprovou os planos de segurança, saúde e mobilidade. Este é um passo fundamental, pois a capital paraense espera receber cerca de 50 mil pessoas para este marco da discussão ambiental, realizado no bioma amazônico.

Com atividades que acontecerão entre 10 e 21 de novembro, a cidade de Belém tem recebido enormes investimentos para ampliar o número de leitos, melhorar o sistema de transporte, assim como reforçar o atendimento à saúde e à segurança pública.

Nas últimas semanas, surgiu uma polêmica com os hotéis cobrando valores abusivos pelas hospedagens no período. O governo Lula logo se prontificou a garantir preços acessíveis.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, lembrou que, em breve, diversas hospedagens serão entregues com diárias a preços compatíveis com um evento desse porte. Ele também destacou que parte das delegações ficará em navios de cruzeiro que vão servir de acomodações. As embarcações estarão atracadas no porto na Ilha de Outeiro e devem hospedar 5 mil pessoas.

Leia mais: Guardião das florestas, Curupira é escolhido mascote da COP30

Os inspetores puderam verificar as instalações na localidade e os projetos, em fase de conclusão, para receber a COP30 e que ficarão de legado para a cidade. Durante as reuniões, os planos de ação foram apresentados por representantes da esfera municipal, estadual e federal.

 De acordo com o governo do Pará, mais de 10 mil militares e agentes da segurança pública, incluindo as Forças Armadas e órgãos de inteligência, irão garantir a realização do evento.

Quanto à saúde pública, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na última semana, esteve na capital paraense e anunciou o reforço de investimentos para ampliar a capacidade de atendimento na cidade com novos leitos, construção de Unidades Básicas de Saúde e contratação de novos profissionais.

Leia mais: COP30: Poucos países avançam em metas climáticas

No plano apresentado aos técnicos da ONU ainda constam protocolos específicos para o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), bem como a definição de qual será a rede de atendimento.

Na mobilidade urbana, a organização prevê mais de 240 ônibus, além da frota regular, com itinerários exclusivos para o Parque da Cidade, onde acontecerá a Conferência. Para o Porto de Outeiro, onde estão os navios com leitos, serão 100 veículos. Também foram informados os planos de logística e bloqueio de vias durante a COP30, incluindo os fluxos de deslocamento de chefes de Estado.

*Com informações Agência Pará

Fonte:  https://vermelho.org.br/2025/08/11/comitiva-da-onu-aprova-planos-de-seguranca-saude-e-mobilidade-para-a-cop30/

Agência Brasil: Itamaraty e Gleisi rechaçam ataque de vice-secretário de Trump

 Landau acusou Moraes de usurpar poder ditatorial ao ameaçar poderes

Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 10/08/2025 - 14:44
Brasília
Brasília (DF), 10/04/2023 - Fachada do ministério de Relações Exteriores.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério das Relações Exteriores e a Secretaria de Relações Institucionais rechaçaram os ataques do vice-secretário do Departamento de Estado estadunidense, Christopher Landau, ao sistema judiciário brasileiro. Número dois do órgão, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores dos Estados Unidos, Landau escreveu que “um único ministro do STF [Supremo Tribunal Federal] usurpou poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes”.

Segundo o Itamaraty, a postagem do vice-secretário representa um ataque frontal.

“Essa manifestação caracteriza novo ataque frontal à soberania brasileira e a uma democracia que recentemente derrotou uma tentativa de golpe de Estado e não se curvará a pressões, venham de onde vierem”, respondeu a pasta em nota sábado (9) à noite.

O Itamaraty mencionou que essa foi a segunda manifestação hostil do governo estadunidense em três dias. “O Governo brasileiro manifestou ontem [sexta-feira, 8] à embaixada dos Estados Unidos seu absoluto rechaço às reiteradas ingerências do governo norte-americano em assuntos internos do Brasil, e voltará a fazê-lo sempre que for atacado com falsidades como as da postagem de hoje [sábado, 9], disseminadas pelo subsecretário de Estado, Christopher Landau”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores.

Gravíssima ofensa

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann também rechaçou as postagens do vice-secretário de Estado do governo de Donald Trump. Ela classificou de “arrogante” e de “gravíssima ofensa” as insinuações de interferência do Judiciário em outros Poderes.

“A postagem arrogante do subsecretário de Estado dos EUA é uma gravíssima ofensa ao Brasil, ao STF e à verdade. Quem tentou usurpar o poder em nosso país foi Jair Bolsonaro. Quem está tentando destruir a relação histórica entre os dois países é a família Bolsonaro estimulando Donald Trump, com o tarifaço e sua chantagem contra o Judiciário brasileiro”, rebateu Gleisi nas redes sociais.

A ministra reiterou que o Brasil cumpre a Constituição e que os Poderes estão unidos para rechaçar a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.

“Nenhum poder constitucional brasileiro encontra-se impotente. Ao contrário: Executivo, Legislativo e Judiciário rechaçaram o golpe de 8 de janeiro, a chantagem de [Donald] Trump, o motim bolsonarista pela anistia e as sanções violentas contra o ministro Alexandre de Moraes e outros ministros do STF”, continuou.

“Se querem mesmo ‘restaurar uma amizade histórica’, comecem por respeitar a soberania do Brasil, de nossas leis e Justiça, e parem de apoiar o golpista que tentou destruir nossa democracia", concluiu a ministra.

Relações destruídas

Sem citar diretamente o ministro do STF Alexandre de Moraes, Landau escreveu que um magistrado acumulou autoridade excessiva e “destruiu a relação histórica de proximidade entre o Brasil e os Estados Unidos”. “Sempre é possível negociar com líderes dos Poderes Executivos ou Legislativos de um país, mas não com um juiz”, disse o número dois do secretário Marco Rubio.

Originalmente em inglês, a publicação de Landau foi repostada pela Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, traduzida ao português.

Convocação

Na sexta-feira (8), o Itamaraty convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, após ameaças ao Judiciário brasileiro. O secretário interino da Europa e América do Norte do Itamaraty, o embaixador Flavio Celio Goldman manifestou a indignação do governo brasileiro com o tom e o conteúdo das postagens recentes do Departamento de Estado e da embaixada nas redes sociais.

Na quinta-feira (7), a Embaixada dos EUA no Brasil traduziu comentário do secretário de diplomacia pública Darren Beattie, ameaçando autoridades do Judiciário brasileiro que contribuam com Moraes. “Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto”, disse o comunicado do diplomata, acusando o ministro de “censura” e “perseguição” contra Bolsonaro.

Sanções

Os Estados Unidos aplicam sanções financeiras contra Moraes com base na Lei Magnitsky, sob o argumento de que o magistrado estaria violando os Direitos Humanos ou está relacionado a casos de corrupção ao redor do mundo. O tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros nos Estados Unidos também foi justificado com base na atuação do STF.

O governo de Donald Trump critica Moraes e a Justiça brasileira pelo processo penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e por decisões de remoção de conteúdo e bloqueio de redes sociais e plataformas digitais estadunidenses.

Sputnik Brasil: Gustavo Petro reage a intervencionismo dos Estados Unidos na Venezuela

 19:20 10.08.2025

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, faz uma declaração durante um fórum sobre democracia e multilateralismo no palácio de La Moneda, em Santiago, Chile, 21 de julho de 2025. - Sputnik Brasil, 1920, 10.08.2025

O presidente colombiano, Gustavo Petro, reagiu neste domingo (10) às recentes investidas dos Estados Unidos contra a Venezuela.
Em postagem neste domingo na plataforma X na noite deste domingo (10), o presidente colombiano frisou, como comandante das Forças Armadas colombianas, que qualquer ação na região, sem aprovação, é uma agressão.
Em sua fala, Petro cita em específico tentativas contra a Venezuela.
 
 "Transmito publicamente minha ordem como comandante das Forças Armadas colombianas. Colômbia e Venezuela são o mesmo povo, a mesma bandeira, a mesma história. Qualquer operação militar sem a aprovação de nossas nações irmãs é uma agressão à América Latina e ao Caribe. É uma contradição fundamental ao nosso princípio de liberdade. 'Liberdade ou morte', gritou Bolívar, e o povo se levantou", escreveu Petro.

Nos últimos dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o país utilizará sua força militar contra cartéis do narcotráfico na América Latina.

Em paralelo, a administração Trump elevou de US$ 25 milhões (cerca de R$ 135 milhões) para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa por informações que levem a prisão do presidente venezuelano Nicolás Maduro.
O anúncio foi dado pela procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, que acusou Maduro de colaborar com com grupos como Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa.
Caça Gripen, da empresa sueca Saab, durante testes em Goiás, em março de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 07.08.2025
Panorama internacional
Além do Brasil: venda do Gripen para a América do Sul é pontapé para uma base de defesa conjunta?
"Mas para reduzir os insumos para a produção de bens ilícitos por camponeses, ou os serviços prestados por jovens excluídos, a transformação pacífica do território deve ser totalmente financiada, com economias legítimas. A violência ali só trará mais violência", disse o presidente colombiano.
Ele afirmou ainda ter recebido o apoio de Maduro, para derrotar grupos de narcotraficantes na fronteira entre os países, e destacou que não acreditar que a solução para os problemas políticos da Venezuela "esteja em gastar dinheiro para matar ou capturar líderes políticos".
 
"O caminho da Venezuela é a liberdade política e a soberania plena. Ao povo venezuelano e a todas as suas forças, propusemos um sistema de maior integração política, social e econômica em uma confederação da Grande Colômbia de nossos tempos."

Esta não é a primeira vez que Petro fala sobre a revitalização da Grã-Colômbia, república que existiu entre os anos de 1819 e 1831, abrangendo os territórios de Colômbia, Venezuela, Equador e Panamá. Em abril ele afirmou que "ousou" escrever cartas para os líderes destes países convocando-os a discutir a ideia.

Na ocasião, ele afirmou que o líder venezuelano Simón Bolívar, que presidiu a Grã-Colômbia, "estava absolutamente certo" em criar esse Estado e que aqueles que defendiam sua desintegração e "aqueles que destruíram esse sonho com armas" estavam errados.
 
"Se a Grã-Colômbia existisse hoje, controlada pelo povo da Grã-Colômbia, o Caribe seria o mare nostrum, como diziam os romanos; um viveiro de cultura", acrescentou na época.

Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250810/42200870.html

domingo, 10 de agosto de 2025

Sputnik Brasil: Lula recebe ligação de Putin para conversa sobre Ucrânia e Brics

Cenário econômico internacional também esteve na pauta
Agência Brasil
Publicado em 09/08/2025 - 12:47
Brasília
Rússia- 09/05/2025 Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com o Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin. Grande Palácio do Kremlin, Rússia - Moscou.
Foto: Ricardo Stuckert / PR
© Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu neste sábado (9) uma ligação telefônica do presidente da Rússia, Vladmir Putin. A conversa durou cerca de 40 minutos.

Em nota, o Palácio do Planalto confirmou que Lula e Putin trataram dos esforços pela paz entre a Rússia e Ucrânia e compartilharam informações sobre discussões em curso com os Estados Unidos.

Durante a conversa, o presidente brasileiro reafirmou que o país sempre defendeu o diálogo para tratar do conflito.

“O presidente Lula enfatizou que o Brasil sempre apoiou o diálogo e a busca de uma solução pacífica e reafirmou que o seu governo está à disposição para contribuir com o que for necessário, inclusive no âmbito do Grupo de Amigos da Paz, lançado por iniciativa de Brasil e China”, informou o Planalto.

Os presidentes também trataram de assuntos bilaterais e do cenário político e econômico internacional.

“O presidente Putin parabenizou o Brasil pelos resultados da Cúpula do Brics, realizada nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. Na esfera bilateral, reforçaram a intenção de organizar a próxima edição da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia ainda este ano”, informou o Planalto.

Brasil247: Sheinbaum rebate críticas e reafirma aproximação do México com Brasil e BRICS

 A postura da presidente mexicana se alinha ao movimento de outros líderes latino-americanos que defendem uma maior integração regional

Claudia Sheinbaum (Foto: Telesur)
Laís Gouveia avatar
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247 - A presidente do México, Claudia Sheinbaum, reagiu às críticas sobre a aproximação de seu governo com o Brasil e com o grupo de países que compõem o Brics. A declaração foi feita durante sua coletiva de imprensa matinal e repercutida pelo portal RT.

Questionada por um jornalista sobre falas recentes do presidente da Sociedade Americana do México (AmSoc), Larry Rubin, Sheinbaum foi direta: “O México é livre, soberano e qualquer pessoa pode opinar, mas nós temos o direito de nos reunir com qualquer país do mundo. Qualquer um. Essa é a política do México”.

As críticas de Rubin foram feitas no final de julho, quando ele sugeriu que o país evitasse aprofundar relações com o Brasil por causa de sua participação no BRICS — bloco econômico que também inclui Rússia, Índia, China e África do Sul. Para ele, a aproximação poderia gerar atritos com os Estados Unidos, principal parceiro comercial mexicano, especialmente em meio às tensões provocadas por disputas tarifárias.

Em resposta, Sheinbaum reforçou que vê como legítimo ampliar os laços com os vizinhos latino-americanos, sem prejuízo de outras parcerias estratégicas. “Não vemos por que não fortalecer as relações com o Brasil ou com qualquer outro país da América Latina”, afirmou. Ela acrescentou que a diversificação diplomática e econômica é um dos eixos de sua política externa, e que busca “fortalecer as relações de todos os tipos”.

Segundo Rubin, “se esse tipo de aproximação puder ser evitado, melhor; não particularmente pelo Brasil, mas porque entre os BRICS estão a Rússia e a China, dois países que têm certo antagonismo com o principal parceiro comercial [EUA]”. Fundada em 1942, a American Society of México se apresenta como uma organização sem fins lucrativos dedicada a apoiar empresas, indivíduos e ONGs dos Estados Unidos que operam no território mexicano.

A postura da presidente mexicana se alinha ao movimento de outros líderes latino-americanos que defendem uma maior integração regional. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, tem defendido publicamente o fortalecimento da relação econômica com o México como forma de enfrentar barreiras tarifárias impostas pelos EUA.

Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/sheinbaum-rebate-criticas-e-reafirma-aproximacao-do-mexico-com-brasil-e-brics-9czxciyy

sábado, 9 de agosto de 2025

Brasil247: Em editorial infame, Estadão ataca o BRICS e confirma sua submissão a Washington

 Artigo do jornal tenta minimizar importância do bloco e ignora que Brasil, China e Índia discutem respostas coordenadas à ofensiva tarifária de Trump

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração à imprensa, na Sala de Coletiva. Rio de Janeiro - RJ - 07/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – O jornal O Estado de S. Paulo publicou, neste sábado (9), um editorial com ataques diretos ao BRICS, classificado de forma depreciativa como “miragem”. No texto, o diário paulista critica a reação do grupo à mais recente medida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs sobretaxas de 50% às exportações do Brasil e da Índia. O editorial interpreta a postura do bloco como sinal de irrelevância, ignorando fatores estratégicos e o contexto geopolítico mais amplo.

A análise do Estadão, marcada por alinhamento automático a Washington, desconsidera que Brasil, China e Índia já estão em tratativas para formular uma resposta coordenada ao chamado “tarifaço” norte-americano. Essa articulação inclui medidas comerciais e diplomáticas que buscam proteger setores estratégicos e reforçar a autonomia do bloco frente a práticas unilaterais de potências hegemônicas.

A importância estratégica do BRICS

Criado para fortalecer a voz das grandes economias emergentes em instituições multilaterais, o BRICS tem papel cada vez mais relevante na construção de uma ordem internacional multipolar. Hoje, o bloco reúne países que representam cerca de 45% da população mundial e respondem pela maior parte do crescimento econômico global. Além de ampliar o comércio entre seus membros, o BRICS atua em áreas como cooperação financeira, tecnológica e energética, buscando reduzir a dependência de moedas e sistemas dominados por um único polo de poder.

Ao contrário do que sugere o editorial do Estadão, a ampliação do grupo e o fortalecimento de mecanismos internos, como o Novo Banco de Desenvolvimento, reforçam sua capacidade de oferecer alternativas concretas à arquitetura econômica imposta por países desenvolvidos. A coordenação frente a medidas protecionistas, como as impostas por Trump, é mais um passo nesse sentido.

Submissão editorial e distorção da realidade

O texto publicado pelo Estadão ecoa a retórica de que o Brasil deveria priorizar negociações bilaterais com os EUA, minimizando os riscos de um alinhamento automático que historicamente fragilizou a posição brasileira nas mesas de negociação. Ao atacar o BRICS, o jornal demonstra uma visão ultrapassada, presa ao paradigma unipolar que vem sendo desafiado nas últimas décadas.

A tentativa de retratar o bloco como ineficaz não apenas distorce a realidade, como também subestima a capacidade de articulação de países como Brasil, China e Índia, que têm interesses próprios e sabem que a construção de respostas coletivas fortalece a posição de cada um no cenário global.

O episódio das sobretaxas de Trump é, portanto, um teste — não da fragilidade do BRICS, mas da capacidade do bloco de se consolidar como alternativa à hegemonia de Washington. Ao contrário do que sugere o Estadão, esse processo já está em curso e tende a ganhar força diante das crescentes práticas unilaterais do governo norte-americano.

Fonte: https://www.brasil247.com/midia/em-editorial-infame-estadao-ataca-o-brics-e-confirma-sua-submissao-a-washington

Brasil247: Boaventura: "A esperança do mundo está no Brasil"

 

Boaventura de Sousa Santos diz que país ocupa posição central na luta global contra o autoritarismo e questiona: “O Brasil vai resistir?”

(Foto: Divulgação | Ricardo Stuckert / PR)
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247 - Durante entrevista ao programa Giro das Onze, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos afirmou que o Brasil representa hoje o principal foco de resistência global diante do avanço das forças autoritárias de extrema-direita. “Trump imperial: a esperança do mundo está no Brasil”, declarou, ao analisar o cenário político internacional e o papel estratégico do país na contenção das ofensivas conservadoras.Para o intelectual, a ascensão de Donald Trump nos Estados Unidos e o fortalecimento de regimes ultranacionalistas na Europa configuram um quadro de grave retrocesso democrático no Ocidente. 

A Europa está sonâmbula a caminhar para sua destruição”, alertou. Segundo ele, a União Europeia perdeu seu rumo político, e os europeus “sonham com um ‘Lula’ à frente da UE”, tamanha a desilusão com os atuais dirigentes. Nesse contexto, Boaventura vê o Brasil como uma das poucas democracias reais do planeta. “Não há muitas democracias hoje no mundo. O Brasil é um país mais democrático que os EUA”, afirmou. Para ele, a questão central para o mundo neste momento se resume a uma pergunta: “O Brasil vai resistir?”.

Ao abordar o cenário político brasileiro, Boaventura foi direto ao apontar o papel que o país exerce na geopolítica da extrema-direita. Ele afirmou que “a extrema-direita brasileira tem uma embaixada em Washington: Eduardo Bolsonaro”. Segundo o sociólogo, o deputado atua como ponte entre a direita radical norte-americana e a brasileira, sendo um agente ativo no fortalecimento do autoritarismo internacional. Ele também alertou para o comportamento da direita institucional no país, especialmente diante de interferências externas.

 “A direita brasileira se omite diante do ataque externo”, criticou. Para ele, essa omissão compromete a soberania nacional e enfraquece a capacidade do país de reagir a pressões vindas de Washington.Boaventura defendeu abertamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e afirmou que o Brasil deve proteger sua autonomia econômica. “O país tem que apoiar Haddad para que ele não seja objeto de chantagem dos EUA”, disse, referindo-se à pressão externa sobre as decisões econômicas do governo brasileiro. 

A crítica ao imperialismo norte-americano é reforçada pela sua análise sobre o papel de Donald Trump, que ele considera “a voz da tecno-oligarquia”. Segundo Boaventura, o ex-presidente e atual mandatário dos EUA atua como uma espécie de imperador do novo capitalismo digital e predatório. “Trump é imperador”, resumiu.

Ao analisar a atuação das forças progressistas no Brasil, Boaventura criticou o que considera uma postura tímida diante das disputas públicas. “A esquerda no Brasil tem medo da rua”, disse, comparando-a com movimentos mais confrontativos, como o liderado por Jeremy Corbyn no Reino Unido. 

A esquerda de Jeremy Corbyn é a esquerda do enfrentamento”, pontuou. O sociólogo também chamou atenção para a necessidade de ampliar o olhar da esquerda para além das questões exclusivamente humanas. “A esquerda tem que olhar para a vida no planeta e não só para a vida humana”, afirmou, sugerindo um compromisso maior com as pautas ambientais e da ecologia política.Um dos trechos mais contundentes da entrevista foi a crítica ao papel da religião na política atual. “Onde é que está a igreja dos oprimidos?”, questionou Boaventura, apontando o distanciamento das instituições religiosas em relação às causas sociais. 

Na Europa, segundo ele, o retrocesso é visível até mesmo no campo das liberdades civis. “Hoje é crime defender a Palestina”, disse, referindo-se à repressão de manifestações pró-palestinas em diversos países europeus. 

Ele também apontou a deterioração do sistema representativo: “Os partidos políticos deixarão de existir no futuro”.Para Boaventura de Sousa Santos, o cenário mundial é de polarização extrema. “Em momentos de polarização, a centro-direita se alia à extrema-direita, não à esquerda”, explicou. Nesse ambiente, o Brasil ocupa uma posição singular: ao mesmo tempo em que é alvo de pressões externas, é também uma referência para aqueles que ainda acreditam na democracia. “A esperança do mundo está no Brasil”, concluiu o sociólogo.

Fonte:  https://www.brasil247.com/entrevistas/boaventura-a-esperanca-do-mundo-esta-no-brasil