

Com o objetivo de fornecer mais liquidez
ao mercado financeiro em momentos de necessidade, o Banco Central do
Brasil (BC) e o Banco Popular da China (PBoC) irão assinar nesta
terça-feira (13) um acordo de swap (troca) de moedas. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, e sua contraparte chinesa, Pan Gongsheng, assinarão o documento em Pequim.
Conforme resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), o valor em aberto das operações não poderá ultrapassar R$ 157 bilhões, e elas terão validade de cinco anos. O Banco Popular da China receberá reais, creditando o valor equivalente à moeda brasileira em dólares numa conta de especial de depósito aberta em seu nome no Banco Central brasileiro. O dinheiro só poderá ser movimentado conforme as determinações do acordo.
Para garantir o equilíbrio econômico-financeiro das obrigações, o BC observará as taxas de câmbio relativas às duas moedas, cobradas nos mercados cambiais nacional e internacional, assim como os juros e os prêmios de riscos das obrigações soberanas (como taxas de títulos públicos) nos mercados financeiros doméstico e global.
Em nota, o BC ressaltou que pretende firmar mais acordos do tipo com outros países.
“Esses acordos de swap de moedas têm se tornado comuns entre os bancos centrais, especialmente desde a crise de 2007. O BC já tem conversas com outros bancos centrais para a realização de acordos semelhantes ao que será assinado com o PBoC amanhã”, informou o BC em nota.
Segundo o BC, o Banco Popular da China tem 40 acordos semelhantes de swaps de moedas com autoridades monetárias de países como Canadá, Chile, África do Sul, Japão, Reino Unido, assim como com o Banco Central Europeu.
O BC tem um acordo semelhante com o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Chamado de Foreign and International Monetary Authorities Repo Facility (FIMA, na sigla em inglês), esse acordo dá a possibilidade de o BC brasileiro acessar dólares americanos oferecendo operações compromissadas (títulos públicos usados para regular a quantidade de dinheiro em circulação da economia. Em troca, o BC recebe títulos do Tesouro norte-americano como contrapartidas.
Galípolo acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem ao país asiático. Além de assinar o acordo de swap nesta terça, o presidente do BC deve participar de um seminário sobre títulos públicos internacionais da China, chamados de Panda Bonds, na quinta-feira (15).
Brasil e China divulgaram duas
declarações conjuntas nesta terça-feira (13), em meio aos encontros
bilaterais ocorridos durante a missão brasileira em Pequim. Uma das
declarações pede diálogo entre Rússia e Ucrânia, para dar fim à guerra
entre os dois países.
Já a segunda declaração conjunta foi feita em defesa do multilateralismo e do fortalecimento de ações sustentáveis visando amenizar os efeitos danosos das mudanças climáticas para o planeta.
Nos discursos feitos durante a visita à China, Lula falou, em algumas oportunidades, sobre a guerra na Ucrânia. O presidente brasileiro fez também críticas às ações de Israel na Faixa de Gaza.
“A humanidade se apequena diante das atrocidades cometidas em Gaza. Não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel. Somente uma ONU [Organização das Nações Unidas] reformada poderá cumprir os ideais de paz, direitos humanos e progresso social consagrados em 1945 pela Carta de São Francisco”, disse Lula.
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Na declaração conjunta sobre a crise na Ucrânia, Brasil e China dizem acolher a proposta feita pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no dia 10 de maio, no sentido de abrir negociações para a paz. Ao mesmo tempo, dizem acolher também a “manifestação positiva” do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que, segundo o documento, busca o mesmo objetivo de paz.
“Os governos do Brasil e da China esperam que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito”, diz o documento ao avaliar positivamente “os recentes sinais de disposição ao diálogo e manifestam sua expectativa de que as partes possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas”.
Na avaliação dos governos brasileiro e chinês, é necessário encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia “em suas raízes, com vistas a um acordo de paz duradouro e justo, que seja vinculante para todas as partes no final”.
A segunda declaração assinada por Brasil e China é mais abrangente e trata de temas diversos, entre os quais, a busca por paz e estabilidade no Oriente Médio, o que inclui apoio ao Plano de Recuperação, Reconstrução e Desenvolvimento de Gaza, adotado pela Liga dos Estados Árabes em março de 2025.
Os dois países conclamam a comunidade internacional a “promover a implementação contínua e eficaz do acordo de cessar-fogo e a aliviar a crise humanitária em Gaza”, na busca por um “encaminhamento definitivo para o conflito Israel-Palestina”.
Nesse sentido, os dois países reiteram “apoio à solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente, soberano e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, nas fronteiras de 1967, incluindo a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, e com Jerusalém Oriental como sua capital”, diz a declaração ao manifestar “absoluto repúdio ao recurso ao terrorismo e a todos os atos de violência”.
Brasil e China declaram que vão trabalhar de forma conjunta para defender o multilateralismo, salvaguardar a equidade e a justiça internacionais, além de rejeitar o unilateralismo, o protecionismo e a busca por hegemonia. Nesse sentido, defenderam um sistema internacional mais justo e equitativo; e a solução pacífica de eventuais controvérsias.
A reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas consta também do documento, sob o argumento de que é necessário tornar a ONU mais democrática e representativa.
“A parte chinesa atribui grande importância à influência e ao papel que o Brasil exerce em assuntos regionais e internacionais e compreende e apoia a aspiração do Brasil de desempenhar um maior papel na ONU, inclusive no seu Conselho de Segurança”, diz o documento, que defende, também reforma abrangente da arquitetura financeira internacional “para ampliar a influência dos países em desenvolvimento e sua representação nas instituições financeiras internacionais”.
Já o Brasil reiterou que “adere firmemente ao princípio de uma só China”, reconhecendo que “só existe uma China no mundo e que Taiwan é uma parte inseparável do território chinês”. Nesse sentido, o Brasil manifestou apoio aos os esforços da China “para realizar a reunificação nacional pacífica”. Este trecho foi recebido com “grande apreço” pela parte chinesa.
O documento critica as chamadas guerras tarifárias e comerciais [como implementado pelos Estados Unidos após a posse de Donald Trump], afirmando que o protecionismo não responde aos desafios atuais.
Além de defender o fortalecimento da cooperação entre países do Sul Global, o documento pede que todos países deem mais atenção a temas relacionados ao desenvolvimento humano, em especial visando à redução da pobreza e em favor de medidas em prol da educação, da saúde e do desenvolvimento sustentável.
Destaca também as parcerias entre Brasil e China nas iniciativas e projetos que contemplam as áreas de cooperação financeira, saúde, infraestrutura (rodoviária, ferroviária e portuária), inteligência artificial, ciência, tecnologia e inovação, capacitação de recursos humanos, meio ambiente, energias renováveis e transição ecológica e setor naval.
Brasil e China defendem, também de forma conjunta, uma governança global no espaço cibernético, bem como o combate à desinformação na internet, de forma a “promover um ciberespaço que seja aberto, seguro, estável, acessível, pacífico e interoperável”.
Outro ponto abordado pelos dois países é a defesa de uma cooperação entre instituições de pesquisa científica e empresas na área agrícola, com vistas a promover a inovação tecnológica, incluindo biotecnologia e desenvolvimento social.
A partir desta quarta-feira (14), os
aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
podem requerer a devolução de valores descontados indevidamente nos
últimos anos. O pedido deve ser feito por meio do aplicativo Meu INSS, pelo site de mesmo nome ou pelo telefone 135.
Agora é possível saber o nome da entidade à qual o aposentado ou pensionista que teve desconto está vinculado, por meio do serviço “Consultar Descontos de Entidades Associativas”, disponível no aplicativo.
Cerca de 9 milhões de segurados começaram a ser notificados na terça-feira (13) sobre descontos por entidades e associações. Caso o aposentado ou pensionista constate descontos não autorizados, poderá solicitar a devolução dos valores pelo próprio aplicativo, pelo site do Meu INSS ou pelo telefone 135.
Segundo o INSS, podem ocorrer instabilidades no aplicativo por causa do alto volume de acessos. “O INSS afirma que a Dataprev, empresa que fornece tecnologia para o INSS, está monitorando e acompanhando de perto o aplicativo Meu INSS”, respondeu a autarquia à Agência Brasil.
Para ajudar os segurados que não usam meios eletrônicos, o governo negocia com os Correios a abertura da rede de 8,5 mil agências para atendimento presencial.
Para acessar a notificação, é preciso baixar, de forma gratuita, o aplicativo, disponível para os sistemas IOS e Android. O download pode ser feito pela App Store, no caso de celulares do modelo IPhone, ou na Google Play Store, para os demais aparelhos.
Após baixar o Meu INSS, será necessário criar uma conta com login e senha, informando o número do CPF. A senha criada serve também para acessar outros serviços públicos, já que todos os portais foram unificados no sistema Gov.br.
Também é possível criar uma conta no Meu INSS por meio de internet banking de bancos credenciados. Neste caso, basta acessar a opção "Entrar com seu banco", disponível na página inicial do aplicativo.
Com a conta já aberta, é preciso clicar no sininho que aparece no topo, do lado direito; em seguida, em “Configurar Notificações”; e, por fim, selecionar a opção “Permitir notificações”.
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Há duas opções de mensagens disponíveis. Uma para quem teve algum tipo de desconto, que está sendo enviada a partir de hoje.
E outra para quem não teve nenhum desconto, enviada na semana passada: “fique tranquilo, nenhum desconto foi feito em seu benefício. O governo federal descobriu a fraude dos descontos associativos não autorizados e seguirá trabalhando para proteger você e seu benefício”, escreveu o INSS na última semana.
O instituto reforça que é preciso ter cuidado com golpes. O contato com beneficiários será feito exclusivamente via notificação por meio do aplicativo Meu INSS. Não haverá contato, portanto, via ligação ou envio de mensagem SMS.
Aposentados e pensionistas com dúvidas ou com dificuldade de acessar o aplicativo podem ligar na central de teleatendimento 135, que funciona de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h. Para um atendimento mais rápido, os melhores horários para ligar são após as 16h e aos sábados.
“Para saber informações com segurança, basta acessar os canais oficiais do INSS, como o gov.br/inss e redes sociais oficiais”, recomenda o instituto em comunicado.
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2025-05/segurados-do-inss-podem-pedir-devolucao-de-descontos-ilegais
Morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nesta terça-feira (13) uma nota de pesar pela morte do ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica, aos 89 anos. Amigos de longa data, Lula e Mujica mantinham uma relação de profunda admiração mútua e estiveram juntos em dezembro do ano passado.
A notícia do falecimento foi confirmada pelo atual presidente uruguaio, Yamandu Orsi, por meio das redes sociais. Em sua mensagem, Lula afirmou que recebeu a notícia com “muita tristeza”, mas também com reflexão sobre os inúmeros ensinamentos deixados por Mujica ao longo de sua trajetória de vida e na política.
"Sua vida foi um exemplo de que a luta política e a doçura podem andar juntas. E de que a coragem e a força podem vir acompanhadas da humildade e do desapego", diz Lula na nota.
O presidente lembrou que Mujica, em seus quase 90 anos de vida, foi um ferrenho combatente contra a ditadura em seu país. "Defendeu, como poucos, a democracia. E nunca deixou de militar pela justiça social e o fim de todas as desigualdades", diz.
"Sua grandeza humana ultrapassou as fronteiras do Uruguai e de seu mandato presidencial. A sabedoria de suas palavras formou um verdadeiro canto de unidade e fraternidade para a América Latina. E sua forma de compreender e explicar os desafios do mundo atual continuará guiando os movimentos sociais e políticos que buscam construir uma sociedade mais igualitária", acrescentou Lula.
"Que o amor que Mujica sempre distribuiu ao povo seja agora recebido de volta pela querida Lucía Topolansky e pelos seus familiares, amigos e companheiros. E que o conforto chegue logo aos seus corações", conclui o presidente na nota.
Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/lula-lamenta-morte-de-pepe-mujica-e-define-ex-presidente-uruguaio-como-exemplo-de-luta-politica-e-docura
247 - O presidente da China, Xi Jinping, fez um pronunciamento contundente nesta terça-feira (13) ao encerrar a segunda visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China em apenas dois anos. Para Xi, o gesto demonstra a “grande importância” que o mandatário brasileiro atribui às relações com o país asiático, ressaltando que ambos os governos compartilham uma visão comum sobre temas centrais da agenda global.
“Acabei de ter uma reunião com o presidente Lula, que classifico como carinhosa, amistosa e frutífera. Trocamos impressões de maneira profunda e reafirmamos o compromisso com uma parceria estratégica e de longo prazo entre nossos países”, afirmou Xi.
Entre os resultados concretos da visita, o líder chinês destacou a emissão de uma declaração conjunta sobre a guerra na Ucrânia, com defesa firme por uma solução negociada que conduza à paz “o quanto antes”. Também mencionou a assinatura de “vários atos importantes de cooperação”, refletindo o aprofundamento dos laços bilaterais em diversas áreas.
Sinergia entre BRI e desenvolvimento do Brasil - Xi Jinping sublinhou que os dois países estão alinhados quanto à necessidade de fortalecer a sinergia entre a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês) e as estratégias de desenvolvimento do Brasil. “Nosso caminho será cada vez mais amplo e substancial”, afirmou, reforçando que China e Brasil compartilham interesses comuns e espaço para cooperação mesmo em um cenário internacional turbulento.
Segundo o presidente chinês, cabe às duas nações “assumir a responsabilidade pelo progresso humano e o desenvolvimento global”, papel que deve ser exercido com base em princípios como o multilateralismo, a inclusão e a defesa de uma ordem internacional mais equitativa.
Contra o protecionismo e a favor do Sul Global - Em tom crítico ao protecionismo crescente em algumas economias desenvolvidas, como Estados Unidos, Xi Jinping declarou que “ninguém sai ganhando das guerras tarifárias” e alertou que o protecionismo “jamais será uma resposta adequada aos desafios globais”.
“O mundo de hoje está longe de ser pacífico e enfrentamos cada vez mais desafios. Mas o Sul Global cresce rapidamente e é uma força vital para resistir ao unilateralismo e ao protecionismo, como também uma força crescente para a construção de uma ordem global mais justa e razoável”, declarou Xi, reiterando o compromisso com o sistema multilateral e a cooperação aberta.
Encontro China-CELAC e comunidade de futuro compartilhado - Na manhã desta terça, Xi e Lula também participaram da cerimônia de abertura do Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), reforçando o papel de Pequim na construção de pontes com a América Latina. “Gostaríamos de aproveitar essa reunião para trabalhar junto com o Brasil e outros países da região para alcançar o desenvolvimento comum e a estabilidade, e promover a comunidade de futuro compartilhado da humanidade”, concluiu o presidente chinês.
A visita de Lula à China, marcada por acordos estratégicos e compromissos multilaterais, reafirma o eixo sino-brasileiro como uma das colunas centrais da nova arquitetura geopolítica mundial, com o Sul Global assumindo protagonismo nas transformações do século XXI.
Fonte: https://www.brasil247.com/sul-global/xi-jinping-destaca-importancia-estrategica-da-parceria-com-o-brasil-no-encerramento-da-visita-de-lula-a-china
"Acredito que o Sul Global é a novidade política do século XXI. Tenho muito orgulho de nós por termos chegado onde chegamos", afirmou o líder brasileiro
247 - O Brasil pretende trabalhar com a China para fortalecer a voz do Sul Global na defesa do multilateralismo e do livre comércio, disse o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dois países podem aproveitar plataformas como o Fórum China-CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), os BRICS e a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em 2025 (COP30) para promover conjuntamente essas questões, disse ele em uma entrevista recente à mídia chinesa no Brasil antes de sua visita à China, destaca o jornalista Zhao Yan da Xinhua
"O Brasil vê a China como um parceiro político, um parceiro econômico e um parceiro estratégico muito forte neste mundo turbulento do século XXI", disse o líder brasileiro.
A visita à China é uma extensão das boas relações que o Brasil estabeleceu com a China nos últimos anos, disse ele, acrescentando que o relacionamento bilateral está melhorando e ganhando maior importância estratégica.
"Não queremos a supremacia de um país sobre os outros. Não queremos a supremacia de uma moeda sobre as outras. O que queremos é que o comércio seja justo e equilibrado, e que todos possam vender e comprar de forma equitativa", observou Lula.
Embora o Brasil se esforce para defender a paz, o multilateralismo e um sistema comercial justo e equitativo, não há dúvida de que, juntamente com a China e outros países do Sul Global, eles podem exercer maior influência em escala global, disse ele.
"Acredito que o Sul Global é a novidade política do século XXI. Tenho muito orgulho de nós por termos chegado onde chegamos. E é possível crescer ainda mais, porque tem muita gente que quer se juntar ao Sul Global", disse Lula.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva visita um salão de exposições sobre os últimos desenvolvimentos em tecnologia digital e economia digital no Centro de Pesquisa de Xangai da Huawei, em Xangai, leste da China, em 13 de abril de 2023. (Xinhua/Gao Feng)
Em relação ao comércio, ele observou que o Brasil, a maior economia da América Latina, mantém um volume significativo de comércio com a China. No entanto, o rápido crescimento das relações comerciais entre os dois países sugere que há um potencial maior para intercâmbio comercial e investimentos.
Ele mencionou que um grupo de líderes empresariais brasileiros viajaria com ele para a China para firmar novas parcerias com empreendedores chineses, particularmente em áreas como infraestrutura, mineração e energia.
Ele também quer ver mais cooperação em ciência e tecnologia, especialmente no espaço. "Temos um acordo de satélites com a China e queremos aprimorar os projetos dos Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres 5 e 6."
O Brasil quer discutir IA com a China "para garantir que a inteligência artificial seja usada para servir a toda a humanidade e não apenas a um punhado de países", disse ele.
O Brasil deve sediar a COP30 ainda este ano e espera estabelecer uma forte parceria com a China, disse ele, observando que a China fez progressos notáveis no combate às mudanças climáticas e que pode compartilhar sua própria experiência na transformação de suas necessidades energéticas na conferência climática.
Lula, que participa da quarta reunião ministerial do Fórum China-CELAC durante esta viagem, disse que o evento é uma grande oportunidade para os países latino-americanos estabelecerem um relacionamento estratégico com a China.
Ele enfatizou a importância dos encontros entre líderes empresariais, afirmando que "os políticos sabem abrir portas, mas quem sabe fazer negócios é o líder empresarial".
Em novembro passado, os dois países estreitaram seus laços com uma comunidade sino-brasileira com um futuro compartilhado para um mundo mais justo e um planeta mais sustentável.
O Brasil pretende trabalhar duro para atingir essa meta junto com a China, disse Lula.
Fonte: https://www.brasil247.com/mundo/brasil-trabalhara-com-a-china-para-dar-voz-ao-sul-global-diz-lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou
que a China investirá mais R$ 27 bilhões no Brasil. Por estarem focados
especialmente nas áreas de infraestrutura e tecnologia, os investimentos
abrangerão também a área de educação, uma vez que será necessária ampla
formação de profissionais, até mesmo para garantir a cadeia de
suprimentos ainda a ser demandada.
Lula está em viagem oficial a Pequim, onde participou do Fórum Empresarial Brasil-China, com investidores chineses e brasileiros.
O fluxo comercial entre os dois países é de cerca de US$ 160 bilhões, informou a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Segundo o Palácio do Planalto, os recentes encontros contribuíram para ampliar ainda mais os investimentos chineses no Brasil. Os novos acordos preveem investimento de US$ 1 bilhão na produção de combustível renovável para aviação (SAF), a partir da cana-de-açúcar, e a criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na área de energia renovável.
Na madrugada desta segunda-feira (12), durante o discurso de encerramento do fórum, Lula destacou que a relação entre Brasil e China não é uma “relação comum”, mas uma relação de “dois países que têm compromisso de resolver o problema do empobrecimento que martelou a vida de ambos" durante muito tempo.
“É notável que a China tenha tirado, em 40 anos, 800 milhões de pessoas da pobreza. Como é notável que o Brasil, em apenas 10 anos, tenha tirado 54 milhões de pessoas que passavam fome no meu país”, afirmou Lula. Para o presidente brasileiro, tais feitos são consequência da inclusão de uma parcela significativa da população na economia desses países.
Brasil e China são “parceiros estratégicos e atores incontornáveis” no atual contexto geopolítico, em meio ao “ressurgimento de tendências protecionistas”, disse Lula, referindo-se à recente política comercial adotada pelos Estados Unidos.
“Nós apostamos na redução das barreiras comerciais e queremos mais integração”, afirmou. Ainda de acordo com Lula, os dois países têm ainda o desafio de ampliar o intercâmbio de turistas, e que, para tanto, estão previstas novas conexões aéreas entre os dois países.
O presidente brasileiro lembrou que, em novembro do ano passado, durante encontro com o presidente da China, Xi Jinping, foram estabelecidas sinergias entre os projetos de desenvolvimento dos dois países. “Hoje, colhemos os primeiros frutos desse trabalho”, disse Lula, ao enumerar uma série de projetos que avançaram, desde então.
“O Centro Virtual de Pesquisa e Desenvolvimento em Inteligência Artificial, fruto da parceria entre Dataprev e Huawei, será essencial para o desenvolvimento de aplicações em agricultura, saúde, segurança pública e mobilidade. A parceria da Telebras com a Spacesail ampliará a oferta de satélites de baixa órbita e levará a internet a mais brasileiros, principalmente aos que vivem em áreas mais remotas”, destacou.
Os acordos na área da saúde também foram citados pelo presidente, tanto no discurso quanto nas redes sociais. Foram oito acordos prevendo transferência de tecnologia na produção de medicamentos, insumos farmacêuticos ativos, vacinas e equipamentos médicos.
O chefe do governo brasileiro destacou também a cooperação entre o Senai Cimatec e a Windey, que resultará na instalação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em energia solar, eólica e sistemas de abastecimento.
“A experiência chinesa de refino de minerais críticos contribuirá para valorizar a produção em nosso território, inclusive com transferência de tecnologia nos ciclos de montagem de baterias elétricas. Possuímos reservas abundantes em terras raras, lítio, nióbio, cobalto, cobre, grafite, urânio e tório”, discursou Lula.
Sobre a área de infraestrutura, o presidente lembrou que o Corredor Ferroviário Leste-Oeste vai interligar o Brasil.
“Será um empreendimento fundamental para a logística brasileira e um dos mais transformadores para a garantia da segurança alimentar do mundo”, disse. “Conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, por meio de cinco rotas de integração, facilitará o intercâmbio comercial e levará mais desenvolvimento para o interior do continente sul-americano. As rotas bioceânicas encurtarão a distância entre Brasil e China em aproximadamente 10 mil quilômetros”, acrescentou.
Lula argumentou que os avanços tecnológicos pretendidos por meio das parcerias entre China e Brasil criarão uma demanda por profissionais especializados, o que requer investimentos também na área de educação.
“É importante lembrar que a gente não vai conseguir ser competitivo no mundo tecnológico, no mundo digital, se não investir na educação; se não investir em engenharia, matemática. O ideal para o Brasil não é ficar exportando [apenas] soja. É exportar inteligência e conhecimento”, disse.
O presidente ressaltou, porém, que, para isso, não tem milagre. "Temos de investir em educação, como os chineses fizeram. Pergunte aos chineses quantos milhões de engenheiros eles formaram nos últimos anos. Daí essa revolução tecnológica [com] que os chineses se apresentam diante do mundo.”
Dirigindo-se àqueles que reclamam que o Brasil só exporta commodities (bens primários), como produtos agrícolas e minério de ferro, Lula reiterou que tais exportações são positivas para o Brasil, mas observou que esse tipo de limitação decorre da falta de investimentos em educação.
“O Brasil precisa dar graças a Deus por estar exportando agronegócio, porque também é preciso a gente saber quanto de tecnologia tem hoje em um grão de soja. E quanto de engenharia genética tem em um quilo de carne ou de frango, porco ou em um saco de milho”, argumentou.
“Temos que exportar agronegócio e utilizar esse dinheiro que entra para investir em educação, para podermos ser competitivos com a China na produção de carro elétrico, na produção de baterias, na construção de inteligência artificial. Ninguém vai dar isso de graça para nós brasileiros”, concluiu.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou,
neste sábado (10), que quer ampliar a pesquisa e exploração de minerais
críticos no país e busca na Rússia as parcerias para esse projeto. Lula
cumpriu agenda em Moscou nesta quinta (8) e sexta-feira (9) e disse
hoje que o Brasil não pode jogar fora nenhuma oportunidade para a
transição energética.
Minerais como lítio, cobalto, níquel, grafite e outros elementos das terras raras são essenciais para setores estratégicos, como tecnologia, defesa e transição energética. Segundo Lula, o Ministério de Minas e Energia já atua na interlocução com empresas russas.
“Nós temos a ideia de aumentar nossas pesquisas e exploração dos minerais críticos porque só se fala nisso agora e nós achamos que o Brasil não pode jogar fora nenhuma oportunidade”, disse em coletiva de imprensa antes de deixar Moscou.
“Apenas 30% do nosso território já foi pesquisado e ainda falta muita coisa para pesquisar e nós queremos construir parceria com todos os países do mundo que têm expertise, para que a gente possa tirar proveito para que o Brasil se transforme numa grande economia”, acrescentou o presidente.
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Lula lembrou que a Rússia é um parceiro importante na questão de óleo e gás e em pequenos reatores nucleares, “uma novidade extraordinária para que a gente possa ter energia garantida para todo o sempre”.
“Nós sabemos da volatilidade da energia nuclear e solar, nem sempre elas produzem a mesma quantidade. E nós precisamos ter num país que quer ser a sétima, a sexta, a quinta economia do mundo, nós precisamos ter muita energia e garantia de que nunca vai faltar energia”, disse, lembrando que o sistema brasileiro de distribuição energética já está quase 100% integrado.
A visita de Lula ocorreu no contexto das celebrações dos 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. É o feriado mais importante do país e foi comemorado, na manhã desta sexta-feira (9), com um grandioso desfile cívico-militar.
O presidente brasileiro também cumpriu agenda de Estado com o presidente russo, Vladimir Putin, com quem quer trabalhar para equilibrar a balança comercial entre as duas nações. “Nós temos um déficit comercial. Nesse fluxo de praticamente US$ 12 bilhões, nós temos quase US$ 11 bilhões de déficit comercial”, lembrou Lula.
O Brasil tem uma relação comercial importante com a Rússia, importando dois produtos fundamentais, fertilizantes e óleo diesel, e exportando, principalmente, produtos do agronegócio, como soja, carne bovina, café não torrado, carne de aves e suas miudezas e tabaco.
Durante a visita, foram assinados dois atos: o primeiro sobre cooperação em ciência, tecnologia e inovação e outro sobre fortalecimento da cooperação no campo da pesquisa científica básica e aplicada.
Antes da chegada de Lula à Rússia, uma comitiva brasileira, integrada pela primeira-dama Janja Lula da Silva, foi ao país para promover a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e tratar da cooperação na área de educação e cultura. A convite do governo russo, Janja visitou a Universidade Estatal de São Petersburgo.
Hoje, Lula contou que será agraciado com o título de doutor honoris causa da instituição. “Uma universidade em que estudou [Vladimir] Lenin [grande nome do socialismo russo] e uma universidade em que estudou [o presidente] Putin. E eu vou ser doutor honoris causa”, comemorou.
Após a entrevista, Lula embarcou em direção a Pequim, na China, onde participa da cúpula entre o gigante asiático e países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), nos dias 12 e 13 de maio, além de fazer uma visita de Estado. Pelo menos, 16 acordos bilaterais devem ser assinados.
Questionado sobre sua participação na missa de posse do papa Leão XIV , que ocorrerá no próximo dia 18 de maio, Lula disse que deve ser representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
O motivo é a preparação para a visita de Estado que o presidente fará à França, no início de junho. No país europeu, o mandatário brasileiro também participará da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, nos dias 8 e 9 de junho, em Nice.
Beijing, 11 mai (Xinhua) -- Este ano marca o 10º aniversário do funcionamento oficial do Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). A quarta reunião ministerial do fórum será realizada em Beijing no dia 13 de maio e o presidente chinês, Xi Jinping, participará da cerimônia de abertura e proferirá um discurso. O evento será um novo marco na cooperação entre a China e a América Latina e o Caribe (ALC).
Ao longo da última década, com a orientação e a direção pessoais de Xi e os esforços conjuntos da China e dos países da ALC, o mecanismo do Fórum China-CELAC se tornou cada vez mais maduro, construindo uma rede de diálogo e cooperação integral, multinível e de amplo alcance.
O fórum transformou-se em uma plataforma importante para aumentar a confiança política mútua, fortalecer a articulação de estratégias de desenvolvimento e fomentar o intercâmbio entre os povos, desempenhando um papel relevante na construção da comunidade China-ALC com um futuro compartilhado, bem como na melhoria da influência dos países do Sul Global.
Os dez anos de funcionamento do fórum têm sido testemunhas de um acelerado desenvolvimento dos laços entre a China e a ALC. Atravessando mares e montanhas, as duas partes avançam conjuntamente para impulsionar as relações entre a China e a ALC em direção a uma nova etapa marcada pela igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e benefícios tangíveis para seus respectivos povos.
Por ocasião da 4ª reunião ministerial do fórum, as partes enviarão juntas uma voz forte pela busca da paz, do desenvolvimento e da cooperação, injetando estabilidade e energia positiva em um mundo turbulento, para escrever conjuntamente um novo capítulo de cooperação geral e avançar na construção profunda e sólida da comunidade China-ALC com um futuro compartilhado.
PROJETO DO MAIS ALTO NÍVEL PARA TRAÇAR JUNTOS UM ROTEIRO DE DESENVOLVIMENTO
"Nem montanhas nem mares podem separar os povos que têm os mesmos ideais e objetivos." Xi tem concedido uma atenção especialmente importante ao fortalecimento das relações entre a China e a ALC. Ele realizou seis visitas à região, promoveu pessoalmente a criação do Fórum China-CELAC e formulou o conceito de uma comunidade com um futuro compartilhado entre ambas as partes, o que levou os vínculos China-CELAC a uma nova etapa histórica.
Em julho de 2014, Xi, o presidente chinês, participou da reunião dos líderes China-América Latina e Caribe no Brasil. Juntamente com os chefes de Estado e de governo presentes na reunião, Xi anunciou o estabelecimento do Fórum China-CELAC e propôs pela primeira vez a iniciativa de construir uma comunidade com um futuro compartilhado entre as duas partes.
O presidente Xi tem prestado atenção e apoio pessoais ao desenvolvimento do Fórum China-CELAC. Em janeiro de 2015, Xi participou da cerimônia de abertura da primeira reunião ministerial do fórum, realizada em Beijing, e fez um importante discurso, fornecendo orientação estratégica e estabelecendo bases sólidas para o bom início e o desenvolvimento de longo prazo do fórum.
"O Fórum China-CELAC é uma novidade. Para que este broto se torne uma árvore frondosa, é imprescindível o cuidado primoroso de ambas as partes", afirmou Xi em seu discurso, expressando sua grande esperança para o fórum.
"A realização da primeira reunião ministerial do fórum marcou a transformação, da ideia à realidade, da plataforma de cooperação geral que abrange a China e os 33 países independentes da América Latina e do Caribe, e as relações China-ALC entraram em uma nova etapa de cooperação geral e bilateral paralela e de reforço mútuo", disse à Xinhua o representante especial do governo chinês para assuntos latino-americanos, Qiu Xiaoqi.
Em janeiro de 2018, Xi enviou uma mensagem de congratulações à segunda reunião ministerial do fórum, realizada no Chile, guiando ambas as partes a alcançar um consenso político sobre a construção conjunta do Cinturão e Rota.
Na carta, Xi indicou que o Fórum China-CELAC se tornou o principal canal de cooperação entre a China e a região como um todo, impulsionando a obtenção de resultados frutíferos na cooperação em diversos campos.
Em dezembro de 2021, Xi proferiu um discurso por vídeo na terceira reunião ministerial do fórum, indicando a direção para promover o desenvolvimento de alta qualidade das relações China-ALC na nova era.
Em seu discurso, Xi destacou que as duas partes, aderindo à aspiração original de fortalecer a solidariedade e a cooperação e de promover a cooperação Sul-Sul, transformaram este fórum em uma plataforma principal para buscar o benefício mútuo de ambas as partes e impulsionaram a entrada das relações entre a China e os países da ALC em uma nova era marcada pela igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e benefício para os povos.
Em abril de 2025, Xi enviou uma mensagem de felicitações à IX Cúpula da CELAC, expressando a disposição da China em trabalhar com os países da região para impulsionar novos avanços na construção de uma comunidade China-ALC com um futuro compartilhado.
"Acho que a construção de uma comunidade de futuro compartilhado China-América Latina do presidente Xi Jinping encapsula conceitos que são muito compartilhados pelos demais membros da comunidade internacional e pelos latino-americanos e caribenhos", afirmou Fernando Lugris, chefe da missão diplomática dos países da América Latina e do Caribe na China e embaixador do Uruguai.
Nos últimos dez anos, o "círculo de amigos" da China com os países da América Latina e Caribe tem se ampliado. Panamá, República Dominicana, El Salvador, Nicarágua e Honduras estabeleceram ou restauraram relações diplomáticas com a China, e o princípio de Uma Só China tornou-se um consenso entre cada vez mais países da região. O valor dos laços China-ALC continua aumentando. Atualmente, a China estabeleceu diferentes tipos de parcerias com 16 dos 26 países da região com os quais mantém vínculos diplomáticos.
Segundo Chai Yu, diretora do Instituto de Estudos da América Latina da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS, na sigla em inglês), o presidente Xi deu o exemplo com ações para promover ativamente o desenvolvimento do Fórum China-CELAC, o que é de suma importância para aprofundar a confiança política mútua entre ambas as partes e gerar consenso sobre a cooperação China-ALC.
Por sua vez, Enrique Dussel, coordenador do Centro de Estudos China-México da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), indicou que o Fórum China-CELAC é uma janela que a China abre para todos os países da ALC. A China ofereceu um amplo e profundo portfólio de opções em centenas de áreas, acrescentou.
Sob a direção estratégica da diplomacia de chefe de Estado, o Fórum China-CELAC estabeleceu mecanismos como a Reunião Ministerial, o Diálogo de Ministros das Relações Exteriores da China e do Quarteto da CELAC e a Reunião de Coordenadores Nacionais, entre outros, construindo assim os pilares fundamentais da cooperação entre a China e a ALC como um todo.
Até a data, ambas as partes celebraram com sucesso mais de 100 eventos, incluindo três reuniões ministeriais e 31 subfóruns em diversas áreas específicas, como o Fórum de Partidos Políticos China-CELAC, a Cúpula Empresarial China-ALC, o Fórum de Cooperação em Infraestrutura China-ALC e o Fórum de Inovação Científico-Tecnológica China-ALC.
"O Fórum China-CELAC tem servido como uma plataforma importante para construir consensos políticos, lançar iniciativas importantes, formular planos de ação e avaliar resultados de implementação, desempenhando um papel positivo no desenvolvimento da cooperação em diversos âmbitos entre a China e a ALC", afirmou Qiu.
UMA COOPERAÇÃO PRÁTICA QUE OFERECE BENEFÍCIOS AOS POVOS
A carne vermelha e macia mergulha na sopa picante da panela quente chinesa e depois desliza para a boca dos comensais, acompanhada de óleo de gergelim e pasta de alho. Nos últimos anos, a carne bovina brasileira se tornou um ingrediente comum em hot pots, uma comida típica muito popular no Município de Chongqing.
A China continua sendo um dos principais destinos da carne bovina brasileira. De acordo com estatísticas do Brasil, em 2024, o país sul-americano exportou cerca de 1,4 milhão de toneladas para o país asiático, o que equivale a 48,7% do total de suas exportações nesse setor.
As exportações brasileiras de carne bovina para a China refletem os laços econômicos e comerciais cada vez mais estreitos entre a China e ALC. Nos últimos anos, ambas as partes têm promovido ativamente a cooperação prática em várias áreas através da Iniciativa Cinturão e Rota, gerando benefícios específicos para suas populações.
Como observa um antigo provérbio chinês: "Existem regras imutáveis para governar um país, sendo que o mais fundamental é beneficiar o povo." No Peru, também há um ditado que diz: "A voz do povo é a voz de Deus". O presidente Xi Jinping enfatizou repetidamente que a cooperação entre a China e a América Latina deve ser voltada para gerar benefícios concretos para seus povos.
Em maio de 2017, Xi enfatizou que a América Latina é a extensão natural da Rota da Seda Marítima do Século XXI. Ele expressou que a China está pronta para expandir a cooperação com a América Latina, incluindo o alinhamento de suas estratégias de desenvolvimento por meio da Iniciativa Cinturão e Rota, e construir em conjunto uma comunidade com um futuro compartilhado.
Até agora, mais de 20 nações da região aderiram à família de construção conjunta do Cinturão e Rota, dez assinaram planos de cooperação com a China neste quadro e o apoio regional à Iniciativa de Desenvolvimento Global continua a aumentar.
Nos últimos dez anos, a cooperação econômica e comercial entre a China e a ALC experimentou um rápido crescimento. Em 2024, o volume de comércio China-ALC atingiu um recorde de US$ 518,4 bilhões, o dobro de uma década atrás. A China permaneceu como o segundo maior parceiro comercial da ALC por anos consecutivos, bem como o principal parceiro comercial de países como Brasil, Chile, Peru e Uruguai.
A China implementou mais de 200 projetos de infraestrutura na região, criando mais de um milhão de empregos. A China também tem cooperado ativamente em termos de capacidade de produção, fornecendo "soluções chinesas" para ajudar a região a superar gargalos de desenvolvimento e melhorar seu nível de industrialização. Além disso, o país promoveu efetivamente o desenvolvimento econômico e social local, forjando um "modelo China-ALC" de benefício mútuo e resultados positivos para todos.
Em novembro de 2024, o megaprojeto portuário de Chancay, no Peru, iniciou oficialmente suas operações sob o olhar atento do presidente chinês Xi Jinping e de sua contraparte peruana, Dina Boluarte. Este porto é um projeto histórico, promovido pessoalmente pelos chefes de Estado de ambos os países, e representa um projeto fundamental para a cooperação de alta qualidade entre a China e o Peru no âmbito da construção conjunta da Iniciativa Cinturão e Rota. Como o primeiro porto inteligente e verde da América do Sul, o Porto de Chancay pode reduzir o tempo de transporte entre a América do Sul e a Ásia em 10 dias.
"A inauguração do megaporto de Chancay constitui um momento histórico para o Peru e todos os peruanos", disse Boluarte, observando que o porto ajudará o Peru a se estabelecer como uma porta de entrada crucial que conecta a América Latina e a Ásia, ao mesmo tempo que promove a integração e a prosperidade em toda a América Latina.
No vasto território da América Latina e do Caribe, muitos projetos como o Porto de Chancay foram estabelecidos. O projeto de transmissão elétrica de ultra-alta tensão de Belo Monte, no Brasil, ajuda a resolver o problema de transmissão de longa distância e consumo de energia hidrelétrica limpa no sudeste do Brasil. Além disso, em Bogotá, capital da Colômbia, o sonho de um metrô dos moradores se tornou realidade com a conclusão da Linha 1, construída por empresas chinesas. Da mesma forma, o conglomerado de energia eólica Helios, na Argentina, fornece energia limpa para 360 mil residências. A primeira rodovia moderna da Jamaica reduziu o tempo de viagem entre as costas sul e norte em mais da metade. A cooperação de satélite entre a China e a Bolívia garante acesso gratuito a programas de televisão para 500 mil domicílios. Esses e muitos outros projetos produziram resultados tangíveis para os países da América Latina e do Caribe, melhorando a vida das populações locais.
Como um firme defensor do livre comércio global, o presidente Xi continua a promover ativamente a facilitação do comércio entre a China e a América Latina, proporcionando um impulso constante ao desenvolvimento econômico bilateral.
Até o momento, cinco países latino-americanos (Chile, Peru, Costa Rica, Equador e Nicarágua) se tornaram parceiros de livre comércio com a China. Além disso, a China assinou um Acordo de Colheita Antecipada no âmbito das negociações do Acordo de Livre Comércio China-Honduras e um protocolo de otimização para o Acordo de Livre Comércio China-Peru. A ALC se tornou a região com mais acordos de livre comércio assinados com a China fora da Ásia.
O acordo de livre comércio de alto nível entre a China e a América Latina impulsionou efetivamente o crescimento do comércio bilateral e beneficiou empresas e cidadãos de ambos os lados.
Em 2017, China e Chile assinaram um acordo bilateral para atualizar o acordo do livre comércio entre os dois países. Esta é a primeira atualização de tal acordo entre a China e um país latino-americano. Esta medida não apenas injeta uma nova força motriz na cooperação prática entre a China e o Chile, mas também estabelece uma nova referência para a cooperação da China com outros países latino-americanos e um novo modelo para o mundo.
Em 2017, Hernán Garcés Gazmuri, produtor chileno de cerejas, mudou-se para Shanghai com sua família para explorar o mercado chinês. Por vários anos consecutivos, essa fruta se tornou um produto de destaque durante a temporada da Festa da Primavera da China. Seja por via aérea ou marítima, de norte a sul, diversas "rotas expressas de cereja" operam a toda velocidade, levando a fruta às mesas dos consumidores chineses.
Em 2024, as exportações de cerejas chilenas atingiram US$ 3,574 bilhões, marcando um aumento anual de 51,4%, com mais de 90% indo para o mercado chinês. Segundo dados do Ministério da Agricultura do Chile, a área cultivada com cerejas quase dobrou nos últimos cinco anos, consolidando essa fruta como um pilar fundamental da indústria frutífera do país.
Segundo Garcés, este é um "claro exemplo de ganha-ganha". O empresário destacou a geração de empregos no Chile, desde a colheita até a embalagem, o que gera uma dinâmica positiva graças ao mercado chinês.
APRENDIZAGEM MÚTUA ENTRE CIVILIZAÇÕES PROMOVE COMPREENSÃO ENTRE CORAÇÕES
Escondidas na floresta tropical do noroeste de Honduras estão as ruínas de Copán, um dos maiores e mais antigos sítios arqueológicos da civilização maia. Desde 2015, pesquisadores chineses e hondurenhos lideram uma equipe arqueológica conjunta para realizar trabalhos e alcançar uma série de resultados importantes.
"Grandes Civilizações Antigas, China e Tawantinsuyu no Peru" e "Jaguar, um Totem da Mesoamérica: Exposição de Civilizações Antigas Mexicanas" são apenas algumas das exposições e mostras nos últimos anos, exibindo a história e os valores compartilhados entre os povos da China e da ALC.
Graças a esses eventos, realizados na China e na ALC, tesouros nacionais de ambos os lados puderam se envolver em diálogos frequentes através do tempo e do espaço. Isso permitiu que pessoas de ambos os lados apreciassem de perto as longas e esplêndidas civilizações antigas de cada lado e sentissem uma forte ressonância cultural.
"Apesar da grande distância entre a China e a América Latina e o Caribe, os povos de ambos os lados compartilham uma afinidade natural", disse Xi. O líder chinês atribui grande importância aos intercâmbios culturais e à aprendizagem mútua entre civilizações e defende a consolidação da base da opinião pública para o desenvolvimento de longo prazo das relações China-América Latina por meio do diálogo entre civilizações.
Embora os exemplos sejam inúmeros e novas referências continuem a aparecer, há exemplos notáveis de pontes entre as duas culturas, como o fato de que as máscaras de ouro incas descobertas no Peru são muito semelhantes às descobertas no sítio de Sanxingdui, na China. O famoso pintor chileno José Venturelli, que viveu na China por muitos anos, usou a técnica chinesa de tinta e aguada para criar diversas obras, como "O Rio Yangtzé", uma pintura repleta de seu profundo amor pela China. O escritor e poeta argentino Jorge Luis Borges fez repetidas referências em suas obras, como "O Bastão de Laca", a elementos chineses como Zhuangzi e sua reflexão sobre sonhar em ser uma borboleta, bem como à Grande Muralha.
Cada vez que visitou a América Latina, o presidente Xi fez menção especial à longa história das civilizações locais, usou os tesouros culturais da China como uma ponte para recontar a longa história de intercâmbios culturais entre os dois lados e discutiu como usar a sabedoria dos ancestrais para lidar melhor com os problemas atuais, gerando uma forte ressonância emocional entre o povo latino-americano.
A alta consideração de Xi pelas trocas e aprendizagem mútua entre civilizações impressionou Jenny Acosta, diretora do Instituto Confúcio da Universidade Nacional Autônoma do México.
"O presidente Xi Jinping não só confia em sua própria grande cultura, mas também reconhece o valor excepcional de outras culturas nacionais", disse a acadêmica mexicana.
"Nos últimos
dez anos, os intercâmbios entre pessoas atingiram um novo patamar",
disse Qiu, acrescentando que os países da América Latina e do Caribe
reconhecem amplamente a Iniciativa de Civilização Global, enquanto o
Fórum de Diálogo entre as Civilizações da China e ALC foi realizado com
sucesso sete vezes. A China concedeu um total de 17 mil bolsas de estudo
governamentais e 13 mil vagas de treinamento na China para países da
região, dos quais 19 assinaram 26 acordos de cooperação ou memorandos de
entendimento com a China na área de educação. Além disso, 68 institutos
ou salas de aula de Confúcio foram estabelecidos em 26 países da
América Latina e do Caribe.
Da mesma forma, a China incluiu muitos países latino-americanos na sua lista de trânsito isento de visto por um período de 240 horas. Vários países da região designaram a Festa da Primavera como feriado oficial.
"As palavras do presidente Xi Jinping são facilmente compreendidas na América Latina. Devemos continuar a nos esforçar para garantir que a cooperação internacional prevaleça sobre os conflitos e que possamos continuar trabalhando para construir agendas que garantam o maior progresso para todas as nossas civilizações, mas também o mais pleno respeito aos direitos humanos para todos", disse Lugris.
Chai Yu observou que, impulsionados pelo presidente Xi Jinping, os intercâmbios entre as civilizações chinesa e latino-americanas vêm se aprofundando. Diante das mesmas tarefas de desenvolvimento e revitalização, ambos os lados mantiveram intercâmbios aprofundados sobre experiências de governança e exploraram o caminho em direção à modernização.
"Eles destacam o carinho e a atenção do presidente Xi pela América Latina e Caribe, o que reflete plenamente sua responsabilidade e compromisso como líder de um grande país em desenvolvimento, bem como seu espírito de solidariedade com o mundo", disse Chai.
COOPERAÇÃO CHINA-CELAC PROMOVE GOVERNANÇA GLOBAL
"Se quiser ir rápido, caminhe sozinho, se quiser ir longe, caminhe acompanhado", Xi citou este provérbio latino-americano para expressar a sua esperança na cooperação entre a China e a ALC.
Como líder do maior país em desenvolvimento do mundo, o presidente Xi observou que o mundo de hoje está passando por mudanças aceleradas nunca vistas em um século, e que o Sul Global, incluindo a China e os países da América Latina e do Caribe, está crescendo com forte impulso.
Xi observou que a essência da cooperação China-América Latina é uma relação Sul-Sul, caracterizada por ajuda e apoio mútuos, vantagens complementares e cooperação benéfica para todos. Ele defendeu ativamente que ambos os lados contribuam com sabedoria e força para enfrentar os desafios globais, promover a reforma da governança global e salvaguardar a paz e a estabilidade mundiais.
A China e a ALC compartilham um quinto da área terrestre do planeta, um quarto de sua população e um quarto da produção econômica global, desfrutando, portanto, de enorme dinamismo de desenvolvimento e potencial de crescimento. Elas também são uma parte importante do Sul Global.
Na última década, a coordenação internacional deu novos passos. A China, a América Latina e o Caribe enfatizam o respeito mútuo e a consideração pelos interesses fundamentais e preocupações principais de cada um, defendem resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial e se opõem à interferência nos assuntos internos de outros países, bem como à hegemonia e à política de poder.
A China e os países da ALC mantêm uma comunicação próxima em plataformas como as Nações Unidas, o G20, a APEC e o BRICS, promovendo a reforma do sistema de governança global e salvaguardando os interesses comuns dos países em desenvolvimento.
China e Brasil emitiram conjuntamente o consenso de seis pontos para promover uma solução política para a crise na Ucrânia e, juntamente com outros países do Sul Global, lançaram o Grupo de Amigos pela Paz nas Nações Unidas. Este grupo recebeu amplo apoio da comunidade internacional e contribuiu com a força do Sul Global para manter a paz mundial e promover a resolução de problemas críticos.
A criação do Fórum China-CELAC foi um marco para a região, com o objetivo de estimular a cooperação Sul-Sul. Desde a Cúpula de Beijing, se observa um compromisso com o multilateralismo que vai além dos laços bilaterais entre a China e os países da ALC, afirmou Javier Vadell, professor associado da Faculdade de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, no Brasil, em uma tese.
De acordo com o artigo "10 anos do Fórum China-CELAC: Avaliação e desafios para o desenvolvimento do Sul em um mundo multipolar", publicado na revista Ibero-América Studies em fevereiro de 2024, em um mundo turbulento, Beijing está reforçando, com a Iniciativa Cinturão e Rota, a ideia de cooperação Sul-Sul e fortalecendo o Sul Global na governança global, colocando a ALC em uma posição favorável para avançar nesse sentido.
Qiu apontou que, ao fortalecer a unidade e a cooperação e reunir a força de dois bilhões de pessoas, a China e a ALC não apenas formam um vasto mercado através do Oceano Pacífico, fornecendo um ímpeto inesgotável para resistir a correntes contrárias como o unilateralismo e o protecionismo, bem como para alcançar seus respectivos desenvolvimento e revitalização, mas também estabelecem um novo paradigma para a cooperação Sul-Sul e contribuem significativamente para salvaguardar a paz e o desenvolvimento mundiais.
"Com a realização conjunta da quarta reunião ministerial do Fórum China-CELAC, a China e a ALC enviarão ao mundo a voz da unidade e da colaboração para enfrentar os desafios. Ambas as partes aproveitarão as oportunidades em meio à crise para promover um novo e maior desenvolvimento de suas relações, a fim de injetar mais certeza em um mundo turbulento e contribuir com mais força da China e da ALC para o desenvolvimento e o progresso humanos", concluiu Qiu.
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Fonte: https://noticiabrasil.net.br/20250511/progresso-significativo-diz-china-apos-negociacoes-tarifarias-com-os-eua-em-genebra-39490749.html