12:00 24.04.2025 (atualizado: 13:09 24.04.2025)

© AP Photo / Eraldo Peres
Em
um momento de tensão geopolítica, o BRICS tem se apresentado como uma
alternativa viável no desenvolvimento da nova ordem mundial. Falando à
Sputnik, o professor Fabiano Melniczuk, abordou qual papel acredita que o
Brasil deve desempenhar à frente da presidência do grupo em meio aos
desafios da atualidade.
Por ocasião da presidência pró tempore do Brasil à frente do BRICS
— grupo inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África
do Sul — a liderança sul-americana elencou junto aos membros seus eixos
de atuação prioritária. Mas como potencializar esta participação em um ambiente de conflitos internacionais?
A
Sputnik conversou com o professor da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Fabiano Melniczuk, para compreender em que medida a vantagem diplomática do país pode ajudar o grupo a atuar junto a seus parceiros, mesmo como mediador em relações de conflito.
"Então,
uma coisa que o Brasil pode trazer, e o Brasil está, eu acho, se
esforçando para se consolidar dentro do BRICS, é a ideia de mediar
conflitos e tentar chegar a acordos baseados no respeito mútuo e no respeito pela diversidade dos países que pertencem ao grupo",
afirmou Melniczuk na conferência científica internacional Nova ordem
mundial: formação do mundo multipolar e o papel da Rússia.
Para o professor, o engajamento brasileiro na institucionalização do grupo também é outra forma como o país pode contribuir para a consolidação de sua atuação no mundo.
🇧🇷🤝🌍 Brasil definirá critérios de adesão ao BRICS e estratégias para mudar a ordem mundial, diz especialista
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) April 24, 2025
Respondendo a uma pergunta da Sputnik sobre o papel que o Brasil deveria desempenhar no desenvolvimento do BRICS, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do… pic.twitter.com/5wS2wEzYvZ
"Acredito que o Brasil não quer criar regras que tornem o grupo uma organização rígida,
mas sim esclarecer os critérios para ser membro e como os países podem
pensar nas mesmas estratégias e políticas para mudar a ordem mundial.
Portanto, esta é uma contribuição que o Brasil está oferecendo, e
acredito também que o Brasil avançará em algumas das iniciativas russas de 2024 no que diz respeito ao comércio em moedas locais", destacou ele.
O professor lembra que o debate da institucionalização tem sido discutido nos círculos diplomáticos, uma vez que o grupo tem despertado o interesse em diversos outros países fora do eixo de países centrais. Com cada vez mais vozes, o Sul Global tem conseguido espaço para se posicionar, e isso exige coragem.
"[...]
acredito que o Brasil foi muito corajoso em avançar nos debates sobre
inteligência, inteligência artificial [IA] e economia digital. Uma das
principais coisas em que o Brasil está trabalhando agora é que precisamos começar a falar sobre a economia digital sob a perspectiva de dados como commodities", justificou.
05:52
Por fim, mas não menos importante, Melniczuk afirma ser urgente a reflexão sobre como serviços digitais são poderosos e como eles estão mudando a forma como vivemos sendo em parte responsáveis pela estabilidade econômica dentro de um sistema tecnológico tão conectado.
"[...] acho que a economia digital, a inteligência artificial e tudo isso está relacionado a essas novas formas de desenvolvimento na economia e nas tecnologias.
Acho que o Brasil está trazendo essa base para o BRICS. Essa também é
uma contribuição muito boa da parte brasileira", concluiu.
Fonte: https://noticiabrasil.net.br/20250424/tradicao-diplomatica-do-brasil-pode-contribuir-com-a-institucionalizacao-do-brics-diz-analista-39285901.html
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