18:05 19.02.2025 (atualizado: 22:46 19.02.2025)

© Foto / Fernando Frazão / Agência Brasil
Na
última terça-feira (19), a Procuradoria-Geral da República (PGR)
denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas por
tentativa de golpe de Estado. O caso segue para análise do Supremo
Tribunal Federal (STF), que pode dar prosseguimento ou não ao processo
judicial.
O documento assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, detalha em 272 páginas a participação de cada um dos denunciados na trama golpista para impedir a posse do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No texto, Bolsonaro é apontado como o líder da organização criminosa responsável por atos contra a democracia.
No pedido, que ainda está sendo analisado pela Primeira Turma do STF,
a PGR pede que o ex-presidente seja condenado a 34 anos de prisão pelos
crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de
Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça
contra o patrimônio, além de liderança de organização criminosa armada e deterioração de patrimônio público.
Em
nota assinada pelo advogado Paulo Cunha Bueno, a defesa do
ex-presidente declarou que Bolsonaro "jamais compactuou com qualquer
movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito
ou as instituições que o pavimentam".
"Não há qualquer mensagem do então presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais", acrescentou o texto.
18 de fevereiro, 20:54
Veja abaixo como foi a participação dos demais denunciados:
Walter Souza Braga Netto
Ex-ministro
da Defesa e da Casa Civil, foi vice na chapa de Bolsonaro em 2022.
Segundo a PGR, participou do planejamento golpista, incluindo reuniões
com militares para pressionar autoridades. Também articulou a obtenção
de recursos e coordenou ações para gerar instabilidade política.
Augusto Heleno Ribeiro Pereira
Ex-ministro
do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), integrava o núcleo
central do plano golpista. Apoiou ataques contra as urnas eletrônicas e
orientou ações clandestinas da Agência Brasileira de Inteligência
(Abin). Em reuniões, defendeu medidas antes das eleições para evitar a
vitória da oposição.
Anderson Gustavo Torres
Ex-ministro
da Justiça, participou de reuniões sobre policiamento direcionado para
prejudicar eleitores da oposição. Guardava uma minuta de golpe e, como
secretário de Segurança do Distrito Federal, permitiu omissões
estratégicas que facilitaram os atos de 8 de janeiro de 2023.
Alexandre Rodrigues Ramagem
Ex-chefe
da Abin e deputado federal, forneceu documentos e argumentos para
Bolsonaro contestar as urnas. Ajudou a planejar medidas ilegais, como o
descumprimento de ordens judiciais pela Polícia Federal (PF), caso
fossem contrárias aos interesses do grupo.
Silvinei Vasques
Ex-diretor
da Polícia Rodoviária Federal (PRF), participou de reuniões para
empregar forças policiais em prol da permanência de Bolsonaro. Ordenou
operações para dificultar o voto de eleitores da oposição e afirmou que
era o momento de a PRF "tomar lado na disputa".
Filipe Garcia Martins Pereira
Ex-assessor
internacional de Bolsonaro, apresentou e sustentou o projeto de decreto
golpista. Defendeu sua implementação diretamente para Bolsonaro e
líderes militares. Assumiria um cargo estratégico no governo paralelo em
caso de golpe.
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
Ex-ministro
da Defesa, incentivou o questionamento do sistema eleitoral e
pressionou militares a aderirem ao golpe. Em novembro de 2022, divulgou
nota insinuando fraude eleitoral, mesmo sem provas. Levou o decreto
golpista aos comandantes militares.
Almir Garnier Santos
Ex-comandante
da Marinha, aderiu ao movimento golpista e pressionou outros ramos das
Forças Armadas a seguirem o mesmo caminho. A PGR destaca que ele se via
como um "verdadeiro patriota" na luta contra o sistema democrático.
Mauro César Barbosa Cid
Tenente-coronel
e ajudante de ordens de Bolsonaro, atuou como intermediário na
articulação do golpe. Guardava registros do decreto golpista em seus
dispositivos eletrônicos e coordenava ações entre Bolsonaro e os
militares envolvidos.
Ailton Gonçalves Moraes Barros
Militar
da reserva, operou na disseminação de desinformação e na incitação de
militares a apoiarem o golpe. Participou de redes de ataques virtuais
contra opositores do governo Bolsonaro.
Angelo Martins Denicoli
Major
da reserva, fez a ponte entre o grupo golpista e o influenciador
Fernando Cerimedo. Contribuiu com a elaboração de um relatório usado
para questionar a legitimidade das urnas eletrônicas.
Bernardo Romão Correa Netto
Coronel
do Exército, pressionou o alto comando militar a aderir ao golpe.
Atuava em ações estratégicas para convencer lideranças militares a
aceitarem a ruptura institucional.
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
Presidente
do Instituto Voto Livre, contratado para auditar as urnas eletrônicas.
Seu núcleo propagou desinformação e ataques virtuais contra instituições
e autoridades contrárias ao golpe.
Cleverson Ney Magalhães
Coronel do Exército, trabalhou para convencer e pressionar o alto comando a aderir ao golpe.
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
Comandante
de Operações Terrestres, aceitou coordenar a atuação do Exército para
viabilizar o golpe. Estava comprometido em executar ações de ruptura
institucional, caso Bolsonaro assinasse o decreto.
Fabrício Moreira de Bastos
Coronel do Exército, promoveu ações estratégicas para pressionar o alto comando militar a apoiar o golpe.
Fernando de Sousa Oliveira
Ex-secretário
executivo da Segurança Pública do DF, coordenou forças policiais para
garantir a permanência de Bolsonaro no poder.
Giancarlo Gomes Rodrigues
Sargento
cedido à Abin, atuou na produção de desinformação contra opositores
políticos. Era um dos responsáveis por operações clandestinas de
monitoramento.
Guilherme Marques de Almeida
Tenente-coronel, participou da disseminação em massa de conteúdos falsos e antidemocráticos por aplicativos de mensagens.
Hélio Ferreira Lima
Membro
das forças especiais do Exército, envolvido no monitoramento e plano de
assassinato de autoridades. Espionou o ministro Alexandre de Moraes.
Marcelo Araújo Bormevet
Policial
federal cedido à Abin, comandava a célula de contrainteligência que
produzia desinformação contra opositores do governo Bolsonaro.
Marcelo Costa Câmara
Coronel
do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, coordenou ações de
monitoramento e neutralização de autoridades públicas.
Márcio Nunes de Resende Júnior
Coronel do Exército, trabalhou para pressionar o alto comando militar a aderir ao golpe.
Mário Fernandes
General
do Exército e ex-secretário-executivo da Presidência, comandou a força
de elite do Exército. Responsável pelo monitoramento de autoridades e
pela coordenação de atos golpistas.
Marília Ferreira de Alencar
Delegada
da PF e então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça,
coordenou o uso das forças policiais para sustentar a permanência de
Bolsonaro.
Nilton Diniz Rodrigues
General assistente do comandante do Exército, promoveu ações para convencer militares a apoiar o golpe.
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
Influenciador
ligado à Jovem Pan, neto do ex-presidente Figueiredo. Usou sua
influência para atacar militares que não aderiram ao golpe.
Rafael Martins de Oliveira
Membro das forças especiais envolvido no monitoramento e plano de assassinato de autoridades, incluindo Alexandre de Moraes.
Reginaldo Vieira de Abreu
Coronel do Exército e chefe de gabinete na Presidência, participou da disseminação de desinformação e ataques virtuais.
Rodrigo Bezerra de Azevedo
Membro das forças especiais envolvido no monitoramento e plano de assassinato de autoridades.
Ronald Ferreira de Araújo Júnior
Tenente-coronel do Exército, trabalhou para pressionar o alto comando a aderir ao golpe.
Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros
Tenente-coronel do Exército, participou da articulação para convencer militares a apoiar o golpe.
Wladimir Matos Soares
Agente
da PF, vazou informações sensíveis sobre a segurança de Lula.
Participou de planos de monitoramento e assassinato de autoridades.
Fonte: https://noticiabrasil.net.br/20250219/saiba-como-foi-a-participacao-de-cada-um-dos-34-denunciados-pela-pgr-na-tentativa-de-golpe-de-38590194.html
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