Depois de Dinamarca e Áustria, tomaram a mesma atitude Noruega, Islândia, Itália, Estônia, Lituânia, Letônia e Luxemburgo. O motivo é a possível formação de coágulos sanguíneos nos vacinados. O governo Bolsonaro apostou tudo na vacina do laboratório inglês e a situação pode agravar ainda mais a crise brasileira
11 de março de 2021, 14:24 h Atualizado em 11 de março de 2021, 14:39
(Foto: REUTERS/Dado Ruvic)
247 - Alastra-se pela Europa a onda de suspensão da aplicação da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19. Depois de Dinamarca e Áustria, tomaram a mesma atitude Noruega, Islândia, Itália, ,Estônia, Lituânia, Letônia e Luxemburgo. O motivo é a possível formação de coágulos sanguíneos nos vacinados.
A informação pode afetar a já dramática situação do Brasil. O governo Bolsonaro, contrariando o que fizeram os demais governos do mundo, gastou R$ 2 bilhões em agosto de 2020 em uma única vacina, exatamente a da AstraZeneca.
Segundo o governo dinamarquês, a medida é preventiva para que se avalia a relação com a formação de coágulos sanguíneos nos vacinados.
A decisão na Dinamarca se deu após duas enfermeiras, de 49 e 35 anos, morreram depois de vacinadas com o imunizante da farmacêutica anglo-sueca. As vacinas faziam parte de um lote específico de 1 milhão de doses que foi distribuído a 17 países europeus.
A imunização no país será suspensa durante 14 dias, apontaram as autoridades sanitárias. Não foi dito se casos semelhantes ocorreram na Dinamarca.
As autoridades sanitárias norueguesas anunciaram a suspensão "cautelar" seguindo os passos da Dinamarca. "Na Noruega, estamos dando uma pausa na vacinação com a AstraZeneca. Estamos à espera de informações, para ver se há uma relação entre a vacinação e este caso de coágulos", disse um alto funcionário do Instituto Nacional de Saúde Pública, Geir Bukholm, em entrevista coletiva.
A Agência Italiana de Medicamentos (Aifa) anunciou a suspensão do uso de um lote de vacinas (identificado como ABV2856) que já havia apresentado problemas na Áustria, em função da morte de uma enfermeira vacinada de 49 anos por "graves problemas de coagulação sanguínea".
No entanto, a agência faz a ressalva de que, até o momento, "não foi estabelecido qualquer nexo de casualidade entre a administração da vacina e tais eventos". "A Aifa está efetuando todas as checagens do caso, adquirindo documentações clínicas em estreita colaboração com as autoridades competentes", acrescenta. O Instituto Superior da Saúde (ISS), órgão técnico-científico do governo italiano, vai analisar amostras do lote em questão.
A AstraZeneca já é alvo de críticas na União Europeia por causa dos atrasos nas entregas de vacinas, porém tanto a empresa quanto a agência de medicamentos da UE asseguraram sobre a segurança do imunizante.
A AstraZeneca defendeu a segurança de seu imunizante, testado em ensaios clínicos rigorosos: "A segurança da vacina foi extensivamente estudada em ensaios clínicos de Fase III e dados revisados por pares confirmam que a vacina é geralmente bem tolerada", diz a nota da farmacêutica.
O imunizante em questão foi amplamente escrutinado por países da União Europeia, confusos pela divulgação de dados dos testes que mostram resultados não tão bons. Áustria, Estônia, Lituânia, Luxemburgo e Letônia também suspenderam o uso do imunizante.
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