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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

LIRA TENTOU ATROPELAR O STF & SE LASCAR!

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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Sputnik Brasil: Resolução russa contra nazismo é aprovada na ONU por 119 países, incluindo Brasil

 


A Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução proposta pela Rússia contra a glorificação do nazismo e outras práticas que contribuem para alimentar formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância. O documento foi apoiado por 119 países, inclusive o Brasil, enquanto 53 votaram contra.
Vale ressaltar que os Estados Unidos, a Alemanha, o Canadá, a Itália, o Japão, a Itália e a Ucrânia integraram o grupo de 53 países que votaram contra a resolução apresentada pela Rússia, informa o correspondente da Sputnik.
Países como a Argentina, a Armênia, o Brasil, o Egito, a Índia, o Iraque, Israel, o Cazaquistão, o Mali, o México, a Mongólia, o Níger, o Paquistão, o Catar, a Arábia Saudita, a Sérvia, o Sudão, o Tajiquistão, o Uzbequistão, os Emirados Árabes Unidos, o Vietnã e outros apoiaram a proposta de resolução.
O Kiribati, Mianmar, o Panamá, a Suíça e a Turquia e mais cinco países abstiveram-se.
Portanto, a Assembleia Geral da ONU aprovou a resolução com a maioria dos votos. O documento foi aprovado por 119 países, com 53 votos contra e 10 abstenções.
"Os resultados da votação demonstraram claramente o apoio inabalável e o compromisso da comunidade internacional com a erradicação destes fenômenos", disse a representante permanente adjunta da Rússia na ONU, Maria Zabolotskaya.

A resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU "recomenda que as nações tomem medidas concretas inclusive nas esferas legislativa e educacional, conforme as suas obrigações internacionais no contexto dos direitos humanos, com o objetivo de impedir a revisão da história e do resultado da Segunda Guerra Mundial".

Capital da Síria, Damasco, em dezembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 12.12.2024
Panorama internacional
ONU: Síria tem mais de 1 milhão de pessoas deslocadas desde início de hostilidades em novembro
Ao mesmo tempo, a Assembleia Geral incluiu na resolução russa uma emenda proposta por países ocidentais, alegando que a Rússia havia supostamente tentado justificar a necessidade de conduzir a operação russa na Ucrânia com o combate ao neonazismo. A Rússia se distanciou da emenda.
 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20241218/resolucao-russa-contra-nazismo-e-aprovada-na-onu-por-119-paises-incluindo-brasil-37776895.html

PT na Câmara: Após alta hospitalar, Lula diz que está tranquilo e inteiro para cuidar do Brasil


Foto: Ricardo Stuckert

Com chapéu na cabeça e acenos ao público e à imprensa que o aguardavam do lado de fora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou às 12h22 deste domingo (15) o Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, onde estava internado desde a última terça-feira (10). Do hospital, Lula seguiu para a sua residência localizada no Alto de Pinheiros, em São Paulo, onde deverá permanecer até pelo menos a próxima quinta-feira  (19) para recuperação.

Lula recebeu alta hospitalar pela manhã, conforme anunciou o cardiologista Roberto Kalil, durante entrevista coletiva à imprensa no Sírio-Libanês. O médico afirmou que o presidente se recupera bem do procedimento para bloquear o fluxo de sangue no cérebro e evitar futuros sangramentos. Para surpresa dos jornalistas, Lula surgiu no meio da entrevista, agradeceu o “carinho” com que foi tratado pela equipe médica e disse que está pronto “para cuidar do Brasil”.

“A gente vai receber alta hospitalar, vamos acompanhar. Isso aqui não é uma entrevista, isso aqui é apenas uma sessão de agradecimento”, disse Lula, que estava acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva. Ele abraçou os médicos, posou para fotos e agradeceu a Deus e a toda a equipe médica que o acompanhou no hospital.  “Deus foi muito generoso ao cuidar de mim quando eu caí no tombo no banheiro”, disse Lula, referindo-se ao acidente doméstico que sofreu no Palácio da Alvorada, em 19 de outubro.  Em razão desse acidente, o presidente foi submetido às pressas, no último dia 10, a uma cirurgia de trepanação, após sentir dores na cabeça.

“Agradecimento, primeiro, a Deus. Ele tomou conta de mim de forma muito generosa. Cuidou de mim quando eu tive o câncer, que eu tratei aqui nesse hospital, em 2012. Cuidou de mim quando fiquei sobrevoando o aeroporto da cidade do México durante horas para poder ter tempo de drenar e esvaziar o tanque do avião”.

Ele disse estar voltando com toda a disposição. ““Então, eu quero que vocês saibam, estou voltando com muita tranquilidade, tenho muito trabalho para fazer, eu tenho um compromisso com esse país, eu tenho um compromisso com o povo brasileiro, e eu quero deixar a Presidência da República do mesmo jeito que eu deixei em 2010, de cabeça erguida, consciente de que esse país será muito melhor do que em 2010”, afirmou Lula.

Sobre os “trabalhos extraordinários” da equipe médica que o tratou, Lula comentou:  “Eu posso dizer para vocês que, na verdade, eles me trataram como se eu fosse não um paciente, mas me trataram como se fosse um irmão. Eu fui tratado com muito carinho, apesar das dores que eu estou sentindo na minha cabeça. Eu pus um chapéu para vocês não verem o curativo que o Dr. Marco acabou de fazer agora. Eu não quero que vocês vejam, porque eu sou um cara teoricamente bonito, mas, na prática , a minha cabeça está me deixando um pouco feio”, brincou.

“Sou muito disciplinado”

O presidente disse que é disciplinado e vai seguir à risca as orientações médicas, que incluem a proibição de voos internacionais, os exercícios físicos e as agendas de trabalho extenuantes, até que haja segurança para que essas atividades sejam retomadas.

“Eu sou muito disciplinado. Eu nunca penso que vou morrer, mas eu preciso me cuidar. E a disciplina, eu sei me cuidar muito bem. Então é isso que aconteceu comigo. Eu só fui tomar ciência da gravidade do que aconteceu comigo depois da cirurgia, na terça-feira à noite”, disse ele.

“Eu só fui ter noção da gravidade já depois da cirurgia pronta, depois da cabeça estar nova, doendo ainda, porque o trabalho ortopédico para mexer na cabeça também não é fácil. Mas eu estou tranquilo, me sinto bem. Vocês sabem que eu reivindico o direito de viver até 120 anos, porque quem vai viver 120 anos já nasceu, e eu acho que tenho o direito de reivindicar que seja eu”, disse Lula.

Compromisso com o Brasil

“Então eu tenho muita expectativa e, sinceramente, eu sou um cara muito disciplinado para fazer as coisas, eu tenho um compromisso muito grande com esse país. Eu, quando voltei a ser presidente, eu disse para vocês que a minha maior vontade era trazer o Brasil de volta à normalidade, à normalidade democrática, fazer voltar a funcionar o respeito entre as pessoas, fazer voltar o respeito entre as instituições, cada um cumprindo com seu papel, cada macaco no seu galho”, afirmou.

“Tudo será resolvido nesse país, e eu voltei para dizer que nós vamos fazer um grande governo. Nós plantamos até agora, recuperando o Brasil. Recuperamos tudo o que tinha que recuperar, vocês sabem a quantidade de coisas que foram desmontadas nesse país, porque , na verdade, o Brasil não teve um governo de 2019 a 2022, o Brasil teve uma praga de gafanhoto que destruiu os valores nesse país, o respeito à democracia, o respeito às instituições, o respeito à governabilidade desse país”, disse.

Lula reafirmou o compromisso de “entregar esse Brasil mais alegre, esse Brasil sem fome, esse Brasil com mais emprego, esse Brasil com mais respeito, esse Brasil sem fake news, esse Brasil sem mentira. E quem quiser pregar o ódio e a mentira que procure outro planeta para viver”.

Punição severa para golpistas

Lula comentou a prisão do general da reserva Braga Netto, realizada pela Polícia Federal no sábado (14) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base no inquérito sobre tantiva de golpe de Estado no final de 2022.  Além de Braga Netto, foram indiciados Jair Bolsonaro e mais 38 golpistas, sendo os últimos três na quarta-feira (11).

“O que aconteceu nesta semana com a decretação da prisão do general Braga, eu vou demonstrar para vocês que eu tenho mais paciência e sou democrático: eu acho que ele tem todo
direito à presunção da inocência. O que eu não tive, eu quero que eles tenham”.

“Todo direito e todo respeito para que a lei seja cumprida, mas se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente. Esse país tem gente que fez 10% do que
eles fizeram e foram mortos na cadeia”, completou o  presidente.  Lula ainda defendeu o respeito à democracia e à Constituição Federal. “Não é possível a gente aceitar o desrespeito à
democracia à Constituição e admitir que, em um país generoso como o Brasil tenha gente de alta graduação militar tramando a morte de um presidente, de seu vice, e de um juiz
que era um presidente da Suprema Corte Eleitoral”.

Atualizações do chefe da equipe médica

O chefe da equipe médica, Roberto Kalil, atualizou o quadro de saúde de Lula. “Desde que o presidente se internou, passou pelo procedimento cirúrgico, que foi bem sucedido, como já foi amplamente divulgado, dois dias depois ele foi submetido a uma embolização pelo doutor José Guilherme, e o presidente se encontra bem estável, caminhante, vocês já devem ter visto as imagens, mas está caminhando, se alimentando, falando normalmente. Nós vamos fazer algumas perguntas, mas ele teve um pós-operatório muito bom, dentro do que se esperava”, afirmou.

“Após a alta hospitalar, o presidente deverá ficar alguns dias em São Paulo. E quando ele for para Brasília, como já foi falado, a cognição, a memória é perfeita, não teve nenhum problema. Ele pode continuar com as atividades, só Haverá restrição, evidentemente, por coerência, da quantidade de atividades próximas 15 dias, principalmente, serão de um pouco mais cuidados”, disse.

“A atividade física é completamente proibida, o máximo que o presidente pode fazer é passear. O resto ele pode fazer reuniões, mas dentro de uma coerência, dentro de um protocolo, de um paciente que sofreu, obviamente, uma hemorragia, que foi operado , como você já sabe. Coerência Mas ele pode retornar às atividades normais do ponto de vista de reuniões, as atividades que o cargo dele”, acrescentou Kalil.

O médico disse ainda que o presidente passará por nova avaliação nesta semana. “Ele está em São Paulo, na residência dele aqui. De novo, ele não tem restrição do ponto de vista dele falar, conversar, e até despachar da casa dele, mas é em São Paulo. Na quinta-feira ele vai ser reavaliado com a tomografia, e, se tudo estiver bem, ele poderá ir para Brasília”, explicou.

Kalil informou que “as viagens internacionais estão proibidas até a segunda ordem, obviamente, mas voos curtos não há problema nenhum” e que “todos os resultados foram positivos, os exames mostram melhora, inclusive a gente fez tomografia hoje, exames hoje, os exames Mas, claro que é uma evolução lenta, como qualquer cirurgia desse porte”.

 

Redação PT na Câmara, com PT Nacional e Agência Brasil

Fonte:  https://ptnacamara.org.br/apos-alta-hospitalar-lula-diz-que-esta-tranquilo-e-inteiro-para-cuidar-do-brasil/

 

sábado, 14 de dezembro de 2024

DCM: Braga Netto é o primeiro general de quatro estrelas preso na história do Brasil

Atualizado em 14 de dezembro de 2024 às 8:59
Walter Braga Netto. Foto: Divulgação

O general da reserva Walter Braga Netto foi preso pela Polícia Federal neste sábado (14), tornando-se o primeiro general de quatro estrelas do Exército detido na história do Brasil. A prisão ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro, como parte das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula em 2022.

Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro, foi conduzido ao Comando Militar do Leste, onde permanecerá sob custódia do Exército. A prisão preventiva foi decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou haver indícios de que o militar estaria atrapalhando a produção de provas no processo.

O general, que concorreu como vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, foi citado no relatório final da Polícia Federal como um dos principais articuladores de um plano golpista. Segundo as investigações, ele participou de uma reunião em sua residência no dia 12 de novembro de 2022, onde, junto a outros militares das forças especiais, foram discutidas ações para impedir a posse do governo eleito e atacar integrantes do Poder Judiciário.

Braga Netto e Bolsonaro. Foto: Divulgação

Entre os planos discutidos estavam supostos atentados contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e os eleitos Lula e Geraldo Alckmin. As ações foram detalhadas em um documento denominado “Punhal Verde e Amarelo”.

Além da prisão de Braga Netto, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão e impôs uma medida cautelar diversa da prisão contra o coronel Flávio Peregrino, ex-assessor do general. Segundo a PF, essas ações têm como objetivo prevenir a continuidade de atividades ilícitas.

A prisão de Braga Netto e a investigação de outros três generais de quatro estrelas – Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira – marcam um momento inédito e delicado para o Alto Comando do Exército.

Os generais de quatro estrelas representam o mais alto nível na hierarquia militar das Forças Armadas brasileiras. Equivalentes aos marechais em algumas outras nações, têm um soldo básico de R$ 13.471,00. Este valor pode ser substancialmente aumentado através de adicionais e gratificações específicas ao cargo.

Estrutura salarial de um general de Exército:

  • Soldo básico: R$ 13.471,00
  • Adicional Militar: R$ 3.771,00
  • Adicional de Habilitação: R$ 5.657,00
  • Compensação por Disponibilidade: R$ 5.523,00
  • Adicional de Permanência: R$ 3.143,00
  • Gratificação de Representação: R$ 1.347,00
  • Outros adicionais: R$ 1.522,00

Total de remuneração bruta média: R$ 34.436,00

É muito dinheiro para mamateiro.

Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo

🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Fonte:  https://www.diariodocentrodomundo.com.br/braga-netto-e-o-primeiro-general-de-quatro-estrelas-preso-na-historia-do-brasil/

URGENTE: PF prende o general Braga Netto por obstrução judicial

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Brasil 247: A queda de Assad amplia a volatilidade política do Oriente Médio e poderá produzir um banho de sangue na região

 

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Marcelo Zero

É sociólogo, especialista em Relações Internacionais e assessor da liderança do PT no Senado

408 arti

Sem dúvida, com a queda de Assad e o avanço constante de Israel, a coisa tende a piorar. E muito

Mulheres tiram fotos de uma imagem danificada do presidente sírio Bashar al-Assad Mulheres tiram fotos de uma imagem danificada do presidente sírio Bashar al-Assad (Foto: Reuters/Orhan Qereman)

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Como sempre, a mídia ocidental comemora, como se grande avanço fosse, a queda de mais uma “ditadura” do Oriente Médio. A de Assad, na Síria.

Foi assim no Iraque, no Afeganistão, na Líbia etc. Obviamente, “ditaduras” que não eram alinhadas aos interesses dos EUA e do Ocidente. Em todos esses casos, centenas de milhares de pessoas morreram e os países foram destruídos. Tudo, é claro, em nome da democracia e dos direitos humanos.

Já as ditaduras aliadas da região, como a da Arábia Saudita, Emirados Árabes, Catar, Kuwait etc. continuam protegidas e prestigiadas. Isso também vale, é claro, para o governo genocida de Netanyahu.

Como sempre, as análises sobre o tema na mídia brasileira e ocidental são, em geral, superficiais e baseadas numa visão maniqueísta, moralista, simplória, desinformada e francamente estúpida sobre a dinâmica dos conflitos do Oriente Médio.

Alguns, como Biden, até consideram que a queda de Assad representa uma “oportunidade histórica” de reconstrução para o povo sírio e para toda a região.

ssa é a piada geopolítica do ano. 

Embora não se possa negar que o regime de Assad foi brutal, especialmente a partir de 2011, com a cruenta guerra civil, considerar que a substituição de Assad pelo Hay’at Tahrir Al-Sham (HTS)-um grupo terrorista assim considerado, com razão, pelo Conselho de Segurança da Nações Unidas- possa ser um “avanço” rumo à estabilidade e a democracia só sai da cabeça de completos beócios. 

Obviamente, a questão é bem mais complexa e delicada.Não por acaso, o ataque à Síria começou logo após o cessar-fogo no Líbano.

O líder do HTS, Al-Joulani, muito provavelmente não queria dar a impressão de que o ataque recebeu sinal verde do governo de Israel.

Sejamos realistas. O ataque do grupo terrorista salafista não deve ter se dado apenas em razão da “janela de oportunidade” criada pelo enfraquecimento Hezbollah e do Irã, apoiadores do regime de Assad.

É pouco provável que Al-Joulani tenha feito um movimento tão ousado sem alguma segurança de que não seria dizimado por Israel e pelos EUA. Ademais, o governo de Israel já havia bombardeado todas as bases do governo Assad. A ofensiva contra Assad era só uma questão de tempo. Sabia-se que a Rússia, empenhada na Ucrânia, não reagiria. Sabia-se também que o Irã, muito enfraquecido econômica e militarmente, não conseguiria opor resistência.

Não seria a primeira vez que o governo de Israel e o Deep State dos EUA dão apoio tático e provisório, em operações ocultas, a grupos terroristas sunitas, com objetivos geopolíticos mais amplos. 

Isso aconteceu antes no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e na própria Síria. A Al-Qaeda e o Talibã surgiram, em última instância, como resultado do apoio aos mujaheedin afegãos, apoiados também pela Arábia Saudita. O ISIS lucrou, durante algum tempo, com as ações desestabilizadoras dos EUA na região. 

É preciso considerar que, tanto para o governo de Netanyahu quanto para o Deep State estadunidense, o grande rival estratégico da região é o Irã, no que são apoiados pelas ditaduras sunitas do Oriente Médio.

A queda de Assad, aliado do Irã e da Rússia numa região tão volátil e sensível, representa, em um cálculo geopolítico de longo prazo, mais vantagens do que riscos. 

Para o governo Netanyahu, em particular, a queda de Assad ajuda a pavimentar o projeto do “Grande Israel”, que se estenderia até o Sul da Síria. A Turquia, por sua vez, deverá avançar sobre território curdo da Síria, lucrando também com a queda de Assad.

Considere-se que o cenário mais provável para a Síria, agora, é semelhante ao da Líbia: um país dividido, fraco, falido e dominado por diferentes grupos armados, sem um governo central crível.

Um “país” desse tipo é mais facilmente manipulável e controlável. Não representa ameaça concreta de envergadura. 

Os riscos concretos, no entanto, são para o próprio povo sírio. 

A Síria é um país diverso, dividido entre alauítas, xiitas propriamente ditos, sunitas, drusos, curdos etc. Muito embora o regime de Assad tenha sido uma ditadura, ele era plural, em termos religiosos. A Síria era laica e a última representante do nacionalismo panárabe.

Achar que o HTS, um grupo derivado do ISIS, será plural e tolerante, principalmente em termos religiosos, parece-nos um erro crasso de avaliação.

Embora em Idlib o HTS não tenha sido particularmente brutal e intolerante, sua conquista de Damasco e a queda de Assad deverão cambiar sua atitude falsamente ponderada.

A euforia que se vê agora na Síria, principalmente por parte da população sunita, deverá ser substituída, em período breve, pela retomada da guerra civil, dessa vez de forma até mais cruenta. Não se pode descartar também massacres de alauítas e xiitas no território agora dominado pelo HTS. Em Aleppo, já houve execuções.

Como escreveu o jornalista Craig Murray, no artigo intitulado “The End of Pluralism in the Middle East”, quando toda a mídia corporativa e estatal no Ocidente divulga uma narrativa unificada de que os sírios estão muito felizes por serem libertados pelo HTS da tirania do regime de Assad — e não diz absolutamente nada sobre a tortura e execução de xiitas, e a destruição de decorações e ícones de Natal — deveria ser óbvio para todos de onde isso vem.

Além disso, a queda de Assad rompe definitivamente com o delicado equilíbrio tenso entre sunitas e xiitas, em todo o Oriente Médio.

O Iraque, um país dividido entre xiitas e sunitas, já está concentrando suas tropas na fronteira. A guerra poderá voltar para lá. Da mesma forma, poderá voltar para o Líbano. Lembre-se que o HTS se propõe-se a liberar todo o Levante, isto é, Síria, Líbano, Israel, Palestina, Jordânia e o Iraque.

Uma coisa parece certa. A “bola da vez” é o Irã.

Mesmo tendo atualmente um líder moderado, Masoud Pezeshkian, que quer negociações diplomáticas e o levantamento das sanções, o Irã é visto pelo pessoal que rodeia Trump e por Netanyahu, como a fonte de todos os problemas do Oriente Médio.

Por conseguinte, o agravamento das sanções e uma intervenção militar no Irã, com pesados bombardeios e, talvez, com limitadas invasões terrestres, não poderiam ser descartados. 

Sem dúvida, com a queda de Assad e o avanço constante de Israel, a coisa tende a piorar. E muito.

A única “oportunidade” que se abre é para mais violência e conflito.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do http://blogdafolha.blogspot.com/

Fonte:  https://www.brasil247.com/blog/a-queda-de-assad-amplia-a-volatilidade-politica-do-oriente-medio-e-podera-produzir-um-banho-de-sangue-na-regiao

Sputnik Brasil: Confira indicadores econômicos dos países-membros do G20


O G20 é o principal fórum político de alto nível onde as maiores economias do mundo desenvolvem abordagens comuns para desafios globais na área financeira e econômica. Seus membros representam 85% do PIB global, mais de 75% do comércio internacional e cerca de dois terços da população mundial.
O G20 não tem um líder formal nem uma secretaria permanente, o país que preside é responsável pelo trabalho organizacional e pela agenda. Em 2024, o Brasil exerceu a presidência anual, e em 2025 ela passará para a África do Sul.
A Cúpula do G20 de 2024 será realizada no Rio de Janeiro de 18 a 19 de novembro. Os líderes começarão o primeiro dia do evento discutindo o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que implica a contribuição dos países-membros e organizações internacionais para acelerar a luta contra esses fenômenos sociais até 2030. Além disso, a tecnologia verde e a transição energética farão parte integrante da pauta.
No dia da abertura da cúpula no RJ, veja no infográfico da Sputnik todos os membros do Grupo dos 20.