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quinta-feira, 3 de julho de 2025

Brasil247: "Estar no Mercosul nos protege", diz Lula

 

Presidente defende fortalecimento do bloco e afirma que a integração regional garante segurança e autonomia frente às crises globais

Lula durante a 66ª Cúpula do Mercosul (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
Otávio Rosso avatar
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247 - Durante a Cúpula do Mercosul realizada em Buenos Aires, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou nesta quinta-feira (3) a importância estratégica do bloco sul-americano em meio ao cenário global de instabilidade e incertezas.

Lula destacou a solidez construída pelo grupo ao longo das últimas décadas e apontou o Mercosul como um espaço de proteção e cooperação regional. “Quando o mundo se mostra instável e ameaçador, é natural buscar refúgio onde nos sentimos seguros. Para o Brasil, o Mercosul é esse lugar”, afirmou o presidente.

Em sua fala, ele lembrou os avanços institucionais do bloco e reforçou a importância de uma integração comercial com bases transparentes e sustentáveis. “Ao longo de mais de três décadas, erguemos uma casa com bases sólidas, capaz de resistir à força das intempéries. Conseguimos criar uma rede de acordos que se estendeu aos estados associados. Toda a América do Sul se tornou uma área de livre comércio com regras claras”, disse.

O presidente também ressaltou a proteção oferecida pelas regras comuns do bloco frente a disputas econômicas externas. “Estar no Mercosul nos protege. Nossa tarifa externa comum nos blinda contra guerras comerciais alheias. Nossa robustez institucional nos credencia perante o mundo como parceiros confiáveis”, declarou, observando que o crescente interesse de outros países e blocos em se aproximar do Mercosul é uma prova de sua relevância.

Lula concluiu enfatizando que a presidência brasileira será um momento propício para repensar o papel da América do Sul no cenário internacional. “Enfrentaremos o desafio de resguardar nosso espaço de autonomia em um contexto cada vez mais polarizado. A presidência brasileira representará uma oportunidade para refletir sobre o lugar que almejamos ocupar no novo tabuleiro global”, finalizou.

Confira a íntegra do discurso de Lula:

É com satisfação que retorno a Buenos Aires, onde já demos tantos passos na construção de um caminho comum para o Cone Sul.

Quando o mundo se mostra instável e ameaçador, é natural buscar refúgio onde nos sentimos seguros.

Para o Brasil, o MERCOSUL é esse lugar.

Ao longo de mais de três décadas, erguemos uma casa com bases sólidas, capaz de resistir à força das intempéries.

Conseguimos criar uma rede de acordos que se estendeu aos Estados associados.

Toda a América do Sul se tornou uma área de livre comércio, baseada em regras claras e equilibradas.

Estar no MERCOSUL nos protege.

Nossa Tarifa Externa Comum nos blinda contra guerras comerciais alheias.

Nossa robustez institucional nos credencia perante o mundo como parceiros confiáveis.

Não é à toa que um número cada vez maior de países e blocos estejam interessados em se aproximar de nós.

Atestei esse interesse pessoalmente nos contatos que mantive com líderes de diversas regiões.

Enfrentaremos o desafio de resguardar nosso espaço de autonomia em um contexto cada vez mais polarizado.

A presidência brasileira representará uma oportunidade para refletir sobre o lugar que almejamos ocupar no novo tabuleiro global.

Nesse esforço, será imprescindível conferir prioridade a cinco questões.

A primeira delas é o fortalecimento do comércio entre nós e com parceiros externos.

Ainda há fronteiras a ultrapassar, como a inclusão dos setores automotivo e açucareiro em nossa união aduaneira.

Adiar essa tarefa significa sacrificar o potencial estratégico do bloco na produção de veículos elétricos e biocombustíveis.

Não se constrói prosperidade apenas com grandes negócios.

É necessário reativar o Fórum Empresarial do MERCOSUL e oferecer maior apoio a pequenas e médias empresas.

Podemos diminuir custos e reduzir riscos cambiais utilizando nossas próprias moedas.

Precisamos de um sistema de pagamento em moedas locais revigorado e moderno, que facilite transações digitais.

É importante ampliar mercados e diversificar parcerias.

Saúdo a conclusão das negociações com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA).

Estou confiante de que, até o fim deste ano, assinaremos os acordos com a União Europeia e com a EFTA, criando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo.

Também avançaremos nas tratativas com Canadá e Emirados Árabes Unidos.

Na região, é preciso trabalhar com o Panamá e a República Dominicana, e atualizar os acordos com Colômbia e Equador.

É hora de o MERCOSUL olhar para a Ásia, centro dinâmico da economia mundial.

Nossa participação nas cadeias globais de valor se beneficiará de maior aproximação com Japão, China, Coreia, Índia, Vietnã e Indonésia.

A circulação de bens e serviços depende de infraestrutura adequada.

O programa brasileiro Rotas da Integração Sul-Americana visa a encurtar distâncias e diminuir custos.

A conclusão da Rota Bioceânica, que conecta Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, reduzirá em até duas semanas o tempo de viagem até a Ásia.

Fazem parte da Rota dois projetos brasileiros recentemente aprovados pelo FOCEM, que vão melhorar o saneamento e a conectividade viária das populações fronteiriças de Corumbá e Ponta Porã.

O Brasil vai trabalhar, ao longo deste semestre, na estruturação da segunda etapa do FOCEM.

Precisaremos do apoio continuado do FONPLATA, que vem se consolidando como o banco da integração do Cone Sul.

A segunda questão diz respeito ao enfrentamento da mudança do clima e à promoção da transição energética.

As consequências do aquecimento global já se fazem sentir no Cone Sul.

A região sofre com estiagens e enchentes que causam perdas humanas, destruição de infraestrutura e quebras de safra.

A realidade está se movendo mais rápido que o Acordo de Paris, expondo a falácia do negacionismo climático.

O Brasil reduzirá suas emissões entre 59 e 67% até 2035 em todos os setores econômicos, abrangendo todos os gases de efeito estufa.

Felicito o Uruguai e o Equador por também terem apresentado suas Contribuições Nacionalmente Determinadas.

Na COP30, em Belém, teremos a chance de mostrar ao mundo as soluções que vêm da América do Sul.

Nossa Reunião de Ministros de Meio Ambiente será uma etapa crucial de preparação para a Conferência.

Por meio do programa MERCOSUL Verde, vamos fortalecer nossa agricultura sustentável.

Nossa cooperação promoverá padrões comuns de sustentabilidade, mecanismos de rastreabilidade e inovações tecnológicas.

Precisamos de ímpeto renovado para recuperar nossa capacidade industrial com responsabilidade ambiental.

Vamos propor a formulação de uma taxonomia sustentável no MERCOSUL, para atrair investimentos em prol de uma transição justa.

A América do Sul tem tudo para ser o coração desse processo.

Já temos matrizes energéticas mais limpas que outras regiões.

Contamos com algumas das maiores reservas de minerais críticos do mundo.

Acabo de voltar da Cúpula do G7, na qual se discutiu o acesso a esses minerais como imperativo de segurança energética.

A corrida por lítio, terras raras, grafita e cobre já começou.

O MERCOSUL ampliado é nossa melhor plataforma para aproximar e coordenar políticas nacionais.

É fundamental garantir que as etapas de beneficiamento ocorram em nossos territórios, com transferência de tecnologia e geração de emprego e renda.

Buscando apoio da OLADE, o Brasil vai reativar as discussões do Subgrupo de Trabalho 15 para lançar as bases de um acordo sul-americano sobre minerais críticos.

A terceira área é o desenvolvimento tecnológico.

Novas tecnologias estão concentradas nas mãos de um pequeno número de pessoas e de empresas, sediadas em um número ainda menor de países.

Recentemente, Brasil e Chile formalizaram parceria para criar modelos de Inteligência Artificial que reflitam as realidades culturais e linguísticas da América Latina.

Iniciativas como essa podem ser expandidas para o MERCOSUL e para toda a América do Sul.

Trazer centros de dados para a região é uma questão de soberania digital.

Esse esforço deve ser acompanhado do desenvolvimento local de capacidades computacionais, do respeito à proteção de dados e de investimentos para suprir demandas adicionais de energia.

A pandemia de COVID-19 escancarou a vulnerabilidade a que estamos expostos pela falta de acesso a vacinas e medicamentos.

O Brasil quer fazer do MERCOSUL um polo de tecnologias da saúde, capaz de atender às necessidades de nossa população.

Nosso quarto desafio é o combate ao crime organizado.

Grupos criminosos colocam em xeque a autoridade do Estado, disseminando violência, corrupção e destruição ambiental.

Não venceremos essas verdadeiras multinacionais do crime sem atuar de forma coordenada.

Precisamos investir em inteligência, conter os fluxos de armas e asfixiar os recursos que financiam a indústria do crime.

Com a renovação do Comando Tripartite da Tríplice Fronteira, teremos uma plataforma permanente de cooperação para combater crimes financeiros e o tráfico de drogas, de armas e de pessoas.

Com o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, inaugurado em Manaus, as forças de segurança dos nove países amazônicos atuarão juntas para coibir crimes ambientais e outros ilícitos.

São iniciativas que se complementam e que precisam dialogar entre si para ganhar escala sul-americana.

O Brasil vai mobilizar o MERCOSUL ampliado para aprimorar e aprofundar essa colaboração.

A quinta prioridade é a promoção dos direitos de nossos cidadãos.

Sem inclusão social e enfrentamento das desigualdades de todo tipo não haverá progresso duradouro.

O Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos e o Instituto Social do MERCOSUL devem ser fortalecidos.

Seu apoio técnico tem sido muito valioso para nossos países.

A Cúpula Social do MERCOSUL será retomada para apontar novos caminhos para o bloco.

Com o mesmo propósito, realizaremos uma Cúpula Sindical.

A força das nossas democracias depende do diálogo e do respeito à pluralidade.

Desde a última Cúpula, em Montevidéu, perdemos duas grandes referências do Cone Sul: o presidente Pepe Mujica e o papa Francisco.

Tenho orgulho de vir do mesmo quadrante da Terra que esses dois seres humanos excepcionais.

A presidência brasileira do MERCOSUL honrará seu legado, trabalhando por uma integração solidária e sustentável.

Desejo um semestre produtivo e aguardo a todos no Brasil, em dezembro.

Fonte:  https://www.brasil247.com/americalatina/estar-no-mercosul-nos-protege-diz-lula

Brasil247: Ataque hacker atinge empresa que integra bancos ao Pix e desvia R$ 1 bilhão do sistema financeiro

 

Roubo, que pode ser o maior da história do Brasil, converteu os recursos em criptomoedas e já está sendo investigado pela PF e pelo Banco Central

(Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

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247 – Um ataque hacker sem precedentes atingiu a C&M Software, empresa autorizada e supervisionada pelo Banco Central do Brasil, resultando no roubo de cerca de R$ 1 bilhão do sistema financeiro nacional. As informações foram reveladas originalmente pelo site Brazil Journal e posteriormente detalhadas em reportagem do Cointelegraph Brasil.

A C&M é responsável por operar soluções de mensageria que integram instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), incluindo TEDs, Pix, DDA e demais arranjos eletrônicos. O ataque ocorreu por meio do uso indevido de credenciais de clientes, permitindo o acesso não autorizado aos serviços da empresa. “A empresa é vítima direta da ação criminosa, que incluiu o uso indevido de credenciais de clientes para tentar acessar de forma fraudulenta seus sistemas e serviços”, afirmou a C&M em nota enviada ao Valor Econômico. A empresa informou ainda que seus sistemas críticos seguem íntegros e operacionais e que está colaborando com as autoridades competentes, incluindo o Banco Central e a Polícia Civil de São Paulo.

Segundo o Banco Central do Brasil, o ataque se deu na infraestrutura da C&M, e como medida de contenção, determinou o desligamento do acesso das instituições às infraestruturas operadas pela empresa. Em nota, a autarquia declarou que “as contas de reserva não foram acessadas”, embora parte significativa dos recursos tenha sido desviada por meio de instituições que utilizavam os serviços da C&M.

Tentativa de conversão em criptomoedas

Logo após o roubo, os hackers iniciaram a transferência dos recursos para plataformas de criptomoedas integradas ao Pix, incluindo exchanges, gateways e mesas OTC. A movimentação tinha como objetivo a conversão dos valores em USDT e Bitcoin, duas das criptos mais utilizadas para movimentações transnacionais.

De acordo com o Cointelegraph Brasil, parte das transações foi detectada e bloqueada por operadores do setor. Rocelo Lopes, CEO da SmartPay e criador da carteira Truther, relatou ter identificado um comportamento anômalo às 00h18 do dia 30 de junho e, prontamente, elevou os filtros de segurança para conter possíveis fraudes. “Foram retidas grandes somas de dinheiro e, na mesma hora, foi feito o processo de devolução para as instituições envolvidas”, declarou Lopes. Ele afirmou ainda estar à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.Apesar dos bloqueios pontuais, há indícios de que parte do montante foi efetivamente convertida em criptoativos. “Basta acompanhar os endereços e verificar o volume das empresas na tarde de ontem para saber para onde parte dos valores foi desviado”, disse uma fonte ao Cointelegraph, sem revelar os nomes das empresas envolvidas.

Segundo apurou o veículo, várias mesas de OTC se recusaram a processar transações associadas ao ataque e impediram o cadastro dos hackers em suas plataformas. Mesmo assim, o volume movimentado indica uma articulação complexa, provavelmente envolvendo diversos intermediários e contas simuladas.

Instituições afetadas e repercussão

O Brazil Journal informou que o ataque teria atingido seis instituições financeiras, incluindo BMP e Credsystem. Já a BMP confirmou que os recursos desviados estavam em sua conta de reserva no Banco Central e destacou que “nenhum cliente da BMP foi impactado ou teve seus recursos acessados”. A instituição também afirmou possuir colaterais suficientes para cobrir integralmente o valor impactado, mantendo sua operação normal e segura.

Fontes ligadas à Polícia Federal já consideram o episódio como o maior ataque hacker da história do sistema financeiro brasileiro. A PF e o Banco Central continuam investigando o caso para rastrear o destino final dos recursos e identificar os responsáveis.

O episódio evidencia fragilidades em serviços terceirizados críticos para o funcionamento do sistema financeiro nacional. Embora a C&M Software não administre diretamente contas bancárias, seu papel na intermediação de mensagens financeiras a torna um elo vital entre o Banco Central e centenas de instituições financeiras que operam no Brasil.

O caso segue em investigação, com a expectativa de novas revelações nos próximos dias sobre a abrangência do ataque e as medidas de segurança que deverão ser adotadas para evitar novos incidentes de mesma natureza.

Fonte:  https://www.brasil247.com/economia/ataque-hacker-atinge-empresa-que-integra-bancos-ao-pix-e-desvia-r-1-bilhao-do-sistema-financeiro

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Sputnik Brasil: Câmara aprova urgência de projeto para cortar benefícios a empresas e gerar R$ 20 bi em receitas

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB, ao centro), e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assina o projeto de lei que prevê isenção do Imposto de Renda (IR) a pessoas que recebem até R$ 5 mil por mês, em 18 de março de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 02.07.2025

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (2) o pedido de urgência para a apreciação de um projeto de lei que prevê regras para cortes em descontos e isenções de impostos para empresas.
De autoria do senador Esperidião Amim (PP-SC), o projeto pretende aperfeiçoar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e rever os benefícios tributários, a fim de diminuir o impacto nas contas de estados e municípios. A proposta foi aprovada pelo Senado em 2023.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende um corte de 10% nos benefícios fiscais, mas com variações por setores. O governo prevê que o enxugamento gere até R$ 20 bilhões em receitas a partir de janeiro de 2026.
Haddad diz que país precisa cortar R$ 15 bilhões em gastos tributários para fechar contas - Sputnik Brasil, 1920, 01.07.2025
Haddad diz que país precisa cortar R$ 15 bilhões em gastos tributários para fechar contas
Na reunião, Durigan disse que o governo deve sugerir alterações na matéria e que um novo relatório deve ser elaborado conjuntamente pelos deputados e pela pasta.
Ontem (1º), Haddad afirmou que o governo precisa cortar pelo menos R$ 15 bilhões em gastos tributários para equilibrar as contas de 2025 e 2026.
Ainda segundo o governo, o impacto dos benefícios fiscais somaram mais de R$ 544 bilhões em 2024, mas as estimativas estão defasadas e o valor pode ultrapassar os R$ 800 bilhões.
 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250702/camara-aprova-urgencia-de-projeto-para-cortar--beneficios-para-empresas-e-gerar-r-20-bi-em-receitas-40980819.html

Entenda por que Lula vê o 2 de julho como a consolidação da Independência

 

Quase um ano depois do 7 de setembro de 1822, tropas portuguesas foram derrotadas na Bahia, encerrando definitivamente o domínio colonial no Brasil

(Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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247 – Em proposta enviada ao Congresso Nacional nesta terça-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou o reconhecimento oficial do dia 2 de julho como o Dia Nacional da Consolidação da Independência do Brasil. A medida, segundo o presidente, busca reparar uma lacuna histórica e homenagear o papel decisivo do povo baiano na luta contra o domínio colonial português. A informação foi divulgada nas redes sociais do presidente e confirmada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

“É verdade que D. Pedro fez o grito da Independência, todo mundo sabe disso, mas pouca gente sabe que foi no dia 2 de julho de 1823 que, na Bahia, os baianos conseguiram fazer com que os portugueses voltassem para Portugal definitivamente”, afirmou Lula em vídeo, ao lado de três baianos com forte influência política: o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o líder do governo no Senado, Jacques Wagner, e o ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira.

A proposta presidencial acontece no contexto das comemorações do 2 de Julho na Bahia, onde a data já é feriado estadual e possui forte carga simbólica. Lula embarcou para Salvador nesta tarde, onde participa das celebrações da data histórica, antes de seguir para Buenos Aires, onde estará presente na Cúpula do Mercosul, na quinta-feira (3).

Uma independência consolidada à força

Embora o 7 de setembro de 1822 tenha sido marcado pelo gesto simbólico de D. Pedro às margens do Ipiranga, o processo de ruptura com Portugal se estendeu por meses e envolveu confrontos militares em diversas partes do país. A mais sangrenta e determinante dessas batalhas ocorreu na Bahia, onde tropas luso-brasileiras permaneciam entrincheiradas mesmo após a proclamação da independência.

A resistência portuguesa na região era liderada pelo general Inácio Luís Madeira de Melo, que tentou manter o controle sobre Salvador. Em resposta, formou-se um verdadeiro levante popular e militar, com intensa mobilização da população local — incluindo negros, indígenas, camponeses e mulheres — que culminou na vitória brasileira e na retirada definitiva das tropas portuguesas no dia 2 de julho de 1823.

O triunfo foi resultado de meses de resistência e batalhas como a de Pirajá, ocorrida em novembro de 1822, e marcou não apenas a libertação da Bahia, mas o encerramento do domínio português em território brasileiro.

Invisibilização nos livros de História

Na fala divulgada nas redes sociais, Lula também criticou o apagamento desse capítulo da história nacional. “Isso não é conhecido da História porque não está nos livros didáticos brasileiros. A aprovação desse projeto e a promulgação vão mostrar que, além de D. Pedro, o povo baiano teve muito a ver com a nossa Independência”, disse o presidente.

A proposta presidencial busca transformar o reconhecimento local — já consolidado na Bahia com desfiles cívicos, cortejos simbólicos e homenagens a heróis populares como Maria Quitéria e João das Botas — em patrimônio nacional de memória.

De Salvador ao Congresso Nacional

Ao destacar o protagonismo baiano, Lula se alinha a uma corrente historiográfica que há anos reivindica a descentralização da narrativa oficial da Independência, concentrada no Sudeste. Ao propor o 2 de julho como data nacional, o presidente aponta para a consolidação efetiva da soberania brasileira, marcada não por gestos simbólicos, mas por combates travados por cidadãos comuns.

Caso o projeto seja aprovado no Congresso, a nova data poderá integrar o calendário cívico nacional e contribuir para reescrever de forma mais inclusiva e completa a história da Independência do Brasil. A proposta também dialoga com o processo de revalorização do papel dos movimentos regionais na formação da nação brasileira.

O 2 de julho, assim, deixa de ser apenas uma data baiana para assumir o lugar que lhe cabe como ponto final da luta pela libertação do país do jugo colonial. Com a formalização do projeto, o governo federal busca dar visibilidade a um episódio que, como destacou Lula, "teve muito a ver com a nossa independência".

Fonte:  

Brasil247: Congresso dos privilégios: 53% dos deputados apoiam supersalários e 70% são contra o fim da escala 6x1

 

Rejeição ao fim da escala 6x1 é particularmente elevada entre parlamentares da oposição: 92% desaprovam a ideia

Ato pede o fim da escala 6x1 e melhores condições de trabalho e renda (Foto: Letycia Bond/Agência Brasil)
Paulo Emilio avatar
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247 - Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (2) revela que a maioria dos deputados federais se opõe ao fim da escala de trabalho 6x1. Segundo o g1, o estudo aponta que 70% dos parlamentares rejeitam a proposta de jornada de quatro dias semanais, uma das mais rejeitadas entre os temas em análise no Congresso.

A proposta, de autoria da deputada Erika Hilton (Psol-SP), apresentada em fevereiro, visa reduzir a jornada máxima para 36 horas semanais, distribuídas em quatro dias, e eliminar a escala tradicional de seis dias de trabalho por um de descanso.

O índice de rejeição é particularmente elevado entre parlamentares da oposição: 92% desaprovam a ideia. Entre os que se consideram independentes, a rejeição é de 74%, enquanto entre os governistas, o percentual cai para 55%.

Por outro lado, 44% dos governistas manifestam apoio à proposta, ante 23% dos independentes e apenas 6% dos oposicionistas.

Isenção do IR lidera apoio; fim de supersalários também é rejeitado - A pesquisa consultou 203 deputados, cerca de 40% da Câmara, entre 7 de maio e 30 de junho de 2025, com amostragem por região e orientação ideológica, com base no projeto Brazilian Legislative Surveys. Entre os temas com maior apoio estão:

  • Ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda: 88%
  • Exploração do petróleo na Margem Equatorial: 83%
  • Aumento de penas para crimes de roubo: 76%

Já as pautas mais rejeitadas são:

  • Exclusão do Judiciário do limite de gastos: 70%
  • Fim da escala 6x1: 70%
  • Projeto contra os supersalários: 53%

Embora o teto salarial no funcionalismo público seja de R$ 46.366, remunerações frequentemente ultrapassam esse valor. A proposta do governo Lula pretende restringir tais pagamentos, mas enfrenta resistência: 53% são contra, 32% a favor e 15% não opinaram.

Avaliação do governo Lula é negativa para maioria dos deputados - O levantamento também mostra deterioração da imagem do governo Lula entre os parlamentares. A avaliação negativa chegou a 46% — o maior índice desde o início do terceiro mandato. A positiva caiu para 27% (menor nível até agora), enquanto 24% classificam o governo como regular e 3% não souberam ou não responderam.

Desde agosto de 2023, a desaprovação subiu 13 pontos (de 33% para 46%), enquanto a aprovação caiu 8 pontos (de 35% para 27%).

Entre os independentes, a rejeição cresceu de 20% em 2023 para 44% em 2025. A aprovação caiu de 18% para 8%, e a percepção de regularidade, de 59% para 44%.

Entre a base do governo, 71% aprovam a gestão (eram 74% em 2023). Já entre os opositores, 96% a consideram negativa — mesmo patamar de 2023.

Relação com o Congresso também enfrenta dificuldades - A relação do Executivo com o Congresso é considerada ruim por 51% dos deputados (41% em 2023). Outros 30% veem como regular e apenas 18% como positiva.

A divisão ideológica também revela contrastes: 84% dos deputados de esquerda aprovam o governo; 86% dos de direita o rejeitam. Entre os de centro, 53% avaliam como regular, 24% negativamente e 23% positivamente.

Regionalmente, o Nordeste é a única região com empate técnico: 37% de aprovação e 33% de rejeição. No Sudeste, 51% reprovam; no Sul, 57%; e no Centro-Oeste/Norte, 47%.

Lula é visto como provável candidato, mas oposição lidera favoritismo para 2026 - A maioria dos deputados (68%) acredita que Lula será candidato à reeleição em 2026, contra 21% que acham que ele não disputará. Outros 11% não opinaram.

Apesar disso, apenas 35% o veem como favorito, enquanto 50% acreditam em vitória de um nome da oposição.

Entre os nomes oposicionistas para 2026, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) lidera as menções espontâneas com 49%. Jair Bolsonaro (PL), inelegível, aparece com 13%, seguido por Michelle Bolsonaro (6%), Eduardo Bolsonaro (5%), Ratinho Júnior (4%), Ronaldo Caiado (3%) e Flávio Bolsonaro (1%).

Embora inelegível, Bolsonaro segue influente: 23% dos deputados acham que ele deve se manter como candidato, mas 51% defendem que apoie outro nome.

Economia segue principal preocupação; violência ganha destaque - Os deputados apontam a economia como principal problema nacional, embora com queda de 7 pontos desde 2023. A violência, por sua vez, saltou de 7% para 23% nas menções, superando a corrupção (16%) e questões sociais (10%).

Veja os principais problemas citados:

  • Economia: 31% (eram 38%)
  • Violência: 23% (eram 7%)
  • Corrupção: 16% (eram 12%)
  • Questões sociais: 10% (eram 23%)
  • Saúde: 3%; Educação: 2%

Críticas ao STF e aprovação de Hugo Motta completam cenário institucional - Questionados sobre a atuação do STF, 49% dos deputados afirmam que a Corte “sempre” invade competências do Legislativo. Outros 28% disseram que isso ocorre “às vezes”, 12% “raramente” e 5% “nunca”.

A avaliação geral sobre o STF é negativa para 48%, positiva para 27%, regular para 18%, e 7% não responderam.

Em contrapartida, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), é bem avaliado: 68% consideram sua gestão positiva. Entre os governistas, o apoio é de 77%, e entre independentes, 82%. Até mesmo entre os oposicionistas, 47% aprovam sua atuação.

Fonte:  https://www.brasil247.com/poder/congresso-dos-privilegios-53-dos-deputados-apoiam-supersalarios-e-70-sao-contra-o-fim-da-escala-6x1

Brasil247: CNU 2025 abre inscrições a partir de hoje para mais de 3 mil vagas com salários de até R$ 17 mil

 

Seleção nacional oferece oportunidades em diversas áreas e adota medidas inéditas para ampliar diversidade e garantir maior equidade de gênero

Candidatos do CNU (Foto: Agência Brasil)
Laís Gouveia avatar
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247 - O governo federal abriu nesta quarta-feira (2) as inscrições para a segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU), que vai selecionar servidores para órgãos públicos de todo o país. De acordo com informações do portal G1, a seleção oferece 3.652 vagas, com salários iniciais que variam de R$ 4 mil a R$ 17 mil. Os interessados têm até o dia 20 de julho para se inscrever, exclusivamente pelo site da Fundação Getúlio Vargas (FGV), organizadora do certame.

Diferente do formato adotado na edição inaugural, quando o concurso foi dividido em oito editais por área temática, desta vez todo o processo seletivo foi consolidado em um único edital. Isso facilita o acesso às informações, que incluem o número de vagas, os salários, o conteúdo das provas e os critérios de classificação.

As vagas estão distribuídas entre nove blocos temáticos que agrupam os cargos por áreas de atuação semelhantes. As opções vão de Seguridade Social e Cultura até Engenharias, Justiça e Tecnologia, contemplando oportunidades para profissionais de níveis médio, técnico e superior.Outra novidade do CNU 2025 é a ampliação das políticas de inclusão. O governo estabeleceu cotas de 25% para pessoas negras, 3% para indígenas, 2% para quilombolas e 5% para pessoas com deficiência (PcD). Para os cargos com menos vagas do que o necessário para aplicação direta das cotas, a reserva proporcional será garantida por sorteio, conforme previsto em norma.A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, destacou a importância de uma medida inédita de equidade de gênero no concurso. Segundo ela, a regra garante que, caso menos de 50% dos classificados para a segunda fase sejam mulheres, o percentual será ajustado para assegurar a paridade. "Essa igualdade entre homens e mulheres se aplicará apenas na transição da primeira para a segunda fase — ou seja, da prova objetiva para a discursiva", explicou.

 A medida foi criada após a constatação de que, na primeira edição do CNU, embora a maioria das inscrições tenha sido feita por mulheres (56%), apenas 37% dos aprovados eram do sexo feminino.As provas objetivas, com questões de múltipla escolha, serão aplicadas no dia 5 de outubro. Os candidatos de nível superior farão 90 questões, enquanto os de nível médio e técnico responderão a 68. Já a prova discursiva está prevista para o dia 7 de dezembro, sendo direcionada apenas aos candidatos que avançarem para essa etapa.

O valor da inscrição é de R$ 70, mas candidatos inscritos no CadÚnico, doadores de medula óssea reconhecidos pelo Ministério da Saúde, bolsistas do Programa Universidade para Todos (Prouni) ou beneficiários do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) podem solicitar isenção. 

O pedido deve ser feito até o dia 8 de julho.Além das medidas de inclusão e da estrutura unificada do edital, o CNU mantém o modelo que permite ao candidato escolher apenas um bloco temático e indicar as vagas de sua preferência dentro daquele bloco. A disputa ocorrerá exclusivamente dentro da área escolhida, o que permite ao candidato direcionar melhor sua preparação.Confira o cronograma oficial do CNU 2025:

Inscrições: 2 a 20 de julho
Solicitação de isenção da taxa: 2 a 8 de julho
Prova objetiva: 5 de outubro, das 13h às 18h
Convocação para prova discursiva e confirmação de cotas/PcD: 12 de novembro
Envio de títulos: 13 a 19 de novembro
Prova discursiva: 7 de dezembro
Procedimentos de confirmação de cotas: 8 a 17 de dezembro
Divulgação da 1ª lista de classificação: 30 de janeiro de 2026

O Concurso Nacional Unificado faz parte do esforço do governo para tornar o acesso ao serviço público mais democrático, eficiente e transparente, além de estimular maior diversidade nos quadros federais. Para quem sonha com uma vaga no setor público, a oportunidade promete ser uma das mais concorridas e abrangentes dos últimos anos.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/cnu-2025-abre-inscricoes-a-partir-de-hoje-para-mais-de-3-mil-vagas-com-salarios-de-ate-r-17-mil

terça-feira, 1 de julho de 2025

Agência Brasil: Ministro da Fazenda nega alteração da meta fiscal

 

Haddad desconhece razão da mudança de posição de Motta sobre IOF
Daniella Almeida - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 01/07/2025 - 12:33
Brasília
Brasília (DF) 30/06/2025 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa da cerimônia de lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026.  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta terça-feira (1º) que pretenda alterar a meta fiscal definida para este ano. A declaração ocorre após o Congresso Nacional derrubar, na quarta-feira passada (25), o decreto presidencial que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“No ano de 2023, aconteceu a mesma coisa. Uma desoneração prorrogada indesejada pelo Executivo, o Perse [Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos], que falavam que custava R$ 5 bilhões, custava R$ 18 [bilhões], como os próprios contribuintes declararam. A desoneração da folha dos municípios, que não estava na pauta. E nós conseguimos cumprir a meta, mesmo assim”, relembrou.

Em entrevista a jornalistas na manhã desta terça-feira, o ministro disse que desconhece a razão que motivou a mudança de posicionamento do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre o IOF, após a reunião do domingo, 8 de junho, em Brasília. Haddad afirmou, entretanto, que manterá o diálogo.

“Nós nunca tratamos nesses termos [traição]. Nós temos o respeito pelo Congresso [Nacional]. Esse tipo de expressão não cabe em uma relação institucional. O que nós não sabemos é a razão pela qual mudou o encaminhamento que tinha sido anunciado no domingo. Vamos manter o diálogo para entender melhor o que se passou”, afirmou Fernando Haddad.

O ministro disse ainda que aguarda o retorno do telefonema que fez ao presidente da Câmara, na semana passada. 

“Eu fiz uma ligação, estou aguardando o retorno. [Ele] tem que ficar à vontade também. O presidente Hugo Motta frequentou o Ministério da Fazenda, como poucos parlamentares. É uma pessoa que é considerada amiga do Ministério da Fazenda, de todos aqui, não é só de mim. E sabe que tem livre trânsito comigo. Não tem nenhuma dificuldade. Da minha parte, não”.

Exceções fiscais

O ministro adiantou que a nova proposta do governo para o equilíbrio fiscal deve ser apresentada ao Congresso Nacional somente após o recesso parlamentar, preservando do corte de gastos tributários os setores que têm proteção constitucional, o Simples Nacional e a cesta básica. 

Inicialmente, a questão seguiria para o Congresso como uma emenda constitucional. A questão voltou a ser estudada pela pasta após pedido dos líderes partidários, segundo o ministro.

“Tem uma equipe [do Ministério da Fazenda] estudando a forma mais adequada de atender o Parlamento, para que não fira suscetibilidades, porque nós estamos querendo cumprir com aquilo que foi decidido em relação ao encaminhamento. Quando eu tiver, também, a oportunidade de conversar com o presidente Hugo Motta e o [presidente do Senado] Davi Alcolumbre, também vai ficar mais fácil nós afunilarmos essa questão”, esclareceu o ministro.

Austeridade

Perguntado sobre como manterá a meta fiscal depois da derrubada do decreto e com a proximidade do ano de eleitoral de 2026, Haddad disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva trata do tema com responsabilidade.

“Nós não somos o governo Bolsonaro, a quem tudo foi permitido para ganhar a eleição. Não funciona assim conosco. Nós temos responsabilidade. O presidente Lula sabe da importância de fazer as coisas certas”, afirmou.

O titular da Fazenda defende que o país não quer o descontrole das contas públicas. 

“Não é isso que a gente quer. Não é isso que ninguém quer. E o país não precisa mais disso. O país passou por isso, não sai de crise, e nós queremos indicar um outro caminho”. 

“O presidente Lula é o presidente da responsabilidade fiscal. Não tem outro campeão de responsabilidade fiscal”, defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Agência Brasil: AGU vai ao STF para reverter derrubada de decreto do IOF

 

Ação foi solicitada pelo presidente Lula com base em estudo jurídico
Paula Laboissière e Alex Rodrigues - Repórteres da Agência Brasil
Publicado em 01/07/2025 - 10:58
Brasília
Brasília (DF), 01/07/2025 - o ministro da AGU, Jorge Messias, informou que a ação declaratória de constitucionalidade foi apresentada após solicitação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com base em estudo técnico e jurídico solicitado ao órgão na semana passada.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
© José Cruz/Agência Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou nesta terça-feira (1º) ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), no intuito de reverter a derrubada do decreto elaborado pelo governo federal que aumenta alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Em coletiva de imprensa, o ministro da AGU, Jorge Messias, informou que a ação declaratória de constitucionalidade foi apresentada após solicitação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com base em estudo técnico e jurídico solicitado ao órgão na semana passada.

Segundo Messias, a conclusão da AGU é que o decreto do governo federal é constitucional, válido e não poderia ter sido objeto de decreto legislativo de sustação.

“A avaliação técnica dos nossos advogados foi de que a medida adotada pelo Congresso acabou por violar o princípio da separação de poderes”, explicou Messias.

"Todo esforço do governo é para que possamos retomar a normalidade institucional".

Entenda

O decreto fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal. No fim de maio, o presidente Lula editou decreto que aumentava o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio.

A decisão de pautar a derrubada do decreto do IOF foi anunciada horas antes da votação pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em postagem nas redes sociais. Segundo ele, a maioria da Câmara não concorda com elevação de alíquotas do IOF como saída para cumprir o arcabouço fiscal e tem cobrado o corte de despesas primárias.

Já o governo alegou que a medida é necessária para evitar mais cortes em políticas sociais e maiores contingenciamentos que podem afetar o funcionamento da máquina pública. Além disso, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as regras do decreto corrigiam injustiças tributárias de setores que não pagam imposto sobre a renda.

Entre as medidas propostas no decreto estão o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) tanto das apostas eletrônicas, as chamadas bets, de 12% para 18%; quanto das fintechs, de 9% para 15%, igualando aos bancos tradicionais. Também há a previsão da taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos que atualmente são isentos de Imposto de Renda. 

Antes mesmo da derrubada do decreto, o governo editou, no início de junho, uma medida provisória (MP) com aumento de tributos para bets (empresas de apostas) e para investimentos isentos. A ideia da MP era atender uma pressão do próprio Congresso. A medida provisória também prevê o corte de R$ 4,28 bilhões em gastos obrigatórios neste ano. Em troca, o governo desidratou o decreto do IOF, mas o decreto foi derrubado pelo Congresso da mesma forma.

Sputnik Brasil: Mídia: Brasil e México negociam expansão de acordo comercial para reduzir dependência externa

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro bilateral com presidente do México, Claudia Sheinbaum, Honduras, 9 de abril de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 01.07.2025

Brasil e México iniciam negociações para ampliar seu acordo comercial, buscando fortalecer laços econômicos e reduzir a dependência dos EUA e China. Com afinidade política e interesses complementares, os países avaliam expandir tarifas e investimentos em setores estratégicos.
Brasil e México, as duas maiores economias da América Latina, iniciaram negociações preliminares para aprofundar seu acordo comercial já existente. A iniciativa visa fortalecer parcerias além dos tradicionais vínculos com China e Estados Unidos, especialmente diante das novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump. Desde outubro, diplomatas dos dois países têm mantido conversas informais, impulsionadas pela chegada da presidente mexicana Claudia Sheinbaum ao poder.
Sheinbaum e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se encontraram quatro vezes, demonstrando publicamente interesse em estreitar os laços econômicos. Segundo o Financial Times, a própria presidente mexicana já destacou que os dois países podem se complementar em termos de comércio e investimentos. Em agosto, a secretária de Comércio Exterior do Brasil, Tatiana Prazeres, deve visitar a Cidade do México para discutir os detalhes das negociações.
Apesar de serem líderes regionais, Brasil e México historicamente mantêm certa distância devido à rivalidade geopolítica, diferenças econômicas e o foco comercial mexicano nos EUA. No entanto, a afinidade ideológica entre os atuais governos e o cenário internacional favorável criaram uma oportunidade para maior aproximação.
Atualmente, apenas 14% do comércio de bens na América Latina ocorre dentro da própria região, o que reforça a importância de iniciativas como essa. Lula defende há tempos uma maior integração regional como forma de promover prosperidade. O acordo comercial entre Brasil e México, vigente desde os anos 2000, cobre cerca de 800 categorias de produtos com tarifas reduzidas ou isentas.
Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, participa do lançamento do programa Brasil Saudável. Brasília (DF), 7 de fevereiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 30.06.2025
Notícias do Brasil
Soberania tecnológica é prioridade do Brasil durante presidência do BRICS, diz ministra à Sputnik
Autoridades brasileiras afirmam que há interesse dos setores industrial e agropecuário em ampliar exportações para o México. No entanto, ambos os países estão cautelosos para não provocar reações negativas de seus principais parceiros comerciais — EUA e China — e justificam as negociações como parte de uma estratégia de diversificação.
Ainda não está definido, no entanto, se o acordo existente será apenas expandido ou se será negociado um novo tratado comercial mais amplo. Dada a limitação de recursos e o foco do México na renegociação do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês), além das eleições brasileiras em 2026, uma atualização do acordo atual parece mais viável.
 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250701/midia-brasil-e-mexico-negociam-expansao-de-acordo-comercial-para-reduzir-dependencia-externa-40924043.html

Sputnik Brsil: Mídia: em contraste com EUA, China oferece incentivos fiscais para atrair investimento estrangeiro

 

Homem passa por uma casa de câmbio decorada com diferentes notas no Central, um distrito comercial de Hong Kong, em 10 de junho de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 01.07.2025

A China anunciou novos incentivos fiscais para atrair investimento estrangeiro, permitindo que empresas deduzam até 10% em impostos ao reinvestirem lucros no país. A medida busca impulsionar a economia, restaurar a confiança e reforçar a posição chinesa nas cadeias globais em meio a tensões comerciais.
A China intensificou seus esforços para atrair investimento estrangeiro, em meio a negociações comerciais com os EUA e a União Europeia (UE). O objetivo é impulsionar a economia doméstica e reforçar sua posição nas cadeias globais de suprimentos. Como parte dessa estratégia, o governo anunciou novos incentivos fiscais para empresas estrangeiras que reinvestirem seus lucros no país.
De acordo com o South China Morning Post (SCMP), os incentivos, anunciados por três órgãos governamentais, permitem que empresas estrangeiras deduzam até 10% do valor reinvestido em impostos locais. Além disso, créditos não utilizados poderão ser transferidos até o fim de 2028. Os reinvestimentos elegíveis incluem a criação de mais empresas ou aquisição de ações de empresas não afiliadas, com exceção de ações listadas em bolsa.
Ecranoplano soviético monstro do mar Cáspio - Sputnik Brasil, 1920, 01.07.2025
Panorama internacional
Mídia revela ecranoplano da China que pode marcar novo capítulo no desenvolvimento militar (FOTO)
Apesar de empresas estrangeiras historicamente reinvestirem lucros na China, as tensões comerciais e políticas recentes abalaram a confiança. Em 2024, o país registrou uma saída líquida de capital de US$ 168 bilhões (cerca de R$ 913,9 bilhões), a maior desde 1990. O governo chinês tenta reverter esse cenário com um ambiente de negócios mais atrativo.
O presidente Donald Trump chega para discursar em seus primeiros 100 dias no Macomb County Community College Sports Expo Center, 29 de abril de 2025, em Warren, Michigan - Sputnik Brasil, 1920, 11.06.2025
Panorama internacional
Trump diz que acordo comercial EUA-China está 'concluído', sujeito à aprovação dele e de Xi
Apesar de ainda ser a segunda maior receptora de investimentos estrangeiros do mundo, a China viu uma queda de 13,2% nos aportes entre janeiro e maio de 2025. A concorrência com os EUA, que oferecem incentivos para repatriar empresas, tem pressionado Pequim a adotar medidas mais agressivas para manter sua atratividade.
Além dos incentivos fiscais, a China também ampliou as cotas de investimento externo por meio do programa Investidor Institucional Nacional Qualificado (QDII), permitindo que instituições financeiras nacionais invistam no exterior. A medida visa equilibrar a abertura do mercado financeiro chinês com a necessidade de manter o controle sobre fluxos de capital.
 
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250701/midia-em-contraste-com-eua-china-oferece-incentivos-fiscais-para-atrair-investimento-estrangeiro-40929670.html