Alavancagem global dos EUA enfraquece enquanto rivais fortalecem influência, analisa mídia americana
15:41 23.09.2024 (atualizado: 15:50 23.09.2024)
© AP Photo / Ng Han Guan
Os
Estados Unidos e seus aliados estão cada vez mais preocupados com a
velocidade e intensidade com que Irã, China, Rússia e Coreia do Norte
estão aprofundando laços para desafiar o domínio norte-americano, apesar
de enfrentarem algumas das sanções mais abrangentes que o Ocidente já
impôs, escreve a Bloomberg.
A análise da agência acontece após a mídia ouvir autoridades que pediram para não serem identificadas, uma vez que a discussão do tópico não é pública.
O desafio se encaixa em um padrão do que especialistas externos — e cada vez mais, autoridades dos EUA e aliadas — veem como a crescente luta que Washington enfrenta enquanto continua a buscar o que deseja ao redor do mundo.
Os exemplos dessas dificuldades, dizem as fontes, são muitos. As autoridades citaram a situação na Venezuela,
onde Caracas ignorou uma pressão eleitoral de meses, ao mesmo tempo,
mencionaram a coalizão naval liderada por Washington no mar Vermelho, a
qual, até agora, não conseguiu diminuir as ações dos houthis na região.
Os EUA e seus aliados foram expulsos de bases na África enquanto China e Rússia expandem seu alcance, e no mar do Sul da China, Pequim se torna mais agressiva na proteção das águas.
20 de setembro, 17:14
Depois, escreve a mídia, há os aliados: Washington se vê incapaz de persuadir Israel a um acordo de cessar-fogo com o Hamas.
"A
influência dos EUA está diminuindo, e está diminuindo rapidamente. Há
potências emergentes que querem se afirmar mais dentro do espaço
multilateral — da China a outros — e o Sul Global tem cada vez mais uma
voz", disse Martin Kimani, ex-embaixador queniano nas Nações Unidas e diretor do Centro de Cooperação Internacional da NYU.
Essa é a realidade que o presidente Joe Biden enfrenta ao se juntar a mais de 140 outros líderes mundiais em Nova York para a reunião anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, escreve a mídia.
Cerca de 40 nações que votaram para condenar a Rússia
por sua operação na Ucrânia no ano passado decidiram se abster em uma
moção semelhante em julho. A maioria delas são países que têm sido
vocais na causa palestina, incluindo Brasil, Arábia Saudita e Egito.
O
forte apoio de Washington à guerra de Israel contra o Hamas está
drenando sua moeda diplomática, disse Kimani. A pressão dos EUA por um
cessar-fogo até agora produziu poucos resultados, apesar das viagens regulares à região de altos funcionários do governo.
Também se reunirão em Nova York esta semana autoridades do BRICS,
que cresceu para nove membros, incluindo alguns aliados dos EUA. Mais
países estão se candidatando para se juntar ao grupo que é
explicitamente chamado para criar um centro alternativo de influência
global ao domínio do dólar norte-americano.
20 de setembro, 03:44
Países fora das órbitas dos EUA e seus rivais "estão vendo esse novo nó de poder emergir. Provavelmente contribui para que eles permaneçam entre os dois polos,
contribuindo para uma multipolaridade no mundo. Os EUA agora precisam
administrar isso de forma mais eficaz, o que é difícil", afirmou Nadia Schadlow, ex-conselheira adjunto de segurança nacional dos Estados Unidos.
Onda após onda de sanções não interromperam o comércio.
A China está encontrando maneiras de fornecer à Rússia 90% dos chips de
que ela precisa para produzir mísseis, tanques e aeronaves, de acordo
com o Hudson Institute, citado pela mídia.
Ao mesmo tempo, a mídia destaca que mesmo que os EUA tenham reatado laços com aliados para apoiar a Ucrânia,
também está cada vez mais difícil fazer com que aliados europeus
participem com conjuntos adicionais de medidas contra os países
fortemente sancionados.
A Itália, por exemplo, ainda não concordou em implementar sanções à Iran Air pressionadas
pelos EUA em resposta ao suposto envio de mísseis balísticos à Rússia,
de acordo com um diplomata sênior familiarizado com o assunto.
17 de agosto, 04:14
E embora Bruxelas tenha adotado uma linha mais dura em relação à China,
sanções mais pesadas em resposta à ajuda a Moscou podem ser
desafiadoras de serem acordadas, dados os profundos laços comerciais das
empresas europeias lá.
O alinhamento de Moscou, Pequim, Teerã e Pyongyang "é de uma qualidade completamente diferente do tipo de relacionamento que temos", disse Richard Moore,
chefe do serviço secreto de inteligência MI6 do Reino Unido, no início
de setembro, ao falar sobre a colaboração britânica com os EUA e a
Europa.
Nesta segunda-feira (23), cálculos da Sputnik baseados em dados do Eurostat mostraram que o comércio entre Rússia e União Europeia (UE) aumentou em julho de 2024 pela primeira vez desde novembro de 2023, ultrapassando os € 6 bilhões (R$ 36,9 bilhões), conforme noticiado.
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Fonte: https://noticiabrasil.net.br/20240923/alavancagem-global-dos-eua-enfraquece-enquanto-rivais-fortalecem-influencia-analisa-midia-americana-36609669.html
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