domingo, 31 de março de 2024
sábado, 30 de março de 2024
Democracia em alta na sociedade brasileira
Datafolha: 71% dos brasileiros apoiam a democracia e 7% preferem ditadura
A democracia é a melhor forma possível de governo para 71% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (30). 18% dos entrevistados dizem que “tanto faz” o regime em que o país vive e 7% acreditam que uma ditadura é preferível em algumas circunstâncias.
O atual número dos brasileiros que preferem a democracia é um dos mais altos registrados no período estudado pelo Datafolha, que questiona entrevistados sobre o tema desde setembro de 1989. A taxa sofreu uma queda desde o seu pico, em outubro de 2022, quando o número era 79%.
Em dezembro de 2023, o apoio à democracia caiu para 74% e a taxa dos que apontam que “tanto faz” oscilou três pontos percentuais para cima. A aceitação da ditadura ficou no mesmo patamar no período.
O menor apoio à democracia registrado pelo Datafolha ocorreu em 1992, quando o país vivia uma crise política durante o governo do ex-presidente Fernando Collor (então PRN). Em setembro daquele ano foi aberto um pedido de impeachment contra o mandatário e a aceitação da ditadura atingiu seu maior nível até aqui: 23%.
O maior apoio ao regime democrático é registrado entre os entrevistados de classe média e os mais ricos. A taxa é de 87% entre os que ganham de 5 a 10 salários mínimos e de 85% na faixa superior de renda. Mulheres são o grupo com o menor apoio, com 66%.
Nem todos estão felizes com o regime, mas o número tem crescido. De 2014 para cá, o número dos que se dizem satisfeitos subiu de 9% para 18%. Os que se dizem pouco satisfeitos caíram de 59% para 53% e os insatisfeitos oscilaram de 28% para 27%.
Para 6% dos brasileiros, o país vive uma democracia plena. Quase a metade da população (46%), no entanto, afirma que há grandes problemas no regime. São 28% os que veem pequenos problemas e 9% os que afirmam que o Brasil não é uma democracia plena.
A pesquisa Datafolha ouviu 2.002 eleitores em 147 cidades do país entre os dias 19 e 20 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Fonte: https://www.blogger.com/blog/post/edit/7910370922163291105/1520166512257733824sexta-feira, 29 de março de 2024
quarta-feira, 27 de março de 2024
Sputnik fala da indústria de submarinos do Brasil
Lula a Macron: 'Temos que aproveitar essa amizade'
Submarino nuclear brasileiro, ambição que surgiu em 2008
Macron ainda classificou como "titanesca" todas as obras e intervenções realizadas pelo Brasil para viabilizar o desenvolvimento dos submarinos, como o complexo em Itaguaí, o mais moderno do país.
Macron diz que França é 'potência amazônica'
Submarino nuclear brasileiro
"Iniciado em 1979, […] foi desenvolvido em virtude da premente necessidade estratégica de dotar submarinos com propulsão nuclear. Delimitados os objetivos, o projeto desdobrou-se em duas vertentes fundamentais, o consagrado domínio do ciclo do combustível nuclear e o desenvolvimento autóctone de uma planta nuclear de produção naval", finalizou.
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Fonte: https://sputniknewsbr.com.br/20240327/lula-pais-do-tamanho-do-brasil-precisa-de-forcas-armadas-altamente-qualificadas-videos-fotos-33786209.html
terça-feira, 26 de março de 2024
Sputnik fala das parcerias que estão sendo construídas entre o Brasil e Índia
Do agro ao nuclear: Brasil e Índia iniciam nova etapa estratégica em suas relações
Índia e Brasil: países em situação similar
"A Índia tem interesses comuns com o Brasil, como fazer parte do Conselho de Segurança da ONU [CSNU]."
Nesse sentido, destaca João Paulo Nicolini, doutor em ciência política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade Católica de Louvain, os dois fazem parte do G4, "um grupo informal junto com a Alemanha e Japão para reformar o CSNU".
As parcerias entre Brasil e Índia
Índia pode ajudar no desenvolvimento de submarinos
"E o Brasil tem interesse em adquirir da Índia obuseiros e mísseis, tecnologias que o Brasil sempre teve deficiência."
A Índia, afirma Zague, "tem uma tecnologia militar muito avançada em vários setores", estando na vanguarda, por exemplo, na produção de foguetes e satélites, com um programa espacial "muito avançado".
"O programa espacial é tão importante na Índia que na Índia a astronomia é matéria para as crianças na escola", destacou Nicolini.
Índia possui seu próprio submarino nuclear
Parceria com a Índia cria novo cenário global
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Fonte: https://sputniknewsbr.com.br/20240325/do-agro-ao-nuclear-brasil-e-india-iniciam-nova-etapa-estrategica-em-suas-relacoes-33756877.html
O mundo mais uma vez testemunhou o inabalado apoio da população do país ao presidente Vladimir Putin
Putin: um amálgama de diferentes eras
Valdir da Silva BezerraApós o resultado das últimas eleições na Rússia, o mundo mais uma vez testemunhou o inabalado apoio da população do país ao presidente Vladimir Putin. Seguindo agora para o quinto mandato como chefe de Estado, Putin foi o principal responsável pelo resgate do prestígio de Moscou nas relações internacionais.
É possível dizer que desde que Putin chegou ao poder pela primeira vez em 2000, a Rússia se apresentou como uma verdadeira "amálgama de diferentes eras", resgatando alguns elementos importantes de seu passado. Ora, existe um ponto em que a experiência dos Estados pode realmente ser comparável à experiência de um indivíduo, e isso se dá no modo como ambos interpretam e utilizam o seu passado como forma de moldar atitudes e identidades no presente. De seu passado, a Rússia extraiu lições fundamentais, a fim de lidar com a complexa realidade internacional multipolar de nossos tempos.
Não somente isso. Com Putin à frente do poder, as impressões de um país abatido, pobre e enfraquecido pelas transformações econômicas e sociais dos anos 1990 deram lugar a novos movimentos de consciência e de renovação dentro da Rússia, incluindo uma verdadeira redefinição de sua identidade nacional. No mais, a era Putin demonstrou não somente a importância do papel do indivíduo para as grandes transformações históricas, como também a importância do resgate de elementos do passado como norteador do desenvolvimento social. A Rússia de Putin, assim como no período soviético, tornou-se um país que não mais aceitava uma posição subordinada no sistema internacional e que brigaria por afirmar sua posição de "Grande Potência" no sistema, papel que desempenhou desde o período czarista de sua história.
No começo de seu primeiro mandato em 2000, ao lidar de forma dura e eficiente com as tendências separatistas existentes no país e se aproveitando de condições econômicas favoráveis, Putin foi capaz de manter a integridade territorial da Rússia e de devolver a dignidade à sua população. Ao final de seu segundo mandato, Putin então começou a subir o tom em seus discursos internacionais contra as injustiças da hegemonia americana, defendendo a consolidação de um mundo "multipolar" mais justo e livre dos ditames de Washington. Já a partir de 2012 — no início de seu terceiro mandato —, Putin começou a acentuar as diferenças culturais, políticas e civilizacionais entre a Rússia e o Ocidente, apregoando o respeito às múltiplas tradições nacionais e religiosas existentes no mundo. Não à toa, a Rússia de Putin demonstrou maior sinergia entre o Estado e a Igreja Ortodoxa, um dos pilares da civilização russa desde os primórdios de sua formação.
Nos Estados Unidos, por outro lado, a Rússia novamente figurava como uma ameaça aos valores e aos interesses americanos, com acusações de que o "regime autoritário de Putin" representava um obstáculo à expansão das chamadas "democracias liberais" à guisa do modelo ocidental pretensamente universalizante. Levantava-se então aquela velha dicotomia típica da Guerra Fria, que serve apenas para angariar o suporte das audiências ocidentais para projetos como a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para o leste, uma clara demonstração da continuada política de contenção ao poderio russo. Não agrada aos formuladores de políticas, seja na Europa, seja nos Estados Unidos, que a Rússia se consolide como "Estado forte", lastreado por seu poderio militar e por suas enormes potencialidades humanas e de recursos naturais.
Ao mesmo tempo, ao longo dos anos 2000, a figura de Putin no exterior passou a ser identificada com a da própria Rússia, com ambos passando a ser cada vez mais reconhecidos e respeitados no cenário internacional, apesar das frequentes campanhas de propaganda do Ocidente no sentido de manchar a imagem do presidente russo. Sem atentar para essas campanhas de difamação, a era Putin se caracterizou pela defesa da Rússia de seus interesses nacionais e regionais de segurança, à guisa do período soviético e imperial. Ora, tanto para Putin como para a população russa, o processo de expansão da OTAN para o leste no contexto do pós-Guerra Fria constituiu uma ameaça grave à segurança do país e uma provocação dirigida a minar a influência de Moscou no espaço pós-soviético. Afinal, precisamos lembrar que a Rússia historicamente sofreu com invasões a partir do Ocidente e, portanto, não poderia olhar com indiferença os movimentos da OTAN em direção a suas fronteiras. Como consequência — em parte — dessa interpretação, foi que Moscou empreendeu sua operação militar especial na Ucrânia em 2022.
Diante desse contexto, o quinto mandato de Putin começa justamente com as tropas russas defendendo os novos territórios do país e com o fracasso dos esforços ocidentais de tentar derrotar a Rússia no campo de batalha. Por certo, de muito tempo que o conflito no Leste Europeu tem sido não entre a Rússia e a Ucrânia, mas sim de todo o Ocidente coletivo contra os russos, seja por ações militares, seja pelas sanções. Ilusoriamente, no entanto, os Estados Unidos e a União Europeia continuam a prometer a suas populações que o fornecimento de armas, equipamentos e apoio financeiro à Ucrânia se justifica pela necessidade de deter a Rússia a todo o custo. Caso contrário, Moscou poderia avançar pelo continente. Trata-se de uma completa loucura, usada pelos líderes europeus e americanos apenas para disfarçar sua miopia política e esconder do público o fracasso de seu projeto geopolítico de derrubar a Rússia.
Seja como for, ao iniciar o quinto mandato como presidente do país, Putin e sua administração se mostraram capazes de resistir à chantagem ocidental, do mesmo modo como a Rússia e sua população conseguiram resistir às sanções econômicas. Para os anos seguintes, independentemente de qualquer torcida em contrário, as ações da Rússia tanto no âmbito doméstico como externo continuarão a definir os contornos da geopolítica internacional. Em suma, assim como em séculos passados, com Putin novamente à frente da presidência — dessa vez até 2030 —, a Rússia persistirá exercendo um papel de relevância no cenário mundial. Para além disso, esse país, que se tornou uma verdadeira "amálgama de diferentes eras", certamente extrairá quaisquer lições que forem necessárias para a construção das bases de um futuro justo e digno.
As opiniões expressas neste artigo podem não coincidir com as da redação.
Fonte: https://telegra.ph/Putin-um-am%C3%A1lgama-de-diferentes-eras-03-20
domingo, 24 de março de 2024
Senadores não representam os Estados e sim as suas famílias
De pai para filho: homens e herdeiros políticos são maioria no Senado
Casa política completa 200 anos no dia 25 de março
Publicado em 24/03/2024 - 10:02 Por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil - Brasília
ouvir:
O Senado Federal completa 200 anos nesta segunda-feira (25), com predominância de parlamentares homens e herdeiros políticos. Desde a redemocratização até a última eleição, cerca de dois em cada três senadores eleitos vieram de famílias políticas. Além disso, nove de cada dez eleitos são homens. Apenas quatro mulheres negras foram eleitas para o Senado entre 1986 e 2022.
Dos 407 mandatos disputados nesse período, 274 deles, o equivalente a 67% dos cargos, foram ocupados por pessoas com vínculos familiares com políticos já eleitos. Com isso, os senadores acabam herdando o capital político da família e se elegem apoiados pelo sobrenome. Esse levantamento é parte da pesquisa do cientista político Robson Carvalho, doutorando da Universidade de Brasília (UnB).
“O que a gente tem na prática é que, muitas vezes, a condução das instituições públicas é tratada como se fossem capitanias hereditárias, distribuídas e loteadas para quem apoia aqueles grupos político-familiares e também tratam os gabinetes como se fossem a cozinha de suas casas”, destacou o especialista.
Além disso, das 407 vagas disputadas, 363 foram ocupadas por homens, o que representa 89% dos mandatos disputados nas urnas. Apenas 44 vagas foram ocupadas por mulheres. Já as mulheres negras foram apenas quatro: Marina Silva, eleita duas vezes pelo PT do Acre, Benedita da Silva (PT-RJ), Eliziane Gama (PSD-MA) e Fátima Cleide (PT/RO).
“São resultados indicativos da reprodução das desigualdades políticas e prejuízos ao recrutamento institucional, à igualdade de disputa, à representação de gênero e raça; à edificação de uma democracia plural”, conclui o artigo do especialista, que foi apresentado no 21º Congresso Brasileiro de Sociologia, em julho de 2023.
Para Robson Carvalho, a pesquisa mostra que o Senado é majoritariamente ocupado por famílias poderosas. “Parecem suceder a si mesmas, como numa monarquia, onde o poder é transmitido por hereditariedade e consanguinidade”. Segundo o analista, isso traz prejuízos à representação democrática do povo brasileiro.
“Grupos que lá também poderiam estar representados: mulheres, negros, quilombolas, indígenas, indivíduos de origem popular, de movimentos sociais, dentre outros. Isto ocorre em detrimento do acesso, quase que exclusivo, de homens brancos, empresários, originários de estratos superiores da pirâmide econômico-social e de famílias políticas”, afirma o artigo.
Segundo o cientista político Robson Carvalho, o fenômeno do familismo "está presente nos mais diversos partidos de todos o espectro político, da direita à esquerda", mas nem por isso deve ser naturalizado.
Entre os políticos que estiveram no Senado entre 1986 e 2022 com ajuda da herança política estão Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro; Lobão Filho (MDB-MA), filho do ex-senador Edison Lobão; Renan Filho (MDB-AL), filho do atual senador Renan Calheiros; Ronaldo Caiado (União-GO), neto de Antônio Totó Ramos Caiado, ex-senador por Goiás na década de 1920; e Rogério Marinho (PL-RN), neto do ex-deputado federal Djalma Marinho.
Outros parlamentares que entraram Senado no período e são de famílias de políticos eleitos são Flávio Dino (PSB-MA), Roberto Requião (MDB-PR), Flávio Arns (PSB-PR), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Romeu Tuma (PL-SP), Espiridião Amim (PP-SC), Jorginho Mello (PL-SC), Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), Otto Alencar (PSD-BA) e Davi Alcolumbre (União-AP).
Todas as regiões
A pesquisa destaca que a herança política é uma realidade de todos os estados e de todas as regiões do país. “Não é uma característica só do Nordeste, como muita gente acha, ligada ao coronelismo lá na região”, destacou o doutorando.
No estado de São Paulo, por exemplo, dos 15 mandatos disputados para o Senado entre 1986 até 2022, nove foram de pessoas identificadas como de famílias-políticas. Mesmo número do Rio de Janeiro, o que representa 60% do total de mandatos disputados na urna.
No Paraná, 13 dos 15 senadores eleitos no período são de famílias políticas. O Rio Grande do Sul tem o menor percentual de eleitos com ajuda do capital político da família. Apenas 4 dos 15 mandatos foram ocupados com a ajuda da herança política das famílias no estado gaúcho, o que representa 26% do total. Dois estados aparecem com 100% de eleitos com vínculos político-familiares: Paraíba e Piauí.
Robson Carvalho destacou ainda que o fato de nascer em famílias com grande capital político já constitui uma vantagem, “tendo em vista a herança simbólica, o acesso a diversos capitais, que vão sendo construídos desde a infância, no espaço em que o agente se encontra posicionado”.
Mulheres
Outro recorte da pesquisa é o de gênero, que mostra que o Senado foi, e ainda é, dominado por homens, que ocuparam 89% dos cargos disputados entre 1986 e 2022. Os estados do Amapá e Piauí, por exemplo, nunca elegeram uma senadora. Quem mais elegeu mulheres foram Mato Grosso do Sul (MS), com quatro mandatos: Marisa Serrano (PSDB), Simone Tebet (MDB), Tereza Cristina (PP) e Soraya Thronicke (Podemos), sendo que apenas a última não possui vínculos político-familiares, de acordo com a pesquisa.
Os estados de Sergipe (SE) e do Rio Grande do Norte (RN) elegeram mulheres três vezes. No caso de Sergipe, foram três vezes a mesma mulher: Maria do Carmo Alves (DEM), marcada pela presença de capital político-familiar.
O Rio Grande do Norte elegeu três mulheres, duas com capital político-familiar, Rosalba Ciarlini (DEM) e Zenaide Maia (PROS) “respectivamente membro de longevas e entrelaçadas famílias políticas (Rosado e Maia) e Fátima Bezerra do PT, professora, de origem popular e sem conexões com famílias políticas”.
“Considerando os dados por região, o Nordeste elegeu mais mulheres por mandato, chegando a 13, seguido das regiões: Norte, com 12; Centro-Oeste, com 10; Sudeste com 5; e, por último, a região Sul, elegendo apenas quatro mulheres”, acrescenta o estudo.
Robson Carvalho conclui que essa realidade enfraquece a democracia brasileira. “Como é possível pensar em República sem representação de negros e mulheres que são a maioria da população, de índios que são os povos originários da nação e de cidadãos de origem popular que são a grande maioria dos brasileiros?”, questiona.
Edição: Sabrina Craide
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2024-03/de-pai-para-filho-homens-e-herdeiros-politicos-sao-maioria-no-senado
sábado, 23 de março de 2024
Por democracia e sem anistia
'Por democracia e sem anistia': atos no Brasil e no exterior cobram punição a golpistas e lembram 60 anos do golpe militar
Manifestações também denunciam massacre do povo palestino praticado por Israel
Movimentos populares realizam, neste sábado (23), uma série de manifestações em todo Brasil contra a anistia aos golpistas envolvidos nos atos do 8 de janeiro, em Brasília.
Todas as regiões do país tiveram mobilizações convocadas pelas frentes
Brasil Popular e Povo Sem Medo, sindicatos e partidos do campo
progressista. Pela manhã, houve ações em Maceió (AL), Vitória (ES),
Campo Grande (MS), Belém (PA), Aracaju (SE) Recife (PE), São Luís (MA),
Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Goiânia (GO) e
Lisboa, em Portugal. Em outras capitais, como São Paulo (SP), Porto
Alegre (RS) e Salvador (BA), as manifestações ocorreram nesta tarde.
https://twitter.com/i/status/1771641118968467751
Os manifestantes saíram às ruas para cobrar punição aos envolvidos nos
atos golpistas e afirmar que será um erro histórico do país perdoar os
crimes contra o Estado praticados pelos apoiadores do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL). Além disso, os atos lembraram os 60 anos do golpe
militar de 1964, com as palavras de ordem "Ditadura nunca mais" e
denunciaram o genocídio contra o povo palestino praticado por Israel.
"Lutar por democracia é lutar por memória, verdade e justiça. Nós, dos
movimentos populares, demarcamos essa compreensão histórica do nosso
país, ainda que tenhamos limitações institucionais. Para rememorar os
tristes dias de Ditadura Militar, nós estamos nas ruas", afirmou Elisa
Maria, integrante do Movimento Brasil Popular, no Recife.
Na capital pernambucana, o ato se concentrou na praça do Derby e também contou com manifestações por pedido de paz na Palestina.
No Maranhão, os manifestantes se reuniram em uma plenária do Solar Maria Firmina, em São Luís, onde trataram sobre a defesa da democracia e as punições aos golpistas.
Em Goiânia, a mobilização aconteceu na sexta-feira (22), organizada pelo Fórum Goiano em defesa da Democracia, Direitos e da Soberania. A mobilização também foi por memória e justiça para as vítimas do regime militar e contra a viagem do governador do estado, Ronaldo Caiado, a Israel. Além disso, os manifestantes pautaram a luta contra as privatizações.
Em Porto Alegre (RS), movimentos populares realizaram ato no Largo Glênio Peres para reforçar a importância da defesa da democracia. A manifestação ocorre às vésperas dos 60 anos do golpe que deu início à ditadura militar no país, em 1964, e lembrou das 434 mortes confirmadas nas mãos do regime e milhares de casos de tortura. Participantes do protesto também repudiaram uma eventual anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Mesmo sob chuva, os movimentos populares saíram às ruas, neste sábado (23), em São Paulo, para dizer "Ditadura nunca mais" e pedir punição aos golpistas do 8 de janeiro de 2023. O ato reuniu cerca de cinco mil pessoas no Largo São Francisco.
Na manifestação em Salvador (BA), a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffman defendeu que golpistas de 8 de janeiro precisam 'pagar por seus crimes'. "Nós temos o devido processo legal para que ele seja o berço das investigações. Isso que a gente quer. Independente de quem for. Se é militar, civil, se foi presidente da República, se é deputado, se é parlamentar", argumentou.
"Bolsonaro não pode ir para a rua querer a conciliação do Brasil quando ele atentou contra isso e contra a estabilidade das instituições brasileiras e de toda a política que tínhamos de construção do país", acrescentou a deputada.
No exterior
Na manhã deste sábado(23), também foram registradas atividades na Praça Luís de Camões, em Lisboa. A atividade foi organizada pelas seguintes organizações brasileiras: Núcleo do PT em Portugal, PCdoB, Comitê Popular de Mulheres em Portugal, Comitê Popular de Estudantes Brasileiros em Portugal, Comitê de Luta Portugal, Portuando - Associação de Apoio aos Brasileiros em Situação de Imigração e Coletivo Pau Brasil.
Também participaram do ato integrantes do movimento Argentina No Se Vende - Asamblea Portugal, que estão em luta contra as ações do governo de Javier Milei.
"Não vamos aceitar pedido de anistia"
Em entrevista ao Brasil de Fato,
no último dia 12, João Paulo Rodrigues, da direção nacional do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirmou que
considera um absurdo conceder anistia aos golpistas do oito de janeiro.
"Nós, da esquerda brasileira, não vamos aceitar esse pedido de anistia. É
um absurdo, porque os crimes que eles cometeram, quando estavam no
governo, tanto quanto já estavam fora, foram gravíssimos, do ponto de
vista jurídico e político. Por isso, a nossa luta, no Congresso Nacional
e na imprensa, é para que não se aceite essa barbárie. Por isso, a
nossa luta é "não" a anistia. Pelo contrário, que a justiça alcance
eles", explicou.
Rud Rafael, da coordenação nacional da Frente Povo Sem Medo, também
critica o fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro tentar apelar para o
perdão, diante dos prováveis crimes cometidos por ele e seu grupo
político.
"É um absurdo que agora Bolsonaro queira aparecer de vítima, alguém que
de alguma forma fez de tudo para criar um clima de guerra na sociedade
brasileira, colocou em xeque o sistema político brasileiro. Seu discurso
impulsionou várias ocupações na frente dos quarteis. O que aconteceu no
8 de janeiro é amplamente repudiado pela sociedade brasileira e isso
não pode ficar impune".
Em fevereiro, durante ato na Avenida Paulista, Bolsonaro mudou o tom do
discurso e adotou uma postura menos agressiva contra as instituições, ao
contrário do que ele exibia durante o governo. No palco, pediu para "passar uma borracha" nos atos do passado e perdão aos envolvidos nas manifestações golpistas.
"Teria muito a falar, tem gente que sabe que eu falaria. O que eu busco é
a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar maneira de
vivermos em paz, não continuarmos sobressaltados. É, por parte do
parlamento brasileiro, uma anistia para os pobres coitados que estão
presos em Brasília. Não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de
pais vivos", discursou o ex-presidente.
Edição: Geisa Marques
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2024/03/23/por-democracia-e-sem-anistia-atos-no-brasil-e-no-exterior-cobram-punicao-a-golpistas-e-lembram-60-anos-do-golpe-militar
O povo não esquece que a ditadura foi real e não podemos deixar que isso se repita
Ativistas promovem atos em defesa da democracia brasileira
Participantes chamam a atenção para crise no Oriente Médio
ouvir:
Movimentos sociais, estudantes, sindicalistas e ativistas ocuparam as ruas de várias cidades do país neste sábado (23) para realizar ato em defesa da democracia, do direito à memória e justiça e contra o golpismo.
As manifestações ocorreram faltando pouco mais de uma semana do aniversário de 60 anos do golpe civil-militar de 1964, no dia 31 de março. Hoje, os manifestantes ressaltaram a importância de não deixar cair no esquecimento os chamados anos de chumbo, período da ditadura de 1964 a 1985.
Em São Luís, no Maranhão, a manifestação foi marcada para às 9h, na praça Deodoro, no centro da cidade. Na sequência, os participantes realizaram uma assembleia popular onde reforçaram a importância de se punir os participantes e organizadores dos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Eles criticaram ainda a decisão do governo de não promover ações sobre o período da ditadura.
“Esse ato simboliza a necessidade, que é uma necessidade contínua do não esquecimento, sobretudo, do golpe de 64. Há uma determinação ou uma orientação do atual comando político do país, do próprio governo Lula, de não se fazer um ato referido ao tema. Mas nós, enquanto sociedade civil, não podemos nos dar ao luxo de não fazer ato de memória, porque é a democracia que vivemos hoje é algo que custou caro, mas custou muito caro para os que efetivamente lutaram para que nós hoje possamos usufruir o pouco que temos. Acho que esse ato ele cumpre essa tarefa de comunicar, de dizer que nós não podemos nos dar ao luxo de esquecer o que vivemos, para, inclusive, assegurar que gerações futuras tenham conhecimento das razões do porquê estamos aqui hoje”, disse à Agência Brasil, Danilo Serejo, liderança quilombola e integrante do Movimento dos Atingidos pela Base de Alcântara (Mabe).
Para ele, bacharel em Direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), o ato também é um recado de que deve haver a responsabilização dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
“Os atos de 8 de janeiro estão diretamente conectados em razão da história mal resolvida que a sociedade brasileira e o Estado brasileiro têm com a ditadura. Não ter resolvido isso da forma como se deveria ter sido resolvido, não ter punido os generais, os militares que atuaram naquele momento é o que dá sustentação à tentativa de golpes como essa do 8 de janeiro. Por isso que é muito ruim do ponto de vista simbólico a orientação do governo brasileiro atual de não querer fazer um ato em memória ao golpe de 64”, assinalou.
O vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Maranhão, e estudante do curso de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Clark Azúca, destacou que o grito de “ditadura nunca mais” é a voz da sociedade em favor dos valores democráticos, contra qualquer tentativa de retrocesso autoritário. Por isso, a necessidade do direito à memória.
“A gente está falando hoje, no ato, que é um ato sobre memória, justiça e verdade. E a gente precisa lembrar que o esteio comum a tudo isso é a não elaboração da memória pública, tanto para o golpe militar que aconteceu no Brasil, que não teve uma elaboração da nossa memória enquanto sociedade”, afirmou Azúca.
“A gente não pode falar em nação sem pensar na memória da gente. A memória é constitutiva, historicamente, do etos [costumes] da gente. Então, a gente tem uma organização social em que, simplesmente, se torna tabu falar sobre a ditadura militar, um processo tão traumático para toda a sociedade, mas especialmente para o povo. A gente está realmente com uma identidade que é faltosa de uma parte constitutiva da gente, como se fosse uma lacuna, um elefante branco do qual ninguém fala”, assinalou.
Ditadura
Durante o regime autoritário - que durou mais de duas décadas - opositores foram perseguidos, torturados e mortos, a exemplo dos estudantes Honestino Guimarães, então presidente da UNE, e Edson Luís. Houve censura imposta à imprensa, atingindo também a cultura. Artistas tiveram suas obras mutiladas, muitos foram exilados.
“Um dos primeiros atos da ditadura militar foi incendiar a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), porque sempre foi uma entidade que estava lutando, que nunca esteve fora da rua, que nunca deixou de estar falando. E os estudantes têm que estar presentes nisso, têm que estar presentes na rua, demandando a nossa justiça, demandando política para a gente, para a nossa juventude, demandando que a gente possa estar sendo representado. A gente precisa lembrar dos nossos mártires, a gente precisa lembrar de Honestino Guimarães, a gente precisa lembrar de Edson Luís. Esses foram nomes de pessoas que deram a vida para que a gente pudesse estar aqui hoje. A gente não pode deixar isso esquecer, a gente precisa sempre deixar nossa memória viva”, defendeu Azúca.
O estudante ressaltou, ainda, que diferentemente do final do regime militar, onde houve anistia dos crimes políticos cometidos por militares, tem que haver a responsabilização dos organizadores e participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro.
“A gente teve nossa sede [da UNE] incendiada na ditadura militar, nós fomos criminalizados, teve gente presa e torturada e isso não pode ser esquecido, isso faz parte de quem somos, isso faz parte de quem somos enquanto União Nacional de Estudantes, faz parte enquanto juventude, isso faz parte da nossa história. Por isso que é tão importante para a gente estar nesses locais falando com a população, falando com os estudantes e levando justamente para conhecimento desse momento da nossa história, que não pode ser esquecido. É até curioso pensar que tem gente que volta a falar sobre a anistia e foi isso que não possibilitou que a gente elaborasse a nossa perda, porque foi um pacto social de silêncio em relação a todos os desmandos que aconteceram”, relatou.
“A gente está falando sobre a necessidade de que a juventude, principalmente, tenha acesso a essa parte do nosso passado que afeta diariamente a gente. A gente veio de um governo nos anos anteriores que eram filhos e filhas dessa truculência, dessa violência e desses absurdos da ditadura militar. Isso voltou para a gente, foi a gente que sofreu agora. Por mais que isso seja um sofrimento diferente, que tenha acontecido em tempos diferentes, mas uma coisa está relacionada a uma outra. A gente não pode deixar de relacionar isso. E a gente não pode deixar de elaborar essa memória para que, justamente, isso não se repita”, finalizou Azúca.
Voz da juventude
A professora do Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Maranhão, Arleth Borges, disse que a participação da juventude nesses espaços é fundamental para o impulsionamento das lutas populares no país.
“É muito simbólico, muito bom, que os estudantes estejam aqui, porque isso é uma garantia de vida, de luta, tanto no presente quanto no futuro, e a gente precisa disso, porque os desafios colocados são imensos, não são de agora, [eles são] uma luta tenaz, demorada”, argumentou.
“Estamos numa conjuntura muito desafiante e complexa. Mesmo o pouco que a gente alcançou [após a ditadura militar] está sob risco e a gente tem que dar a centralidade da luta de defender a democracia. Depois que terminou a ditadura, eles ficaram envergonhados, tiveram um momento de um certo acanhamento e, agora, a direita está aí, mais extremista do que nunca. Às vezes, a gente se ressente de que somos poucos, mas ninguém está aqui com condições facilitadas como as que a gente viu naquele 8 de janeiro. A nossa luta tem uma dignidade. Fico contente por todo mundo que está aqui lembrando a associação [do 8 de janeiro] com 1964”, emendou.
A professora relacionou, também, momentos históricos do país em que houve ruptura institucional quando governos progressistas chegaram ao poder, a exemplo do governo do presidente João Goulart (foto). Arleth disse ainda que é fundamental para a memória do país a construção do Museu de Memória e Direitos Humanos, com memórias da ditadura militar.
“Os indígenas e os quilombolas começam a levantar a cabeça e vem novamente a tal da roda-viva, querendo de novo nos rebaixar, nos agachar. Foi assim quando, por exemplo, a gente, como país, queria levantar a cabeça após a ditadura do Estado Novo, aí veio o golpe de 64. Aí, a gente estava se reerguendo, agora de novo, depois da ditadura militar, votando por partido e presidente de esquerda no comando do país, aí vem novamente. Então, é um desafio que é permanente, mas que só empresta grandiosidade à nossa luta e à nossa resistência. 1964 não acabou, é um desafio, é uma página que paira sobre as nossas cabeças. É fundamental que a gente nunca deixe de lembrar disso, pelos que se foram, por nós que estamos aqui e pelos outros que ainda virão e nós temos um compromisso com o futuro desse país, com a dignidade para as nossas novas gerações”, finalizou Arleth.
Palestina
Os atos de hoje - organizados pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo - contaram com apoio de centrais sindicais e partidos progressistas e também chamam atenção para o massacre contra o povo palestino promovido por Israel em Gaza.
As autoridades de Gaza afirmam que, desde o início da guerra de Israel com o Hamas, em 7 de outubro, 32.142 pessoas morreram na Faixa de Gaza, a maioria mulheres e crianças. Pelo menos 72 pessoas morreram nas últimas 24 horas. Nessa sexta-feira (22), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não conseguiu aprovar uma resolução que pedia cessar-fogo imediato em Gaza.
“A gente está aqui falando de memória e a gente sabe que precisa saber da história para saber que está acontecendo um genocídio na Palestina”, finalizou Azúca.
Edição: Kleber Sampaio
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-03/ativistas-promovem-atos-em-defesa-da-democracia-brasileiraquinta-feira, 21 de março de 2024
Bom dia 247: Campos Neto reduz juros a conta-gotas (21.3.24)
quarta-feira, 20 de março de 2024
Juro da celic está baixando lentamente
Copom reduz juros básicos da economia para 10,75% ao ano
Queda de 0,5 ponto era esperada pelo mercado financeiro
Publicado em 20/03/2024 - 18:38 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
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O comportamento dos preços fez o Banco Central (BC) cortar os juros pela sexta vez seguida. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.
Em comunicado, o Copom informou que deverá fazer apenas mais uma redução de 0,5 ponto na próxima reunião, em maio, o que aumenta a chance de a autoridade pausar o ciclo de cortes a partir de junho. Nos textos anteriores, o órgão indicava que prosseguiria com as reduções “nas próximas reuniões”.
Segundo o comunicado, o cenário para a inflação permanece inalterado, com riscos tanto de alta como de baixa. Entre os fatores que podem elevar a inflação, estão a persistência das pressões inflacionárias globais e o aquecimento do setor de serviços. Entre os possíveis fatores de queda, estão a desaceleração da economia global maior que a projetada e impactos mais fortes que o esperado das altas de juros em outros países.
A taxa está no menor nível desde março de 2022, quando também estava em 10,75% ao ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em fevereiro, o indicador ficou em 0,83% e acumula 4,5% em 12 meses. Após sucessivas quedas nos últimos meses, a inflação voltou a subir levemente por causa de alimentos e de serviços de educação.
O índice em 12 meses está exatamente no teto da meta de inflação. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 4,5% nem ficar abaixo de 1,5% neste ano.
No Relatório de Inflação, divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a estimativa de que o IPCA fecharia 2024 em 3,5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova versão do relatório, que será divulgada no fim de março.
As previsões do mercado estão mais otimistas que as oficiais. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,79%, abaixo portanto do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 3,82%.
Crédito mais barato
A redução da taxa Selic ajuda a estimular a economia. Isso porque juros mais baixos barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais baixas dificultam o controle da inflação. No último Relatório de Inflação, o Banco Central reduziu para 1,7% a projeção de crescimento para a economia em 2024.
O mercado projeta crescimento um pouco melhor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem a expansão de 1,8% do PIB em 2023.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
Edição: Carolina Pimentel
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-03/copom-reduz-juros-basicos-da-economia-para-1075-ao-ano