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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

PF aperta o cerco contra financiadores do garimpo ilegal em território ianomâmi

 Invasão por garimpeiros ao território indígena causou a morte de quase 600 crianças e deflagrou a maior crise humanitária e sanitária que se tem notícia no País

www.brasil247.com - Garimpos ilegais começam a ser removidos Garimpos ilegais começam a ser removidos (Foto: Reprodução)

Leanderson Lima, Amazônia Real -  Uma apreensão de 4 milhões de reais ocorrido há 4 anos resultou, só agora, em mais uma operação para combater o comércio ilegal de ouro na Terra Indígena Yanomami (TIY). Nesta terça-feira (14), a Polícia Federal (PF) cumpriu 13 mandados de busca e apreensão como parte da operação Avis Aurea. Pelas investigações, uma organização criminosa com ramificações em três Estados (Roraima, São Paulo e Goiás) realizou movimentações financeiras de 420 milhões de reais em cinco anos.

Em abril de 2019, já sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), a PF fez a apreensão dos 4 milhões de reais, em espécie, em um carro que trafegava no município mato-grossense de Cáceres (cidade a 217 quilômetros de Cuiabá). No curso das investigações, a PF descobriu que o dinheiro usado para a compra de ouro saía das regiões Sudeste e Centro-Oeste, por via terrestre, em viagens que duravam até mais de uma semana. Depois do pagamento, a organização criminosa tratava de retirar o ouro ilegal de Roraima por via aérea e, para isso, contava até mesmo com o apoio de um funcionário de uma companhia aérea.

Uma das empresas suspeitas de participar do esquema de financiadores do garimpo já havia sido arrolada em outra ação da PF, que apreendeu nada menos do que 111 quilos de ouro dentro de um avião, na capital Goiânia. Nessa mesma cidade goiana, está um dos alvos da operação Avis Aurea. A RJR Minas Export, fundada em 2016, pertence a Bruno Cezar Cecchini, presidente da Confederação Nacional de Mineração (CNMI).  O empresário foi indiciado junto a mais 14 pessoas físicas e jurídicas, pela PF de Goiás, em abril do ano passado, por suspeita de chefiar uma organização criminosa responsável por exportar ouro ilegal do Brasil para a Europa, conforme noticiou a Agência Pública.

Outras empresas investigadas são ADV dos Santos, Pacheco FH Ltda, Da Silva e Cia Ltda, Akyllas (A. J. Almeida Souza Eirelli), Goyaz Gold Comércio e Exportação de Minério, Pereira Comercial, Pellegrini da Silva e Soares Silva Ltda, João Maciel Duarte Vieira, João Felipe da Costa Filho e ESN Arquitetura Ltda. A operação desta terça-feira mirou também em empresários, advogados e até um servidor público.

Entre os alvos dos mandados de busca e apreensão estavam Robson Barradas de Souza, Anderson Galego da Luz, Ronaldo Alcoforado dos Santos, Lucan Pereira de Lima, Carlos Alberto Diegues, Marcus Paulo Moura Fortuna, Cleuvio Esdras Castro Queiroz, Cezar Chamma, Felipe Mendes Barbosa, Vilkson Cristian Moraes de Almeida, Arlan Douglas Vieira dos Santos, João de Deus Pereira Barros, Ana Paula Gibim de Freitas e Ammar Alshikh Mohamad. As ordens foram expedidas pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima.

A Amazônia Real tenta contato com os envolvidos desde que seus nomes foram divulgados pela PF e já se coloca à disposição para suas devidas manifestações.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/pf-aperta-o-cerco-contra-financiadores-do-garimpo-ilegal-em-territorio-ianomami

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