ALÍVIO Tel Aviv no dia 19, após Israel liberar uso de máscaras: país liderou vacinação (Crédito: AMIR LEVY)
Marcos Strecker
30/04/21 - 09h31 - Atualizado em 30/04/21 - 10h17
O sucesso no combate à pandemia, como provam os países que foram bem-sucedidos, tem mais a ver com liderança do que com estratégias inovadoras. O exemplo mais claro vem dos EUA. Enquanto o ex-presidente Donald Trump minimizava a gravidade da doença, o país liderou os óbitos e novos casos. Assim que Biden assumiu, a vacinação acelerou (para 3,2 milhões doses diárias), máscaras e protocolos de distanciamento foram reforçados e passou a existir uma coordenação central. Desde o último dia 19, todos acima de 16 anos já conseguem se vacinar. Já receberam pelo menos uma dose 42% dos americanos. Em meados de junho, 70% estarão vacinados. Como resultado, no dia 27 a máscara foi abolida para os imunizados em ambientes externos.
Roteiro semelhante foi seguido no Reino Unido. Depois de um começo hesitante, Boris Johnson adotou restrições radicais, além da testagem em massa. Também apostou na vacinação, sendo o primeiro país a iniciá-la. Essas ações e a rápida imunização de metade da população adulta garantiram a redução de mortes em 95%. No último dia 12, depois de 175 dias do terceiro lockdown, os pubs voltaram a abrir. Já Israel conseguiu a maior taxa de vacinação no mundo. Além de ter antecipado a compra de imunizantes, o país adotou um controle rígido de circulação. Resultado: liberou o uso de máscaras no último dia 18, quando atingiu a marca de 81% dos cidadãos acima de 16 anos vacinados com as duas doses. Cinco dias depois, pela primeira vez em dez meses, não registrou nenhuma morte.
Outras abordagens também se mostraram eficazes. A Coreia do Sul teve ótimos resultados, principalmente no início, com o uso de testagem em massa. Numa estratégia mais barata, o Vietnã rastreou e isolou os casos de contágio. Até a última semana, registrava apenas 35 óbitos. Na Nova Zelândia, a primeira-ministra Jacinta Ardern conseguiu cativar a população em um esforço de comunicação que fez o país atravessar coletivamente o lockdown mais severo da sua história. Epicentro inicial da crise, a China conseguiu conter a doença com medidas draconianas de restrição de circulação. Foi criado um controle digital para a mobilidade no país. O país, com 1,4 bilhão de habitantes, pretende vacinar 40% da população até o meio do ano. No rol de contraexemplos, líderes como Trump, Jair Bolsonaro e agora o indiano Narendra Modi colecionaram resultados desastrosos ao ignorar o perigo da doença e espalhar desinformação. O único efeito colateral benéfico da doença, até o momento, é que o novo coronavírus tem se mostrado letal para esses governantes populistas.
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