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18:35 05.05.2021(atualizado 18:36 05.05.2021) URL curta
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Brasil enfrentando COVID-19 no início de maio (27)
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O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, que ficou 28 dias à frente do pasta, prestou depoimento na CPI da COVID-19 nesta quarta-feira (5), afirmando que deixou o governo por divergências com Bolsonaro sobre medidas para conter a pandemia.
Em seu depoimento na CPI da COVID-19 nesta quarta-feira (5), o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, declarou que deixou o cargo por conta do desejo do governo de "ampliação do uso da cloroquina" no tratamento da população.
"O pedido específico [de demissão] foi pelo desejo [do governo] de ampliação do uso de cloroquina. Esse era o problema pontual. Mas isso refletia uma falta de autonomia e uma falta de liderança", afirmou o ex-ministro.
Nelson Teich destacou que sua convicção pessoal era baseada em estudos científicos, apontando que não existia evidência da eficácia da cloroquina. De acordo com ele, esta foi a divergência fundamental que minou sua autonomia e liderança para exercer o cargo.
"As razões da minha saída do ministério são públicas, elas se devem basicamente a constatação de que eu não teria autonomia e liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo. Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação as divergências com o governo quanto à eficácia e extensão do uso do medicamento cloroquina para o tratamento da COVID-19, enquanto minha convicção pessoal, baseada nos estudos, que naquele momento não existia evidência de sua eficácia para liberar", acrescentou.
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O presidente Jair Bolsonaro anuncia o novo ministro da saúde Nelson Teich, no Palácio do Planalto.
O ex-ministro afirmou também que, durante sua gestão, não houve nenhum plano claro do governo para aquisição ou produção de vacinas.
Ao ser questionado pelo relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), se tinha conhecimento da produção de cloroquina pelo Exército, o ex-ministro afirmou que não sabia e que não foi consultado sobre o assunto.
Nelson Teich também criticou a tese da imunidade de rebanho, defendida pelo governo, bem como a recomendação de remédios sem comprovação científica e o gasto de recursos com essas alternativas não eficazes.
"Essa tese de imunidade de rebanho onde você adquire a imunidade através do contato, e não da vacina, isso é um erro. A imunidade você vai ter através da vacina e não através de pessoas sendo infectadas. Então, isso aí não é um conceito correto", disse o ex-ministro da Saúde.
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