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10:04 05.05.2021(atualizado 10:11 05.05.2021) URL curta
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A guerra de informação inclui o uso de mídia tradicional, redes sociais, guerra cibernética, propaganda e desinformação. Os EUA dizem que os aliados são essenciais para garantir que "concorrentes" não tenham "passe livre".
Espera-se que uma guerra de informação na região do Indo-Pacífico se intensifique com a decisão dos militares dos EUA de criar uma força-tarefa destinada a sufocar a influência da China e as operações de informação. Analistas militares e de segurança disseram que a criação da força-tarefa significa que os EUA estão integrando instrumentos militares e não militares de guerra para conter a China.
A criação da força-tarefa na região do Pacífico foi revelada pelo general Richard Clarke, chefe do Comando de Operações Especiais, em uma reunião do Comitê de Serviços Armados da Câmara em março, quando disse que os EUA precisavam conter a desinformação da China, de acordo com reportagem do jornal South China Morning Post.
A força-tarefa trabalharia com "parceiros com ideias semelhantes" na região, disse Clarke. "Ao trabalhar em estreita colaboração com esses parceiros para garantir que nossos adversários e nossos concorrentes não recebam esse passe livre, para reconhecer o que é verdade na ficção e para continuar a destacar que usar nossas comunidades de inteligência é fundamental", afirmou Clarke, citado pelo site militar C4ISRNET.
Em uma reunião anterior do comitê naquele mês, Christopher Maier, secretário de Defesa interino para operações especiais e conflitos de baixa intensidade, disse que os militares dos EUA intensificariam o combate a propaganda, desinformação e fraude, proteção da força e interrupção das capacidades de influência adversária.
"Com a vantagem do pioneiro e inundando o ambiente informativo com informações deliberadas e manipuladas que são, em sua maioria, verdadeiras com elementos enganosos cuidadosamente elaborados, esses atores podem ganhar vantagem para ameaçar nosso interesse", alertou Maier.
Song Zhongping, um instrutor reformado do Exército de Libertação Popular (ELP) da China e comentarista de assuntos militares baseado em Hong Kong, disse que a nova força-tarefa dos EUA também visa obter inteligência militar sobre as capacidades do ELP.
"Portanto, da perspectiva da China, é necessário fortalecer a segurança de várias instalações militares e evitar infiltrações", comentou. Song também afirmou que a força-tarefa pode espalhar desinformação sobre os militares da China, criando problemas para Pequim.
Malcolm Davis, analista sênior de estratégia e capacidade de defesa do Instituto Australiano de Políticas Estratégicas, disse que a criação da força-tarefa especial reflete as preocupações dos EUA com a mídia chinesa e as operações de informação em relação à opinião pública.
© AP Photo / Marinha dos EUA / Especialista de comunicação em massa de 2ª classe Kaila V. Peters
Navios dos EUA e Japão realizando exercícios no mar do Sul da China
"A guerra de informação se intensificará como parte dos esforços da China para enfraquecer a determinação dos EUA e dos aliados, particularmente em relação a Taiwan e no mar do Sul da China. Para os Estados Unidos, não responder seria entregar a iniciativa operacional à China, colocando-a em uma posição muito mais forte para moldar o espaço de batalha antes do uso da força cinética", explicou Davis.
Ele disse ainda que os EUA vão destacar as operações chinesas, tanto nas mídias tradicionais quanto nas redes sociais, promovendo uma percepção alternativa dos acontecimentos desde a disseminada por Pequim. "Portanto, isso é em parte coleta de inteligência e em parte operações de mídia do lado dos EUA, identificando onde a estratégia de informação da China está focada e desenvolvendo contestações para diminuir sua eficácia", esmiuçou.
Os EUA consideram a China seu rival. O ex-chefe do Comando Indo-Pacífico dos EUA, Phil Davidson, disse no mês passado que a China estava usando a mídia regular e as redes sociais para minar os sistemas democráticos americanos e outros, dividindo Washington e seus aliados asiáticos.
Os legisladores dos EUA também estão examinando um projeto de lei que estabelece uma abordagem para competir com Pequim, cobrindo facetas de estratégia diplomática, implantação militar e valores competitivos, para conter o "comportamento econômico internacional predatório" da China.
Michael Raska, professor assistente da Escola de Estudos Internacionais S. Rajaratnam da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, disse que a força-tarefa norte-americana ocorreu em um momento em que a China projetava seu poder e influência em áreas como Taiwan.
"O uso de meios cibernéticos como instrumentos políticos de guerra está cada vez mais refletido em Taiwan, bem como nas disputas territoriais em curso sobre o mar do Sul da China", opinou.
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