Pelo quarto ano seguido, o Brasil está entre os dez piores países do mundo para se trabalhar.
A conclusão é do Índice Global de Direitos, estudo anual realizado pela Confederação Sindical Internacional (CSI), que analisa o respeito aos direitos dos trabalhadores em 148 países do mundo.
De acordo com a publicação, a situação dos trabalhadores no Brasil piorou em 2022, sendo a reforma trabalhista, aprovada pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), a principal causa da deterioração dos direitos trabalhistas no país.
"Desde a adoção da Lei 13.467, todo o sistema de negociação coletiva desmoronou no Brasil, com uma drástica diminuição de 45% no número de acordos coletivos concluídos", afirma a pesquisa, que destaca ainda os impactos da pandemia entre os trabalhadores.
Entre as violações no país, a CSI reportou o corte nos salários dos dirigentes sindicais que trabalham no banco Santander; a declaração de ilegalidade da greve dos metalúrgicos da General Motors, em São Bernardo do Campo; e a redução de benefícios e cortes de postos de trabalho na Nestlé.
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29 de maio, 18:56
Além disso, a publicação aborda a questão da pandemia de COVID-19 e a gestão do governo federal durante o período.
"A mão de obra, especialmente no setor de saúde e na indústria de carnes (frigorífica), teve que fazer frente às duras consequências da péssima gestão da pandemia de coronavírus por parte do presidente [Jair] Bolsonaro, com a deterioração de suas condições de trabalho e o enfraquecimento das medidas de saúde e segurança", complementa o texto.
O Brasil ficou posicionado na faixa cinco, a pior do ranking, ao lado de Bangladesh, Belarus, Colômbia, Egito, Filipinas, Mianmar, Guatemala e Suazilândia.
As piores regiões do mundo para a classe trabalhadora ficam na região conjunta do Oriente Médio e norte da África, com uma classificação média de 4,53 pontos. Os conflitos na Líbia, Palestina, Síria e Iêmen contribuem para esse cenário de enorme vulnerabilidade, diz o estudo.
A CSI é uma confederação sindical global, com 308 organizações filiadas em 153 países e territórios nos cinco continentes, com um total de 175 milhões de trabalhadores.
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