À plateia que estava no auditório do conselho Federal de Medicina, Bolsonaro voltou a defender o uso de medicamentos ineficazes como a cloroquina contra a covid-19
29 de julho de 2022, 12:18 h Atualizado em 29 de julho de 2022, 13:12
Jair Bolsonaro na sede do CFM, em Brasília (Foto: Divulgação)
247 - Inconformados com a visita de Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, ao Conselho Federal de Medicina (CFM) na quarta-feira (27), médicos lançaram ontem um manifesto e um abaixo-assinado contra a entidade. O documento, que na manhã de hoje tinha mais de 4 mil assinaturas, critica a direção do conselho por apoiar as declarações anticientíficas e desrespeitosas de Bolsonaro. O manifesto tem o título "Este CFM não nos representa". A reportagem é de Chico Alves, no portal UOL.
À plateia que estava no auditório do conselho, Bolsonaro voltou a defender o uso de medicamentos ineficazes como a cloroquina contra a covid-19, disse com orgulho que não se vacinou e ridicularizou os senadores que comandaram a CPI da Covid, arrancando risos dos presentes. Ao fim, foi aplaudido de pé e alguns gritaram "Mito!".
Na abertura do manifesto contra a entidade, médicos e médicas alertam que "normas éticas e evidências científicas" devem ser seguidas e respeitadas "pelos órgãos da classe e sociedades representativas".
Os autores do texto prosseguem dizendo que "incrédulos e envergonhados" tomaram conhecimento da visita do presidente ao CFM, ocasião em que "explicitamente e diante de dezenas de médicos ridicularizou a pandemia e desprezou todos os que com ela perderam a vida (inclusive muito médicos e profissionais de saúde), criticou as normas éticas e valores científicos da medicina e chegou ao cúmulo de se vangloriar de não ter sido vacinado contra Covid-19 e estar vivo", sem ser interrompido ou questionado por sequer um dos médicos ali presentes.
O conselho é criticado no documento por defender "posturas anticientíficas e com viés político, dando apoio a tratamentos que já foram amplamente estudados e cuja ineficácia é comprovada pelos maiores e mais reconhecidos centros de pesquisas médicas do mundo".
Prossegue o manifesto: "Acompanhamos estarrecidos uma parte da categoria médica que ignora os efeitos das ações nefastas do atual governo federal, que provocaram agravamento da pandemia, aumento da fome e reduziram as perspectivas de futuro para grande parte dos brasileiros e brasileiras, com impacto significativo para população mais vulnerável. O mesmo governo que reiteradamente atenta contra as instituições e a democracia".
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