Deputado federal questiona participação de ministros em evento golpista de Bolsonaro com embaixadores internacionais sobre urnas eletrônicas: "desvio de finalidade"
21 de julho de 2022, 15:18 h Atualizado em 21 de julho de 2022, 15:34
(Foto: ABR)
247 - O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) convocou os ministros Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União (CGU), Bruno Bianco, da Advocacia-Geral da União (AGU), e Paulo Sérgio Nogueira, da Defesa, para questionar a participação deles no evento golpista de Jair Bolsonaro (PL), que se reuniu com embaixadores internacionais para pôr em xeque a integridade do sistema eleitoral brasileiro ao afirmar que urnas eletrônicas podem ser fraudadas.
No requerimento apresentado à Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, obtido pelo Brasil 247, Correia afirma que busca "esclarecer as atividades institucionais dos ministérios que se caracterizam como desvio de finalidade a medida em que dão suporte a questionamentos infundados, já devidamente esclarecidos e sem qualquer indício de prova perpetrados pelo Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, em relação à contestação das urnas eletrônicas e suspeição de fraudes nas futuras eleições, provocando instabilidade institucional em mais uma ameaça golpista."
O deputado mencionou reportagem do Estadão publicada nesta quinta-feira (21) que descreve como as estruturas da CGU e AGU foram aparelhadas para dar respaldo material e jurídico para a tese golpista de Bolsonaro. Diz a matéria: "Rosário cadastrou uma equipe de oito auditores para participar do processo na condição de órgão fiscalizador das eleições. (...) Em agosto do ano passado, a AGU enviou parecer ao STF em uma ação na qual a Rede pedia que a Corte cobrasse do presidente as supostas provas de fraude no pleito de 2018. (...) Segundo o órgão, o partido quis 'impor uma verdadeira censura ao direito fundamental da livre expressão do pensamento do cidadão Jair Bolsonaro.'”
Correia também citou a atuação de Nogueira, que, segundo o deputado, tem "promovido e corroborado a tese de insegurança das urnas eletrônicas e prometido promover apuração paralela das eleições, em total descompasso com a sua função atribuída constitucionalmente."
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