“Bolsonaro pisoteia a Constituição porque não tem medo de ser punido", diz o jornalista sobre os crimes de responsabilidade cometidos durante encontro com embaixadores estrangeiros
20 de julho de 2022, 08:43 h Atualizado em 20 de julho de 2022, 09:02
Bernardo Mello Franco e Bolsonaro em encontro com embaixadores (Foto: Reprodução | Clauber Cleber Caetano/PR)
247 - O jornalista Bernardo Mello Franco afirma, em sua coluna no jornal O Globo, que os embaixadores que participaram da reunião convocada por Jair Bolsonaro para atacar o sistema eleitoral brasileiro “assistiram a um espetáculo de autoavacalhação” promovido pelo atual ocupante do Palácio do Planalto.
“Diante da plateia estrangeira, o capitão cometeu uma série de crimes de responsabilidade. Atentou contra o livre exercício do Poder Judiciário, ameaçou a execução da lei eleitoral, incitou militares à indisciplina. Todos os delitos estão tipificados na lei do impeachment, que virou letra morta nos últimos quatro anos”, diz Mello Franco.
Segundo o jornalista, “Bolsonaro pisoteia a Constituição porque não tem medo de ser punido. Sabe que Augusto Aras e Arthur Lira estão de plantão para protegê-lo. O procurador-geral da República silenciou sobre as novas ameaças à democracia. O chefão da Câmara só apareceu nas redes para comentar a pré-campanha em Arapiraca”.
“O comício do Alvorada também marcou um novo episódio de aviltamento do Ministério das Relações Exteriores. Os embaixadores foram recebidos pelo chanceler Carlos Alberto França, que já havia participado de manifestações golpistas ao lado do chefe. O ex-ministro Ernesto Araújo era transparente: queria transformar o Brasil em pária na comunidade internacional. Seu sucessor é menos caricato, mas está a serviço da mesma agenda de destruição do Itamaraty”, finaliza.
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