Bolsonaro tenta unificar o capital e os golpistas de 2016 em torno da sua candidatura. Novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida disse que privatização é sua prioridade
11 de maio de 2022, 19:57 h Atualizado em 11 de maio de 2022, 20:47
(Foto: Agência Senado/Jefferson Rudy | Reuters)
247 - Novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida afirmou nesta quarta-feira, 11, que vai trabalhar pela privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo S.A., responsável por gerir os contratos da União no pré-sal. O pré-sal é um recurso descoberto pela petrolífera estatal brasileira durante os governos petistas e que permitiu o desenvolvimento econômico do país no período destes governos.
Sachsida afirmou que a privatização da Petrobras, um dos motores econômicos do Brasil, será sua primeira ação à frente da pasta, e que pedirá estudos ao governo para isso. No entanto, ele não informou se definirá um prazo específico para isso.
"Meu primeiro ato como ministro será solicitar ao ministro [da Economia] Paulo Guedes, presidente do Conselho do PPI [Programa de Parcerias de Investimentos], que leve ao conselho a inclusão da PPSA no PND [Programa Nacional de Desestatização] para avaliar as alternativas para sua desestatização", disse Sachsida.
"Ainda como parte do meu primeiro ato, solicito também o início dos estudos tendentes à proposição das alterações legislativas necessárias à desestatização da Petrobras", completou.
O ministro também indicou que pretende privatizar a Eletrobras, prejudicando o desenvolvimento da economia nacional. Um projeto que já foi definido por muitos especialistas, assim como o ex-presidente Lula (PT) em suas falas recentes, como “lesa pátria”.
“A Eletrobras foi construída ao longo de décadas, com o suor e a inteligência de gerações de brasileiros. Mas o atual governo faz de tudo para entregá-la a toque de caixa e a preço de banana. O resultado de mais esse crime de lesa-pátria seria a perda da nossa soberania energética. Defender a nossa soberania é defender também a Eletrobrás daqueles que querem o Brasil eternamente submisso”, afirmou Lula em discurso de lançamento do Movimento “Vamos Juntos pelo Brasil”.
Nas redes sociais, o jornalista Leonardo Attuch, editor do Brasil 247, disse que a privatização das estatais é “a última cartada de Bolsonaro para unificar de vez o capital e todos os golpistas de 2016 em torno da sua candidatura”.
Nesta quarta, em plenária popular com a prefeita de Juiz de Fora (MG), Maragarida Salomão, Lula denunciou as privatizações das empresas públicas brasileiras. “Quero aproveitar o humanismo reinante nessa sala, o calor democrático nessa sala, e dizer ao governo e aos empresários: parem de privatizar as empresa públicas”, enfatizou.
Dando sinal de que o PT pretende reverter as privatizações, Lula afirmou que “quem se meter a comprar a Petrobras, vai ter que conversar conosco depois da eleição. Parem de tentar privatizar a Eletrobras. Parem de privatizar os Correios, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, o BnB. Aprendam a trabalhar, a investir e a fazer política econômica ao invés de vender as coisas que já estão prontas”.
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