"A Lava Jato legalizou o roubo de quem roubou", disse Lula, apontando também o papel da imprensa, que "foi estimulada a veicular as mentiras contadas pelo Moro e pelo Dallagnol"
4 de maio de 2022, 10:57 h Atualizado em 4 de maio de 2022, 11:40
Lula, Sergio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: Reuters | Agência Brasil)
247 - O ex-presidente Lula (PT), em entrevista nesta quarta-feira (4) à rádio CBN de Campinas (SP), foi perguntado sobre querer 'esconder' seu passado recente, que conta com uma prisão injusta promovida pela Lava Jato.
O petista ressaltou não querer 'esconder' nada, e lembrou já ter provado "em 20 e poucos processos que o ex-juiz [Sergio] Moro (União Brasil-SP) era um mentiroso, que o [Deltan] Dallagnol (Podemos) era um mentiroso".
"Essas pessoas criaram uma farsa política para tentar me destruir. Mas aconteceu aquilo que eu previa: quem tem a verdade dentro de si vai vencer a batalha", afirmou Lula, que mesmo depois de toda a perseguição sofrida aparece nas pesquisas eleitorais como franco favorito para retornar à Presidência da República.
O ex-presidente não deixou de citar a imprensa ao falar da Lava Jato. "O Moro não enganou apenas a sociedade brasileira, enganou a imprensa, que foi estimulada a veicular todo santo dia as mentiras contadas por ele e pelo Dallagnol. A imprensa brasileira, uma parte dela, transformou em verdade a mentira. Uma parte da imprensa poderia pedir desculpas por ter sido enganada pela equipe do Moro e do Dallagnol".
Lula também falou do "saldo" da força-tarefa. "O saldo que ficou da Lava Jato foram 4,4 milhões de pessoas desempregadas, foi a quebradeira da indústria brasileira, foram mais de R$170 bilhões que deixaram de ser investidos no setor produtivo desse país e mais de R$58 milhões que deixaram de ser arrecadados. Aquelas pessoas que roubaram e delataram continuam ricas, ficaram com metade do roubo. A Lava Jato legalizou o roubo de quem roubou. Tenho certeza que meus acusadores não têm 10% da tranquilidade que eu tenho hoje".
Alckmin
Lula falou sobre os atributos do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), que será o candidato a vice-presidente em sua chapa. "Temos que respeitar o homem que governou São Paulo por mais de 20 anos. Ele foi duas vezes vice do Mário Covas e foi governador quatro vezes. Uma pessoa que foi eleita como ele foi e ganhou inclusive do meu partido, temos que respeitar, valorizar o povo que votou nele e que agora vamos querer ganhar uma parte desses votos para o companheiro [Fernando] Haddad (PT), que acho que será o próximo governador de São Paulo. O Alckmin agrega experiência, agrega um setor da sociedade que durante muito tempo não quis votar no PT e agrega pessoas que pensam diferente de nós, em muitas coisas. Nós vamos construir um programa conjunto entre os partidos que compõem a aliança e esse programa será a base da concordância entre todos os partidos políticos. É assim que se faz política, é assim que a gente quer mostrar que a gente quer recuperar o Brasil para os brasileiros".
O petista se disse novamente disposto a conversar com qualquer setor da sociedade e afirmou que Alckmin tem um papel importante em buscar a aproximação dos mais distantes do PT atualmente. "O PT é muito forte, minha candidatura é muito forte. Hoje eu já tenho mais votos do que eu já tive no primeiro turno de muitas eleições. O povo está percebendo o que está acontecendo no Brasil. E eu vou conversar não apenas com quem já vota em mim, eu quero conversar com todos os setores da sociedade, e nesse aspecto o Alckmin também ajuda. Eu já fiz campanha em tantos lugares desse país que não tem lugar proibido para fazer campanha. A única coisa que eu tenho que respeitar é que tem outros candidatos e em alguns lugares pode ter eleitores de outros candidatos, e esses eleitores poderão não gostar da nossa visita, mas isso faz parte da política. Eu estou realmente calejado para tratar dessas adversidades".
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