Pesquisa da Oxfam diz ainda que novos 573 bilionários foram formados desde o início da pandemia
23 de maio de 2022, 17:23 h Atualizado em 23 de maio de 2022, 17:59
Jeff Bezos (Foto: Clodagh Kilcoyne/Reuters)
Brasil de Fato - A pandemia de covid-19 beneficiou empresas e empresários do setor alimentício, grandes petrolíferas, gigantes farmacêuticas e o setor de tecnologia, afirma pesquisa da Oxfam publicada neste domingo (22), mesmo dia da abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça).
O relatório "Lucrando com a Dor" traz dados sobre o processo de concentração de riqueza impulsionado pela pandemia global. A pesquisa afirma que 573 novos bilionários foram formados desde o início da calamidade de saúde pública e agora o mundo têm 2.668 bilionários. Esse seleto clube de ultrarricos controla hoje uma fortuna estimada em US$ 12,7 trilhões, um aumento de 42% desde o início da pandemia de covid-19.
Além disso, a pandemia acentuou a desigualdade de gênero e racial, aponta a pesquisa. As mulheres foram mais atingidas pela onda de desemprego gerada pela covid-19 e as populações negras enfrentam "impactos duradouros desproporcionais da pandemia", diz o levantamento.
"No mundo inteiro, alimentos registraram um aumento vertiginoso de 33,6% no ano passado e devem aumentar 23% em 2022. Em março de 2022, tal alta foi a maior desde o início dos registros pelas Nações Unidas (ONU), iniciada em 1990. A Oxfam estima que 263 milhões de pessoas podem ser levadas a níveis extremos de pobreza este ano por causa da covid-19, do aumento da desigualdade global e do impacto da subida dos preços dos alimentos, sobrecarregados ainda mais pela guerra na Ucrânia", diz a pesquisa.
O levantamento cita como empresas beneficiadas pela atual situação global a gigante mundial do setor de alimentos Cargill, a rede de supermercados WalMart, as petroleiras BP, Shell, TotalEnergies, Exxon e Chevron, as farmacêuticas Pfizer, Moderna e as empresas de tecnologia Apple, Microsoft, Tesla, Amazon e Alphabet.
Para enfrentar a atual situação, a Oxfam defende impostos progressivos para financiar medidas como proteção social e saúde pública.
"O governo francês, por exemplo, tributou a riqueza excessiva durante a guerra a uma taxa de 100% após a Segunda Guerra Mundial. Hoje, precisamos de um nível semelhante de ambição. A Oxfam insta por um imposto temporário de 90% sobre os lucros excedentes, para capturar os lucros extraordinários das empresas em todos os setores", diz o relatório.
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