"Vamos recriar os Brics, para que a gente possa não ficar dependendo apenas de uma moeda", afirmou Lula. O ex-presidente também disse não querer "espionagem" dos EUA no Brasil
5 de maio de 2022, 21:44 h Atualizado em 5 de maio de 2022, 22:26
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução)
247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quinta-feira (5) durante evento na Unicamp que o Brasil fortaleça a sua relação com os países dos Brics (África do Sul, Rússia, Índia, China e Brasil). Em seu discurso, Lula disse que o bloco é "poderoso" e "avançou até quando a Dilma estava no governo". "Se voltarmos, vamos recriar os Brics, para que a gente possa não ficar dependendo apenas de uma moeda", disse ele em referência ao dólar.
"Com Bolsonaro, os Brics estão um pouco fragilizados. Eles são possibilidade de mudar a ordem econômica mundial. O Brasil quer ter boa política com os Estados Unidos, mas a gente quer ser respeitado", disse.
O ex-presidente também disse não querer "espionagem" dos Estados Unidos no Brasil.
"A gente não quer que eles façam como fizeram com Dilma, espionagem no governo brasileiro, não quer que eles nos trate como cidadãos de segunda classe", acrescentou.
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Em seu discurso, Lula defendeu, ainda, a necessidade de o Brasil estreitar relações com países da África.
"O Brasil tem dívidas com o continente africano, que não conseguimos mensurar em dinheiro. Devemos pagar com gratidão, com transferência de ciência e tecnologia. O povo africano está na formação do nosso caráter, nossa cultura, nossa cor… Temos que retribuir".
Educação
Em seu pronunciamento, o ex-presidente também falou da importância das universidades no crescimento de um País e defendeu a retomada dos investimentos públicos na educação.
"Nenhum país se desenvolveu sem que tivesse investido em ciência e tecnologia, na formação qualificada do seu povo. É o investimento mais barato que um País precisa fazer", disse.
O ex-presidente também criticou a "ignorância da elite econômica", que, de acordo com ele, passou séculos sem querer acesso do povo "à educação". "Filhos dos pobres ficavam cortando cana", continuou Lula.
De acordo com o ex-presidente, antes do governo dele, não se via "a cara do Brasil" dentro da universidade, e sim a "cara da elite brasileira".
"Não queremos tirar lugar de ninguém, mas criar igualdade de oportunidade. Para o filho do pobre estudar com o filho do rico com a mesma qualidade do ensino. Isso quem garante é o estado. O mercado não vai resolver o problema da sociedade. Vai resolver daqueles que podem pagar. Por isso foi criado o ProUni", disse.
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