© Foto / Domínio público / Exército dos EUA na Europa
Após a Casa Branca confirmar que dois mercenários norte-americanos, que lutaram ao lado de forças ucranianas ao norte de Carcóvia, estão desaparecidos há quase uma semana, ambos falaram nesta sexta-feira (17) com a imprensa russa.
Os temores de Washington a respeito de Alexander John-Robert Drueke e Andy Tai Ngoc Huynh foram confirmados. Na última quarta-feira (15), a CNN informou que a Casa Branca confirmou que os dois estavam desaparecidos.
Eles de fato foram capturados pelas forças russas, conforme relataram à emissora RT, depois de serem abandonados por seus comandantes ucranianos em uma batalha em Donbass. Alegando desorganização e incompetência nas forças armadas ucranianas, os dois veteranos disseram a colegas estrangeiros para ficarem em casa.
Alexander Drueke e Andy Huynh falaram com imprensa russa de um centro de detenção na República Popular de Donbass. A imprensa norte-americana informou que eles foram os primeiros cidadãos americanos capturados enquanto lutavam pela Ucrânia.
Drueke serviu duas vezes com o Exército dos EUA no Iraque, enquanto Huynh trabalhava na logística do Corpo de Fuzileiros Navais em Okinawa, no Japão.
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Eles foram capturados poucas horas depois de serem enviados para as linhas de frente perto da Carcóvia, na semana passada. Sob o comando da polícia secreta da Ucrânia, Huynh disse que a dupla foi designada para cobrir uma retirada ucraniana.
"Fomos instruídos a permanecer em um pequeno mirante", lembrou Huynh, descrevendo como ele estava armado com um rifle CZ tcheco e um lançador de granadas de propulsão por foguete (RPG).
Ele relatou que as colunas de ucranianas recuaram, seguidas por veículos blindados e um tanque pertencente à Rússia ou à RPD. Com a fuga das tropas ucranianas, Huynh e Drueke "se esconderam" em um espécie de trincheira, enquanto veículos russos patrulhavam a região.
"Inicialmente, deveríamos fazer [reconhecimento] com drones", disse Drueke. "Mas, quando chegamos ao nosso local, havia uma espécie de batalha em andamento. Nossos planos mudaram… E um companheiro de equipe e eu fomos deixados na floresta", afirmou.
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Os americanos conseguiram ainda caminhar por uma floresta por várias horas. Drueke disse que eles se perderam e chegaram em uma vila. "Fomos abordados por uma patrulha russa e imediatamente nos rendemos a eles", comentou.
Ainda não se sabe qual será o futuro de Drueke e Huynh. Na semana passada, a República Popular de Donetsk condenou à morte três combatentes estrangeiros capturados durante a batalha por Mariupol, incluindo dois britânicos.
Por serem mercenários, eles perderam os privilégios que os prisioneiros de guerra regulares teriam sob o direito internacional.
Drueke e Huynh disseram que tiveram um tratamento justo nas mãos de seus captores russos, descrevendo como as tropas russas lhes deram comida, cobertores quentes e cigarros.
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Huynh ainda disse que viajou para a Ucrânia em abril, e logo fez contatos na "Legião Internacional". Depois de ingressar nas fileiras, ele deixou as tropas citando corrupção e desorganização.
"Os comandantes eram muito corruptos e as tropas estavam muito mal preparadas e abastecidas", disse ele.
Ambos viajaram pelo país em busca de uma unidade mais competente para se juntar, antes de terminarem na chamada "Task Force Baguette", no leste da Ucrânia, uma unidade mercenária estrangeira composta principalmente por veteranos americanos e franceses.
Segundo dados russos, 6.956 cidadãos estrangeiros de 64 países chegaram à Ucrânia desde fevereiro para lutar por Kiev. Cerca de 1.956 deles foram mortos, enquanto 1.779 deixaram o país, informou o Ministério da Defesa russo na sexta-feira (17).
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