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Em ano de eleição, núcleo bolsonarista teme que haja mais conversas comprometedoras do ex-ministro citando o presidente da República e adotam estratégias para diminuir impacto do caso na campanha presidencial de Bolsonaro.
Após a divulgação do áudio no qual o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, diz à filha que o presidente, Jair Bolsonaro (PL), o informou sobre possíveis buscas e apreensões feitas pela PF em sua casa, aliados de Bolsonaro começaram a se articular para segurar o escândalo, que veio "no pior momento", segundo bolsonaristas, por conta da campanha presidencial deste ano.
De acordo com o jornal O Globo, a estratégia adotada é a de dizer que, na ligação, Ribeiro afirma que Bolsonaro está "com pressentimento" sobre a operação. O argumento utilizado por estes interlocutores do presidente é de que a intuição presidencial "não é crime".
Enquanto aguardavam com apreensão a divulgação completa dos áudios e mensagens interceptadas do ex-ministro e pastores lobistas, o núcleo da campanha de Bolsonaro se antecipou ontem (24) e passou a questionar o fato de os autos do inquérito não terem sido enviados antes ao Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a mídia.
Nas redes sociais, aliados do presidente também colocaram em prática a conhecida estratégia de desviar a atenção para outros assuntos, frequentemente sobre valores morais. No caso dos áudios do ex-ministro, eles preferiram repercutir a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que derrubou nesta sexta-feira (24) o direito ao aborto legal no país.
Bolsonaro muda tom sobre Ribeiro e aliados definem prisão do ex-ministro como 'pior momento'
22 de junho, 15:18
Já o senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), saiu em defesa do pai ao dizer que todo o acontecimento "cheirava a sacanagem" e questionou a conduta do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal do Distrito Federal que determinou a prisão do ex-ministro.
"Então havia gravação do ex-ministro falando que 'ele' achava que poderia ter busca e apreensão? Se 'ele' era Bolsonaro, porque o juiz e o procurador do Ministério Público Federal não remeteram os autos ao Supremo Tribunal Federal ao invés de prender o ex-ministro. Tá cheirando a 'sacanagem', além de crime, claro", afirmou.
Além do áudio vazado, outra informação que veio à tona foi o fato do ministro da Justiça, Anderson Torres, ter estado com Bolsonaro no dia 9 de junho, dia em que a ligação entre o presidente e Ribeiro foi feita.
A pasta da Justiça é a responsável pela Polícia Federal. Neste dia, Bolsonaro viajou com comitiva, que contava com Torres, o chanceler Carlos França; o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite para a Cúpula das Américas, nos EUA.
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