Comando bolsonarista quer apagar a ligação entre o ex-ministro, preso por corrupção, e o ocupante do Palácio do Planalto
23 de junho de 2022, 04:24 h Atualizado em 23 de junho de 2022, 04:24
(Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República)
247 - O núcleo político da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro montou uma “operação de guerra” nesta quarta-feira (22) para tentar blindar o ocupante do Palácio do Planalto do caso que levou à prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por participar de um esquema de corrupção e tráfico de influência.
Segundo a jornalista Malu Gaspar do Globo, "a estratégia, elaborada pelo comitê da campanha [...] foi a de cortar o quanto antes o cordão umbilical de Milton Ribeiro com o governo.
Na prática, depois de dizer que “botava a cara no fogo” pelo ex-titular do MEC, o chefe do Executivo decidiu abandoná-lo à própria sorte.
A mudança de narrativa foi colocada em prática na entrevista concedida por Bolsonaro à Rádio Itatiaia: “Se tem algum problema, a PF está agindo. Está investigando. É um sinal que eu não interfiro na PF. Se alguém faz algo de errado, pô, vai botar a culpa em mim?”
Foi a primeira vez que o marketing da campanha entrou em ação para gerenciar uma crise nesse período pré-eleitoral.
Cotado para ser companheiro de chapa de Bolsonaro, o ex-ministro Braga Netto participou ativamente das discussões internas, assim como o marqueteiro Duda Lima, informa a jornalista, que faz um alerta: "A estratégia, porém, não é livre de riscos. Um dos temores de aliados de Bolsonaro é que o escândalo leve a desdobramentos inesperados, com o surgimento de mais grampos comprometedores de Milton conversando com pastores, o que poderia manchar ainda mais a gestão do governo no MEC".
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