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sábado, 2 de abril de 2022

Com alta de quase 60%, gasolina subiu 2,6 vezes mais que inflação em dois anos


O combustível acumula alta de 58,5% em dois anos. Em março de 2020, o litro da gasolina era vendido em média a R$ 4,5

1 de abril de 2022, 17:46 h Atualizado em 1 de abril de 2022, 18:06

www.brasil247.com - Gasolina nas refinarias terá alta de 0,5%, anuncia Petrobras Gasolina nas refinarias terá alta de 0,5%, anuncia Petrobras (Foto: Paulo Whitaker - Reuters)

Por Tiago Pereira, da RBA - O preço médio da gasolina nos postos do Brasil fechou o mês de março em R$ 7,288 o litro. O combustível acumula alta de 58,5% em dois anos. Em março de 2020, o litro da gasolina era vendido em média a R$ 4,598. Em 12 meses, a alta foi de 27,26%. Já na comparação com o mês anterior, a gasolina subiu 5,94%. O levantamento é da ValeCard, especializada em soluções de gestão de frotas, divulgados nesta sexta-feira (1º). Segundo a empresa, a pesquisa é baseada nos valores pagos pelos motoristas que utilizam seu cartão de abastecimento em cerca de 25 mil postos espalhados pelo país.

Na comparação, a alta da gasolina foi cerca de 2,6 vezes maior do que a inflação do período. Entre março de 2020 e fevereiro deste ano, a inflação geral medida pelo IPCA (IBGE) ficou em 21,86%. Ainda não há atualização do índice para março. Nos últimos 12 meses, o índice de preços avançou 10,79%.

Os dados do levantamento também apontam que nenhum estado registrou queda no preço da gasolina em março. Piauí (12,68%), Rio Grande do Norte (8,86%) e Paraná (8,70%) computaram os maiores aumentos nesse período.

Além disso, no último mês, o etanol registrou alta de 2,51%, em relação a fevereiro. Assim, durante o mês de março, foi mais vantajoso abastecer com álcool em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

PPI

A explosão do preço da gasolina é resultado da política de Preço de Paridade de Importação (PPI), que vem sendo pratica pela Petrobras desde 2016. Foi uma das primeiras medidas tomadas pelo governo golpista de Michel Temer e vem sendo continuada por Jair Bolsonaro. A partir dessa política, a estatal reajusta os preços dos combustíveis no país de acordo com a variação do preço do petróleo no mercado internacional, que é estipulado em dólar.

O preço do petróleo no mercado internacional registrou forte no início deste ano, como consequência da Guerra na Ucrânia. O barril de petróleo tipo brent chegou a ser negociado a US$ 139,13 no início do mês passado. Assim, em 10 de março, a Petrobras anunciou aumento de 18,8% no preço da gasolina. No entanto, nas últimas semanas, a cotação vem recuando, em função do aumento da produção em alguns países e o barril tipo brent fechou cotado a US$ 106 nesta quinta (31).

Enquanto a população sofre com a alta dos combustíveis, que impacta em todos os demais preços da economia, o PPI garantiu lucros extraordinários aos acionistas privados da estatal. Com a dolarização dos preços, os investidores receberam R$ 101 bilhões em dividendos, relativos aos resultados do ano passado.

Os preços dos combustíveis no Brasil já vinham acelerando ainda antes da eclosão da guerra na Ucrânia. Nos postos, somente em 2021, a gasolina subiu 46%, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP). Enquanto isso, o governo Bolsonaro reajustou o salário mínimo, para 2022, em apenas 10,16%, com base na variação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/com-alta-de-quase-60-gasolina-subiu-2-6-vezes-mais-que-inflacao-em-dois-anos

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