Josué Gomes ainda falou que o país não deve temer as eleições e que as urnas eletrônicas são confiáveis
17 de fevereiro de 2022, 21:10 h Atualizado em 17 de fevereiro de 2022, 21:37
(Foto: ABr)
247 - O novo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, afirmou que o Brasil não deve ter medo das eleições e que as urnas eletrônicas são confiáveis. “Qualquer temor deveria deixar de existir. Não existem riscos para o país. O país não vai acabar nem retroceder (independentemente de quem ganhe). O Brasil não precisa temer quem quer que ganhe a eleição”, afirmou ao jornal O Globo.
O comentário vem ocorre um dia após as falas de Jair Bolsonaro (PL), que, em entrevista à Jovem Pan, voltou a duvidar do processo eleitoral e do sistema de urnas eletrônicas.
“O país pode continuar de maneira mais rápida e mais célere, dando dignidade a seu povo, ou não, mas não vai acabar. As instituições no Brasil são fortes. Estão sob ataque constantemente, mas são fortes”, afirmou.
'Lula acertou mais do que errou'
Josué é filho de José Alencar, que foi vice do ex-presidente Lula (PT) em seus dois mandatos, mas afirmou que sua gestão na entidade será apartidária. “Não tenho partido político e nem posição política. Minha posição política é a indústria”, ressaltou.
“O governo (Lula) deve ter acertado mais do que errado, dada a aprovação que teve. Minha proximidade do governo (à época) existiu, mas era distante, nos 12 anos em que meu pai passou em Brasília (como senador e vice-presidente), fui dez vezes para lá, mas como dirigente classista”, afirmou.
O presidente da Fiesp ainda comentou sobre as recentes declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que, em entrevista a Miriam Leitão, destacou que o “mercado” não teme uma mudança de governo, sinalizando que o ex-presidente Lula (PT) não está mal visto pelos fortes grupos econômicos. “Está dizendo o óbvio”, disse Josué.
Economia e críticas a Bolsonaro
Ao Globo, Gomes ainda falou sobre o projeto econômico das elites financeiras. Ele disse que não existe consenso no setor privado sobre que projeto de reforma tributária deve ser aprovado no Congresso; que é contra concessões de subsídios verticais a setores da economia, salvo em situações de segmentos industriais inovadores e por um período de tempo definido; entre outros pontos.
A Fiesp recentemente contratou a consultora Vanessa Rahal para formar um consenso no setor privado em torno de um único projeto de reforma tributária. Gomes disse que não vê conflitos de interesse com o fato dela compor a equipe econômica do pré-candidato à Presidência João Doria (PSDB), atual governador de São Paulo.
Ele também criticou Bolsonaro por uma falta de empenho para a aprovação de uma reforma administrativa, que ataca os direitos dos servidores públicos brasileiros e pode gerar uma onda de demissões em massa das categorias. Segundo ele, o projeto encaminhado pelo Ministério da Economia “não está caminhando porque o governo não quer”.
E continuou as críticas a Bolsonaro. “Provavelmente a nota histórica (sobre o governo) vai ser de um governo que produziu muitos ataques às instituições, às vacinas, à Anvisa, à urna eletrônica, ao TSE, à imprensa, aos jornalistas. (…) Eu torço para que ele faça diferente se ele se reeleger”, ressaltou.
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