O Banco Central subiu a Selic pela terceira vez consecutiva, em continuidade ao agressivo ciclo de aperto monetário
2 de fevereiro de 2022, 18:55 h Atualizado em 2 de fevereiro de 2022, 19:18
Mercado vê inflação menor e Selic abaixo de 7% em 2018 (Foto: © Ueslei Marcelino / Reuters)
Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central subiu a Selic em 1,5 ponto percentual pela terceira vez consecutiva, a 10,75% ao ano, em continuidade ao agressivo ciclo de aperto monetário implementado para conter a inflação, mas indicou uma redução no ritmo de ajuste na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em março.
Em comunicado nesta quarta-feira, o BC manteve, no entanto, o posicionamento de que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista.
"Em relação aos seus próximos passos, o Comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros. Essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante", disse.
A intensidade da elevação veio em linha com a expectativa do mercado, de acordo com mediana da pesquisa Reuters. Dos 29 economistas consultados, 27 previram alta de 1,5 ponto, um apostou em 1,25 ponto, e outro estimou 1,00 ponto de elevação.
Com a decisão, o BC abre 2022 com o patamar da Selic 8,75 pontos percentuais acima da mínima histórica de 2% ao ano, nível atingido em meio à pandemia e que vigorou até março de 2021, numa tentativa de recolocar a inflação nos trilhos em meio à forte aceleração de preços na economia.
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