Uso do aparato militar é visto como uma tentativa de ampliar o apoio de simpatizantes da extrema direita e reverter a baixa popularidade do atual ocupante do Palácio do Planalto
16 de agosto de 2022, 10:55 h Atualizado em 16 de agosto de 2022, 11:03
Bolsonaro com militares (Foto: Marcos Corrêa/PR)
247 - A despeito da resistência do alto Alto Comando do Exército em participar de uma parada militar nas imediações da orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, no feriado de 7 de Setembro, Jair Bolsonaro (PL) determinou que a Marinha e a Força Aérea Brasileira (FAB) participem do ato por meio da presença de navios de guerra e demonstrações aéreas. A informação é da Folha de S. Paulo.
Bolsonaro pretende se encontrar com os apoiadores no período da tarde e o uso do aparato militar é visto como uma tentativa de ampliar o apoio de simpatizantes da extrema direita e reverter o atual quadro eleitoral, que segundo as pesquisas de intenção de voto é liderado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A ideia em avaliação é disponibilizar cerca de dez navios de guerra da Marinha para o ato bolsonarista”, ressalta a reportagem. As demonstrações das embarcações da força naval são feitas tradicionalmente no período da manhã, mas devem ser alteradas de maneira a passar por Copacabana à tarde, “para coincidir com as manifestações”. O Ministério da Defesa ainda avalia levar aviões da Esquadrilha da Fumaça da FAB para realizar sobrevoos e manobras aéreas na orla.
Segundo a reportagem, os comandos da Marinha e da FAB ainda não foram comunicados oficialmente sobre a determinação do atual ocupante do Palácio do Planalto. A ordem para a participação da Marinha e da FAB no evento de conotação política desejado por Bolsonaro foi dada por Bolsonaro após generais do Alto Comando do Exército e do Ministério da Defesa alegarem dificuldades logísticas e de segurança decorrentes da mudança de local. O desfile do 7 de Setembro no Rio de Janeiro ocorre tradicionalmente na avenida Presidente Vargas, no centro da capital fluminense.
Além disso, a cúpula do comando do Exército teme que a participação dos militares no evento possa ser associada a possíveis ataques feitos por Bolsonaro contra a democracia e às instituições.
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