Ministro diz que medida defendida pela ala política do governo pode furar o teto de gastos e caracterizar crime de responsabilidade de Bolsonaro
1 de junho de 2022, 12:16 h Atualizado em 1 de junho de 2022, 13:00
Paulo Guedes e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)
247 - A cúpula da coordenação da campanha pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL) culpa o ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo fato do atual ocupante do Palácio do Planalto estar atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto. De acordo com a coluna da jornalista Andréia Sadi, do G1, “assessores políticos de Bolsonaro culpam Guedes por ser ‘resistente’ e não ceder ao subsídio temporário aos combustíveis, o que aliviaria o preço para o consumidor final”.
Os integrantes da cúpula da campanha bolsonarista avaliam que as medidas de Guedes para segurar o preço dos combustíveis “podem não fazer efeito na eleição e pressionam por um ‘cavalo de pau’ imediato na economia”.
A insatisfação veio à tona após Guedes emplacar a indicação de Adolfo Sachsida para comandar o Ministério das Minas e Energia e de sugerir Caio Paes de Andrade para presidir a Petrobrás, que ainda precisa ter o nome aprovado pelo Conselho de Administração da estatal, sem que isso tivesse algum impacto sobre a questão dos combustíveis.
Ainda de acordo com a reportagem, “a frase repetida à exaustão entre ministros é de que a definição da eleição está nas mãos do governo já que é a ‘economia que elege e derruba presidente’. A justificativa de que a guerra e a inflação são globais é uma coisa – agora, repetem assessores políticos, a eleição é local e a população brasileira não entende a explicação do governo de que os demais países estão piores do que o Brasil”.
Com o risco de Bolsonaro perder a eleição no primeiro turno, os aliados do Planalto na Câmara também aumentaram a pressão para que o ministro da Economia conceda um subsídio para segurar o preço dos combustíveis. Alinhado com o governo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, deve procurar Guedes nos próximos dias “para pressioná-lo a mudar de postura no assunto”, destaca a reportagem.
Por outro lado, a equipe econômica do governo diz que a criação de um subsídio pode furar o teto de gastos, prática caracterizada como crime de responsabilidade.
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