Equanto o 1% mais rico da população russa concentra cerca de 22% de toda a renda do país, "aqui o 1% mais rico da população leva 27% da renda", diz o economista Pedro Fernando Nery
8 de março de 2022, 08:34 h Atualizado em 8 de março de 2022, 09:42 (Foto: Reuters)
247 -A concentração de renda da elite brasileira é maior que a da oligarquia russa, alvo de sanções impostas pela comunidade internacional em função do conflito na Ucrânia. O economista Pedro Fernando Nery destaca, em um artigo no jornal O Estado de S. Paulo, “o 1% da população russa que está mais bem posicionado na distribuição de renda concentraria 22% de toda a renda do país – segundo o World Inequality Report 2022. É um dos maiores níveis do mundo. Mas perderia para o do Brasil: aqui o 1% mais rico da população leva 27% da renda (segundo a mesma fonte)”.
Ainda segundo ele, a concentração de renda no Brasil nunca foi inferior a 20% da renda nacional. “Neste sentido, se a atual elite russa é relativamente recente – vem dos anos 90, o Brasil tem uma tradição mais longeva para o seu 1%”, observa. Nery ressalta, ainda, que “a fatia detida por estes grupos no total do patrimônio, por sua vez, seria equivalente nos dois países: em ambos o 1% mais rico responderia por cerca de 50% da riqueza (a apuração desta medida, porém, é menos consensual)”.
“Se há óbvias diferenças – os bilionários russos fabricados por privatizações corruptas, o uso obstinado de offshores, o envolvimento com um Estado mafioso – não é fácil encontrar uma medida que permita classificar de forma inconteste os russos ricaços como oligarcas sem incluir no rótulo os nossos também”, finaliza.
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