"Dizer que não pode fazer nada na Petrobrás é a maior fake news de Bolsonaro", afirma
18 de março de 2022, 15:21 h Atualizado em 18 de março de 2022, 15:52
Dilma, Bolsonaro e gasolina (Foto: Agência Brasil)
247 – A ex-presidente Dilma Rousseff explicou, de forma didática, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, por que os combustíveis e o gás de cozinha se tornaram tão caros depois do golpe de estado de 2016, que a afastou, para que a renda do petróleo fosse capturada por acionistas privados da Petrobrás e por grandes grupos privados. "Logo depois do golpe de 2016, em outubro daquele ano, decidem aplicar na Petrobrás a política de paridade dos preços de importação", diz ela. "O preço no Brasil passou a ser definido a partir do preço do refinador americano, mais transporte, tarifa de importação, seguro e margem de lucro", acrescenta.
Dilma afirma que o custo da Petrobrás é de cerca 28 dólares, incluindo sua margem de lucro. Acima disso, a empresa já opera no lucro. "A política de preços da Petrobrás está explodindo o bolso do consumidor", afirmou. Na entrevista, ela citou números concretos. "Em 12 de maio de 2016, quando saí da presidência, o diesel estava a R$ 2,40, a gasolina a R$ 2,95 e o gás de cozinha a R$ 42. Hoje, os preços estão a R$ 6,40 o diesel, quase R$ 10 a gasolina e R$ 150 o gás", recorda.
Na sua avaliação, a questão do petróleo foi um dos fatores mais importantes por trás do golpe de 2016. "O superlucro da Petrobrás está sendo sugado do povo brasileiro", diz Dilma. "A renda do trabalhador, da dona de casa e do caminhoneiro está indo para o bolso de alguns poucos".
"A culpa é de Bolsonaro"
Na entrevista, Dilma também deixou claro que Jair Bolsonaro é o maior responsável pelo desastre atual. "O dono da Petrobrás é o povo brasileiro, não o mercado internacional", afirma. "Dizer que não pode fazer nada na Petrobrás é a maior fake news de Bolsonaro. Praticar preços exorbitantes é um método que pode levar à privatização. Bolsonaro poderia, por exemplo, tributar lucros excessivos".
Dias atrás, Bolsonaro se queixou da atual gestão da empresa, que, segundo ele, não teria sensibilidade social. "Não é a Petrobrás que não tem sensibilidade social. É a presidência da República, a direção da empresa, é seu conselho", diz Dilma. A ex-presidente também disse sentir vergonha pelos militares brasileiros. "Em 63 anos, ninguém ousou conceder bônus desse tipo na Petrobrás", citando o caso do general Joaquim Silva e Luna, que decidiu conceder bônus de R$ 13 milhões aos atuais direitos, incluindo a si próprio.
Na entrevista, ela também defendeu o critério de modicidade tarifária. "A Petrobrás tem que praticar o menor preço possível. Eles praticam o maior preço possível", afirmou. "A culpa disso não é da Petrobrás, é do Bolsonaro", finalizou.
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