“Não basta eleger só o Requião governador e o Lula presidente, se a gente não mudar a qualidade dos deputados e dos senadores", disse ele, no Paraná
19 de março de 2022, 17:59 h Atualizado em 19 de março de 2022, 18:16
Lula no Paraná (Foto: Ricardo Stuckert)
Do site Lula.com.br – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (19), em Londrina (PR), que o Congresso Nacional brasileiro nunca esteve tão deformado como está agora e que é preciso mudar a qualidade dos parlamentares que estão lá. “Não basta eleger só o Requião (Roberto) governador. Não basta apenas eleger o Lula presidente da República, se a gente não mudar a qualidade dos deputados que são eleitos e se a gente não mudar a qualidade dos senadores. Eu posso dizer uma coisa, com minha experiência de 50 anos de vida política: o Congresso Nacional brasileiro nunca esteve tão deformado como está agora, nunca esteve tão antipovo como está agora, nunca esteve tão submisso aos interesses antinacionais, como está agora. Esse é, talvez, o pior Congresso que já tivemos na história do Brasil”.
Lula tem criticado especificamente o orçamento secreto, para ele orçamento de lesa-pátria, que esvazia poder do presidente e deixa o poder de decisão nas mãos dos deputados. “O Ulisses Guimaraes que foi figura humana extraordinária, presidente da Constituinte e presidente da Câmara, não tinha 10% da força que tem hoje o Arthur Lira como presidente”.
O ex-presidente também criticou decisão do presidente da Câmara de criar um grupo de trabalho para discutir adoção do semipresidencialismo no Brasil. “Não conseguiram aprovar o parlamentarismo, com dois plebiscitos que foram feitos nesse país, vão tentar fazer uma mudança na Constituição para tentar criar o semipresidencialismo. Você elege um presidente, pensa que o presidente vai governar, mas quem vai governar é a Câmara, através do presidente e dos deputados, com um orçamento secreto para comprar o voto dos deputados”, reclamou.
Lula voltou a dizer que o Brasil passa por processo de destruição desde o golpe que tirou a presidenta Dilma Roussef do poder no início do segundo mandato. Ele mencionou a destruição da Petrobras e o fatiamento da BR, que foi vendida e levou o Brasil à situação de importar gasolina a preço de dólar, o que encarece os combustíveis e pressiona fortemente a inflação. “Estamos pagando em dólar quando a gente recebe em real. Não faz nenhum sentido”, disse criticando também a intenção do governo de privatizar a Eletrobras. “Os deputados não podem deixar o TCU fazer o que ele quer. Eles decidiram autorizar vender a Eletrobras a preço de nada”.
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