Jair Bolsonaro já sugeriu pau de arara para forçar depoente a "abrir a boca" em comissão que investigava o governo FHC. Agora, é seu ex-ministro da Saúde que pede para ficar calado em depoimento à CPI da Covid
18 de maio de 2021, 05:03 h Atualizado em 18 de maio de 2021, 05:03
(Foto: Brasil 247/divulgação)
247 - Jair Bolsonaro já defendeu tortura para um depoente que invocou o direito de permanecer em silêncio em uma comissão parlamentar de inquérito negativa para Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"Dá porrada no Chico Lopes. Eu até sou favorável que a CPI, no caso do Chico Lopes, tivesse pau de arara lá. Ele merecia isso: pau de arara. Funciona! Eu sou favorável à tortura, tu sabe disso. E o povo é favorável a isso também", disse Bolsonaro em uma entrevista em 1999 - relembra reportagem da Folha de S.Paulo.
Na época, o ex-presidente do Banco Central, Chico Lopes se recusou a depor à CPI dos Bancos na condição de testemunha. Aconselhado por advogados, ele pediu que fosse ouvido como acusado, um salvo-conduto para ficar em silêncio ou dar respostas que não o incriminassem, direito previsto na Constituição.
"Como é que pode um ex-presidente de Banco Central falar que tem o direito de ficar calado? É um imoral, um sem-vergonha. Ele tinha que ir lá e contar a verdade. Por que o medo da verdade?", disse Bolsonaro na ocasião. Agora é seu ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, que recorre ao direito de permanecer em silêncio no depoimento que farpa nesta quarta-feira (19), à CPI da Covid no Senado.
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