A atração, chamada de Entrelinhas, foi apresentada por Renato Cardoso, genro de Edir Macedo
1 de junho de 2022, 07:50 h Atualizado em 1 de junho de 2022, 08:08
Renato Cardoso (Foto: Reprodução/RecordTV)
247 - A Igreja Universal do Reino de Deus usou seu horário na madrugada da Record nesta terça-feira (31) para produzir um programa que atacou a esquerda --mais especialmente o PT (Partido dos Trabalhadores), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a ex-deputada federal Manuela D'Avila. O caso já gera polêmica nos bastidores por ter citado uma notícia falsa que roda a internet desde 2019 e por ser uma suposta propaganda eleitoral antecipada. A reportagem é do portal Notícias da TV.
A atração, chamada de Entrelinhas, foi apresentada por Renato Cardoso, genro de Edir Macedo e que também é apresentador de programas na Record, como o The Love School. No formato, Cardoso convidou outros pastores para discutir uma acusação de que a "esquerda" supostamente contratou pastores evangélicos para orientarem Lula a moderar o discurso sobre assuntos considerados moralistas.
"Em 2022 é ano de eleição. Mais do que nunca, é ano de analisar quem quer ter o poder nas mãos. Contudo, é importante estar alerta. Não só nas propostas e em tudo que é falado, mas principalmente no que não é falado. Esconder as verdadeiras intenções da esquerda foi a ideia de um pastor que ficou conhecido como o pastor do PT", disse um texto de abertura da atração narrado por uma voz feminina.
No VT, a narradora contou a história de Paulo Marcelo Schallenberger, o "pastor do PT". Com 46 anos de idade, o religioso foi convidado pelo partido para uma consultoria de ajuda a se aproximar do eleitorado evangélico. Em entrevista para o UOL, ele defendeu que a esquerda brasileira não falasse abertamente sobre casamento gay, legalização de drogas e aborto. No entanto, a IURD usou o caso como uma verdade absoluta da campanha do partido para o pleito.
"Em outras palavras, é preciso esconder as verdadeiras intenções da esquerda para se eleger. Dessa forma, o pastor e o PT tratam os evangélicos como desinformados, despreparados e até esquecidos", dizia o vídeo. A partir daí, a "reportagem" começou os ataques diretos, mostrando que o PT votou contra projetos apresentados pelo presidente Jair Bolsonaro. "Diziam que o passado era melhor, mas isso não é verdade", desafiou.
Entre os projetos apresentados pela IURD e que o PT teria votado contra, estão o Marco Civil do Saneamento Básico e a entrega de títulos provisórios para pequenos agricultores. "O governo Bolsonaro tentou entregar os títulos, mas o PT e o MST foram contra. Eles passaram a priorizar os interesses da esquerda", completou o VT.
Fake news contra ex-deputada foi divulgada
Em outro trecho, o programa alegou que a esquerda e o PT eram apoiadores de um projeto de lei que apoiaria a "regulamentação" de casamento entre pais e filhos --chamado de "legalização do incesto". O projeto teria sido apresentado por Manuela D'Avila, do PCdoB. Esse caso já foi esclarecido como uma notícia falsa que roda grupos de WhatsApp desde 2019, segundo agências de checagem.
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