Maior parte das vendas à iniciativa privada, 56,7% do total, foi realizada pelo governo Jair Bolsonaro
13 de janeiro de 2022, 12:16 h Atualizado em 13 de janeiro de 2022, 13:44
Petrobrás (Foto: Reuters)
247 - A estratégia de desmonte da Petrobrás fez com que a estatal se desfizesse de ativos que somam cerca de R$ 243,7 bilhões por meio de 68 transações assinadas nos últimos sete anos. De acordo com o UOL, a maior parte das vendas à iniciativa privada, 56,7% do total, foi realizada pelo governo Jair Bolsonaro, cuja política neoliberal é dirigida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
O fatiamento da Petrobrás é apontado por opositores, sindicalistas e trabalhadores como uma forma de privatização disfarçada que resulta na criação de monopólios que afetam diretamente a concorrência e reduzem a capacidade de gerenciamento do país no tocante às políticas de energia, combustíveis e petroquímica.
Ainda conforme a reportagem, durante o governo de Michel Temer (MDB), a companhia vendeu R$ 78,5 bilhões em ativos. O valor corresponde a 32,2% de tudo o que foi repassado a investidores privados desde 2015. No governo da presidente deposta Dilma Rousseff, este índice foi de apenas 11% (R$ 26,9 bilhões).
Segundo dados do Observatório Social da Petrobras, ligado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), os maiores negócios firmados durante o período foram as vendas da TAG (Transportadora Associada de Gás), da rede de gasodutos do Norte e Nordeste: R$ 41 bilhões (2019), da NTS (Nova Transportadora do Sudeste), controladora de gasodutos na região Sudeste: R$ 21 bilhões (2019). da BR, distribuidora de combustíveis: R$ 12 bilhões (2021).
O ano de 2020 foi o que registrou o maior maior número de vendas, com a estatal se desfazendo de 23 bens e participações acionárias que somaram R$ 52,8 bilhões. No ano passado, a Petrobrás também entregou sua primeira refinaria à iniciativa privada, a Rlam (Refinaria Landulpho Alves), na Bahia, por R$ 10 bilhões.
“O que a Petrobras está fazendo é vender um ativo cujo valor presente do dinheiro que ela recebe está vinculado a um dispêndio que ela mesma vai ter nos próximos anos. A empresa está queimando seus ativos para converter em lucros e distribuir aos investidores”, disse o ex-diretor executivo da Petrobras Ildo Sauer.
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