Para Antonio Lavareda, Moro “deve frustrar os apoiadores” e Ciro Gomes poderia ser “bastante competitivo", mas sem Lula na disputa
28 de janeiro de 2022, 08:27 h Atualizado em 28 de janeiro de 2022, 08:59
Lula, Bolsonaro, Moro e Ciro (Foto: Stuckert | ABr)
247 - O cientista político e presidente do Conselho Científico do Ipespe, Antonio Lavareda, comentou na CartaCapital a última pesquisa eleitoral do instituto, divulgada nesta quinta-feira (27), que mostra um cenário estável: o ex-presidente Lula (PT) na liderança isolada para retornar à Presidência com a possibilidade de disputa em segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL). O levantamento mostra também que a terceira via continua não empolgando o eleitorado.
Segundo Lavareda, ainda é cedo para cravar que as eleições serão polarizadas entre dois ou três candidatos, mas reconhece ser "surpreendente” o desempenho de Lula.
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Ao comentar os números da terceira via, representada pelo ex-juiz Sergio Moro, declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos processos contra Lula na Lava Jato, e por Ciro Gomes (PDT), Lavareda constatou frustração.
Sobre Moro, o cientista político disse que seu desempenho na campanha “deve frustrar os apoiadores”, “mas é preciso lembrar que a temática básica de Moro, na cabeça do público, é a de combate à corrupção, a essa coisa da Lava Jato”, advertiu o presidente do Ipespe. Para ele, somente a aliança de Moro com o União Brasil pode salvá-lo.
Sobre Ciro, Lavareda afirmou que ele poderia ser “bastante competitivo" em um cenário sem Lula. "Quando a candidatura de Lula foi reabilitada, houve um golpe profundo nas perspectivas de êxito do projeto de Ciro".
O pedetista tentou fazer um movimento para a centro-direita em busca de votos, mas Moro já havia conquistado parte desse eleitorado, avalia. "Então, o Ciro declina. Tinha 11% até outubro, vem Sergio Moro, que vai para 11% e Ciro vai para 9%. Em dezembro e início de janeiro, Ciro cai mais, vai para 7%. O lançamento recente [da pré-candidatura] lhe aportou um ponto e encontrou o declínio de Moro".
Ele ainda lembra que Ciro começou a campanha na esquerda, migrou para a centro-direita e agora flerta com a juventude de esquerda, com o slogan do “candidato rebelde”. “Um analista mais atento vai ficar com torcicolo”, diz.
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