© Folhapress / Pedro Ladeira
11:16 13.09.2021URL curta
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No âmbito das investigações sobre o esquema de rachadinha, o Ministério Público descobriu que quatro pessoas que trabalharam no gabinete do vereador estavam cadastradas na Receita e na Câmara em antiga morada do presidente.
De acordo com a Folha de São Paulo, quatro pessoas suspeitas de serem "funcionários fantasmas" no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), constavam no cadastro da Receita Federal e da Câmara Municipal do Rio de Janeiro como tendo a mesma morada, a qual remete a um antigo endereço do chefe do Executivo.
O endereço cadastrado na Receita e na Câmara é o local para onde são encaminhadas eventuais comunicações fiscais e administrativas dos funcionários do vereador, segundo a mídia.
Neste caso, o endereço remete a uma antiga morada do chefe do Executivo quando ainda era casado com Ana Cristina Valle, investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) sob suspeita de ser a articuladora do esquema de "rachadinha" no gabinete do vereador.
A suspeita dos promotores é de que Carlos mantinha em seu gabinete um esquema semelhante ao atribuído ao senador, e seu irmão, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), pelo qual foi denunciado sob acusação de liderar uma organização criminosa, lavagem de dinheiro, peculato e apropriação indébita.
No começo de setembro, Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, ex-assessor de Flávio, contou que quando trabalhou no gabinete do senador na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), era obrigado a entregar 80% do seu salário entre outros montantes para Ana Cristina, conforme noticiado.
© Folhapress / Eduardo Anizelli
Ana Cristina Valle (ao centro), ex-mulher de Bolsonaro que supostamente gerenciava o esquema de rachadinha, em campanha para o presidente (foto de arquivo)
A antiga casa de Bolsonaro que consta nos endereços dos ex-servidores fica na rua Professor Maurice Assuf, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O imóvel foi adquirido pelo presidente e a ex-mulher em 2002, com o mandatário declarando morar no endereço ao menos em duas oportunidades, em 2002 e 2006, segundo a mídia.
De acordo com o MP-RJ, esse mesmo endereço consta nos cadastros de Gilmar Marques (ex-cunhado de Ana Cristina), André Luís Procópio (irmão de Ana Cristina), Andrea Siqueira Valle (irmã de Ana Cristina) e Marta da Silva Valle (cunhada de Ana Cristina).
Carlos afirmou, quando a quebra de sigilo sobre o caso foi divulgada, que a apuração se tratava de "fatos requentados", conforme publicado.
"Na falta de fatos novos, requentam os velhos que obviamente não chegaram a lugar nenhum e trocam a embalagem para empurrar adiante a narrativa", disse o vereador.
A defesa de Ana Cristina não se pronunciou.
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