O entrave já levou a uma desvalorização de 11,8% no valor da arroba bovina no último mês, e à primeira queda no preço médio das carnes no mercado interno em 16 meses. Segundo a mídia, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estima um prejuízo de até US$ 1,8 bilhão se as exportações continuarem suspensas até dezembro
5 de novembro de 2021, 12:28 h Atualizado em 5 de novembro de 2021, 12:30
Agência Sputnik - Depois dos casos de vaca louca registrados em dois municípios brasileiros no começo de setembro, bloqueio chinês para importação da carne bovina do Brasil permanece, e pode levar setor a ter perda de R$ 1,8 bilhão em dezembro.
Nesta quinta-feira (4), completam-se dois meses desde que a carne bovina brasileira sofreu embargo da China após casos de vaca louca no interior de cidades brasileiras.
O entrave já levou a uma desvalorização de 11,8% no valor da arroba bovina no último mês, e à primeira queda no preço médio das carnes no mercado interno em 16 meses, de acordo com o Globo Rural.
Segundo a mídia, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estima um prejuízo de até US$ 1,8 bilhão se as exportações continuarem suspensas até dezembro.
"A gente sempre tentou definir alguma data para que tivesse alguma esperança, mas depois de tanto tempo vamos ter que aguardar, mesmo, algum anúncio oficial sobre o tema", observou o analista de pecuária Caio Toledo, citado pela mídia. O mesmo ressaltou que o prejuízo gerado pela ausência chinesa atinge toda a cadeia pecuária do país.
Entre as possíveis razões para a demora, há o aumento do consumo de carne suína e de frango por parte de Pequim, produtos cuja exportação brasileira para o país cresceu, respectivamente, 30% e 21,5% no último mês comparado a igual período do ano passado.
Segundo a mídia, a China também tem aumentado a sua produção interna de proteína animal, recuperando o seu plantel de suínos em produções verticais e altamente tecnificadas. "Isso poderia, também, estar reduzindo essa dependência em relação ao Brasil", destacou Toledo.
De acordo com Augusto Carneiro, trader da Sudambeef S.A entrevistado pela Sputnik Brasil, caso a China demore a retornar com a importação, além da perda econômica, pode ser que aconteça perda de mercado, já que países como Argentina e Uruguai podem ocupar, em partes, o lugar do Brasil.
"Pode ser que eles [Argentina e Uruguai] venham a se beneficiar uma vez que pode ocorrer uma corrida por mercadoria, e esses países seriam uma opção que já está à disposição, uma vez que a relação já existe, então são os que estão mais alinhados para uma possível substituição", analisou.
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