Páginas

domingo, 21 de novembro de 2021

Janio de Freitas diz que imprensa tem desafio de garantir eleição limpa após omissão da viagem de Lula


“O histórico da chamada mídia brasileira a iguala aos militares na adoção funcional de um papel político, de dirigismo suprainstitucional e supraconstitucional”, diz Janio de Freitas, que também lembrou a relação próxima entre a mídia corporativa e a Lava Jato

21 de novembro de 2021, 07:04 h Atualizado em 21 de novembro de 2021, 07:04

Janio de Freitas Janio de Freitas (Foto: Reprodução (Youtube))

247 - O jornalista Janio de Freitas escreveu, em artigo deste sábado, 20, que “​jornais e tevês, e seus proprietários, dirigentes e jornalistas, estão diante da responsabilidade por uma eleição presidencial limpa”, pois, caso contrário, “o serão por um desastre institucional e social sem mais possibilidade, desta vez, de recuperação em tempo imaginável”.

Freitas critica as atitudes da imprensa corporativa, lembrando que “foi preciso que leitores e espectadores esbravejassem com suspeições, para que o noticiário dos principais diários e emissoras” incluísse a viagem do ex-presidente Lula (PT) à Europa, “de inegável relevância política e jornalística”. Segundo ele, isso proporcionou “o mais desalentador prenúncio da disputa eleitoral do próximo ano”.

No sábado, o ombudsman da Folha, José Henrique Mariante, reconhece que o jornal escondeu a viagem do ex-presidente à Europa, onde Lula foi tratado como chefe de Estado, ovacionado no Parlamento Europeu, recebido pelos presidentes Emmanuel Macron (França) e Pedro Sanchez (Espanha), assim pelo futuro primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Ebert.

“O histórico da chamada mídia brasileira a iguala aos militares na adoção funcional de um papel político, de dirigismo suprainstitucional e supraconstitucional”, diz Janio de Freitas. Segundo ele, “não se trata da definição por linha política ou por candidatura, que podem ser legítimas se transparentes e éticas, mas de práticas manipuladoras da consciência e da conduta dos cidadãos”.

O jornalista lembrou de toda a associação da mídia corporativa com a Lava Jato e destacou que a briga eleitoral em 2022 “será bélica”. “Para pesar do jornalismo, a mal denominada mídia é a mais eficaz arma nesse gênero de guerra”, escreve.

Segundo ele, a omissão de viagem do ex-presidente Lula (PT) à Europa mostra um "prenúncio".  “O erro foi reconhecido e encerrado. Conduta rara, senão única. E, curioso, a Folha e O Globo tiveram a correção de publicar cartas, uma em cada um, de leitores indignados com o boicote percebido. Não parece, mas, na imprensa tão soberba, foi um fato histórico”, disse.

E assim concluiu:

“Jornais e tevês, e seus proprietários, dirigentes e jornalistas, estão diante da responsabilidade por uma eleição presidencial limpa”.

Fonte: https://www.brasil247.com/midia/janio-de-freitas-diz-que-imprensa-tem-desafio-de-garantir-eleicao-limpa-apos-omissao-da-viagem-de-lula

Nenhum comentário:

Postar um comentário