Após a confirmação da quebra do sigilo bancário do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e seu ex-assessor Fabrício Queiroz, autorizada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, parlamentares do PT usaram as redes sociais para cobrar rigor na investigação e relembrar os fatos sobre os quais recaem suspeitas sobre a dupla.
A quebra de sigilo bancário foi autorizada para o período de janeiro de 2007 a dezembro de 2018. A decisão se estende não só a Flavio, Queiroz e suas respectivas famílias e empresas, mas também para outros 88 ex-funcionários, seus familiares e empresas a eles relacionadas.
“Era esse o tsunami? Como dizia Sérgio Moro quando era juiz, ‘follow the money’ e vamos chegar ao chefe da organização criminosa”, escreveu o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Pimenta também mencionou as relações da família Bolsonaro com as milícias no Rio de Janeiro e reclamou do longo tempo decorrido até a decisão. “Confiram a votação de Flávio Bolsonaro e comparem com o mapa de controle das milícias no Rio de Janeiro. Aí procurem no Google por Flavio Bolsonaro milicianos e vão aparecer ‘apenas’ 217 mil resultados… depois por Queiroz milicianos, 259 mil resultados. Demorou muito pra quebrarem o sigilo!”, protestou o deputado gaúcho.
“Na sequência, vamos ver o que há de ligação íntima entre essas contas bancárias”, publicou no Twitter o senador Humberto Costa (PT-PE), líder do PT no Senado.
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), lembrou da perseguição judicial que o ex-presidente Lula sofre. “Vamos ver se as investigações contra Flavio Bolsonaro seguirão o padrão contra o PT e Lula”, ironizou a parlamentar.
“Finalmente a investigação envolvendo Flavio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz, ligado a milicianos no Rio, começa a andar. Um dia antes da decisão do MP sobre a quebra de sigilo, o filho de Bolsonaro tentou se esquivar tentando desqualificar as investigações. Não tem desculpa, esperamos que essa apuração vá até o fim”, acrescentou a presidenta do PT.
Laranjal
O esquema de “laranjas” da família Bolsonaro foi citado por vários petistas, que elogiaram a decisão do TJ-RJ. “Decisão absolutamente correta. Está na hora de a família Bolsonaro prestar contas desse escândalo, que envolve Queiroz, laranjas e milícias!”, cobrou a Margarida Salomão (PT-MG).
“Aguardemos as revelações do laranjal”, observou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).
O deputado Airton Faleiro (PT-PA) recordou o caso do ex-senador Delcídio Amaral, que foi preso sob a acusação de atrapalhar as investigações. “Ué, se o Ministério Público diz que Flavio Bolsonaro atrapalha investigações, porque não pedir a sua prisão como foi feito com o senador Delcício?”, perguntou Faleiro.
Tsunami
A referência de Jair Bolsonaro a um “tsunami” que poderia aparecer esta semana no mundo político foi mencionada por outros parlamentares.
“Na sexta-feira, Bolsonaro previu um tsunami em seu governo nesta semana. Ele chegou!”, escreveu a deputada Luizianne Lins (PT-CE).
“Chega o tsunami: quebrado o sigilo de Flávio Bolsonaro e Queiroz”, comentou o deputado Beto Faro (PT-PA).
“Agora vamos descobrir o real motivo das movimentações milionárias do Queiroz e dos 48 depósitos de R$ 2 mil na boca do caixa?”, questionou a deputada Erika Kokay (PT-DF).
“Quebra de sigilo de Flávio Bolsonaro e de Queiroz autorizada. Será que Queiroz agora aparece? E vocês o que acham?”, destacou o deputado Zeca Dirceu (PT-PR).
“É certo que cairão um sem número de laranjas dessas contas, a menos que Moro, que tem atuado na prática como advogado da família Bolsonaro, resolva agir e interfira nas investigações. Vamos manter a pressão para que não termine em pizza!”, alertou o deputado Rogério Correia (PT-MG).
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Rogério Tomaz Jr.
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