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O bolsonarismo está implantando uma cultura de massacre aos pobres no país, numa escalada vertiginosa; acumulam-se episódios como o do governador Wilson Witzel que neste domingo apareceu nas redes sociais disparando de um helicóptero contra uma comunidade carente em Angra dos Reis (RJ), a convocação também no domingo do senador Major Olímpio para policiais "sentarem o dedo contra esses malditos", a licença para matar que Bolsonaro pretende conceder aos aos ruralistas e que Moro também quer conceder aos policiais com seu "pacote anticrime"; tudo reforça a sensação de que o Brasil governado pelo extrema-direita se transformou em uma terra sem lei
6 de Maio de 2019 às 09:44
247 - O bolsonarismo está implantando uma cultura de massacre aos pobres no país, numa escalada vertiginosa. Acumulam-se episódios como o do governador Wilson Witzel que neste domingo (5) apareceu nas redes sociais disparando de um helicóptero contra uma comunidade carente em Angra dos Reis (RJ), a convocação também no domingo do senador Major Olímpio para policiais "sentarem o dedo contra esses malditos", a licença para matar que Bolsonaro pretende conceder aos aos ruralistas e que Moro também quer conceder aos policiais com seu "pacote anticrime". Tudo reforça a sensação de que o Brasil governado pelo extrema-direita se transformou em uma terra sem lei.
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O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSL) envolveu-se em mais uma operação com a polícia militar para "abater a bandidagem", como ele justificou. Com esses pretexto, o governador e sua "equipe" dispararam dezenas de tiros contra comunidades carentes localizadas no município de Angra dos Reis (RJ). Na sequência ele foi se hospedar com a família no hotel de luxo Fasano, com diários de R$ 1.600,00 por pessoa.
"Segundo disse Witzel, o alvo era a 'bandidagem'. Não se informou se a Polícia buscava um, dois ou dez criminosos; se respondia a alguma agressão em particular; se era uma operação para instalar bases policiais naquelas comunidades, expulsando, então, os tais bandidos. Uma coisa é certa: as balas que se despejavam lá de cima não tinham como distinguir a carne preta e pobre de inocentes da carne preta e pobre de culpados. A única coisa que se tem de certo é que cumpria à carne preta e pobre, culpada ou não, tentar se proteger da expedição comandada pelo próprio governador", denunciou o jornalista Reinaldo Azevedo.
O ataque de Witzel aos mais pobres deixa juristas e defensores dos direitos humanos alarmados. "Witzel comete crime de lesa-humanidade", denunciou, em artigo, a jurista Carol Proner.
Bandido bom é bandido morto
Em São Paulo, a carnificina aos mais vulneráveis tem como porta voz oficial o senador Major Olímpio (PSL) que, assim como Witzel, também é discípulo fervoroso do Bolsonarismo e da Rota, elite da PM paulista, que já causou inúmeras chacinas em comunidades.
Em um vídeo compartilhado neste fim de semana, o parlamentar destaca a morte de dois policiais da Rota no último final de semana e convoca "policiais civis, federais, rodoviários, militares, guardas municipais a redobrar a atenção, a cautela, redobrem a munição e sentem o dedo nesses malditos". Quem dá tiro na polícia para matar tem mais é que morrer". "Se tiver que chorar, vai chorar é a mãe do bandido", diz ele
Apesar do discurso caloroso, Olímpio omite dados importante: seis a cada dez mortos pela polícia paulista são negros, segundo informa o Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A nível nacional, o País teve 5.012 mortes cometidas por policiais na ativa em 2017, como apontou o levantamento parte do Monitor da Violência. No entanto, Bolsonaro e sua trupe segue ignorando dados importantes sobre a segurança pública.
Bolsonaro e Moro: licença para matar
No núcleo duro do governo federal, Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sérgio Moro seguem firmes para também aumentar as taxas de homicídos contra a população mais vulnerável. Na semana passada, Bolsonaro declarou oficialmente que irá conceder uma "licença para matar" aos latifundiários que tiverem, em um futuro, suas terras ocupadas por movimentos sociais.
"A autorização para se iniciar um genocídio contra os sem-terra é a face cavernosa e carcomida de um governo autoritário e inconsequente. O que o seu chefe deseja é dar aos pistoleiros a serviço dos latifundiários o mesmo poder que Moro está querendo dar aos policiais quando subirem os morros do Rio de Janeiro, por exemplo. Nos dois casos, os alvos da licença para o abate são os pobres", denunciou o jornalista Givandro Filho, em artigo.
Moro, que a cada diz decepciona mais os seus fãs, segue na mesma linha de seu chefe e seu pacote anticrime nada mais é que dar mais poder aos policiais "matarem em nome da lei", pois irá ampliar a legítima defesa para homicídios cometidos no trabalho.
As propostas de alteração para legítima defesa, nos artigos 23 e 25 do Código Penal, possibilitam que, em caso de homicídios, a Justiça possa reduzir a pena pela metade ou até deixar de aplicar a punição caso a morte tenha sido motivada por “escusável medo, surpresa ou violenta emoção”.
Na prática é a licença para matar em um país que já possui elevadas taxas de homicídios sem respostas. Especialistas e líderanças dos movimentos sociais criticam duramente a proposta de Moro.
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