O petróleo bateu novo recorde nesta terça-feira a Nova York, pois o mercado está preocupado com o abastecimento e espera uma redução dos juros americanos para sustentar a demanda. O barril de "light sweet" para entrega em outubro era negociado a US$ 81,80 às 16H15 GMT em Nova York, um preço inédito. Desde que passou dos US$ 80 pela primeira vez na quarta-feira passada, o preço do barril vem batendo recorde atrás de recorde. No New York Mercantile Exchange (Nymex), a commodity custava US$ 81,60, em alta de US$ 1,03, às 16H25 GMT. Na mesma hora, no Intercontinental Exchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em novembro ganhava US$ 0,52, a US$ 77,50. O Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve anunciar, às 18H15 GMT, sua decisão sobre a taxa de juros, atualmente a 5,25%. "Todos os especialistas esperam uma redução, que se for confirmada será vista pelo mercado de energia como um convite ao consumo de petróleo", explicou Phil Flynn, analista da Alaron Trading. Uma queda dos juros pode relançar uma economia americana em nítida desaceleração, dissipando temores de queda na demanda de petróleo do primeiro consumidor mundial. Segundo Phil Flynn, "o petróleo vai disparar se o Fed decidir reduzir em 0,5% os juros, e não em 0,25%". Além disso, os analistas estão preocupados com o nível alarmante das reservas de petróleo do mundo e temem escassez de petróleo no quarto trimestre. A decisão da Organização dos países exportadores de petróleo (Opep) de aumentar em 500.000 barris sua cota a partir de 1º de novembro não teve o efeito esperado pelo cartel, que pretendia assim acalmar a alta dos preços. O mercado recebeu com ceticismo este anúncio, considerando o aumento insuficiente e muito tardio em visto do estado das reservas de petróleo. Neste contexto delicado, qualquer elemento pode jogar lenha na fogueira. Um estudo da Goldman Sachs publicado na segunda-feira parece ter contribuído para a escalada dos preços: os analistas do banco ressaltaram sua previsão do preço do barril para o fim de 2007, a US$ 85, contra US$ 72 de antes, "com riscos significativos de picos acima dos US$ 90 o barril". Eles também divulgaram uma previsão de US$ 95 o barril para 2008. Os preços também vêm sendo sustentados pela temporada de furacões no Atlântico que dura até novembro e pelo risco de um aumento das tensões geopolíticas.
AFP
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