O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o maior responsável pela estabilidade econômica do país, segundo a opinião de 67% dos brasileiros. A conclusão é de uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos e divulgada no último domingo pelo jornal O Estado de S. Paulo. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi mencionado por apenas 7% dos entrevistados. No Nordeste, 70% atribuíram a estabilidade ao petista, e só 2% a direcionaram ao tucano.
A pesquisa analisa quesitos como poder de compra e controle da inflação. Segundo a reportagem de O Estado de S. Paulo, "não é só quanto à estabilidade que Lula desbanca FHC". "O atual presidente deu mais apoio aos pobres para 80% dos brasileiros; o antecessor ganhou o aval de apenas 9%. Para 73%, Lula favoreceu um melhor poder de compra do brasileiro; só para 16% Fernando Henrique foi melhor nesse quesito. Lula reduziu mais o custo da cesta básica para 73%; o ex-presidente, só para 15%. Lula controlou melhor a inflação para 66%; FHC, só para 19%", enumera o jornal.
Segundo os entrevistados, a estabilidade econômica, a ajuda aos pobres e o programa Bolsa-Família são as três ações do governo Lula consideradas como mais positivas.
O diretor da Ipsos, Alberto Carlos Almeida, analisou o resultado da pesquisa. Ele atribui a avaliação positiva do presidente Lula ao que classifica de "presentismo" do brasileiro. "(O eleitorado) tende a atribuir as coisas boas ao governo presente, mesmo que ele não tenha sido o autor delas", informa o jornal.
O deputado Carlito Merss (PT-SC) rebateu as "explicações" apresentadas por Alberto Carlos Almeida e publicadas pelo O Estado de S. Paulo. "O Estadão mente: não tem memória e não tem senso jornalístico. O jornal se transformou em um partido político tucano. O jornal deveria parar de dar socos nos fatos. Jornalismo sério trabalha em cima dos fatos, e não em cima de posições políticas", afirmou. O petista atribuiu a avaliação positiva do presidente Lula à condução correta da política econômica. "O povo não é bobo. O povo reconhece".
Verdadeira estabilização - Em junho passado, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que a estabilidade proporcionada pelo Plano Real "foi extremamente precária" e "vulnerável" às crises cambiais. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ele disse que a economia estava "incapacitada para o crescimento" durante os primeiros anos da gestão FHC.
Para Coutinho, a "verdadeira" estabilização da economia brasileira ocorreu a partir de 2005, com o crescimento das exportações, do saldo do balanço de pagamentos (conta que registra todas as transações econômico-financeiras realizadas pelo Brasil com o resto do mundo) e das reservas internacionais. "Esse crescimento, depois de 2005, solidificou de tal forma o balanço, aumentou as reservas, reduziu a vulnerabilidade externa e, finalmente, estabilizou verdadeiramente a economia brasileira." Segundo ele, o Plano Real proporcionou "quase uma falsa estabilização".
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