Candidato a senador pelo Maranhão, estado a cujo governo renunciará dia 31 de março, Dino tem convicção da vitória de Lula no cotejamento de gestão com Bolsonaro
4 de março de 2022, 16:21 h Atualizado em 4 de março de 2022, 16:25
(Foto: Reprodução
247 – “Estamos vendo, aos olhos de todos, o maior desvio de dinheiro público da História brasileira. Este tal ‘orçamento secreto’ é o maior desvio de recursos federais da História brasileira. Nada chega perto disso”, disse o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB) no programa Sua Excelência, O Fato que foi ao ar ao vivo na TV 247 na 3ª feira 1º de março. “Não há escândalo narrado, de CPI de Anões, o que quiser botar, que chegue perto disso que está sendo feito com essas ditas emendas de relator, rachadinhas e seja lá mais o que for”, prosseguiu o governador em seu raciocínio no programa que pode ser assistido na íntegra clicando no link no fim deste texto. Flávio Dino renunciará ao mandato de governador – ele foi reeleito em 2018 e completa 7 anos e 3 meses no cargo – para disputar o Senado pelo PSB em outubro.
“Qualquer governo sério e decente que vier depois disso, tem que desmontar esse esquema”, prosseguiu Dino na conversa com os jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva. “Respeitadas, claro, as prerrogativas”, pontuou. “Lutarei, inclusive, para estar no Congresso Nacional. Mas, não para compactuar com roubalheira de dinheiro público. É isso o que está acontecendo, na cara de todo mundo”, disse.
Segundo ele, pode ser visto um paralelo entre as omissões para com o escândalo do “orçamento secreto” e o engavetamento das provas dos atos de corrupção e desídia cometidos por Jair Bolsonaro, pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e integrantes e ex-integrantes do governo levantados pela CPI da Covid. “Por isso não me espanta que as conclusões da CPI da Covid estejam paradas no Ministério Público”, argumentou. “Faz parte desse quadro de omissão. Está tudo dentro desse contexto”, disse, e prosseguiu esperançoso em mudanças: “Mas, isso aí vai passar. Faltam 9 meses para a gente se livrar disso”.
“O Senado, que é o órgão de controle da Procuradoria Geral da República, deve atuar. Há vários senadores tentando isso, o senador Randolfe Rodrigues lidera essa batalha. É papel do Senado (punir o procurador-geral omisso)”, deu sequência. “Às vezes, não é já já. Pode demorar um pouquinho. Mas, esse dia chegará. Todas as pessoas que, por ação ou omissão, praticaram ilícitos, ou compacturaram com ilícitos, ou foram coniventes com ilícitos, vão responder pelo que fizeram: essa é a História brasileira. Há zonas de impunidade? Há, infelizmente há, graves. Mas, se você olhar, de um modo geral, de uma forma ou outra, facínoras acabam por ser responsabilizados. Ou pela via da Justiça, ou pela via da política”.
“Frente Ampla se dé no terreno das propostas, e não com mera união de letrinhas ou de líderes”, disse Dino
O governador maranhense também usou o programa para analisar a disputa eleitoral nacional. “O ex-presidente Lula é favorito, isso é inequívoco. E vencerá, tenho convicção disso. Agora, ninguém vence eleição de véspera”, afirmou. “Dizem os entendidos que há duas formas de perder uma eleição. Uma, achar que já perdeu. A outra, achar que já ganhou. Tem que evitar essas conjunturas que conduzem a erros. Até agora, acho que o ex-presidente Lula e o nosso campo político têm ido na direção correta de buscar um programa que seja focado nos desafios do presente, na temática dos combustíveis, da forma, da inflação, da desigualdade. E temos que manter esse programa… um programa que esteja sempre vinculado com o sentimento dominante na maioria da população”.
De acordo com ele, “isso é Frente Ampla”. Prossegue Dino, que antes de se filiar ao PSB teve toda uma trajetória política ligada ao PCdoB: “A Frente Ampla não se dá apenas juntando letrinhas ou juntando líderes. A Frente Ampla se dá no terreno das propostas, das ideias, daquilo que você pretende fazer e galvanizar amplos setores sociais em torno desse acervo de propostas. Caminhando assim, nós vamos vencer a eleição”, confia. Mas, o governador ponderou: “Agora, temos uma direita com base popular, o que é uma novidade no Brasil. Nos anos 1940, 1950, a extrema-direita lacerdista só conseguia ter peso nacional apelando aos quartéis, a golpes armados ou a tentativas de golpe. Agora, nós temos uma extrema-direita com caráter nacional, enraizada nacionalmente, com base popular. Infelizmente existe isso. É uma conjuntura nova e traz os seus perigos”.
Para o maranhense, que largou a magustratura para abraçar a carreira política, “a nossa sorte é que o debate de gestões, de desempenho, que é o que deve se estabelecer na campanha, o resultado das gestões… e esse debate é amplamente favorável ao ex-presidente Lula”. Com confiança e pragmatismo, cravou: “Os resultados que ele vai apresentar são muito melhores que os resultados do Bolsonaro. E esse contraste administrativo-gerencial mostrará, acho, um favoritismo ainda maior do ex-presidente Lula”.
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