Sem coragem para enfrentar os acionistas privados, Petrobrás decide manter a política de preços implantada após o golpe de estado de 2016 – o que pode provocar nova greve de caminhoneiros e mais fome e inflação no Brasil
17 de outubro de 2021, 07:35 h Atualizado em 17 de outubro de 2021, 07:35
General Joaquim Silva e Luna (Foto: Isac Nóbrega/Palácio do Planalto)
247 - O presidente da Petrobrás, general da reserva Joaquim Silva e Luna, afirmou que a estatal não é responsável pela alta nos preços dos combustíveis, que neste ano já subiram mais de 50% nas refinarias, e afirmou que a busca pelo lucro não deve ser “condenada”. A atual política de preços da Petrobrás foi implantada no governo Michel Temer e está atrelada ao preço do petróleo no mercado internacional e à variação cambial do dólar, que neste ano já acumula uma alta de 5%.
"É importante entender que a Petrobras não tem nem a capacidade nem a legitimidade para controlar os preços de combustíveis praticados no Brasil", disse Silva e Luna ao UOL. Segundo ele, “o que evita o desabastecimento nos mercados e viabiliza o crescimento equilibrado da economia é justamente a aceitação de que os preços são determinados pelo mercado, não por 'canetadas”.
Na entrevista, ele também defendeu os acionistas privados da companhia ao afirmar que nos governos anteriores, "por causa de pressões políticas, a Petrobras era uma máquina de gerar prejuízo”, “Lucrar não era importante, gastou-se e investiu-se de forma perdulária. A empresa foi pressionada a agir como um braço político da época. A conta levou a Petrobrás à beira da falência”, completou.
As seguidas altas nos preços, porém, já resultaram em ameaças de paralisação por parte dos caminhoneiros e tem levado parte da população a substituir o gás de cozinha por lenha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário