"Ele discriminou todo um grupo de pessoas, vários, na verdade. Ele foi homofóbico, transfóbico, antissemita e misógino. Ele tem publicações de toda natureza e realmente acredita na superioridade de uma raça sobre outras", disse a delegada Andréa Mattos
16 de outubro de 2021, 06:41 h Atualizado em 16 de outubro de 2021, 10:27
Álvaro Hauschild e Jota Júnior (Foto: Reprodução)
247 - O doutorando Álvaro Körbes Hauschild foi indiciado, nesta sexta-feira (15), pelo crime de racismo qualificado. Hauschild, que estuda Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) já era monitorado pela Polícia Civil pela divulgação de textos e mensagens de cunho racista e ofensivo às mulheres, negros e judeus.
“Ele foi indiciado pelo crime de racismo qualificado, que é mais grave que a injúria racial. Ele discriminou todo um grupo de pessoas, vários, na verdade. Ele foi homofóbico, transfóbico, antissemita e misógino. Ele tem publicações de toda natureza e realmente acredita na superioridade de uma raça sobre outras", disse a delegada Andréa Mattos, de acordo com o jornal O Globo.
A investigação começou após um outro estudante denunciar os ataques feitos por Hauschild contra sua namorada por meio das redes sociais. Nas mensagens, o doutourando diz que o negro "exala um cheiro típico", "tem um cérebro programado para fazer o máximo de filhos que puder" e que "pode não ser um problema lá onde a natureza dá cabo deles".
“Ainda que seja um processo moroso, sempre tivemos muita confiança que a justiça seria feita. Recebemos mensagens nos últimos dias de pessoas de todo o país que não somente desejaram força e confiança, mas depositaram no encaminhamento deste processo uma forma de realmente mudar a concepção e o tratamento que o racismo é dado no país. Não somente pelos racistas mas também pelas instituições”, disse Jota Júnior, que estuda Políticas Públicas na UFRGS.
O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Hélio Ricardo Alves, informou que um processo disciplinar contra Hauschild foi aberto e que o material foi anexado ao inquérito relativo ao caso. Também nesta sexta-feira, os alunos da da instituição de ensino iniciaram a organização de um abaixo-assinado pela expulsão de Hauschild.
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